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Doenças

Exantemáticas
Dra. Maianna Viana
Doenças Exantemáticas
• Moléstias infecciosas nas quais a erupção cutânea é a característica dominante

• Exantemas de causas são frequentes na infância

• Doenças Exantemáticas clássicas: Sarampo, Escarlatina, rubéola, Eritema Infeccioso e


Exantema Súbito
Vesícula?
Pústula?

Bolha?
Pápula?

Crosta?
Pápula
Dermatologia Pediátrica, FMUSP
Exantemas
Exantema: Eritema generalizado, agudo de duração relativamente curta.

1. Maculopapular:

2. Urticariforme

3. Mobiliforme ou rubeoliforme: Quando existem área de pele sã entre as lesões

4. Escarlatiniforme: Quando o acometimento é difuso


• Lesões por alterações vasculares: Relacionadas com
alterações dos vasos sanguíneos
 Eritema (pele)
 Enantema (Mucosas)
 Exantema (eritema em áreas extensas)
Dermatite de fraldas Diagnóstico diferencial, SBP 2016
01

Sarampo
Sarampo
• Altamente contagiosa
• Vacinação
• 870.00 casos em 2019 com 207.000 óbitos
• Consiste em 04 fases: Período de incubação, Doença
prodrômica, fase exantematosa e recuperação
• Transmissão por via aérea, por meio de aerossol
• Incubação: 8-12 dias
• Tempo de contágio: desde 2 dias antes do início do pródromo até 04 dias
após o aparecimento do exantema

• Notificação Compulsória

• CASO SUSPEITO DE SARAMPO: Todo indivíduo que, independente da


idade e situação vacinal, apresentar febre e exantema maculopapular,
acompanhados de um ou mais dos seguintes sintomas: tosse e/ou coriza e/ou
conjuntivite (SBP 2018)
Quadro Clínico
• Pródromo (3-4 dias) → febre, tosse, cefaleia, mal estar, prostração
intensa. A febre é alta, atingindo o auge no aparecimento do
exantema e cai no 3° ou 4° dia do exantema.
• Tosse seca + coriza hialina no inicio e purulenta nos dias
subsequentes
• Olhos hiperemiados com lacrimejamento e fotofobia
• Prostração intensa
• Enantema
• Orofaringe: Machas de Koplik (1-2 dias antes do exantema)
SBP, 2018
• O Exantema inicia-se atrás do pavilhão auricular, disseminando-se para o
pescoço, face e o tronco e atinge a extremidade dos membro por volta do 3°
dia deixando manchas acastanhadas

• Maculopapular eritematosos, mobiliforme.

• Fase do exantema a doença atinge o seu auge: Paciente toxemiado


SBP, 2018
Complicações

● Laringite
● Traqueobronquite
● Pneumonite intersticial
● Miocardite
● Adenite mesentérica
● Otite Média é a principal complicação bacteriana
● Em adolescentes e adultos, a gravidade tende a ser maior
Diagnóstico
1. Sarampo atípico (Vacinação Vírus morto)
2. Hemograma (↓Linfócitos mais do que os neutrófilos,
neutropenia), VHS e PCR normais
3. Dosagem de anticorpos pela inibição de Hemaglutinação (IH)
4. Fixação de complemento, realizada na fase inicial e 2 a 3
semanas após, com aumento de 4X o titulo
5. Pesquisa de anticorpos da classe IgM, positivam a partir do 6° dia
de exantema
6. Pesquisa de RNA viral
Tratamento

1. Tratamento de Suporte (H
2. Vitamina A
3. Hidratação Venosa, oxigenação
4. Antitérmicos
5. Tratamento com Antimicrobianos para infecções secundárias (Otite Média,
Conjuntivites, Pneumonias)
Prevenção

