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Relacionamento Terapêutico

entre Enfermeiro e Paciente

Fernanda Matos Fernandes


Relacionamento Terapêutico
 Tem sofrido mudanças bruscas desde os primórdios.
 É uma experiência de aprendizagem mútua e uma
experiência emocional corretiva para o paciente.
 Está baseada na humanidade básica do enfermeiro e
do paciente, com mútuo respeito e aceitação de
diferenças étnicas e culturais.
 O enfermeiro usa atributos pessoais e as técnicas
clínicas no trabalho com o paciente para obter o
insight.
3 Funções no Relacionamento
 Desenvolvimento da comunicação
 Desenvolvimento da socialização
 Satisfação das necessidades do paciente

A interação só é terapêutica quando o


profissional está consciente de sua
comunicação e assume responsabilidade sobre
esta.
Pressupostos básicos para a atuação do
relacionamento interpessoal enfermeiro-
paciente
 Aceitação - Para o paciente psiquiátrico a aceitação
assume uma conotação ainda maior, devido ao seu
passado(traumas). Aceitar o paciente não é apenas
compreende-lo mas considerá-lo como pessoa que
possua sentimentos. “Não é só falar que aceita é
demonstrar. Porém aceitar não significa concordar
com o comportamento do paciente.”

 Não julgar – Não culpar o paciente, não conduzir a


relação pelo seu julgamento.
Pressupostos básicos para a atuação do
relacionamento interpessoal enfermeiro-
paciente
 Objetividade – Observar o que realmente sucede e
não reagir de forma pessoal. Objetividade absoluta é
impossível.
 Empatia – Ver o mundo como outra pessoa o vê, não
reagir de forma pessoal, mas sem perder a
identidade.Esforço dirigido para a compreensão do
outro.
 Envolvimento emocional – Interesse a aceitação.
Demonstrar interesse sem esperar nada em troca.

O conhecimento teórico não é suficiente, precisa de


prática. É um processo contínuo da enfermagem.
Características do Relacionamento
Voltam se ao crescimento do paciente:

 Auto-realização, auto-aceitação e incentivo de


auto-respeito;
 Um claro senso de identidade pessoal e um
nível de integridade pessoal;
 Melhora no funcionamento e maior capacidade
para satisfazer a necessidade a atingir metas
pessoais realistas.
Qualidades Pessoais do Enfermeiro
 Devem ser terapêuticos, seu objetivo principal
é que o paciente se adapte como um indivíduo
único ao estresse que está vivenciando. Tem si
mesmo como ferramenta principal.

 As qualidades a seguir são características


necessárias para se estabelecer a função
terapêutica.
AUTOCONSCIÊNCIA
 Ser capaz de responder: “Quem sou eu?”
 Ser capaz de examinar sentimentos, ações e
reações pessoais;

1 2
Conhecido por Conhecido
si mesmo e apenas pelos
pelos outros outros

3 4
Conhecido Não conhecido
apenas por si por si e por
mesmo outros
CLASSIFICAÇÃO DE VALORES
 Ser capaz de responder: “O que é importante
para mim?”
 Deve- se evitar a tentação de usar os pacientes
na busca de sua própria satisfação ou de
segurança pessoal.
 Os valores são idéias resultantes de
experiências de vida com a família, os amigos,
a cultura, a escola, o trabalho e o lazer.
 Tem implicações negativas e positivas.
Processo de Clarificação de Valores
ESCOLHA 1. Livre
2. A partir de alternativas
3. Após uma cuidadosa consideração das
conseqüências de cada alternativa
4. Zelar, sentir-se feliz com a escolha
APREÇO 5. Dispor-se a afirmar a escolha
publicamente
6. Fazer algo com a escolha
7. Repetidamente, em algum padrão da vida.

AÇÃO
EXPLORAÇÃO DE
SENTIMENTOS
 O enfermeiro deve estar aberto, atento e no
controle dos seus sentimentos de forma a
poderem usá-los na assistência aos pacientes.
 São os mediadores do feedback .
 Os sentimentos do enfermeiro são valiosas
pistas para os problemas do paciente.
 Podem compreender como estão respondendo
aos pacientes e como vêem os pacientes.
SERVIR DE MODELO
 O enfermeiro tem a obrigação de modelar um
comportamento adaptado e promotor de
crescimento.
 Não é possível separar a vida pessoal e
profissional no campo da enfermagem
psiquiátrica, mas isso não implica que
devemos conformar-se totalmente as normas
da comunidade local ou deva viver uma vida
idílica e plácida.
ALTRUÍSMO

 É a preocupação com o bem estar alheio.


 Sabemos que há interesses em ajudar em
virtude do amor profundo pela humanidade e
junto a busca pela satisfação pessoal e sucesso
no trabalho.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE
 O código reflete valores comuns envolvendo o
relacionamento enfermeiro paciente as
responsabilidades no que se refere a esse e serve
como marco de referência para os demais
profissionais.
 Na enfermagem psiquiátrica envolve a adoção de
responsabilidade pessoal, de risco, de compromisso e
justiça.
 Cabe saber usar os recurso de maneira apropriada
quando envolvem as próprias limitações e pontos
fortes e poder contar com os pacientes.
RELAÇÃO DE AJUDA
 São atitudes do terapeuta que fazem do trabalho de
ajuda uma forma especial de encontro interpessoal.
 OFERCER AJUDA:
 Tempo, conhecimento, habilidade profissional,
interesse, capacidade de ouvir e entender.

