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Direito do Consumidor

Clausulas Abusivas e Marcos Civil Internet


Profa. Fernanda Macedo

Programa de Pós-Graduação Lato


Sensu da FGV DIREITO SP - GVlaw
Contrato de adesão
Contratos de Adesão –
Art 54 CDC
 Massificação da produção;

 Necessidade de uma nova forma de contratar, lastreada no escoamento


desta produção de forma célere.
 Impossibilidade de discutir a formação do contrato.

 Art. 54. CDC- Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido
aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente
pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa
discutir ou modificar substancialmente o conteúdo.
Contratos de Adesão –
Art 54 CDC
 Mitigação do princípio do “pacta sunt servanda”.

 O papel do contrato de adesão é de agilizar as transações jurídicas,


democratizando as relações negociais;
 Possibilidade de intervenção do Estado na formação dos contratos.

 Possibilidade de alterar clausulas contratuais caso não mude


substancialmente o conteúdo do contrato.
Cláusulas Abusivas
CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR
Art. 51 – São nulas de pleno direito, entre outras, as
cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de
produtos e serviços que:
I – impossibilitem, exonerem ou atenuem a
responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer
natureza dos produtos e serviços ou impliquem
renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de
consumo entre o fornecedor e o consumidor – pessoa
jurídica, a indenização poderá ser limitada, em
situações justificáveis;
CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR
II – subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da
quantia já paga, nos casos previstos neste código;
III – transfiram responsabilidades a terceiros;
IV – estabeleçam obrigações consideradas iníquas,
abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem
exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a
equidade;
V – Vetado;
CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR
VI – estabeleçam inversão do ônus da prova em
prejuízo do consumidor;
VII – determinem a utilização compulsória de
arbitragem;
VIII – imponham representante para concluir ou
realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;
IX – deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o
contrato, embora obrigando o consumidor;
X – permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente,
variação do preço de maneira unilateral;
CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR
XI – autorizem o fornecedor a cancelar o contrato
unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao
consumidor;
XII – obriguem o consumidor a ressarcir os custos de
cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe
seja conferido contra o fornecedor;
XIII– autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente
o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua
celebração;
CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR
XIV – infrinjam ou possibilitem a violação de normas
ambientais;
XV – estejam em desacordo com o sistema de proteção
ao consumidor;
XVI – possibilitem a renúncia do direito de indenização
por benfeitorias necessárias.
CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR
• São 16 hipóteses de clausulas abusivas elencadas
num rol EXEMPLIFICATIVO.
•Secretaria de Direito Econômico- Portarias com
hipóteses complementares de clausulas abusivas.

•http://www.decon.com.br/portaria03.htm
•http://sistemas.rei.unicamp.br/ggbs/pdf/portaria-5-
Attach_s470021.pdf
Decisões do STJ sobre Cláusulas
abusivas nos contratos
imobiliários

 http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/pt_BR/Comunica
%C3%A7%C3%A3o/Not%C3%ADcias/Not
%C3%ADcias/Os-conflitos-na-compra-e-venda-de-im
%C3%B3veis
Cláusulas abusivas contratos
planos e seguros saúde.
 1) Limitação do prazo de internação- Súmula 302 STJ

 2) Exclusão de cobertura de prótese- Súmula 112 STJ

 3) Exigência de novas carências pela mora do consumidor. STJ - REsp:


285618 SP 2000/0112252-5
 4) Reajuste por mudança de faixa etária- STJ - REsp: 809329 RJ 2006

 5) Exclusão de tratamento de doenças infectocontagiosas-STJ - REsp:


