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Triterpenóides e esteróides

HO CH3

3 CH 3COOH
(3 acetilcoenzima A) COOH
HO
ácido mevalônico

ATP
- CO2
peso molecular crescente
número de unidades isoprênicas crescentes
- H2O

isomerase

PP O PP O
Pirofosfato de Pirofosfato
3,3-dimetilalila ("isopreno ativo")
de isopentenilo

óleos essencias
MONOTERPENOS
pirofosfato O PP (em C 10) iridóides
de geranil

O PP
SESQUITERPENOS
pirofosfato (em C 15)
de farnesilo

+ 1 isopreno x2

Pirofosfato Esqualeno
de geranilgeraniol
x2
TRITERPENOS
DITERPENOS CAROTENÓIDES (em C 30)
(em C 20) (em C 40) e
ESTERÓIDES
Triterpenóides e esteróides

• saponosídeos = saponinas
genina triterpênica

genina esteróidica

• heterosídeos cardiotônicos
genina esteróidica

precursor comum: esqualeno em C30


SAPONÓSIDOS/Saponinas
• São heterósidos com a aglicona esteroídica ou
triterpênica
• Caracterizados pela propriedade tensoativa e por um
poder afrogene (espumante) e alguns hemolientes
• Podem caracterizar ação irritante nas mucosas
(esternutatório)
• Caracterização
– Pó branco, quase sempre amargos
– Poder espumante espuma durável
• Dosagem:
– pode-se usar o índice de espuma ou índice hemolítico
– Reações colorimétricas
– HPLC
Empregos Farmacêuticos
• Anti-inflamatório:

• aescina(castanha da índia) ácido glicirrético (alcaçuz Glycyrrhiza


glabra Leguminoseae raiz)
• Cicatrizante: ácido asiático- (Centella asiática)
• Protetor tônico venoso: Ruscus aculeatus- Liliaceae
• Expectorante: devido as propriedades tensoativas: alcaçuz,
Polygala- Polygala senega- Polygalaceae (tronco e raiz)
• Antiespasmódico- Alcaçuz, Hedera helix- Ariaceae (folha e casca
do caule)
• Diurético: salsaparrilha- Smilax sp.- Liliaceae (raiz), saponárias-
Saponaria sp. Cariofilaceae (raiz+rizoma)
Empregos Extra- Farmacêuticos
• Confeitaria (alcaçuz)
• Cosmetologia: sabões e shampoos
• Detergentes
• Emulsionantes
• Produção/Industrias
• São utilizados em semi-síntese de hormônios
esteroidais a partir de sapogeninas esteroídicas
das Dioscorea e das Agave
Principais plantas
• Alcaçuz -Glycyrrhiza glabra -Leguminoseae
• Droga: raiz
• Composição química:
saponósido glicirrizina (6-12%)- responsável
pelo sabor açucarado (ácido glicirrízico)
• Flavonósidos
• Ação fisiológica:
– Antiinflamatório
– Antiúlcera
– Antiespasmódico
– Diurético
– Expectorante
– educolrante
• Castanheira da índia - Aesculus hippocastanum- Hippocastanaceae
• Droga: semente fresca
• Composição química:
– Saponósidos: aescina-escina (10%)
– Flavonóides
– Taninos
• Ação fisiológica:
– Droga total tônico venoso com propriedades vasoconstrictoras (aescina)
– Propriedade vitamínica P( devido aos flavonóides)
• Aescina
– Antiinflamatório
– Antiedema
– Aumenta a resistência capilar
• Empregos:
– Formas galênicas: afecções venosas (venostasin ®)
– Extração da Aescina: antiedema, protetor venoso
• REPARILL DRAGEA E GEL®
• VENOFORTAN®
• VENOSTATIN GEL COMPOSTO®
Centella asiática
• Apiaceae
• Pequena planta herbácea originária de Madagascar
• Droga: planta inteira
• Composição química:
– Saponósidos: asiaticósideo
– Genina: ácido asiático
– Glicona: 1 ramnose e 2 glucoses
• Ação fisiólogica e empregos:
– Eutrófico do tecido conjuntivo
– diurético
– Extrato: cicatrizante e protetor venoso
– em uso externo e interno
• Centella asiática Natural ®
Ginsengs
• Panax ginseng
• Panax quinquefolium Araliaceae
• Panax pseudoginseng
• Droga: raiz
• Composição química:
– Saponósidos: ginsenódidos = Panaxósidos
– Derivados do dammarano
– Genina: protopanaxadiol
– Derivados do ácido oleanólico
• Ação fisiológica:
– Estimulante (astenias e geriatria)
– Anti-fadiga
– cosmetologia
Ruscus aculeatus
• Liliaceae
• Droga: órgão subterrâneos
• Conposição química:
• Heterosidos da ruscogenina
• Ação fisiológica:
• Circulação venosa
– Formas galênicas:Extrato seco
– Extração do saponósido
Medicamentos
GLICOSÍDEOS/ HETERODÍDEOS
DEFINIÇÃO
• Produtos naturais resultado da condensação de um ou mais
grupamento açúcar (glicona) ou um não açúcar (genina ou aglicona)
• A força redutora do carbono anomérico da glicona favorece a
formação do heterósido.
O
R
Carbono
OH
anomérico
• Os glicosídeos são compostos que dão um ou mais açucares entre seus
produtos de hidrólise. O açúcar mais freqüente é a D-glicose embora a
ramnose e a digitoxose a cimarose e outras também sejam
encontradas.
• A glicona e aglicona são sintetizados separadamente e depois se
condensam.
• As gliconas (açucares) provém da fotossíntese e a aglicona possui
estrutura e origem variável
Classificação
• Ela é estabelecida de acordo com a natureza do
heteroátomo da aglicona