1. Feita com vacina vírus vivo e atenuado

2. Aplicada no 12° mês de vida, 15 meses e 04 anos

3. Pós- Exposição: Nos suscetíveis, aplicar a vacina contra o sarampo até 72


horas após o contágio; após esse período, até seis dias, aplicar a
imunoglobulina humana
02

Doença de
Kawasaki
Doença de Kawasaki
• Vasculite primária sistêmica, aguda e autolimitada
• Compromete principalmente os vasos de médio e pequeno calibres
• 2° Vasculite mais frequente na faixa etária
• 85% dos casos ocorrem em crianças menores de 5 anos, com pico
entre 9 e 12 meses de idade
• Discreto predomínio no sexo masculino
• Rara em escolares e adolescentes
 A doença de Kawasaki se apresenta sob três fases clínicas:
1) Aguda: febre alta persistente > 5 dias, elevação das provas de atividade
inflamatória (velocidade de hemossedimentação eritrocitária - VHS - e
proteína C reativa - PCR), leucocitose com neutrofilia e por várias
manifestações clínicas:
a) Alterações de cavidade oral ( Ressecamento, fissuras e hiperemia labial e/ou da
orofaringe, proeminência das papilas linguais (língua em morango). Não ocorrem
aftas, úlceras ou exsudato;
b) Hiperemia conjuntival bilateral, não purulenta e indolor. Ocorre no início do quadro,
c) Linfonodomegalia cervical, unilateral, de pelo menos 1,5 cm de diâmetro
d) Alterações nas extremidades - presentes em 70% dos pacientes,
caracterizadas por intensa hiperemia palmar e/ou plantar, além de
edema de dorso de mãos e pés
e) Exantema polimórfico - sem vesículas. Relatado em 80% a 90% dos
pacientes. Surge nos primeiros 5 dias de febre, predominando em tronco
e períneo

Alterações cardiovasculares podem ocorrer na fase aguda, tais


como: miocardite, derrame pericárdico, arritmias, acometimento
valvar mitral e/ou aórtico e insuficiência cardíaca
2) Subaguda:
Cerca de 7 a 10 dias de febre, se inicia a descamação perineal e periungueal, ectasias ou
aneurismas coronarianos e a trombocitose

3) Convalescença:
Na fase de convalescença, ocorre a normalização da VHS, da PCR, da contagem de
plaquetas e a regressão da maioria dos aneurismas
• Pode ocorrer artrite nas 3 fases da doença.

• No TGI (raro) Insuficiência hepática, colestase, pancreatite

• SNC: Meningite asséptica, irritabilidade, convulsão ataxia, hipoacusia


neurossensorial
SBP, 2019
Nelson Tratado de Pediatria, 2018
Caso Clínico
Caso CLÌNICO
Joao Miguel, paciente de 2 anos e 3 meses, 11 quilos, veio trazido pela mãe com queixa
de febre de 39.1 graus e vômitos há 5 dias. Mae relata irritabilidade e olhos avermelhados.
Refere uso de Tylenol sem melhoras. Nega outras queixas.
HPP: Nega patologias previas
HV: Cartão de vacina completo

EF: Irritado, prostrado, acianótico, conjuntivas hiperemiadas bilateralmente sem presença


de secreções. Linfadenomegalia cervical.
TAX: 39.2 PA: 100/70 FC: 140 FR: 35
Peso adequado para a idade.
DNPN adequado para a idade.
Caso Clínico
Oroscopia: Fissuras labiais no lábio inferior, língua vermelha com aspecto de
morango e hiperemia de orofaringe.
ACV: RCR BNF 2T s/ sopros
AR: MVUA s/ RA
Abdome livre, globoso, indolor a palpação superficial e profunda, sem
visceromegalias e RHA+
MMII: Sem presença de edemas
Genitália: Exantema perineal
Diagnóstico
 Diagnóstico é CLINICO
 Diagnóstico Laboratorial: - ↑VHS (>40mm/ 1ª hora) e PCR (> 3mg/dL)
 Plaquetas > 450.000/mm3 (após 7 dias de doença)
 Leucocitose > 15.000/mm3
 TGP (> 50U/L)
 Albumina < 3g/dL
 Ecocardiograma: “Deve ser realizado no momento da suspeita diagnóstica
(basal para posterior comparação e para detecção de anormalidades de
fase aguda como miocardite, pericardite) e repetido em 1 a 2 semanas e 6 a
8 semanas de evolução”
suspeitar de doença de Kawasaki, na presença de febre prolongada associada a:

