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O Sistema Político

Português
Henrique Dores
Introdução
Desde o século XIX que a ideia de Estado se tem afirmado como uma forma
de organização histórica, pressupondo 3 elementos essenciais:

1‐ Território; um Estado não o seria verdadeiramente sem exercer domínio


sobre uma área geográfica delimitada, sobre a qual exerceria a sua soberania.

2‐ População; para termos um Estado, precisamos de um conjunto de pessoas


(povo ou comunidade social) contextualizada no espaço definido como
«território». Para tal, não é necessário que o habite, mas que se tenha como
comunidade historicamente definida, isto é, que entre o território e o povo
resulte uma relação íntima, ou uma consciência de «herança social»
continuada.

3‐ Política; este conteúdo determina a organização do Estado em si. Trata‐se


do estabelecimento de uma ordem ou linha de rumo que permita ao povo,
num certo território ‐ através dos seus representantes, ou exercendo o poder
democrático directo sobre questões específicas ‐ estabelecer programas de
desenvolvimento, no contexto da dinâmica pessoal e comunitária, o mesmo é
29/07/20XX dizer, prosseguindo fins de interesse geral com repercussões ao nível do
indivíduo ou – mais raramente, como se compreende ‐, o inverso.
Os Sistemas de governo em
regimes democráticos
Presidencialismo Puro
O presidencialismo puro apresenta cinco elementos:

-a eleição popular do chefe executivo;


-a eleição popular da legislatura;
-os mandatos do presidente e da legislatura são fixos e mutuamente
independentes;
-o presidente nomeia e dirige a composição do gabinete;
-e o presidente possui um grau de autoridade legislativa concedida pela
constituição (Shugart e Carey, 1992).

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Os Sistemas de governo em
regimes democráticos
O parlamentarismo puro possui três atributos principais:

-o primeiro-ministro depende da confiança da assembleia e


pode ser removido por uma votação de desconfiança;
-o primeiro-ministro é selecionado pela assembleia;
-o primeiro-ministro e o gabinete constituem um executivo
colegiado, ao contrário do presidencialismo puro, onde o
poder executivo é investido na pessoa do presidente
(Lijphart, 1992).

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Os Sistemas de governo em
regimes democráticos
Os sistemas semi-presidenciais, como sendo um sistema em que
existe a eleição popular do chefe de Estado.
O que diferencia esse tipo de execução do presidencialismo puro é
o fato de o presidente coexistir com um primeiro-ministro e um
gabinete que são responsáveis perante a maioria parlamentar.
Este é o segundo elemento necessário do semi-presidencialismo.
Assim, qualquer país com um presidente eleito pelo povo e um
gabinete responsável perante o parlamento é definido como semi-
presidencial.

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Os Sistemas de governo em
regimes democráticos
Os dois tipos de sistemas semi-presidenciais:

Os sistemas premier-presidenciais concedem ao presidente popularmente eleito poderes


limitados sobre o gabinete. Tais sistemas também são caracterizados pela separação entre
a assembleia e a sobrevivência do gabinete. O presidente tem o poder de nomear o
primeiro-ministro, que, por sua vez, nomeia o restante do gabinete. No entanto, a
assembleia retém o poder de destituir o primeiro-ministro e o gabinete por meio de uma
votação de desconfiança.

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Os Sistemas de Os sistemas presidente-parlamentares concedem ao chefe de
Estado amplos poderes sobre o gabinete (nomeação e
governo em regimes destituição), mas não há separação entre a assembleia e a
sobrevivência do gabinete, uma vez que a legislatura
democráticos também pode destituir o gabinete. Este é o único tipo de
execução no qual o gabinete pode ser destituído tanto pelo
presidente quanto pela assembleia.

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O Sistema Político Português

O Estado português é uma república constitucional unitária


semipresidencial. Em Portugal existem quatro Órgãos de
Soberania: o Presidente da República, a Assembleia da
República (parlamento unicameral), o Governo e os
Tribunais.

