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GIACOMO

LEOPARDI
EMILY LIMA MATOS.
ILUSTRAÇÕES
BIOGRAFIA:
 Giacomo Leopardi nasceu em Recanati, província de Macerata, em 1798 e morreu em Nápoles
em 1837. Ele foi um filósofo, ensaísta e poeta italiano. Suas obras manifestam pessimismo,
melancolia e ceticismo (falta de crença).
 O seu primeiro livro Saggio Sugli Errori Popolari Degli Antichi foi escrito em 1815, porém,
permaneceu na posse do autor e só veio a ser publicado após a sua morte.
 Durante essa época, sabe-se que Leopardi sofreu um problema cerebrospinal e ficou
acometido por cegueira progressiva de um olho.
 Seus primeiros poemas revelavam um patriotismo de caráter saudosista (tal qual no livro
All'Italia, 1819). Ademais, a estadia em Roma, durante 1823, o aproximou dos círculos
germânicos. Posteriormente, em 1825, Giacomo mudou-se para Bolonha e passou a trabalhar
como professor particular.
BIOGRAFIA:
 Giacomo Leopardi lecionava ao mesmo tempo em que escrevia suas obras que, embora
continuassem com a forma clássica, adotavam um conteúdo romântico alemão.
 Dessa forma, as obras Versi (1826) e Operette Morali (1827) refletem a transição de cunho do
autor. Em 1830 partiu de Recanati para Florença, todavia, três anos depois, , Leopardi optou
definitivamente por Nápoles, onde escreveu La Ginestra (1836).
POEMA A SE STESSO” – UM DE SEUS VERSOS
MAIS FAMOSOS – QUE CONSTITUEM A SUMA DO PESSIMISMO; AQUI NA
TRADUÇÃO DE ÉRICO NOGUEIRA
A si mesmo A Se Stesso
Trad. Érico Nogueira Original G. Leopardi

Repousarás pra sempre, Or poserai per sempre,


Cansado coração. Foi-se o extremo Stanco mio cor. Perì l’inganno estremo,
(eterno o cria) engano. Foi-se. Eu sinto Ch’eterno io mi credei. Perì. Ben sento,
em nós de tais enganos In noi di cari inganni,
não a esperança: só o desejo é findo. Non che la speme, il desiderio è spento.
Repousa sempre. Assaz Posa per sempre. Assai
palpitaste. Não val coisa nenhuma Palpitasti. Non val cosa nessuna
os pulsos teus, nem de suspiro é dina I moti tuoi, nè di sospiri è degna
a terra. Amargo e tédio La terra. Amaro e noia
a vida, além mais nada; e lama é o mundo. La vita, altro mai nulla; e fango è il mondo.
´Stá quieto. Desespera T’acqueta omai. Dispera
a última vez. À estirpe nossa o fado L’ultima volta. Al gener nostro il fato
não deu mais que o acabar-se. Então despreza Non donò che il morire. Omai disprezza
a ti, a natura, o bruto Te, la natura, il brutto
poder que, absconso, a comum dano impera, Poter che, ascoso, a comun danno impera,
e a infinita vaziez de tudo. E l’infinita vanità del tutto.
POEMA L’INFINITO - GIACOMO LEOPARDI VIVEU APENAS 38
ANOS, MAS DEIXOU UMA OBRA ÍMPAR, COMO MOSTRA O POEMA “O INFINITO”

 O INFINITO
 Sempre cara me foi esta erma altura
Com esta sebe que por tanta parte
Do último horizonte a visão exclui.
Sentado aqui, e olhando, intermináveis
Espaços para além, e sobre-humanos
Silêncios, e profunda quietude,
Eu no pensar evoco; onde por pouco
O coração não treme. E como o vento
Ouço gemer nas ervas, eu àquele
Infinito silêncio esta voz
Vou comparando: e sobrevem-me o eterno,
E as idades já mortas, e a presente
E viva, e seu ruído... Assim, por esta
Imensidade a minha ideia desce:
E o naufragar me é doce neste mar.
L'INFINITO
 O poema expressa um desejo de Leopardi de viajar além de sua cidade natal e experimentar
mais do mundo que ele havia estudado. Esse poema é amplamente conhecido na Itália.
 Essa personificação do ambiente natural é proeminente em todo o poema e é típica de outro
tema ou movimento frequentemente associado a Leopardi: o romantismo. Há também um
senso de mortalidade no decorrer do poema, transmitido na morte das estações e afogamento
de pensamentos, tal qual à crença de Leopardi de que não viveria muito, uma crença afirmada
quando ele morreu com apenas 38 anos.

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