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O mercado de plantas medicinais está

movimentando no mundo cerca de US$ 17 bilhões


com um crescimento de 10% ao ano.
 No Brasil, a movimentação é de cerca de US$ 600
milhões por ano e, apesar da grande variedade de
espécies, ainda são importados US$ 5 milhões em
plantas medicinas
Muito do que é produzido
no país utiliza matéria-prima não cultivada (oriunda do
extrativismo), sem
controle sanitário, químico ou biológico,
comprometendo, desta forma, a
saúde e o meio ambiente”.
EMPREENDEDORISMO

Pesquisa de mercado: preço médio, quantidade, qualidade e regularidade


Exigências do comprador: embalagens, umidade ideal e partes colhidas
Associação de produtores
Assistência técnica (produtores e leigos)
Cultivo e Certificação agroecológica, orgânica
Extrativismo sustentável e controlado (IBAMA)
Profissionalização/capacitação
Racionalização de uso dos recursos naturais
Infra-estrutura para processamento
Agregação de valor e aproveitamento de sub-produtos
Iniciar com poucas plantas e pequenas áreas
Administrar: registro de procedimentos e custos
Marqueting: marca, apresentação, eventos, reportagens
Atualização e capacitação contínua
CULTIVO DE PLANTAS BIOATIVAS

China: 2.000 anos


Brasil: camomila, hortelã, condimentares, capins aromáticos
Extrativismo: ipê, salsaparrilha, carqueja
Base de cultivo: horticultura agroecológica
Demandas e informações: espécies européias
Prioridades: identidade; qualidade fitoquímica e varietal
Fitoquímicos: genética, ambiente e ontogenia
EXTRATIVISMO
CULTIVO EUROPEU
Pesquisa e Desenvolvimento

 Variedades, quimiotipos e híbridos


 Camomila-egípcia: R$ 90,00/kg
 Cumarina (guaco): 0,1%  0,5%
 Arnica montana: extrativismo  cultivo
 Técnicas e máquinas específicas
 Regime pluviométrico favorável
 Predomina plantas tipo C3
 Preparo do solo esmerado
 Semeadura direta
CULTIVO BRASILEIRO
BUSCANDO O CULTIVO

Extrativismo controlado
Origem da espécie: habitat, solo e clima
Manejo sustentável: cultivo silvestre
Cultivo agroecológico e orgânico
ESPÉCIES PERENES AMEAÇADAS

• Sassafrás (Ocotea odorifera)


• Quina (Chinchona calysaia)
• Muirapuama ( Ptycopetalum olacoides
• Unha-de-gato (Uncaria tomentosa)
• Espinheira-três-quinas (Jodina rhombifolia)
• Catuaba (Erytroxilon, Anemopaegma, Trichillia
• Copaíba (Copaifera langsdorffii)
• Sangue de dragão – Croton spp.
• Almécega (Protium spp.)
• Ipê-rôxo (Casca de ipê (Tabebuia avellanedae).
CULTIVO DIVERSIFICADO
MULTI-AMBIENTES

Área pedregosa: babosas, pitáias, figo-da-índia


Áreas encharcadas: chapéu-de-couro, cálamo, erva-de-bicho
Barrancos e encostas: vetiver (proteção), capim-limão
Margem de córregos: citronela, hortelãs
Tabuleiros de areia: vetiver, salsaparrilha
Cerca-vivas: gravatá, ora-pro-nobis, cipó-são-joão
PLANTA NÃO ADAPTADA

Murchamento nas horas mais quentes do dia


Fácil ocorrência de focos de doenças (umidade e temperatura)
Crescimento lento e reduzido, pouca produção
Folhas amareladas ou com distúrbios nutricionais
CULTIVO DESAFIADOR
UMIDADE

Espécies xerófitas: tomilho, alecrim, alfazema, arruda


Espécies higrófitas: aipo, hortelãs, centelha, valeriana
Espécies paludosas: cálamo, chapéu-de-couro, lótus
Espécies indiferentes: capim-limão, fáfia, citronela
Excesso: reduz alcalóides e óleos essenciais
PLANTAS DE DIAS LONGOS

Mais de 14 horas de luz do dia; normalmente 17 horas


Espécies tipicamente setentrionais
Cultivo nos trópicos: crescem pouco
Cultivo nos trópicos, em altitude: cresce mas não floresce
Exemplos: valeriana, cardo-mariano, Tribulus terrestris
Comportamento de duas espécies européias no Brasil

Europa São Paulo SC


Espécie
(1 corte) (2 a 3 cortes) (até 4 cortes)
Melissa
Altura (cm) 80 30 50 a 60
Rendimento (t/ha) 6,0 1,8 a 2,3 Até 3,0
Hortelã-pimenta
Altura (cm) 70 30 40
Rendimento (t/ha) 6,0 1,6 2,0 a 2,2
PLANTAS DE DIAS CURTOS
Cultivo subtropical: vegetam e morrem com a chegada do inverno
Exemplos: buchinha-do-norte, guaraná, unha-de-gato

