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Silides Defesa Amada Final
Silides Defesa Amada Final
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
CURSO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO
Defesa de Dissertação
MESTRANDA:
Amada de Cássia Campos Reis
ORIENTADORA:
Profª. Drª. Maria do Amparo Borges Ferro
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TÍTULO
História e Memória
da Educação em
Oeiras
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[...] trago Oeiras tatuada na minha
própria alma. Os símbolos maiores e
menores desta cidade estão
pulsando dentro do meu próprio
coração, como sopro de vida a me
ligar, cada vez mais, ao fascínio e
aos mistérios de nossa terra.
Juarez Tapety
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PROBLEMA
Como se processou a
educação em Oeiras?
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OBJETIVO
Reconstituir aspectos
da história e memória
da educação em
Oeiras (PI).
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RECORTE TEMPORAL
Período que se estende do século
XVIII até meados do século XX,
com ênfase nos anos de 1830 a
1950.
RECORTE ESPACIAL
Cidade de Oeiras - PI
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REFERENCIAL TEÓRICO
HISTÓRIA CULTURAL
•Peter Burke
•Roger Chartier
•Jacques Le Goff
•Michel de Certeau
•Maurice Halbwachs
•Paul Thompson
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METODOLOGIA:
MODALIDADE DE PESQUISA
•Pesquisa histórica de
caráter exploratório, com
abordagem qualitativa.
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METODOLOGIA:
FONTES
•Natureza:
- bibliográficas, documentais,
orais e iconográficas.
•Obtenção:
- Arquivos e bibliotecas públicas e
particulares.
- Depoimentos orais.
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METODOLOGIA
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
DOS DADOS
•Organização e classificação dos
dados em categorias;
•Confronto entre os dados
coletados;
•Interpretação e produção de
textos e quadros.
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ESTRUTURA
DO
TRABALHO
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CAPÍTULO I
RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA
CIDADE DE OEIRAS (PI)
Apresenta uma visão panorâmica da história
da cidade de Oeiras em seus aspectos sociais,
políticos, econômicos e culturais, desde os
seus primórdios até a primeira metade do
século XX, para melhor compreensão de
como se processou a educação nesta cidade.
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“Tu foste sem dúvida o berço
fadado do teu Piauí.
E as glórias maiores do tempo
passado colhemos aqui”
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Ruínas da Casa da Torre de Garcia D’Avila
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A economia oeirense foi
impulsionada pela pecuária.
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Igreja N. S. da Vitória - início do século XX
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Oeyras do Piauhi - Século XVIII
Vila da Mocha: criação – 1712 Instalação –
1717.
Capital – em 1718.
Cidade de Oeiras – 1761.
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Oeiras nas lutas da Independência
No movimento de Independência ocorrido no Piauí,
Oeiras teve uma participação ativa e decisiva.
Em 24 de janeiro de 1823, Manoel de Sousa Martins
proclama Dom Pedro Imperador.
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O ressurgimento de uma cidade
Inauguração
da luz elétrica
Possidônio Queiroz
Burane
Orquestra Renascença – [193-] 22
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Capital da fé
Igreja de N. S. da Vitória
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•A implantação de escolas em Oeiras, e
por extensão em todo o Piauí, se deu de
forma lenta e tardia experimentando
avanços e retrocessos.
•O Piauí chegou ao século XIX sem
escolas públicas para atender a
necessidade de educação de seu povo, até
mesmo em Oeiras, sua capital.
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•Com a Lei Geral do Ensino de 15 de
outubro de 1827 o ensino público de
Oeiras começou a se esboçar.
•O sistema de ensino seguia o modelo de
escolas isoladas.
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CAPÍTULO III
EDUCAÇÃO DE OEIRAS APÓS
TRANSFERÊNCIA DO LICEU E DO
ESTABELECIMENTO DE EDUCANDOS
ARTÍFICES. (1852-1928)
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•A transferência da capital causou
estremecimento na educação de Oeiras,
que entrou em decadência.
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•O ensino primário de Oeiras no
Piauí Provincial
Carência de material.
Frequência reduzida e inconstante.