244847 SP 2000/0001419-2
CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR
Merece ainda destaque o disposto no art. 52, §§ 1º e 2º:
Art. 52 – No fornecimento de produtos ou serviços que
envolva outorga de crédito ou concessão de
financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá,
entre outros requisitos, informá-lo prévia e
adequadamente sobre:
I – preço do produto ou serviço em moeda corrente
nacional;
II – montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual
de juros;
III – acréscimos legalmente previstos;
CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR
IV – número e periodicidade das prestações;
V – soma total a pagar, com e sem financiamento.
§ 1º - As multas de mora decorrentes do
inadimplemento de obrigação no seu termo não poderão
ser superiores a dois por cento do valor da prestação.
§ 2º - É assegurada ao consumidor a liquidação
antecipada do débito, total ou parcialmente, mediante
redução proporcional dos juros e demais acréscimos.
Isto significa que a multa por inadimplemento foi
reduzida de 10% para 2%, redução esta que teve
amparo no Código Civil.

Quando o consumidor pretender antecipar o pagamento


das parcelas de preço, pode fazê-lo por vontade própria,
obrigando-se o fornecedor a reduzir proporcionalmente
os juros e demais acréscimos.
Comércio Eletrônico
(e-commerce)
Comércio Eletrônico
(e-commerce)
 A capacidade de comprar e vender produtos e serviços através da Internet.
Inclui a exposição de bens e serviços on-line, bem como a colocação de
pedidos, faturamento, atendimento e ainda todo o processamento de
pagamentos e transações.

 Termo usado para identificar um sistema comercial montado por uma


empresa para atender automaticamente aos seus clientes através da internet.
DADOS ESTATÍTICOS
 Conforme informações do site TERRA, quase metade dos 194 milhões
de brasileiros tem acesso à internet no país, segundo uma pesquisa
divulgada nesta sexta-feira.
 O estudo, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e
Estatística (Ibope) com dados do terceiro trimestre, mostrou que 94,2
milhões de pessoas têm acesso à rede mundial de computadores no país.
 Esse número abrange as pessoas maiores de 16 anos que acessam a
internet em qualquer lugar (domicílios, trabalho, escolas, lan houses ou
outros locais), assim como as crianças e adolescentes que se conectam à
internet em casa.
 Sem considerar estes últimos, 85,3 milhões de pessoas acessaram a
internet durante o terceiro trimestre de 2012, o que representou um
crescimento de 2,4% sobre o trimestre anterior, e 8,8% a mais ante o ano
anterior, acrescentou a pesquisa.
 (fonte: http://tecnologia.terra.com.br/internet/mais-de-94-milhoes-de-pessoas-tem-acesso-a-internet-no-
brasil,cb6b279cbc99b310VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html. Publicado em dezembro/2012)
 Ainda, conforme informações do site IDGNOW (www.idgnow.com.br),
o comércio eletrônico no Brasil faturou R$ 10,2 bilhões no primeiro
semestre do ano de 2012, tendo aumento de 21% em comparação ao
mesmo período do ano anterior, quando registrou R$ 8,4 bilhões.  A
expectativa de crescimento para o primeiro semestre era de 25%, mas a
crise que atingiu a Europa e os Estados Unidos, com queda de quase 26%
da geração de empregos (segundo o Ministério do Trabalho) e retração de
3,8% na produção industrial (dados do IBGE) impossibilitou que se
chegasse ao índice esperado. 
 As compras feitas por um dispositivo móvel (seja smartphone ou tablet)
representaram 1,3% de todas as compras online no país. Em 2011, esse
número era de apenas 0,3%. Os dados foram apresentados nesta quarta-
feira (22/8) durante a 26ª edição do relatório WebShoppers, realizado
pela e-bit com o apoio da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico
(camara-e.net).
 Na pesquisa, foi apontado também que, quando decidem fazer compras a
partir de dispositivos móveis, 22% das mulheres utiliza um iPhone ou
iPad, que possui o sistema operacional iOS, enquanto 55% dos homens
utilizam um dispositivo com Android. O tíquete médio de compras via
iPhone é de R$ 408, enquanto o valor via Android é de R$ 540. Isso,
provavelmente, se deve pela maior compra de produtos eletrônicos por
parte dos homens, aumentando assim o valor gasto.
 A quantidade de consumidores que realizaram compras pela internet
cresceu significativamente, com a contínua entrada da Classe C. Nos
primeiros seis meses do ano, 5,6 milhões de pessoas fizeram sua primeira
compra online até hoje, resultando em 37,6 milhões de e-consumidores.
O número de pedidos também apresentou números expressivos: foram
realizadas aproximadamente 29,6 milhões de encomendas nas lojas
virtuais brasileiras no período analisado (em 2011 foram registrados 25
milhões de pedidos), com um tíquete médio de R$ 346. 
 Ainda de acordo com a publicação do site idgnow.com.br, a colocação
final dos setores com maior venda pela internet, até o primeiro semestre
de 2012, ficou da seguinte forma:
 “Eletrodomésticos” em primeiro (13%),