1 2 3
Presença de 4 critérios Elevação de VHS ou Lactentes com irritabilidade
de classificação PCR inexplicada ou meningite
Asséptica

4 5 6
Exantema e provas de Ecocardiograma com Mesmo na presença de
atividade inflamatórias ↑ sinais de coronariopatia infecção documentada +
critérios Clínicos Típicos
Tratamento
1. Imunoglobulina humana intravenosa (IVIG) em dose única de 2g/Kg, até o
10º dia de febre
2. IVIG também deve ser administrada mesmo passados os 10 dias, enquanto
houver febre e elevação de VHS ou PCR.
3. Manter o paciente internado com monitorização cardíaca pelo risco de
miocardite e arritmias na fase aguda.
4. Recomenda-se a associação de AAS em doses moderadas (30 a
50mg/Kg/dia) ou altas (50 a 80mg/kg/dia) a despeito da ausência de
evidências consistentes de seu benefício na redução do risco de aneurismas
1. Nos casos de alto risco de aneurismas coronarianos: pacientes menores 6
meses, maiores de 8 anos, hipoalbuminemia, trombocitopenia, leucocitose,
elevação de transaminases, hiponatremia, síndrome do choque do Kawasaki
e sexo masculino:

American Heart Association sugere considerar o


tratamento adjuvante, em associação à IVIG, com
metilprednisolona 2mg/Kg/dia intravenosa até a
resolução da febre, seguido pela prednisolona
por via oral com desmame em 2-3 semanas
Rubéola
03
Rubéola
• Etiologia: togavírus

• Transmissão por via aérea

• Tempo de incubação: 14 a 21 dias

• Tempo de contágio: poucos dias antes até 5 a 7 dias depois da erupção

• A virose acomete pessoas de todas as idades, principalmente escolares,


adolescentes e adultos jovens
• Cuidados com os contactantes: observação;
• Isolamento respiratório e de contato para os casos adquiridos pós-parto, até
07 dias após o exantema.
• ATENÇÃO AS GESTANTES!!!
• SRC
• As crianças com infecção congênita são consideradas infectantes até 01 ano
de idade ou até a pesquisa de vírus na nasofaringe e na urina se negative
Quadro clínico
• Febre baixa, dor de garganta, olhos vermelhos com ou sem dor, cefaleia,
mal estar, anorexia e linfadenopatia.
• Alguns casos, petéquias em palato mole → Sinal de Forscheimer
• Adenomegalia (antecede até 07 dias o exantema)
• Esplenomegalia
• O exantema é maculopapular róseo
• Começa na face e pescoço, como máculas rosadas pequenas, irregulares,
coalescentes → tronco
• A erupção cutânea desaparece da face à medida que se estende para o
restante do corpo - 03 dias.
Nelson, 2013

Nelson, 2013
Complicações
1. Raras
2. Purpura Trombocitopênica
3. Encefalite
4. Mulheres: artralgia
5. Gestação: CUIDADO!!!
Nelson Tratado de Pediatria, 2018
Diagnóstico
1. Isolamento do vírus do material nasofaringe ou da urina

