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Terpeno = associação unidades isoprênicas (2, 3, 4, 6 ou 8)

Terpenóides = derivados terpênicos/compostos naturais com


parte de origem terpênica

Esteróides = compostos com sistema policíclico derivado do


ciclopentanoperidrofenantreno (núcleo esteróidico)
HO CH3

3 CH 3COOH
(3 acetilcoenzima A) COOH
HO
ácido mevalônico

ATP
- CO2
peso molecular crescente
número de unidades isoprênicas crescentes
- H2O

isomerase

PP O PP O
Pirofosfato de Pirofosfato
3,3-dimetilalila ("isopreno ativo")
de isopentenilo

óleos essencias
MONOTERPENOS
pirofosfato O PP (em C 10) iridóides
de geranil

O PP
SESQUITERPENOS
pirofosfato (em C 15)
de farnesilo

+ 1 isopreno x2

Pirofosfato Esqualeno
de geranilgeraniol
x2
TRITERPENOS
DITERPENOS CAROTENÓIDES (em C 30)
(em C 20) (em C 40) e
ESTERÓIDES
Monoterpenos e Monoterpenóides
Monoterpenos e Monoterpenóides

Óleos essenciais = Essências

• misturas de compostos de origem vegetal


• odorantes
• voláteis
• obtidos por arrastamento a vapor de água (caso geral)
• obtidos por expressão a frio (pericarpo dos frutos de Citrus)
•  óleos fixos por serem inteiramente voláteis
Processos de obtenção

• arrastamento por vapor de água


destilação particular e interessante de líquidos insolúveis um
no outro, seguido do arrastamento do composto mais volátil
pelo menos volátil

arraste a vapor seco

hidrodestilação

água - bom agente de arrastamento/pequena massa molecular (18)


drogas frescas/

drogas murchas/parcialmente secas/grosseiramente divididas

drogas duras - tratamento preliminar/ maceração para

amolecer/facilitar arrastamento
• Arrastamento pelo vapor seco

método suave - vapor de água atravessa a droga vegetal


(droga vegetal sobre uma grade perfurada)/não tem contato
com a água em ebulição

• Hidrodestilação

droga na água fervendo -  rendimento/risco de degradação


o.e. frágeis
óleo essencial (apolar) + água (polar) = emulsão

decantação

óleo essencial (menos denso)


+
água utilizada no arrastamento
• expressão a frio
essência de frutos cítricos - parte externa do pericarpo

procedimento mecânico - as máquinas esfregam o


pericarpo/abrasão do zesto/estoura as bolsas/libera

essências/odor fino/perfumaria/ rendimento

procedimento industrial - trituração total do

fruto/decantação = óleo essencial + suco da fruta


Características
• líquidos a temperatura ambiente (exceção: o.e. anis – sólido)

• odor aromático muito forte, específico

• inteiramente voláteis a temperatura ambiente

• incolores ou amarelo pálido (exceção: o.e. camomila - azul)

• não miscíveis em água

• menos denso que a água (raras exceções)

• solúvel em álcool a título elevado

• solúvel nos solventes orgânicos apolares ou pouco polares


Aparelhos secretores dos óleos essenciais

• células secretoras - pouco ou não diferenciadas, maiores que


as células normais (Lauraceae)

• pêlos secretores - Lamiaceae e Asteraceae

• bolsas secretoras – grande  divisões sucessivas da célula


mãe = órgão esférico ao centro com meato contendo o.e.
(Myrtaceae)

• canais secretores - Coniferae, Apiaceae, Asteraceae


Composição química
Compostos terpênicos

• número de unidades isoprênicas


monoterpenos (mais abundantes e mais voláteis), sesquiterpenos (menos
abundantes) e diterpenos (muito pouco)

• número de ciclos na estrutura


compostos acíclicos, monocíclicos e bicíclicos

• natureza das funções carregadas pelas moléculas


hidrocarbonetos, compostos oxigenados (álcool, aldeído, cetonas, éteres,
ésteres e peróxidos)

Compostos aromáticos derivados do fenilpropano

• classificação segundo o grupamento funcional que eles carregam


MONOTERPENOS (C 10)

Esqueleto de base:

Pinano Bornano

p-Mentano Tuiano
Carbonetos:

Monocíclicos

Limoneno (limão) Felandreno (angélica)

Bicíclicos

alfa beta
Pinenos (terebintina) Sabineno (sabina)
Álcoois:

Acíclicos
CH2OH Geraniol (rosa)