Conteúdos diferenciados quanto ao
gênero.
utilização do método alfabético ou da
soletração.
Ensino mecânico baseado na repetição e
memorização.
Predomínio da função formativa
buscando moldar o “homem de bem”.
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•O cotidiano das escolas
primárias provinciais.
Horário: de 8 às 11 h e de 14 às 17 h.
Sala única com alunos agrupados em cinco
turmas conforme seus adiantamentos .
Disciplina rigorosa.
Penas: reprimendas morais verbais ou castigos
físicos moderados.
Vistoria diária de toda a sala.
O sábado – dia de argumentação e apostas
escritas e exercícios sobre a doutrina cristã .
Folga: às quintas-feiras e aos domingos.
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A Palmatória
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•No Piauí do início do século XX, grande era o
número da população sem acesso à escola.
HABITANTES ESCOLAS MATRÍCULA FREQÜÊNCIA ALUNO/HAB
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Memórias de escola
Fui alfabetizada [...] por Ana Leonor
de Sousa Brito, conhecida como
Donana Brito. Lá aprendi as
primeiras letras e juntar as primeiras
Amália Campos sílabas [...]. Eu devia ter uns seis anos
ou sete anos.
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Memórias de escola
Ela ensinava em sua própria casa
[...] numa sala muito simples, muito
humilde. Os alunos ficavam sentados
em cadeiras rodeando uma mesa
Amália Campos
muito ampla e ali ela dava suas aulas.
Comecei a escrever as primeiras letras
cobrindo aquelas letras que ela fazia.
Atendia, tanto meninos quanto
meninas, mas não tudo no mesmo
horário, ela separava os mais
adiantados dos mais atrasados.
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Memórias de escola
Minha primeira professora foi
Donana Brito que ensinava na
sua própria casa, [...] Não tinha
intervalo para recreio, [...] As
aulas começavam às oito horas
da manhã e terminavam às onze
horas.
Maria Reis
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Memórias de escola
Os alunos compravam seu material,
cada um tinha uma lousa pequena
pra escrever. O livro mais usado era
o de Felisberto de Carvalho, mas se
começava com a Cartilha Analítica
[...]
João Matos
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CAPÍTULO IV
CONSOLIDAÇÃO DO ENSINO PÚBLICO EM
OEIRAS
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SURGIMENTO DOS GRUPOS ESCOLARES
•O modelo de grupo escolar passou a ser adotado no
Brasil, em Paulo, no ano de 1894.
•No Piauí este modelo foi autorizado pela Reforma
do Ensino de 1910, porém a criação do 1º grupo
escolar ocorreu em 1922 – G. E. Miranda Ozório
(Parnaíba).
•Oeiras por sua vez, veio experimentar esta nova
realidade educacional, em 1929, com a inauguração
do Grupo Escolar Costa Alvarenga”.
•Modelos de escola –
•escolas isoladas, escolas reunidas e grupos escolares
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GRUPO ESCOLAR COSTA
ALVARENGA
•Criação:
15 de setembro de 1928.
•Inauguração:
Inauguração do G. E Costa Alvarenga
21 de abril de
1929
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GRUPO ESCOLAR COSTA
ALVARENGA
•Sede própria: em 1938.
•Projeto arquitetônico:
Luiz Mendes Ribeiro
Gonçalves.
•estilo arquitetônico:
aproxima das
características da estética
Art Déco Grupo Escolar Costa Alvarenga - 2005
Sede própria
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GRUPO ESCOLAR COSTA
ALVARENGA
•Patrono:Pedro Francisco da Costa
Alvarenga
•Nasceu em Oeiras (1826), faleceu em
Lisboa (1883), suas cinzas estão
depositadas na cripta da faculdade do
Rio de Janeiro.
•Médico famoso por descobrir o “duplo
sopro crural”, sinal que detecta a
insuficiência aórtica.
•Criou o “Prêmio Alvarenga do Piauí”.
Pedro Francisco da
Costa Alvarenga
Patrono da escola
•Transferiu para as escolas de Oeiras
uma herança que recebera no Piauí.