PLANTAS CRIO-ESTIMULADAS
Angélica, valeriana, alcaçuz, valerianela, Tribulus
terrestris, Crocus sativus, Arnica montana
ALTITUDE

Crescimento, florescimento e concentração de princípios ativos


Maior altitude: < temperatura e > a quantidade de luz
Yacon: > teor de inulina em maiores altitudes
Alcachofra: > teor de cinarina em maiores altitudes
Dente-de-leão: raiz comprida em maiores altitudes
 Piretro: < teor de piretróides em baixa altitude
 Cinaropicrina: baixas altitudes
LATITUDE

São Paulo (latitude 20o): 4t/ha de menta; nunca floresce


RGS (latitude 30-35o): 8t/ha de menta; floresce
Latitudes sul: > teor de alcalóides
 Latitude norte: > teor de taninos
LUZ

Plantas fotoblásticas +: camomila, estévia, piretro, borragem,


calêndula, equinácia, melissa, alecrim
Heliófitas: babosa, calêndula, açafroa, segurelha
Esciófitas: guaco, melissa, chambá, patchuli
Umbrófitas: selaginelas, salsaparrilha, rainha-do-abismo
TIPOS DE SEMENTES

• Ortodoxas (2 a 5% de umidade): sementes em geral


• Recalcitrantes (15 a 20% de umidade) : ipê e espinheira-santa
• Dormentes: tegumento, substâncias químicas
ESCARIFICAÇÃO DE SEMENTES

• Mecânica, química, hidrotérmica


• Punção mecânica: salsaparrilha
• Lixa fina: barbatimão, Bauhinia (20% de germinação ► 60%)
• Vinagre: graviola (15 minutos)
• KNO3 a 0,2%: alfavacas
• Pré-esfriamento (5 a 10º C); 7 dias: melissa
• Giberelina (100mg/L); 24 horas: romã, graviola
• Ácido sulfúrico concentrado; 5 minutos: copaíba, bracatinga
• Água quente (70 a 80º C; até 5 minutos): Oxalis
• Outros: acetona, álcool (sementes resinosas)
SOLO
Textura areno-siltosa a siltosa
Solos arenosos: vetiver, yacon, alecrim, salsaparrilha,
bardana, Tribulus, alcaçuz
Solos siltosos ou de aluvião: fáfia, estévia, cidrão
Solos argilosos: capins aromáticos, arbustos e árvore
nativas
Solo compactado: deficiências nutricionais e doenças
pH de 5,0 a 6 (nativas) e 6,0 a 8,0 (mediterrânicas)
 Hipérico: > pH > raiz e M.S. da parte áerea
Rico em húmus, aerado e bem drenado
ADUBAÇÃO

Composto, húmus de minhoca, cama de aviário, esterco bovino


Adubação verde: guandú, mucuna, feijão-de-porco, etc.
Fosfatos naturais, cinza, bagacilho de destilação
Deficiência nutricional: pouca biomassa e pouco aroma
Espécies de solo fértil: hortelãs, yacon, patchuli
Espécies de solo pobre: alecrim, tomilho, capins-aromáticos
CONTROLE de PRAGAS e DOENÇAS

Preservação de mata nativa: parasitas e inimigos naturais


Coleta manual – pequena escala
Armadilhas: adesivo; iscas envenenadas, plantas atrativas
Lagartas: Bacillus thuringiensis
Extratos: losna, piretro, cabaça, pimenta, piretro, tabaco,
samambaia, urtiga, chinchilo, cavalinha, cinamomo
Tiririca: mucuna e feijão-de-porco
Nematóides: Tagetes minuta; T. patula; T. erecta
Formiga: iscas; cal virgem; gergelim
COLHEITA
Época: raízes e cascas – outono/inverno; folhas e flores – primavera/verão
Período: folhas e flores - pós-orvalho; raízes: a tarde
Teor de óleos essenciais e alcalóides: > de manhã
Teor de polissacarídeos: > à tarde
Índice de colheita de folhas: até 50%
Evitar colher: folhas senescentes, doentes ou muito jovens
Flores: em plena antese (camomila, calêndula)
Evitar dias muito úmidos e chuvosos
Evitar danos aos produtos colhidos
Evitar contaminantes: solo, metais pesados, estercos, invasoras
Evitar lavar folhas e flores
Lavação com jato de água: fáfia, yacon, cúrcumas, bardana
PERÍODO IDEAL DA COLHEITA

Determinado por:
Ponto de maior produção de biomassa;
Ponto de maior produção de princípios ativos;
PA relacionados as diferentes fases da planta;
Dias não chuvoso
Qualidade das Plantas Bioativas

Ponto de colheita: > teor de PA.


