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CIRURGIA

BARIÁTRICA
CIRURGIA BARIÁTRICA
 Conhecida também como cirurgia da
obesidade e cirurgia de redução do
estômago.
 Quando a obesidade já chegou a um nível
crítico e as atividades físicas não causam
efeito, é necessário uma intervenção médica
como a cirurgia bariátrica (baros=peso).
 É recomendada, principalmente para
pacientes com o índice de massa corporal
superior a 40.
QUEM PODE FAZER?
 Conforme os preceitos médicos, a indicação cirúrgica
deve ser decidida sob a análise de três critérios: IMC,
idade e tempo da doença.
 Em relação ao índice de massa corpórea (IMC)
 • IMC acima de 40 kg/m² , independentemente da
presença de comorbidades.
 • IMC entre 35 e 40 kg/m² na presença de comorbidades.
 • IMC entre 30 e 35 kg/m² na presença de comorbidades
que tenham obrigatoriamente a classificação “grave” por
um médico especialista na respectiva área da doença. É
também obrigatória a constatação de “intratabilidade
clínica da obesidade” por um endocrinologista.
EM RELAÇÃO À IDADE
 Abaixo de 16 anos: exceto em caso de síndrome genética,
quando a indicação é unânime, o Consenso Bariátrico
recomenda que, nessa faixa etária, os riscos sejam
avaliados por cirurgião e equipe multidisciplinar. A
operação deve ser consentida pela família ou responsável
legal e estes devem acompanhar o paciente no período de
recuperação.
 Entre 16 e 18 anos: sempre que houver indicação e
consenso entre a família ou o responsável pelo paciente e
a equipe multidisciplinar.
 Entre 18 e 65 anos: sem restrições quanto à idade.
 Acima de 65 anos: avaliação individual pela equipe
multidisciplinar, considerando risco cirúrgico, presença de
comorbidades, expectativa de vida e benefícios do
emagrecimento.
TIPOS DE CIRURGIA BARIÁTRICA
 As operações para a cura da obesidade mórbida (cirurgia bariátrica)
existem desde a década de 1950. Quando nos alimentamos, a comida
cai inicialmente no estômago e em seguida passa por cerca de 5 metros
de intestino delgado antes de atingir o intestino grosso. Logo no início
do intestino delgado (no duodeno) o alimento se mistura com o suco
pancreático e a digestão se processa permitindo que o alimento entre
para o nosso corpo.
 O alimento é incorporado em nosso corpo durante a passagem pelo
intestino delgado.
 As primeiras operações faziam uma ligação do início do intestino
delgado com a porção final do mesmo, impedindo que o alimento
ingerido passasse e fosse absorvido pelos 5 metros de intestino delgado.
 Estas cirurgias, apesar de proporcionarem grande emagrecimento,
levavam à desnutrição grave e, por isto, foram abandonadas até que as
pesquisas mostrassem um caminho mais seguro para estes pacientes.
 Hoje são reconhecidos 3 tipos de operações: Cirurgias desabsortivas,
Cirurgias gastrorestritivas e Cirurgias mistas.
CIRURGIAS DESABSORTIVAS
 Cirurgias bariátricas que fundamentalmente provocam
o emagrecimento impedindo que os alimentos passem
por todo o intestino delgado (local em que os
alimentos são absorvidos, penetrando em nosso corpo).
São o resultado da evolução daquelas primeiras
cirurgias já descritas e são chamadas de desabsortivas.
A mais conhecida é a operação de Scopinaro (médico
italiano que idealizou e propaga esta operação). Uma
parte do estômago também é retirada, no entanto,
não há grande diminuição da ingestão de alimentos.
 Outra operação também desabsortiva é o resultado de
uma mudança na operação de Scopinaro com uma
retirada do estômago de forma diferente e é
conhecida como Duodenal Switch.
Cirurgia de Scopinaro Cirurgia de Duodenal Switch
CIRURGIAS GASTRORESTRITIVAS
 Cirurgias bariátricas que provocam o emagrecimento por
diminuir o tamanho do estômago, fazendo com que o
paciente coma menos. São por isso chamadas de
gastrorestritivas. A mais conhecida é a Banda Gástrica
Ajustável.
 Esta operação consiste em se colocar uma banda envolvendo
o estômago e fazendo com que o alimento ingerido fique
inicialmente parado em uma pequena parte do estômago
propiciando a sensação de saciedade, o que faz a pessoa
sentir-se satisfeita e sem fome após ter comido bem pouco.
