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PROJETO ELÉTRICO

INTRODUÇÃO

A partir de agora você receberá orientações de como


analisar e interpretar um projeto elétrico. A intenção não é
torná-lo um projetista, mas dar a você subsídios para que o
execute de maneira correta. Muitos “eletricistas” se limitam
a execução da instalação elétrica. Por vezes, os símbolos
apresentados em projetos elétricos não são interpretados
com os conhecimentos técnicos necessários. Mas saiba que
o significado, como e porque os dados são apresentados em
um projeto elétrico, são conhecimentos importantes e com
certeza você já vem adquirindo ao longo dessa jornada.
INTRODUÇÃO

A melhor maneira de você aprender a interpretar e


analisar um projeto é começando uma interpretação de um
pequeno projeto elétrico residencial.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Um projeto elétrico é composto de:
 Plantas (baixa e leiaute, quando necessário);
 Esquemas (unifilares, e outros complementares como:
prumadas, antena, alarme, segurança, iluminação de emergência
e outros, quando necessário);
 Desenhos dos quadros de distribuição;
 Desenhos de detalhes de montagens quando necessários;
 Memorial descritivo; (são as soluções encontradas e sugeridas

pelo projetista);
 Memória de cálculos (dimensionamentos de condutores

eletrodutos e proteções);
 ART (anotação de responsabilidade técnica).
PLANTA BAIXA
A planta baixa é o nome que se dá ao desenho de uma
construção feita, em geral, a partir do corte horizontal a
uma altura de 1,5m a partir da base. Nele são observados
os ambientes do apartamento visto de cima. Acompanhe a
figura seguinte.
PREVISÃO DE CARGAS DA FUTURA
INSTALAÇÃO ELÉTRICA
Com a planta baixa em mãos contendo todas as dimensões
dos ambientes, é feito o levantamento de todas as cargas
de cada ambiente, seguindo os critérios da norma NBR
5410/2004 (Norma de Instalações Elétricas de Baixa
Tensão).

Vamos analisar algumas previsões de nosso projeto. Para


isso vamos fragmentar nossa planta baixa em ambientes.
ILUMINAÇÃO

Acompanhe os critérios mínimos de pontos de luz pela Norma NBR 5410/2004.


 ‡Para recintos com área igual ou inferior a 6m 2: atribuir um mínimo de 100VA;

 ‡Para recintos com área igual ou superior a 6m 2 100VA para os primeiros 6m2,

acrescido de 60VA para cada aumento de 4m2 inteiros.


Primeiro 6m2 = 100VA.
Veja o ambiente da sala. Restante 4m2 = 60VA;
Área = 6 x 4 = 24 m². 4m2 = 60VA;
4m2 = 60VA;
4m2 = 60VA;
2m2= – (desconsideramos a menor fração de 4m2).
Total 24m2= 340VA.
TOMADAS DE USO GERAL (TUG’S)
São as tomadas dedicadas a aparelhos portáteis de eletrodomésticos em geral.

Veja os critérios para estabelecer a quantidade mínima de tomadas de uso geral:


 ‡Cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6m 2: no mínimo, uma tomada;

 ‡Para recintos maiores que 6m2: uma tomada para cada 5m ou fração de perímetro, espaçados

tão uniformemente quanto possível;


 ‡Para cozinhas, copa, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais semelhantes: uma

tomada para cada 3,5m ou fração de perímetro, sendo que acima da bancada da pia devem ser
previstas no mínimo duas tomadas de corrente;
 ‡Para banheiro: uma tomada perto do lavatório, com distância mínima de 60cm do box,

independente da área;
 ‡Subsolo, varandas, garagens ou sótãos: no mínimo uma tomada, independente da área;

 Em banheiros, cozinhas, copas e áreas de serviço, lavanderias e locais semelhantes:

◦ as três primeiras tomadas 600VA, as demais 100VA para cada uma das excedentes,
considerando cada ambiente, separadamente;
◦ Demais cômodos ou dependências: 100VA por tomada.
TOMADAS DE USO GERAL (TUG’S)
Vamos ver o caso da planta abaixo:
Calculamos o perímetro (soma dos lados) da sala:

P = 6+4+6+4 = 20 Metros

Utilizando o critério da norma:


ambiente >6m2 uma tomada para cada 5m de
perímetro, tão uniformemente quanto possível.

Logo: 20/5 = 4 tomadas

Deve-se distribuir de maneira uniforme as 4


tomadas de 100 VA na sala.