 “Saúde, beleza e medicamentos” em segundo (13%),

 “Moda e Acessórios” (11%) em terceiro.

 “Livros, assinaturas de revistas e jornais” (10%) e

 “Informática” (9%) finalizaram a lista.


EVOLUÇÃO DO E-COMMERCE – FATURAMENTO
ANUAL DO BRASIL – EM BILHÕES

 Fonte(http://www.e-commerce.org.br/stats.php)
 O contrato eletrônico é uma consequência imprevisível e que foi bem recepcionada pela
internet. O computador encurta a distância e facilita a celebração de negócio,
conferindo segurança ao pagamento. O seu ponto forte, e porque não dizer a sua
vulnerabilidade, reside na boa-fé (leia-se confiança), o que anima recorrer ao conceito
do art. 422 do CC.

 (Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato,


como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.)

 Muita coisa mudou e devemos nos adaptar rapidamente ou na velocidade do sistema.

 Não há contato físico e exame in loco da mercadoria. O consentimento é traduzido por


sinal de teclado ou mouse. Romperam-se as barreiras e os limites territoriais.
Vantagens do e-commerce
 Permite realizar negócios sem as

barreiras de tempo e distância


 24h/dia – 7dias/semana

 Exposição de produtos e da empresa

 Maior agilidade entre clientes e fornecedores

 Redução da burocracia

 Fácil acesso aos produtos e suas informações

 Maior comodidade e praticidade para os clientes

 O custo operacional é relativamente inferior ao comércio tradicional

 É ideal para nichos de produtos


Desvantagens/Desafios

 Impessoalidade

 Receio de fraudes – violação de dados

 Erros/má projeção do site

 Pagamento de Fretes

 Prazos de Entrega
A FUNÇÃO DOS INTERMEDIÁRIOS

 São chamados intermediários dos negócios realizados na rede mundial os


provedores de serviços na internet.
 São eles:

 - provedor de backbone ou infraestrutura: oferece conectividade


vendendo acessórios à infra de outras empresas, que fazem a revenda de
acesso aos usuários finais (Embratel, Rede Nacional de Pesquisa, etc);
 - provedor de acesso: fornece serviços para que os consumidores possam
acessar a internet (Telefonica, NET, etc);
- provedor de hospedagem: possibilitam
armazenamento de dados em servidores próprios
de acesso remoto e a possibilidade de acesso a tais
arquivos (UOL, IG, etc); podem ainda oferecer aos
seus usuários plataformas diversas, como blogs e
redes sociais;
 provedores de correio eletrônico: permitem
enviar e armazenar mensagens a outros usuários;

 provedores de conteúdo: disponibilizam na


Internet informações criadas por si, ou por
terceiros, usando servidores próprios ou um
provedor de hospedagem para armazená-las
(desde pessoas físicas que mantém um website,
até os grandes portais de imprensa);
Lei n. 12.965/2014
Marco Civil da internet
 É o marco civil da internet e estabelece deveres aos provedores, dentre os quais:

 usar tecnologias adequadas (todos os provedores);

 conhecer os dados dos seus usuários (IP, momento de login e logout);