A atenção de quem ajuda deve estar centrada na


pessoa
e não no problema

ORIENTAÇÃO NÃO-DIRETIVA
NÃO é Relação de Ajuda
 Uma conversa (troca de opiniões)
 Uma discussão (responder a objeções)
 Uma entrevista no sentido jornalístico da
palavra
 Um interrogatório
 Um discurso do entrevistador
 Uma confissão
FUNDAMENTOS QUE NORTEIAM A
RELAÇÃO
 Transmitir confiança, segurança e consistência;
 Expressar-se sem ambigüidade;
 Sentimentos positivos (interesse, respeito, atenção)
 Independência do outro (não complementar papéis);
 Permitir ao outro ser independente;
 Empatia;
 Aceitá-lo totalmente;
 Ajudar o outro a libertar-se do receio de ser julgado
 Perceber o outro no momento presente (aqui e agora).
OBJETIVOS DA ENFERMAGEM
 Ajudar o paciente a enfrentar seus problemas atuais;

 Ajudar o paciente a formar um conceito de seus problemas;

 Ajudar o paciente a perceber sua própria participação em sua experiência;

 Ajudar o paciente a enfrentar de forma realista os problemas;

 Ajudar o paciente a considerar possibilidades;

 Ajudar o paciente a comunicar-se;

 Ajudar o paciente a integrar-se socialmente.


FASES DO RELACIONAMETO
 FASE DE PRÉ INTERAÇÃO:
 Começa antes do primeiro contato do enfermeiro com
o paciente.
 Na primeira experiência o enfermeiro traz consigo os
equívocos e preconceitos legais, além de sentimentos
e tremores comum a todos os novatos.
 Medo, dúvidas, temor, ansiedade, insegurança,
ameaças, preocupação...
 Estereótipo de paciente violento
 Auto- análise é fundamental nesta fase
 Tarefas adicionais como a coleta de dados.
FASE INTRODUTÓRIA OU DE
ORIENTAÇÃO
 Primeiro encontro
 Saber se buscou ajuda por conta própria ou foi
levado por outrem
 Saber o motivo da busca da ajuda
 Estabelecer um clima de confiança, aceitação e
comunicação aberta e formular um contrato
com o paciente.
 Exploração de sentimentos por ambas as
partes.
FASE DO TRABALHO
PROPRIAMENTE DITO
 A maior parte do trabalho terapêutico ocorre
nesta fase, quando enfermeiro e paciente
exploram estressores relevantes e promovem
desenvolvimento do insight do paciente.
 A real mudança de comportamento é foco
nesta fase.
 Geralmente ocorrem resistência por parte dos
pacientes sendo a quebra desta um progresso
do relacionamento terapêutico.
FASE DE ENCERRAMENTO
 É umas das fases mais difíceis porém de
grande valia, sendo nesta fase o auge do
aprendizado enfermeiro-paciente.
 Avalia-se o progresso do paciente e a
conquista de objetivos.
 Estabelecer a realidade de separação.
 Explorar conjuntamente os sentimentos de
rejeição, de perda, de tristeza e de raiva, bem
como comportamento relacionados.
COMUNICAÇÃO
FACILITADORA
“Comunicação só é útil quando o indivíduo experimenta
o sentimento de ser compreendido e o sucesso na
comunicação traz segurança e leva a ação
construtiva.”
É o veículo para o estabelecimento de um
relacionamento terapêutico;
A comunicação é o modo como as pessoas influenciam
o comportamento das outras
É o próprio relacionamento em si.
Comunicação Verbal
 Através das palavras faladas ou escritas.
 Meio menos eficaz de comunicar sentimentos
 Transmite informações fatuais com eficiência
e correção.
 Uma limitação desta é a diferença de
significados entre as diversas culturas.
 A simbologia existente.
 O enfermeiro deve se adaptar as diferenças
existentes.
Comunicação Não Verbal
 Tudo que não envolve a palavra escrita ou falada,
envolvendo os cinco sentidos.
 Pode expressar com maior precisão o que a pessoa
pode dizer do que as palavras ditas.
 Sugestões vocais, sugestões por ações, sugestões por
objetos, o espaço e contato físico.
 Todos os tipos de mensagens não verbais são
importantes, mas sua interpretação correta pode
apresentar inúmeros problemas para os enfermeiros.
Processo de Comunicação
Modelo Estrutural
EMISSOR Contexto

Mensagem Feedback

RECEPTOR Contexto

COMUNICAÇÃO Congruente X Incongruente (Verbal – Não Verbal)


Técnicas de Comunicação
Terapêutica
 Escuta
 Amplas Aberturas
 Reafirmação
 Clarificação
 Reflexão
 Foco
 Trocas de Percepções
 Silêncio
 Humor
 Informação
 Sugestão
Dimensões de Resposta

 Autenticidade
 Respeito
 Compreensão Empática
 Desenvolvimento da Empatia
Impasses Terapêuticos
 Resistência
 Transferência (Hostil ou da reação de dependência)
 Cotransferência (Parte do enfermeiro, pode ser de
intenso amor e carinho, de repulsa ou hostilidade ou
de ansiedade)
 Violação de limites (relaciona-se com o paciente
como se fosse amigo, tem desejos sexuais pelo
paciente, acham que demais membros da equipe
sentem inveja do relacionamento ou são muito
críticos, se envolve demasiadamente, acha ser a única
pessoa capaz de compreender o paciente)
Ver a pessoa como centro
significa compreender e
aceitar o outro
incluindo seu
sofrimento. Entender
que cada pessoa é um
ser único e suas
experiências e
sofrimentos também o
são.

(TRAVELBEE, 1982).

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