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GRUPO ESCOLAR COSTA
ALVARENGAPrimeiras
Diretoras
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GRUPO ESCOLAR COSTA ALVARENGA
Uma escola na memória de seus alunos
Comecei a estudar quando o Costa Alvarenga
ainda funcionava no lugar onde depois foi o
Palácio do Episcopal. Era no andar de cima e
minha sala ficava de frente para a Igreja [...] A
gente subia uma escadinha e a sala ficava do
lado da direita. Tinha muitas salas, [...] Numa
destas salas ficava a biblioteca cheia de livros,
mapas e globos. Nas salas de aula as carteiras
eram de madeira e quando eu entrei [...] ainda
Irene (Dona) encontrei o nome de Raimundo Queiroz escrito
numa delas. As carteiras tinham um lugarzinho
de botar o tinteiro para a gente não manchar o
papel da prova.
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GRUPO ESCOLAR COSTA ALVARENGA
Uma escola na memória de seus alunos
Iniciei meus estudos quando o Grupo Escolar
Costa Alvarenga já funcionava em sua sede
própria. O prédio foi feito exclusivamente para
este fim obedecendo todos os padrões
arquitetônicos exigidos para uma escola deste
tipo: as salas de aula eram amplas e arejadas
com janelas grandes e altas [...] com piso de
mosaico. Nelas eram distribuídas carteiras de
madeira duplas dispostas em duas ou três filas,
[...] um armário para guardar os materiais do
aluno como cadernos e tinteiros. O quadro
Rita Campos negro era apoiado em um cavalete e na parede
tinha um crucifixo e mapas.
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GRUPO ESCOLAR COSTA
ALVARENGA
Uma escola na memória de seus alunos
Quando a professora dava aula de
geografia e história mostrava sempre
mapas coloridos muito bonitos e aqueles
retratos lindos dos portugueses, da
esquadra de Cabral, da Independência
do Brasil, do Grito do Ipiranga e outros
mais, tudo para a gente aprender
melhor. Nas aulas de trabalhos manuais
José Hipólito as meninas bordavam e os meninos
faziam aquelas mesinhas, aquelas
coisinhas de marceneiro.
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GRUPO ESCOLAR COSTA
ALVARENGA
Uma escola na memória de seus alunos
Nos dias de prova todo mundo tinha medo e o clima se
tornava tenso. A professora colocava os quesitos na lousa, a
gente copiava e respondia. Nesse momento ninguém
conversava, pois D. Eva [...] ficava caminhando na sala
vigiando os alunos para ver se pegava pescando ou
perguntando, conversando.
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GRUPO ESCOLAR COSTA
Uma escolaALVARENGA
na memória de seus
alunos
A relação entre professor e aluno era de
muito respeito e as professoras eram
muito dedicadas. [...]. Éramos educados
para respeitar e obedecer os nossos
professores.
Amália Campos
Raramente, quando havia algum aluno mais danado
a professora botava pra fora da sala de aula e
entrava em contato com o pai [...] ou mandava
escrever varias vezes uma frase [...] de acordo com
aquela desobediência [...] com a intenção de
despertar no aluno a consciência de que ele errou e
a partir daí procurar se corrigir
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GRUPO ESCOLAR COSTA
Uma escolaALVARENGA
na memória de seus
alunos
José Hipólito
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GRUPO ESCOLAR COSTA
ALVARENGA
A escola e a cidade
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AS ANÁLISES REALIZADAS TORNAM
EVIDENTES AS OBSERVAÇÕES:
Os avanços e retrocessos foram características
básicas do processo educacional de Oeiras. A
implantação do ensino formal ocorreu
tardiamente tendo que enfrentar desafios que
impediam seu progresso e muitas vezes
ocasionando-lhe declínio.
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A reação da sociedade oeirense, no início de
século XX, criando escolas particulares e
filantrópicas e reivindicando a criação de
escolas públicas pode ser vista como iniciativa
da sociedade organizada visando suprir as
deficiência de ações do Estado.
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Amo a terra natal não
porque ela é grande, mas,
sim, porque é a minha
terra.
Sêneca 65
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