 Na provisão de conexão à Internet, onerosa ou gratuita, é vedado monitorar, filtrar,


analisar ou fiscalizar o conteúdo dos pacotes de dados, ressalvadas as hipóteses
admitidas em lei.
 prazo de um ano para armazenamento dos registros de conexão; (somente de acesso,
e não de aplicativos);
 não monitorar e não censurar os servidores, salvo ordem judicial;
DOCUMENTO VERSUS
DOCUMENTO ELETRÔNICO
 Requisitos do documento como instrumento de representação histórica de
um fato ou meio físico de exteriorização de uma vontade declarada.
 Capacidade de incorporar e transmitir uma declaração (docência) e
suporte que substitua o papel e a fita magnética (mudança da declaração
corporal para uma não corporal).
 Os “bits” e “bytes” tem necessária segurança para cumprir a função
transmissora? É fundamental regulamentar a assinatura digital, sendo que
o número do cartão de crédito, com transferência de valores, ganha peso
decisivo.
 Devemos aceitar que os registros eletrônicos sejam equiparados aos
documentos privados, conquanto cumpram os requisitos que são comuns aos
papéis convencionais:
 Identificação: o remetente da mensagem é quem diz ser?

 Autenticação: identificação do verdadeiro remetente e certeza de sua não


adulteração;
 Impedimento de rejeição: evitar que a pessoa que encaminhou o arquivado
negue que o tenha feito;
 Verificação: possibilidade de se proceder à identificação e autenticação de
uma determinada mensagem;

 Privacidade – impedir que os conteúdos sejam conhecidos por terceiros.


CONFIRMAÇÃO DOS
CONTRATOS
a. Modos de identificação digital: senhas;
passwords, logins, assinatura digital, chaves
públicas, criptografia, certificação de origem da
mensagem etc;
b. Os riscos: aquele que organiza a negociação via
eletrônica assume o risco de identificação e
imputação errônea da vontade negocial
O risco de contratar com incapazes é de quem mantém o
site;

Assinatura digital, ou criptográfica, com chave pública


(assimétrica), consiste, basicamente, de uma senha – chave
– privada para codificar (embaralhar) um determinado
documento e de uma outra chave, agora pública, para
decodificar, ou decifrar o documento enviado; é um selo
digital;
PRINCIPAIS MODELOS
DE CONTRATOS
1) SITES DE FORNECEDORES (LOJAS
VIRTUAIS)
lojas exclusivamente virtuais (submarino);
lojas de forma complementar (pão de açúcar);
lojas com entrega exclusivamente on line OU de
entrega de produtos virtuais, como software;
imusic;
OBSERVAÇÕES
- efeitos da publicidade: art. 30 – toda publicidade
suficientemente precisa vincula. Neste sentido: RESp 363939,
Rel. Nancy Andrighi. No caso, houve venda de carros FIAT on
line, de concessionária que quebrou; a fábrica respondeu pela
proposta;
- erro da oferta – a princípio vincula o fornecedor, salvo se o
erro era reconhecível pelo destinatário da oferta
- a errata – no CDC a oferta tem caráter permanente, de modo
que não basta fazer uma errata para retirar os efeitos
vinculativos da oferta;
- demora ou não entrega do serviço ou produto;
SITES FACILITADORES OU
INTERMEDIÁRIOS:
Neste caso, são caracterizados de várias formas:
disponibilização de espaços para publicidade alheia
(banners, ícones, mediante link). Aqui também se
inclui o shopping virtual, que agrupa ofertas de
várias lojas (buscapé);
OBSERVAÇÕES
 - parece que simples provedores de hospedagem não responderiam, a princípio,
pelos danos causados por fornecedores a consumidores, salvo se a ilicitude era
manifesta, ou se, avisada, ainda manteve o link;