Monocíclicos
Mentol (hortelã-pimenta)

OH

OH
Bicíclicos Borneol (alfazema)
Aldeídos

Acíclicos
CHO Citral
(limão, erva-cidreira...)
Cetonas

Monocíclicas Mentona
(hortelã-pimenta)
O

O
Bicíclicas
O

Cânfora (canforeiro)
Tuiona (Thuya)

Éter óxido

Eucaliptol (eucalipto)

Peróxido

O O Ascaridol (quenopódio)
vermífugo
SESQUITERPENOS (C 15)
CH2OH

Farnesol (Tília)
DERIVADOS DO FENILPROPANO

Aldeídos:
CHO

Aldeído cinâmico (canela)

Fenóis:

HO
OCH3

Eugenol (cravo)

Éter óxido:

H3CO

Anetol (anis estrelado, erva-doce, funcho)


Controle
• Droga à óleos essenciais
ensaio botânico: caracteres morfológicos/microscópicos/
organolépticos - odor deve ser intenso
identificação dos constituintes – CCD

• Óleos essenciais
caracteres organolépticos - importante
caracteres físicos e espectrais: densidade, índice de refração e
poder rotatório
estudo qualitativo e quantitativo da composição: CCD e CG

falsificações- verificar ausência de diluentes/álcool - custo elevado


Empregos
• drogas a óleos essenciais

infusão/propriedades terapêuticas do o.e./ex: hortelã

• óleos essenciais

ex: o.e. eucalipto/o.e. hortelã

• substância pura, isolada dos o.e.

ex: eucaliptol e mentol


Farmácia
Empregos terapêuticos dos o.e.
Antisséptico

o.e. a eucaliptol

Eucalyptus officinalis – Myrtaceae

Droga: folhas (bolsas secretoras)

• in nature
• o.e. do eucalipto
• eucaliptol
Óleos essenciais a derivados fenólicos

Thymus vulgaris – Lamiaceae (Tomilho)


Droga: sumidades floridas

in nature - antisséptico das vias respiratórias

Syzygium aromaticum = Eugenia caryophyllus –

Myrtaceae (Craveiro)

Droga: botão floral = cravo


o.e. eugenol (contém fenol) –
anti-séptico em odontologia
Eupéptico
Facilita a digestão

Mentha piperita - Lamiaceae (hortelã pimenta)


Droga: ramos floridos (pêlos secretores)

o.e.: mentol, mentona, acetato de mentila, mentofurano

• in nature

• o.e. de hortelã
• mentol puro – aromatizar

preparações farmacêuticas via oral


Eupéptico
Drogas a anetol

Pimpinella anisum - Apiaceae (anis/erva-doce)


Droga: fruto

Foeniculum dulce - Apiaceae (funcho)


Droga: fruto

Illicium anisatum - Magnoliaceae (anis estrelado)


Droga: fruto
Anti-espasmódico
(trato digestivo/estômago)

Anthemis nobilis
Asteraceae - (camomila romana)

Droga: capítulo floral

Matricaria chamomilla
Asteraceae - (camomila)

Droga: capítulo floral


aromaterapia

o.e. puros via oral

toxicidade/posologias inadequadas

cetonas monoterpênicas/convulsivantes (tiona, pinocanfona, cânfora)

droga a o.e. não tóxica  o.e. puro pode ser tóxica

Salvia officinalis – o.e. tuiana - acidentes mortais


Empregos dos o.e. como excipientes

aromatizar/perfumar formas farmacêuticas

• formas orais: o.e. de anis, limão, laranja, hortelã - agentes

aromatizantes/mascarar gosto desagradável

• preparações dermatofarmacêuticas: o.e. anti-sépticos –

conservação (alfazema)
Alimentação
• in nature
o.e. sob forma de condimentos/especiarias - canela, coentro,
noz moscada, cravo, gengibre, tomilho, pimenta do reino
Perfumaria
essências naturais (solo  odor)

Citrus (limão, laranja, bergamota), alfazema, alecrim, tomilho,

rosa, jasmim, vetiver...