Depende de:
Correto manuseio durante e após colheita;
Beneficiamento adequado;
Armazenagem apropriada.
Cuidados com a Colheita

Ex: etherosídeos (final de tarde), óleos essenciais (pela manhã)


Variações de PA ao longo do dia.
Colher com tempo seco e após a evaporação
do orvalho;
Evitar colher partes doentes ou com aspecto
deficiente
Manter a integridade das partes colhidas.
Não misturar espécies aromáticas diferentes
Não deixar plantas aromáticas expostas ao
sol
Beneficiamento Primário

Pré – Limpeza
Secagem
Pós – secagem
Extração de óleos
Pré – Limpeza e Preparo
Pré limpeza e preparo

Aumenta a eficiência da secagem;


Elimina-se as partes desnecessárias
ou indesejáveis;
Varia conforme a espécie;
Lavar, descascar, picar, rasurar,
fatiar, desfolhar.
Alcachofra: separar o
limbo foliar da nervura Fáfia: a raiz é lavada, fatiada
central pois o tempo de ou triturada, para facilitar a
secagem é diferente secagem
Locais apropriados

Construções limpas, arejadas, e de


uso exclusivo para este fim;
Deve proteger da luz do sol e da
chuva;
Proteger dos pássaros, insetos,
roedores e animais domésticos;
Cercadas e com telas nas janelas e
portas de acesso
Pesagem
Importante para aferir rendimento real do cultivo
realizado;
Realiza-se uma 1º pesagem da matéria fresca
antes de entrar na estufa;
E uma 2º pesagem quando sair da estufa para
aferir matéria seca
Secagem
As plantas colhidas tem em torno de 60 a 80% de
umidade
Importante para conservação de suas qualidades:
princípios ativos, aromas, e cor.
A planta deve ter o mínimo de umidade para uma
boa conservação
Camomila

Relação 5:1
5 quilos de flores frescas =
1quilo de flores secas
Teor de umidade em órgãos vegetais

Órgão vegetal Umidade no órgão fresco Umidade permitida (%)


(%)
Casca 50-55 8-14
Erva 50-90 12-15
Folha 60-98 8-14
Flor 60-95 8-15
Fruto 15-95 8-15
Raiz 50-85 8-15
Rizoma 50-85 12-16
Semente 10 – 15 12-13
Porcentagem de água necessária para ação de
microorganismos
Agente Umidade (%)

Bactérias 40-45

Enzimas 20-25

Fungos 15-20

Umidade quer dizer ativação de enzimas e


microrganismos que degradam os princípios
ativos
Redução porcentual de peso de plantas medicinais submetidas a
secagem Hertwig (1991)

Órgão vegetal Redução de peso (%)


Folhas 20-75
Cascas 40-65
Raízes 25-80
Flores em geral 15-80

PARA UM QUILO DE PLANTA SECA PRECISAMOS DE:


5a 8 kg de flores frescas
5 a 6 kg de folhas frescas
4 a 5 kg de plantas frescas
3 a 4 kg de raízes frescas
1,2 a 1,5 kg de frutos
Cuidados com secagem

 Camadas finas: secagem rápida e uniforme;


 Espécies aromáticas diferentes: lotes de secagem
separados;
 Folhas e flores: tempo de secagem diferenciados;
 Antes de retirar as plantas do secador verificar se
existe focos de plantas mal secas com sintoma de
fermentação.
Métodos de secagem

Ao sol;
À sombra
Secagem à temperatura ambiente;
Secagem em secador
SECAGEM AO SOL

Método mais antigo e bastante


simples;
Desvantagens: perda do produto
devido a condições climáticas
adversas e;
Degradação dos PA.

SECAGEM A SOMBRA
Em galpões arejados e telados;
Não é recomendada para cultivos comerciais;
Nem em regiões com alta umidade relativa do ar.
Útil para pré-secagem de ramos e raízes.
Flores e folhas: secagem média em 5 dias.
Secagem a sombra

Não é recomendada para cultivos comerciais;


Em galpões arejados e telados;
Nem em regiões com alta umidade relativa do ar.
Útil para pré-secagem de ramos e raízes.
Flores e folhas: secagem média em 5 dias.
Secagem em secadores
Reduz o tempo de secagem
Pode ser feita com ou sem aquecimento de
ar.
SECADOR SEM AQECIMENTO
O ar é controlado por ventiladores;
Uso emergencial!!!!!!!
Só funciona em dias quentes e secos, quando a
umidade relativa do ar não é superior a 50%.
Tempo variável conforme espécie, conteúdo água
na planta e umidade do ar.

SECADOR COM AQUECIMENTO


Sistema fechado com controle de temperatura
por meio de um fluxo de ar quente;
Fontes de calor: lenha, combustíveis (gás) ou
eletricidade
Secador a lenha

Não pode haver contaminação das plantas com a


fumaça;
Uso da lenha requer autorização dos órgãos
ambientais;
Coloca-se o material sobre bandejas próprias;
2 a 3kg de flores ou folhas por m2;
 Secagem é rápida.
EMBALAGEM
Depende:
Tipo de planta seca (flor, folha, raiz, casca,
sementes)
Quantidade,
Modo de transporte
Distância
Exigências do comprador
RÓTULO
Claro, bem fixado e
de material não-tóxico
 Lei do consumidor
ARMAZENAMENTO
 Armazém
 Limpo e seco
 Livre pragas
Inacessível a animais
Não contaminados

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