Desde 25 de abril de 1974, vigora a Terceira República


Portuguesa.

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Órgãos de Soberania:
Presidente da República
O Presidente da República é o Chefe de Estado e é eleito por
sufrágio universal para um mandato de cinco anos.
- Função de fiscalização sobre a atividade do Governo, sendo quem
nomeia o Primeiro-Ministro e os membros do Governo, tendo, da
mesma forma, o poder de demitir o Governo e exonerar o Primeiro-
Ministro e outros membros do Governo.
- Tem igualmente o poder de dissolver a Assembleia da República.
Tem também o poder de promulgar ou vetar leis aprovadas na
Assembleia da República ou decretos-lei aprovados pelo Conselho
de Ministros, e de pedir a apreciação da sua constitucionalidade.

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Órgãos de Soberania:
Assembleia da República

• A Assembleia da República funciona em Lisboa, no Palácio de São


Bento, sendo eleita para um mandato de quatro anos e contando neste
momento conta com 230 deputados, eleitos em 22 círculos plurinominais
em listas partidárias.
• Os círculos correspondem aos 18 distritos de Portugal Continental, 2
círculos das Regiões Autónomas (Açores e Madeira) e 2 círculos para os
portugueses emigrados na Europa e fora da Europa.
• Compete à Assembleia da República suportar o governo, tendo aprovar o
seu programa (ou pelo menos não o rejeitar) e o Orçamento de Estado,
podendo derrubá-lo por meio de uma moção de censura ou pela rejeição
de uma moção de confiança.
• A Assembleia é também o maior órgão legislador, onde são discutidos os
projetos-lei.

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Órgãos de Soberania: Governo

• O Governo é chefiado pelo primeiro-ministro, que é geralmente o líder do partido mais


votado em cada eleição legislativa e é convidado nessa forma pelo presidente da República
para formar Governo.
• O Primeiro-Ministro é quem escolhe os ministros, e em conjunto com estes os Secretários de
Estado. As competências do Governo estão divididas não só pelo Primeiro-Ministro mas
também pelos diversos ministérios.
• O Governo pode também apresentar propostas de lei à discussão da Assembleia da
República como pode legislar autonomamente, aprovando Decretos-Lei no Conselho de
Ministros.
Órgãos de Soberania: Tribunais
Os Tribunais administram a justiça em nome do povo, defendendo os direitos e interesses dos cidadãos, impedindo a violação da legalidade
democrática e diminuindo os conflitos de interesses que ocorram entre diversas entidades.
Segundo a Constituição existem as seguintes categorias de tribunais:
a) Tribunal Constitucional;
b) Supremo Tribunal de Justiça e os tribunais judiciais de primeira instância (tribunais de comarca) e de segunda instância (Tribunais da
Relação);
c) O Supremo Tribunal Administrativo e os tribunais administrativos e fiscais de primeira e segunda instância (Tribunais Centrais
Administrativos);
d) Tribunal de Contas.

O Tribunal Constitucional tem a competência de interpretar a Constituição e fiscalizar a conformidade das leis com a Constituição. Pode fazê-lo
preventivamente, por requerimento do Presidente da República, dos Ministros da República, do Primeiro-Ministro ou de 1/5 dos Deputados à
Assembleia da República em efetividade de funções, ou posteriormente no âmbito de um processo judicial, ou a requerimento dos mesmos
órgãos descritos acima e, também, do Presidente da Assembleia da República, do Provedor de Justiça e do Procurador-Geral da República.
Sistema Eleitoral em Portugal:
Eleições Legislativas
Atualmente, a Assembleia da República é composta por 230 Deputados. No entanto, a Constituição estabelece que a sua composição pode variar
entre um mínimo de 180 e um máximo de 230 Deputados.