Atenção
A norma NBR 5410/2004 estabelece o mínimo. Não quer dizer que você
não possa colocar sempre mais, mas nunca menos.
TOMADAS DE USO ESPECÍFICO (TUE’S)
Você sabia que além das tomadas de uso geral, existem aquelas
destinadas à ligação de equipamentos fixos estacionários? É verdade! E
elas são os chuveiros elétricos, torneiras elétricas, aparelhos de ar
condicionado, secadoras e lavadoras de roupa, forno microondas, e
outros.

Critérios para estabelecer a quantidade mínima de tomadas de uso


específico:

A quantidade de tomadas de uso específico é estabelecida de acordo


com o número de aparelhos de utilização. Os pontos dessas tomadas
devem estar localizados no máximo a 1,5m do ponto previsto para a
localização do equipamento.
Após todos os levantamentos de necessidade de carga do
apartamento, o próximo passo será você organizar todas
as suas previsões em uma tabela chamada Quadro de
Previsão de Carga.

Observe!
QUADRO DE PREVISÃO DE CARGAS
SÍMBOLOS PARA ELETRODUTOS E
DISTRIBUIÇÃO

FONTE: APOSTILA DO CURSO


SÍMBOLOS PARA ELETRODUTOS E
DISTRIBUIÇÃO

FONTE: APOSTILA DO CURSO


QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO

FONTE: APOSTILA DO CURSO


INTERRUPTORES

FONTE: APOSTILA DO CURSO


LUNINÁRIAS E LÂMPADAS

FONTE: APOSTILA DO CURSO


TOMADAS

FONTE: APOSTILA DO CURSO


REPRESENTAÇÃO DOS SÍMBOLOS
GRÁFICOS NA PLANTA BAIXA
Primeiro, são representadas as tomadas,
lâmpadas e pontos de comando sem a
interligação das tubulações. Observe!
Em seguida, deve-se interligar os eletrodutos
do quadro de distribuição aos pontos de luz,
tomadas, os pontos de comandos e atribuir as
suas cargas.

Observe que nos pontos de utilização não foram atribuídos valor


de
potência. Isso se dá pelo fato destes pontos serem de potência
mínima exigida. Ou seja, 100VA.
DIVISÃO DAS INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS EM CIRCUITOS
A divisão das instalações elétricas é feita em
circuito de distribuição (alimentador) e
terminais.

A divisão da instalação elétrica em circuitos


terminais facilitará a operação e a manutenção,
além de reduzir a interferência em outros
pontos de utilização e a corrente dos mesmos.
RECOMENDAÇÕES DA NBR 5410 EM
RELAÇÃO A DIVISÃO DE CIRCUITOS
• Os circuitos devem ser individuais de acordo com os equipamentos a serem
utilizados, e, em particular, ter a separação de circuitos de iluminação e tomadas;
• Deve ser previsto circuitos individuais para tomadas de cozinhas, áreas de serviço, e
locais semelhantes, tanto quanto necessário;
• Limitar a potência dos circuitos em 1200VA a 1500VA, em 127V e 2200VA a
2500VA, em 220V para circuitos de iluminação, 1800VA a 2000VA para 127V e
3600VA a 4000VA para tomadas de utilização geral (TUG’s), e em circuito
individuais de usos exclusivos (TUE’s), em 127V ou 220V, de acordo recomendações
do fabricantes;
• Em circuitos de tomadas de cozinhas, área de serviço, lavandeiras e semelhantes, a
norma determina o limite de 2100VA, sendo até três tomadas de 600VA e três de
100VA. Se forem previstas sete tomadas, deve se adotar duas de 600VA e as demais
de 100VA;
• Nas instalações alimentadas com duas ou mais fases, a potência total da instalação
deverá ser distribuída pelas duas ou três fases, a fim de obter um maior equilíbrio
possível entre as fases.
QUADRO DE DIVISÃO DE CARGA
PLANTA COM DISTRIBUIÇÃO DE
FIAÇÃO
Depois dos circuitos identificados e separados é hora de fazer a
distribuição de toda a fiação
LEGENDA DO PROJETO
O DIAGRAMA UNIFILAR
O Diagrama Unifilar, dá ao eletricista a visão geral da
instalação elétrica sem mostrar detalhes de ligação ou
funcionamento da mesma. Nele está a representação de
todos os circuitos, com todos os seus disjuntores de
proteção, com a indicação de cada circuito que irá
proteger e seção do condutor de cada circuito.
FIM!!

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