O O
R R
+
OH H-X-AGLICONA X----AG

Proveniente da aglicona

• Propriedade Farmacológica está ligada à natureza


da aglicona o açúcar geralmente tem função de
veículo e de biodisponibilidade.
Heterosídeos Cardiotônicos
• Estrutura:
A-) Aglicona/genina:
- natureza esteroídica
- Ciclo lactônico insaturado (cardenólico: ciclo lactônico insaturado
com 5 átomos e uma dupla ligação e bufadienólido: ciclo
lactônico instaurado com 6 átomos e duas duplas ligações)
• Cardenolídeos são encontrados em várias famílias vegetais,
especialmente em Apocynaceae e nas espécies de Digitalis.
• Bufadienolídeos são encontrados nas famílias Ranunculaceae e
Liliaceae.
B-) Glicona/Açucar/ Oses:
-Diferente pelo número (1 à 4): noção de heterósidos 1º e 2º
-natureza: glucose, desoxiose (l- ramnose, D-digitoxose e D-
cimarose)
C-)Ligação osídica–genina ou glicona –aglicona: envolve álcool
secundário em C3 da aglicona esteroídica
Estrutura geral
• G = D-Glucose
• D = Digitoxose
• Ac =grupo acetil
• Digitalis purpurea
• G-D-D-D-AGLICONA heterósido primário
• Se perde a glucose terminal

• D-D-D-AGLICONA heterósido cardiôtonico secundário


• A extração de heterósidos primários é feita a partir de folhas frescas e secundários a
partir de folhas secas (hidrólise enzimática).
• Digitalis lanata
• Grupamento acetil (CH3-CO-) sobre o digitoxose terminal, três tipos de heterósidos
secundários:
• Perda da glucose terminal
• Perda da função acetil
• Perda de ambos
• G-D-D-D-AGLICONA
Ac
Digitalis purpurea: enzima H+ H+ H+

G - D - D - D - GENINA

heterósidos secundários

heterósidos primários

Digitalis lanata: enzima H+ H+ H+

G - D - D - D - GENINA
OH-
Ac
heterósidos secundários
(com ou sem Ac)

heterósidos primários

-
G = beta-D-glucose, D = beta-D-digitoxose, Ac = CH3CO
• Liliaceae
Urginea scilla – escamas dos bulbos
Convallaria majalis – planta inteira florida
Convallaria majalis
• Ranunculaceae
Adonis vernalis – partes aéreas (risco de toxicidade)
• Apocinaceae
Strophantus gratus, S. krombe – sementes
Thevetia nerifolia
Nerium oleander – folhas ( toxicidade)
Nerium oleander
• Escrofulariaceae
Digitalis: principais fontes
Digitalis lanata

Digitalis purpurea
Droga: folhas
atividade diurética
•  hemodinâmica -  débito sanguíneo renal =  filtração glomerular
• inibição da reabsorção de sódio pelo rim

ação emetizante
• doses superiores às doses terapêuticas
• estimulação centros bulbários do vômito
• sinal clínico de alarme

ação arritmogênico - doses tóxicas


ação estimulante fibras lisas - intestino e útero
Mecanismo de ação

H.C. inibem a ATP-ase Na/K:

• bomba de sódio nas células cardíacas


= função liberar saída íons sódio

• H.C. inibe esta bomba

 sódio intracelular

 cálcio intracelular (pois troca Na+/Ca++)

efeito inotrópico positivo


Toxicidade

•  doses terapêuticas – riscos de toxicidade com certos fatores favorecendo


• janela terapêutica estreita

D.A.- Doses ativas


No Pessoas
D.T. - Doses tóxicas

D.A. D.T. Dose


Digitalis purpurea: enzima H+ H+ H+

G - D - D - D - GENINA

heterósidos secundários

heterósidos primários

Digitalis lanata: enzima H+ H+ H+

G - D - D - D - GENINA
OH-
Ac
heterósidos secundários
(com ou sem Ac)

heterósidos primários

-
G = beta-D-glucose, D = beta-D-digitoxose, Ac = CH3CO
O
O

17
14
beta-glucosidase H+
3 5
OH
G-D-D-D-O
H
Digitoxigenina
Digitoxósido = digitoxina = digitalina