 - responsabilidade civil nos sites de leilões (B2B, com fornecedores) (B2C, com
consumidores, como o mercado livre) (C2C, entre consumidores):
 É solidária a responsabilidade? Se se tratar de B2C, sim, conforme
entendimento de Cláudia Lima Marques.
 Jurisprudência amplamente dividida; possibilidade da figura de redes
contratuais, que se unem para prestar serviços a terceiros;

 - talvez a melhor regra seja: se o site intermediário despertar a confiança do


consumidor, que somente contrata pela aparência de seriedade, há
responsabilidade;
- sites de compra coletivas – aparentemente há
responsabilidade solidária do provedor, que
deve selecionar prestadores de serviços sérios
para oferece-los aos clientes;

- sites de classificados também se incluem


dentre as espécies de sites facilitadores ou
intermediários;
RESPONSABILIDADE CIVL. Dano moral .Uso de dados
pessoais por terceiro em fraude para realização de cadastro
junto ao Mercado livre. Provedora da internet que cobra por
seus serviços, bem como aufere comissão diante das
negociações realizadas. Dever de fiscalizar os anúncios e os
cadastros de seus usuários. Excludentes da culpa exclusiva do
ofendido ou de terceiros não evidenciados Obrigação de
reparar configurada Responsabilidade objetiva. Indenização.
Fixação que deve ser apta para desestimular a reiteração de
atos gravosos, sem, no entanto, constituir fonte de
enriquecimento desproporcional à vítima Valor de R$
30.000,00 que atende aos objetivos da lei. Apelo provido.
(Apelação 0275493-87.2009.8.26.0000. Relator: Galdino
Toledo Junior. DJ de 29.11.2012- TJSP)
O entendimento do C. STJ e do TJSP sobre
as fraudes em transações bancárias
eletrônicas
 “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.
RESPONSABILIDADE CIVIL. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. VALORES
INDEVIDAMENTE SACADOS DE CONTA CORRENTE, VIA
INTERNET, DE FORMA FRAUDULENTA POR TERCEIRO. DEFEITO
NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. FALHA NA SEGURANÇA
LEGITIMAMENTE ESPERADA PELO CORRENTISTA. OBRIGAÇÃO DE
INDENIZAR. DANO MORAL IN RE IPSA. PRECEDENTES. PENA
PRIVADA. INAPLICÁVEL. REPETIÇÃO NA FORMA SIMPLES. ENGANO
JUSTIFICÁVEL. ARTIGO 42, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CDC.
RESTABELECIMENTO DA SENTENÇA. AGRAVO REGIMENTAL
DESPROVIDO.” (AgRg no Resp 1138861. Relator: Ministro Paulo de Tarso
Sanseverino. DJ de 10.5.2012)
 RESPONSABILIDADE CIVIL. Danos morais. Transferências e
empréstimos eletrônicos não realizados pelo correntista. Imediata
comunicação da fraude ao banco e à autoridade policial pelo lesado. Falha na
segurança do serviço bancário disponibilizado ao correntista.
Hipossuficiência do consumidor e verossimilhança de suas alegações.
Inversão do ônus probatório. Responsabilidade objetiva do fornecedor do
serviço que só poderá ser elidida nos casos previstos no § 3o, do artigo 14, do
CDC, o que não se verificou na espécie. Hipótese em que os débitos
impugnados acarretaram sério abalo psicológico ao consumidor do serviço
bancário, afetando direitos da personalidade, caracterizados então os danos
morais indenizáveis. Constatação de indevida inclusão de seu nome em
cadastro dos emitentes de cheques sem fundos. Negligência do banco
evidenciada. Responsabilidade civil configurada. Danos morais, que
prescindem no caso de prova da verificação do prejuízo, caracterizados.
Indenização fixada na sentença em RS 20.000,00 e majorada para
R$30.000,00, corrigidos da data do acórdão. Recurso adesivo provido, em
parte, improvida a apelação manifestada pelo réu. (apelação 0234419-
19.2010.8.26.0000. Relator: João Camillo de Almeida Prado Costa. DJ de
6.2.2013)
Deveres inerentes a qualquer site
de comércio eletrônico
 a) controle de acesso, mediante sistemas de
autorização;

b) sistema de firewall, para evitar invasões de


terceiros e preservação da segurança;

c) mecanismos de cancelamento de operação ou de


comunicação de problemas;
A questão da competência para análise da fraude nos
contratos eletrônicos

 Outra referente aos contratos eletrônicos é a determinação do lugar da sua


celebração.