Obs.: produtos de limpeza e inseticidas


Química de semi-síntese
semi-síntese
o.e. composto de interesse

pineno (pinheiro marítimo) cânfora

citral (lima) vit. A

eugenol (cravo) vanilina


Lipídeos
Óleos Fixos

São ésteres de álcool e de ácido graxo

Classificados segundo:

       A natureza do álcool esterificado


 
-        glicerol  glicerídeos
-        álcool graxo alifático à cadeia longa  cerídeos
(ceras)
-        esterol  esterídeos
       Consistência à temperatura ambiente
Ponto de fusão:

Óleos: líquidos + viscoso........................................5 à 10ºC


Manteigas: pastosas...................................................20ºC
Gorduras: sólidos.......................................................40ºC
 Encontramos os Óleos no reino vegetal e as
Gorduras no reino animal
Os óleos são compostos apolares, insolúveis na água,
solúveis nos solventes apolares ou pouco polares (hexano,
éter, solventes halogenados)
Estado Natural
Os óleos constituem, ao estado natural,
substâncias de reserva energética em todos os
vegetais
- sementes Encontramos,
oleaginosas sobretudo, nas sementes
O TEOR EM LIPÍDEOS PODE CHEGAR A 50% DO PESO
DA SEMENTE

(ex: semente de amendoim)


Pericarpo dos frutos

- frutos oleaginosos (ex.: azeitona, abacate)

Nas células vegetais, os lipídeos estão sob forma


de pequenas gotinhas, no citoplasma
Estrutura dos Triglicerídeos
Os triglicerídeos são triésteres de glicerol, eles se
diferenciam pela natureza dos ácidos graxos
A) ácidos Graxos saturados
Encontramos os ácidos láuricos (C12), mirístico (C14),
palmítico (C16), esteárico (C18)
B) ácidos Graxos insaturados
 Definem-se por 4 características principais:
 Número de carbono
 Número de duplas ligações
 Posição das duplas ligações
 Configuração das duplas ligações: em geral em Cis
Obtenção Industrial de Óleos Vegetais
•  A extração, por pressão da matéria prima, fornece
diretamente o óleo
• Mas, em geral, utiliza-se um solvente orgânico, e depois,
o óleo é submetido a uma operação de refinagem

Expressão (à frio, à quente)


É uma extração por pressão
-  Utiliza-se prensa a parafuso “sem fim”, que permite
trabalhar sob pressão elevada e contínua
-   Submete-se as sementes à 90ºC antes de pressioná-las.
O cozimento permite liberar o óleo, pois estoura as células
e coagula as proteínas.
Extração por solventes

- O solvente mais utilizado é o hexano  sobre as


sementes limpas, descascadas, parcialmente trituradas.

- Recupera-se uma solução de óleo no solvente e uma


farinha sem óleo.

- Funciona a contra-corrente, o que dá uma taxa de


recuperação de óleo, muito elevada: 95 a 99%.
Operações anexas
 
•Refinagem:

É necessário fazer a refinagem. Pois o óleo bruto pode conter água,


ácidos graxos livres, lecitinas, resinas, pigmentos, substâncias
odorantes

 Demucilaginação = desengomar

Eliminar as lecitinas ou as proteínas que se formam no óleo, uma


dispersão coloidal
       Neutralização

Neutraliza os ácidos graxos livres com uma solução


alcalina (NaOH diluído...)
Tem-se formação de sabões que levam por adsorção
uma parte das impurezas (colorantes, fenóis...).
 
       Decoloração

Passa-se o óleo sobre terras absorventes ou sobre


carvão ativado.
• Extração do Insaponificável:

O óleo contém vários glicerídeos e uma pequena


quantidade de outras substâncias que constituem ou
podem produzir o insaponificável.

O Insaponificável contém:

Álcoois (esteróis, álcoois terpênicos)


Vitaminas lipossolúveis
Carotenóides...
 Para Extrair o Insaponificável:

-   O óleo é saponificado por ação do NaOH ou KOH. Os


glicerídeos fornecem os sabões e o glicerol, que são solúveis
na água.
-    O insaponificável é insolúvel na água e o extraímos do
meio por um solvente orgânico apolar.

       Desodorização
Elimina os aldeídos e as cetonas, responsáveis pelos
odores desagradáveis.
Esta operação é realizada por injeção de vapor de água
no óleo à temperatura elevada sob pressão a vácuo.
 
Controle dos Óleos Vegetais
• Dosagem do óleo na droga oleaginosa:

Triturar uma amostra e realizar uma extração contínua à


quente por um solvente apolar. Por evaporação do
solvente, recupera-se o óleo e pesa-o.
Constantes físicas

Determinar:
• Densidade
• Viscosidade
• Índice de refração, etc.
O conjunto constitui a identidade do óleo.
Índices químicos

•   Índice de saponificação:

É o peso de soda ou potássio necessário para


saponificar 1 grama por 100g de óleo.
Informa sobre o comprimento das cadeias de ácidos
graxos. Mas, o índice é elevado, mas as cadeias de
ácidos graxos são longas.
• Índice de iodo:
Consiste em fixar o iodo sobre as duplas ligações, dando,
então, uma informação sobre o número de insaturações dos
ácidos graxos.
 