2. Pesquisa de Ac da classe IgM e de IgG contra rubéola


Caso Clínico 2
Identificação: Théo da Silva Pereira, sexo masculino, nascido há 15 dias. Trazido a
unidade de saúde pela mãe, Maria da Silva.
Queixa principal: Mãe relata alteração no teste da orelhinha e teste do olhinho.
HDA: Mãe refere que foram realizados ambos os testes, ainda na maternidade, e foi
orientada a procurar atendimento médico com pediatra devido alterações.
HPP: Mãe relata ser G1P1A0, parto normal com 39s4d, sem intercorrências e alta
conjunta. Contou não ter realizado consultas de pré-natal devido ser residente da zona
rural e relata não ter cartão de vacina completo depois do primeiro ano de vida. Mostra
algumas imagens de lesões exantemáticas que apresentou no segundo trimestre da
gestação, mas diz não ter
dado importância por achar que seria “cobreiro”. Nega outras comorbidade.
HM: Nega uso de medicações durante a gestação.
Ao exame físico:
Peso: 2.200kg PC= 33cm Estatura: 46cm Baixo peso ao nascer
DNPM: Reflexos presentes
TRV: Alteração de transparência do cristalino em olho D
ACV: RCR 2T BNF S/S
AR: Normopneico, MV+, RA-
ABD: Livre, normotenso, RHA+. Timpânico à percussão, indolor à palpação. Ausência de massa ou
visceromegalias.
OTO: membrana timpânica translúcida, visualização de estruturas do ouvido interno, sem
abaulamento e sinais inflamatórios.
ORO: Sem alterações
Genitália: normal
HD: Catarata, Toxoplasmose congênita, Síndrome da Rubéola Congênita, Surdez.
Conduta: Solicito exames laboratoriais de sorologia para: Toxoplasmose, Rubéola, Sarampo, Epstein-
bar, HIV, Citomegalovírus e Herpes Zoster.
Encaminho ao Oftalmologista para avaliação de olho D devido à alteração no TRV
Encaminho ao Otorrinolaringologista para avaliação minuciosa do aparelho auditivo devido à
alteração no teste da orelhinha.
Tratamento
1. Não há tratamento específico para rubéola adquirida
2. Antipiréticos e analgésicos
Prevenção

• Vacinação
Eritema
04 Infeccioso
Quinta Doença <<
Eritema Infeccioso

• Etiologia: parvovírus humano B19


• Transmissão por via aérea
• Incubação 4 a 14 dias
• Tempo de contágio – A viremia ocorre 5 a 10 dias após a exposição,
dura 05 dias.
• Benigna, Auto limitada
Quadro clínico
• “Febre baixa em 15 a 30% dos casos, cefaleia e sintomas de infecção leve
do trato respiratório Superior” (Nelson, 2013)
• O Primeiro sinal → Exantema (face, como máculopápulas que confluem,
tornando-se uma placa vermelho-rubra, principalmente nas bochechas,
Poupa a região perioral, testa e nariz: asa de borboleta – Aspecto de “ cara
esbofeteada”)
• Após 1 a 4 dias: Acomete os MMSS e MMII, tronco
• A erupção tende a ser mais intensa nas superfícies extensoras
• Crianças maiores e adultos: leve prurido
• O exantema pode persistir por mais de 10 dias e exacerba-se ou reaparece
quando a criança é exposta ao sol, faz exercício ou quando há alterações de
temperatura

• Recorrência após 1-2 semanas do desaparecimento.


• Artrite e artropatia
• Complicações em mulheres grávidas: morte fetal, parto prematuro e
hidropsia fetal
Nelson Tratado de Pediatria, 2013
Diagnóstico

1. Exames Sorológicos (IgM e IgG B19 específica)


2. Hemograma normal ou com discreta leucocitose e eosinofilia
3. Diagnóstico Diferencial: Rubéola Sarampo, farmacodermia, artrite
reumatoide juvenil, LES
Tratamento
• Não existe terapia antiviral específica para o B19
• Sintomáticos
05