Os Deputados são eleitos por listas apresentadas por partidos, ou coligações de partidos, em cada círculo eleitoral. A conversão dos votos em
mandatos faz-se de acordo com o sistema de representação proporcional e o método da média mais alta de Hondt.

Os Deputados representam todo o país e não apenas os cidadãos do círculo eleitoral pelo qual foram eleitos. O seu mandato é de quatro anos,
correspondendo este período a uma Legislatura.

Qualquer cidadão português (maior de 18 anos) pode ser Deputado. A lei eleitoral prevê algumas exceções que decorrem da natureza de certas
funções, tais como as de magistrado, militar no ativo, diplomata, entre outras.

Método de Hondt:
Fórmula de cálculo, criada pelo advogado belga Victor D' Hondt, utilizada na distribuição de mandatos pelos candidatos das listas concorrentes a
eleições, com base no princípio da representação proporcional. Consiste na repartição dos mandatos pelos partidos, proporcionalmente à
importância da respetiva votação.
Sistema Eleitoral em Portugal:
Eleições Autárquicas

• As autárquicas são as eleições a nível municipal.


• Em Portugal existem 308 municípios.
• Cada eleitor/a vota para três órgãos diferentes: Câmara Municipal, o órgão
executivo, Assembleia Municipal, o órgão deliberativo, e Assembleia de
Freguesia, órgão deliberativo do qual nasce o executivo da freguesia.
• Alguns/as cidadãos/ãs estrangeiros/as com residência em Portugal podem
votar nestas eleições, dependendo da sua nacionalidade.

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Sistema Eleitoral em Portugal:
Eleições Regionais e Eleições
Europeias

• As eleições regionais circunscrevem-se às regiões autónomas da Madeira e dos Açores e dão-se a cada
4 anos.
• Destas eleições resultam as Assembleias Legislativas, a partir das quais é formado o Governo Regional
que exerce o poder autónomo concedido pela Constituição à Madeira e aos Açores.
• As eleições europeias dão-se em toda a União Europeia a cada 5 anos e têm por fim eleger o
Parlamento Europeu, o órgão que aprova a legislação europeia e o único diretamente eleito pelos
cidadãos e pelas cidadãs. Nas europeias, todo o país constitui um único círculo eleitoral ao qual os
partidos apresentam uma lista de candidatos. Ao todo, Portugal elege 21 eurodeputados, num universo
de 705 eleitos por toda a UE.

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Outros dados sobre o sistema
político Português
.

Tipo de Governo: Democracia semipresidencialista, de pendor parlamentarista.


Formação: Durante a Reconquista, constitui-se o Condado Portucalense em 868 d.C..
Independência: Portugal tornou-se independente dos Reinos de Castela e Leão em 1139, sendo
oficializada em 5 de outubro de 1143. Foi reconhecida pela Santa Sé em 1179. Foi restaurada a 1
de dezembro de 1640.
Parlamento: Mediante a Revolução Liberal de 1820, é abolida a monarquia absoluta e Portugal
passa a ter um parlamento, constituição e eleições.
República: A república foi proclamada a 5 de outubro de 1910.
Democracia: A democracia foi restaurada a 25 de abril de 1974.
Constituição: A atual Constituição Portuguesa foi aprovada a 2 de abril de 1976 e entrou em vigor
em 25 de abril do mesmo ano. Foi revista em 1982, 1989, 1992, 1997, 2001, 2004 e 2005.
Sufrágio: O voto é universal e secreto a todos os cidadãos portugueses a partir dos 18 anos.
Conscrição: O serviço militar obrigatório e, qualquer outra forma de conscrição terminaram a 19
de novembro de 2004.[1]
Festa nacional: Celebra-se a 10 de junho, como Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades
Portuguesas, recordando a data do falecimento de Luís de Camões em 1580.
Hino: A Portuguesa, desde 19 de julho de 1911.
Muito
Obrigado pela Henrique Dores
henriquecnndores@gmail.com

Atenção!

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