 Tal observação é fundamental para a resolução de problemas decorrentes da


definição de onde a parte prejudicada poderá procurar os meios legais para resolver
os impasses decorrentes do cumprimento do contrato, bem como da lei aplicável.

 No Brasil, o Código Civil determina no art. 435 que:

 “Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto”.


 Assim sendo, o negócio jurídico contratual reputa-se celebrado no lugar em que foi
proposto, ou seja, no local onde a proposta foi expedida, o que pode se dar em
território nacional ou internacional.

 A Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro menciona que a obrigação


resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente,
devendo ser aplicada a respectiva legislação;

 “Art. 9º - Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que


constituírem.

 § 2º - A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que


residir o proponente”.
De tal forma, se o site estiver hospedado na Áustria e
alguém do Brasil formalize alguma espécie de contratação
on line, conclui a maioria da Doutrina que o contrato
aperfeiçoou-se naquele país, o que consequentemente
submeterá o instrumento à legislação austríaca.
E não teria, a localização dos servidores utilizados,
qualquer relevância nessa questão de competência
territorial.
Por outro lado, tratando-se de contrato eletrônico
formalizado e aperfeiçoado no Brasil, de rigor a aplicação
do CDC.
Projeto de lei 281/2012

 http://www.senado.leg.br/atividade/rotinas/materia/
getPDF.asp?t=112481&tp=1
Debate
 Uber e o consumo de serviços na nova economia digital

Sobre o Uber, o início das operações do aplicativo no Brasil dá causa à discussão sobre a
possibilidade da prestação de serviços de transporte individual por particulares que não sejam
taxistas. Envolve no caso, a discussão sobre a própria natureza do serviço de transporte
individual (se apenas pode ser prestado como espécie de serviço público, ou se também se
coloca como atividade econômica) e a necessidade de sua regulação. Em sentido mais amplo,
coloca em evidência o conflito que se anuncia será cada vez mais frequente, entre a disciplina
jurídica de serviços prestados sob regulação tradicional, e os novos modelos de negócio que
surgem da economia digital. E da mesma forma, a capacidade dos instrumentos oferecidos
pela internet para a organização de cadeias de fornecimento. Há alguns dias, a determinação
de bloqueio do aplicativo de comunicação instantânea Whatsapp, em todo o Brasil, por
decisão judicial de primeiro grau, tornou-se mais um exemplo desta tensão.
Fonte http://www.conjur.com.br/2015-dez-28/retrospectiva-2015-direito-consumidor-dominou-debates-juridicos
Debate
Dividam-se em dois grupos:

a)Os que defendem a Legalização do UBER na

b)Os que são contra a legalização do UBER na

Apontem em suas teses os seguintes aspectos:

a)Mobilidade Urbana;

b)Concorrência;

c)Marco Civil da Internet;

d)Responsabilidade Civil em caso de acidente de consumo.

http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2015/05/por-que-o-uber-deve-ser-
debatido.html
Até a próxima aula

 Fonte de consulta dos slides: https://www.google.com.br/url?


sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0ahUKEwjWn_2v38XMAhXLfpAKHevRAZ4QFggcMAA&url=http%3A%2F
%2Funifafibe.com.br%2F2013_arquivos_congresso%2Fcontratos_eletronicos_-_aula_bebedouro.pptx&usg=AFQjCNEPyGfLU0Vx-
DSO4g4hgv1AcUyL3A&bvm=bv.121099550,d.Y2I

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