Exantema
Súbito
Roséola Infantil
Roséola Infantil ou Exantema Súbito
• Etiologia: Herpes-vírus humano 6 e 7
• Tempo de incubação: 5 a 15 dias
• Tempo de contágio é durante a fase de viremia – período febril
• 95% das crianças são infectadas pelo HHV-6 até os 2 anos de idade.
• Pico: 6m-06 anos (2)
• Cuidados com os contactantes: observação
Quadro clínico
1. Autolimitada
2. Inicio Súbito, com febre alta e continua (72horas)

É considerada uma das causas mais comuns em convulsão febril

3. Erupção maculopapular de 2.3mm, não pruriginosa e roseada iniciam no


tronco e disseminam para a cabeça e extremidades
4. Linfonodomegalia cervical
5. Após 3 a 4 dias de febre, quando cessa bruscamente, aparece o exantema,
também de modo súbito.
Nelson Tratado de Pediatria, 2013
Quadro Clínico

• A erupção é de curta duração

• De algumas horas a 2 ou 3 dias


Diagnóstico E PREVENÇÃO
1. Testes para detecção de anticorpos (CUIDADO EM
AVALIAÇÃO DO RESULTADO)

2. Tratamento: Hidratação, sintomáticos


06

Mononucleose
Infecciosa
Mononucleose Infeciosa
• Vírus Epstein-Barr – 80% dos casos
• É a primoinfecção vírus
• Transmitido saliva, beijo
• Raramente ocorre em crianças <04 anos
• Tríade Clássica em adultos e adolescentes
• Febre, linfonodomegalia, Hepatoesplenomegalia e
faringoamigdalite, fadiga, cefaleia
Nelson Tratado de Pediatria, 2013
1. Exantema pode ser: maculopapular, escarlatiniformes,
urticariformes, papulovesiculares
2. A ocorrência de erupção cutânea não ultrapassa os 10 -15 %

Administração de
Penicilina ou Ampicilina
Caso Clínico
Maria Clara, 11 anos, branca, 16kg, acompanhada pela mãe Daniella, deu entrada na UPA de
Caratinga, com quadro de exantema maculopapular. A mãe relata que a paciente há dois dias começou
com quadro de odinofagia, linfadenopatia cervical bilateral, tosse, perda de apetite, rinorreia, astenia e
febre de 38,5°. Ao apresentar esses sintomas a mãe procurou atendimento médico em uma clínica
particular, na qual ao atendimento a criança recebeu o diagnóstico de amigdalite bacteriana e foram
prescritos amoxicilina 50mg/5ml 5,5 ml de 8/8 horas por 10 dias e dipirona xarope 50mg/ml 4 ml de
6/6 horas se dor ou febre. A mãe medicou a criança com os medicamentos anteriormente descritos e
relata que após cerca de 12 horas a paciente começou a apresentar manchas eritematosas em região de
tórax e face, com leve prurido.
Exame Físico: REG, corada, hidratada, acianótica, anictérica, febril (39ºC).
AC: RCR2T, bulhas cardíacas normofonéticas, sem sopros. FC: 130 bpm. PA: 120X80mmHg. AR:
MV+. FR: 19 irpm . Abdome: à ausculta: ruídos hidroaéreos presentes, normotenso, indolor a
palpação.
À oroscopia: paciente apresenta hipertrofia das amígdalas, com exsudato embranquecido e
presença de petéquias em região de palato mole.
Linfonodos: apresenta linfadenomegalia em linfonodos cervicais e submandibular.
Dolorosos à palpação.
Apresenta presença de rash cutâneo maculopapular difuso em região de face e tronco.
Diagnóstico e tratamento
1. Hemograma: Leucocitose, linfócitos atípicos
2. Exame sorológicos
3. Cultura de EBV – 4 a 6semanas
4. Tratamento: Aciclovir → Diminui a replicação viral mas não diminui a
gravidade ou duração dos sintomas
5. Repouso e tratamento Sintomáticos
07