 A banda é chamada de ajustável porque através de um
dispositivo, fixado acima da musculatura da barriga e
embaixo da gordura, podemos apertar ou alargar esta banda
conforme a necessidade. Para isso injetamos um líquido
através deste dispositivo.
 Ultimamente foi aprovada um novo tipo de
cirurgia que transforma o estômago em um
tubo.Na verdade é a parte referente ao
estômago da cirurgia de Duodenal Switch. É
conhecida como gastroplastia vertical
tubular. Ao retirar parte do estômago,
também retira o fundo gástrico, onde é
produzido um hormônio chamado Grelina.
 A ausência deste hormônio diminui a fome e
melhora a diabetes.
Banda gástrica ajustável Gastroplastia vertical tubular
CIRURGIAS MISTAS
 Cirurgias bariátricas que provocam o emagrecimento diminuindo
o estômago e também impedindo que haja absorção por
pequena parte do intestino delgado. São por isso chamadas de
mistas. A mais conhecida é a operação de Capella-Fobi, uma
homenagem aos dois cirurgiões que a idealizaram.
 Esta tem sido a operação mais usada no Brasil porque apresenta,
em geral, um emagrecimento mais efetivo que a Banda Gástrica
Ajustável e uma desnutrição menor que a operação de
Scopinaro.
 Com esta cirurgia o alimento passa, apenas, por uma parte
pequena do estômago (embora nenhuma parte de estômago seja
retirada do corpo) onde fica retido por um tempo, uma vez que
a este nível é colocado um anel para diminuir a passagem.
 Podemos também não colocar o anel e realizarmos este
estreitamento ao realizar a costura entre o novo estômago
pequeno e o intestino (cirurgia de Higa).
 Isto impede que o alimento passe com
facilidade, provocando sensação de
saciedade, o que faz a pessoa sentir-se
satisfeita e sem fome após ter comido bem
pouco. Em seguida a comida passa para o
intestino delgado, mas por 1,20m não
consegue entrar no corpo porque ainda não
sofreu a ação do suco pancreático (digestão).
Após 1,20m o alimento vai entrar em contato
com o suco pancreático e a partir daí vai ser
normalmente absorvida pelo organismo.
Cirurgia de Capella-Fobi Cirurgia de Capella-Fobi sem anel (Higa)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Pré-operatório
 O preparo pré-operatório otimiza a segurança e os resultados
da cirurgia bariátrica e metabólica. Solicita-se ao paciente que
se esforce para perder um pouco de peso antes da cirurgia,
pois alguns quilos a menos podem oferecer melhores condições
à anestesia geral e à operação.
 Nessa fase, também é obrigatório o preenchimento do
documento Consentimento Informado, no qual o paciente
reconhece estar devidamente informado sobre os benefícios e
riscos da cirurgia.
 No pré-operatório, o paciente deve realizar uma série de
exames, como endoscopia digestiva, ultrassom abdominal e
exames laboratoriais, além de passar em consulta com os
profissionais obrigatórios: cirurgião, cardiologista, psiquiatra,
psicólogo e nutricionista.
Pós-operatório
 No pós-operatório, recomenda-se ao paciente atividade física e
complemento vitamínico. E, nas operações abertas, recomenda-se
ainda o uso da faixa abdominal.
 Embora muito raramente, a cirurgia pode gerar complicações, como
infecções, tromboembolismo (entupimento de vasos sanguíneos),
deiscências (separações) de suturas, fístulas (desprendimento de
grampos), obstrução intestinal, hérnia no local do corte, abscessos
(infecções internas) e pneumonia. Além disso, sintomas
gastrointestinais podem aparecer após a refeição. Os pacientes
predispostos a esses efeitos colaterais devem observar certos
cuidados, como reduzir o consumo de carboidratos, comer mais vezes
ao dia – pequenas quantidades –, e evitar a ingestão de líquidos
durante as refeições.
 Pacientes submetidos à cirurgia de duodenal switch podem apresentar
reações no pós-operatório, como desnutrição, fezes de forte odor e
diarreias, pois essa é uma operação que privilegia a má absorção de
alimentos.
 O paciente deve fazer consultas e exames laboratoriais periódicos no
pós-operatório, conforme o tipo de cirurgia e as rotinas estabelecidas
pela equipe responsável. Em caso de comorbidades, elas devem ser
acompanhadas por profissionais especialistas nessas doenças.

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