•      Índice de acidez:
Mostra se há alguma sobra de ácidos graxos livres no óleo.
 
•      Índice de acetil:
Consiste em acetilar as funções álcoois eventualmente
presentes.
Determinação do Insaponificável
      Índice de insaponificável:
Permite determinar o teor em insaponificável. Pode-se
determinar a composição deste insaponificável em
cromatografia gasosa.
 
B)    Pesquisa de falsificações e de alterações
Por CG vemos os ácidos graxos constituintes do óleo.
A boa qualidade do óleo é determinada por absorção em
UV em certos comprimentos de onda.
Empregos dos óleos Vegetais
   Empregos Farmacêuticos

Óleos e derivados de interesse terapêutico

Óleos

-  Azeite: Olea europea – Oleaceae

Obtido por expressão à frio do fruto (a azeitona!).


Óleo rico em ácido oléico (3/4 dos ác. graxos constituintes).
Propriedades colagogas e laxativas à doses de 50g/dia.
Grande valor em dietética.
Rícino: Ricinus communis
Euforbiaceae

Óleo rico em ácido ricinoléico


(80 a 90%).
Propriedades purgativas devido à
ação irritante do ác. ricinoléico sobre
a mucosa intestinal.
 
Óleo de peixe

Certos peixes apresentam uma forte concentração (30%)


em ácido ω–3 polinsaturados, sobretudo ac. ω–3 EPA
(ácido eicosapentaenóico)

O uso cotidiano deste óleo reduz de maneira significante


as concentrações plasmáticas em triglicerídeos,
permitindo, assim, a redução de placas de ateroma.
Posologia: 1g/dia
Ácidos graxos polinsaturados

•   Papoula – Papaver somniferum var nigrum

Óleo rico em ácidos graxos polinsaturados à partir dos


quais se prepara ésteres etílicos, eu serão em seguida
iodados em nível das duplas ligações: obtemos produtos
de contraste utilizados para certos exames radiológicos.
 
Insaponificáveis, extratos de óleos

•   Milho: Zea mays – Poaceae


O insaponificável é rico em diferentes esteróis,
particularmente em β-sistosterol.
Tratamento de paradontopatias, particularmente a
piorréia alveolodentária.
• Soja: Gycine Max – Fabaceae

Constituintes da semente de soja: proteínas, óleos,


lecitinas e ainda servem como fonte de isolamento de
diferentes enzimas.

Insaponificável do óleo de soja + insaponificável do


abacate (Persea americana – Lauraceae) é indicado:
- estomatologia: tratamento de fundo de
paradontopatias;
-       reumatologia: tratmento de dores devido à artrose.
Extratos lipido-esterólicos
 
-  Ameixa da África: Prunus africana – Rosaceae
Prepara-se um extrato lipido-esterólico a partir da casca
desta grande árvore (40m altura).
Contém esteróis e diversos álcoois (docosanol = p.a.).
Propriedades de regeneração do epitélio da próstata e
diminui os distúrbios da micção ligados ao adenoma da
próstata. TADENAN®
 
   Outros Empregos Farmacêuticos dos óleos vegetais
a) Alimentação Parenteral
Emulsões lipídicas estéreis, bem finas, a partir do óleo de soja.
Os lipídios constituem uma fonte energética importante para a
nutrição parenteral de doentes incapazes de se alimentar por via oral.
       
b)  Excipientes
-  Solutos oleosos = preparados com óleo de amendoim, rico em
ácidos graxos insaturados (ac. oléico) e saturados.
 Preparação de soluções oleosas para uso endonasal.
 Preparação de injetáveis oleosos (Obs.: pode-se utilizar também o
azeite)
Supositórios
Utiliza-se o óleo de coco, óleo de palma.
 Estes óleos são transformados para servir como
diferentes excipientes.

Comprimidos drageificados
Cera de carnaúba.
 Reveste, corrige, dá brilho às drágeas.
 
c) Dermofarmácia e Cosmetologia

- Óleo de amêndoa
- Óleo de sentes de diversas Rosaceae (maça, pêssego,
abricot...)
- Óleo de nozes
- Óleo de abacate
-Óleo de rícino
d) Dietética

Óleos contendo triglicerídeos de ácidos graxos


polinsaturados

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