Enteroviroses
Enteroviroses
• RNA-vírus; coxsackie (coxsackirvirus A16 e EV71)
• Alta contagiosidade
• Transmissão fecal-oral
• Tempo de incubação 3 a 6 dias
• Isolamento: precauções entéricas durante a hospitalização
• Pode acometer adultos, mais comum em crianças (<05 anos)
• Notificação Compulsória
• 2 ou + casos: SURTO
Quadro Clínico
• Benigna e autolimitada (1 semana)
• Febre, dor de garganta, recusa alimentar
• Irritabilidade
• Lesões vesiculares na mucosa bucal e língua, que se rompem,
transformando-se em ulceras dolorosas e de tamanhos variáveis
• Erupção pápulo-vesicular nas mãos e pés (palmas e plantas)
• Lesões de ± 3 a 7mm de diâmetro

• Em Lactentes: Acometimento perineal


• 3-8 semanas após a infecção: Pode ocorrer onicomadese
SBP, 2019
Nelson Tratado de Pediatria, 2018
1. Apresentação clínica grave é mais frequente em pacientes menores
de 5 anos
• Mioclonia, tremores, ataxia e paralisia de nervos cranianos.
• Falência cardiorrespiratória

2. Complicação: Desidratação
Diagnóstico

• Diagnóstico: Isolamento do vírus e detecção de elevação de Ac no soro em
duas titulagens, espaçadas de 3 a 4 semanas

• tratamento: Sintomáticos, cuidados higiênicos

• Critérios de Internação
HerpaNgina
08
• Febre, dor de garganta, disfagia
• As lesões orofaríngeas pilares anteriores, palato mole,
úvula, tonsila, parede posterior
• “Vesículas e ulceras definidas com 1 a 2 mm, que aumentam
durante 2-3 dias para 3-4mm e são circundadas por anéis
eritematosos com tamanho até 10mm” (Nelson, 2013)
• Média de 5 lesões (1 a >15)
• Complicações: Meningite asséptica
• Regressão dos sintomas ocorre 3-7 dias
1. Manifestações respiratórias:
 Sibilos
 Apneia
 Pneumonia
 Otite Média
 Bronquiolite
 Parotidite
 Faringotonsilite
09

Escarlatina
Escarlatina

• Etiologia: Estreptococo β hemolítico


• Febre, amigdalite purulenta, língua saburrosa, vômitos e dor abdominal
• Eritema em todo corpo, com pequenas pápulas, Sinal de Pastia, Sinal de
Filatov. Descamação Laminar mãos e pés, na 2 e 3 semana.
• A febre é alta nos primeiros dias do exantema.
• Tratamento: Amoxicilina com Clavulanato, Macrolideo, penicilina
benzatina ou oral.
Nelson Tratado de Pediatria, 2018
10

Varicela
Varicela
1. Etiologia: vírus da varicela-zóster, do grupo herpes
2. Transmissão por aerossol, contágio direto e pela transmissão vertical
3. Tempo de incubação 10 a 21 dias
4. Tempo de contágio: do 10 dia após o contato até a formação de crostas de
todas as lesões
5. Reativação da infecção: Herpes-Zoster
Quadro clínico
• Febre (38-39°), mal estar,
• Erupção inicia-se na face, como máculas eritematosas → pápulas →
vesículas → pústulas → crostas
• Máculas eritematosas intensamente pruriginosas.
• Pode haver envolvimento do couro cabeludo e das mucosas orais e
genitais
Complicações
• Infecções bacterianas secundárias: piodermites, erisipelas, celulite
• Pneumonia (Pneumonite)
• Encefalite: Aparece 3 e 8 dias após o inicio do exantema
• Manifestações hemorrágicas
• Varicela e gravidez

FETO: Corioretinite,
Menigoencefalite, Morte fetal e
Aborto
Dermatologia Azulay, 2017
Tratamento
• Não há necessidade de avaliação laboratorial para o diagnóstico
• Tratamento:
• Aciclovir
• Sintomáticos
Prevenção
1. Vacina antivaricela

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