Purpureaglucósido A
terminação oxosídeo  terminação oxina
gitoxosídeo  gitoxina
digoxosídeo  digoxina
Fontes industriais de heterósidos cardiotônicos

Digitalis lanata / Digitalis purpurea

Droga: folhas

Composição química:

água, matérias minerais, enzimas, ácidos orgânicos

flavonóides (luteolina)

saponosídeos esteróidicos: digitoxosídeos

digitanol-heterosídeos:diginosídeo
Propriedades farmacológicas

• ação cardiotônica e diurética

• toxicidade: Digitalis lanata é mais potente e mais tóxica

• formas galênicas:

saponosídeos  hidrossolubilidade e reabsorção intestinal H.C.


• Digitoxina

boa absorção intestinal

um período de latência para agir

uma eliminação lenta

• Digoxina

boa absorção intestinal

ação e eliminação mais rápida


Empregos
Digitalis purpurea

• digitoxina -digitoxosídeo - Digitaline Nativelle


comprimidos
dose 0,1 mg –  em insuficiência hepática e renal, e idosos
dose de ataque: 0,8 a 1,2 mg, 2 a 4 dias
dose de manutenção: 0,4 a 0,8 mg/semana

Digitalis lanata
• digoxina – digoxosídeo - Digoxine Nativelle
comprimidos
solução injetável
Propriedades
• Estes glicosídeos são usados na medicina para o tratamento da
insuficiência cardíaca, e intoxicações podem ocorrer depois do
consumo de chás preparados por partes de plantas ou depois do
consumo de flores, folhas ou sementes de plantas que contêm
glicosídeos cardiotônicos.
• Eles atuam em membranas celulares por inibição da enzima
ATPase, interferindo na bomba sódio-potássio, levando a um
aumento intracelular de sódio e diminuição da concentração de
potássio.
• O resultado é a diminuição da freqüência cardíaca e conseqüente
aumento na intensidade da força de contração do miocárdio.
• Sintomas gastrintestinais são normalmente os primeiros
envolvidos. Estes incluem náuseas, vômitos, dores abdominais,
diarréia e anorexia.
• Sintomas neurológicos são tardios, e incluem vertigem, dor de
cabeça, tontura, fadiga, debilidade e alucinações.
• Overdoses levam a paradas cardíacas e à morte.
Fontes Industriais de heterósidos cardiotônicos
• Digitalis Puprpurea
• Digitalis lanata
• Droga: folhas
• Composição química:
• substâncias banais: água, matérias minerais, enzimas,
ácidos orgânicos
• Flavonóides
• Saponósidos
• Heterósidos: diginósidos (aglicona: diginigenina)
• Princípio ativo: heterósidos cardiôtonicos tipo
cardenólico
Digitalis purpurea Digitalis lanata

• A D. lanata é mais potente e mais tóxica


• Digitoxina: boa absorção intestinal, período de latência,
Eliminação lenta
• Digoxina: boa absorção intestinal, ação e eliminação mais rápida
que a digitoxina
• Deslanósido- diferentes formas comprimidos, injetável
Empregos Clínicos
• A droga de escolha para pacientes com
a arritmia cardíaca denominada de
fibrilação atrial rápida, mas seu uso é
mais controverso em pacientes com
insuficiência cardíaca congestiva (ICC)
sem arritmia associada.
• O modo de ação dos glicosídeos
cardíacos como a digoxina aumentam a
contração do músculo do coração,
provavelmente pelo aumento da
disponibilidade intracelular de íons Ca2+.
Heterosídeos cardiotônicos
• Mais de 30 glicosídeos cardiotônicos já foram isolados
das folhas de D. purpurea e D. lanata, incluindo a
digoxina e a digitoxina que são os principais.
• Nenhuma dessas substâncias foi até hoje
comercialmente sintetizada e ambas ainda são
extraídas das folhas dessas espécies, sendo que
atualmente há na Europa alguns cultivares
geneticamente melhorados onde o rendimento de tais
substâncias é bem superior ao da planta nativa.
• A cada ano, cerca de 1.500 Kg de digoxina e 200 Kg de
digitoxina são prescritas para centenas de milhares de
pacientes ao redor de todo o mundo.
• Embora o desenvolvimento de novas drogas tenha se
somado ao vasto repertório de drogas cardíacas, as
digitalis ainda salvam muitas vidas a cada ano.
Medicamentos

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