vestibulandos. A moça, com 19 anos, estaria prestando vestibular pela terceira vez, já que não obtivera êxito nas outras tentativas. Flávia aparenta uma certa fragilidade física, mostrando-se pálida, com olheiras, sudorese e sonolência. Em contrapartida, pai chama-se Flávio, é médico e espera que a filha curse Medicina, sua própria profissão. Refere ter prestado os dois primeiros vestibulares para esse curso, mas não é o que realmente gostaria de fazer. Ao ser indagada sobre o que realmente gostaria de fazer, informa, com firmeza, que gostaria de se formar em Educação Física, Fisioterapia e Nutrição a fim de Nega-se a utilizar o termo “professora” para referir-se ao profissional em Educação Física, dizendo que o pai teria um “ataque” caso a filha fosse “professora de Educação Física”. O que ela seria teria o nome de “dona de uma academia”. Ressalta o imenso gosto que tem por praticar No encontro sobre Informação Profissional, Flávia mostrou-se arrogante. Permanece todo o tempo com a cabeça baixa sobre uma mesa, parecendo entediada, sonolenta e recusando-se a participar . No encontro, em que trabalhamos uma técnica de dramatização da vida profissional no futuro, Flávia foi a única que não participou quando convidada. uma autobiografia, a fim de que pudesse conhecê-los melhor para realização das entrevistas individuais finais. A autobiografia de Flávia: “... com 11 anos de idade comecei a ficar gorda e a fazer dietas. Tive um quadro severo de bulimia. Forcei tantas vezes para vomitar depois de me entupir de doces e outras porcarias que Depois que a bulimia ficou mais ou menos controlada, entrei num quadro ainda mais grave de anorexia e acabei hospitalizada. Estava que era pele e osso, mas não me sentia magra, já tinha parado de menstruar e tudo o mais, não sei como é que não morri. Me recuperei e atualmente tenho conseguido me manter no mesmo peso, mas às custas de por dia e quando acho que comi a mais do que devia, fico pedalando na ergométrica mais umas três horas. Estou tomando anfetaminas, receitadas pelo meu pai (que é médico). Sinto-me um pouco melhor, mas estou completamente viciada em anfetaminas há uns três anos. Isso me deixa muito sonolenta, aérea, não consigo nem estudar. Se não vestibular, não consigo imaginar levando o resto da minha vida mal como tenho me sentido. Já tentei parar de tomar essa droga sem o meu pai saber, mas voltei a vomitar. Está tudo errado comigo. Não tenho vontade de sair para nenhuma festa com amigos só para não ficar tentada a comer. Às vezes me pergunto se vale a pena viver assim. Por favor, preciso
Após analisarem o caso, reflitam sobre a resistência apresentada por Flávia em relação ao processo de orientação profissional e elaborem uma avaliação e uma proposta de intervenção fundamentadas na perspectiva cognitivo-comportamental.