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Olhos, Orelhas, Nariz e

Cavidade bucal
Dra. Maianna Viana
01

OLHOS
OLHOS
• 1° Avaliação é do Pediatra

• Avaliação do globo ocular e seus Anexos (pálpebras,


tecidos, fáscias e vasos, músculos extrínsecos e sistema
lacrimal)

• O desenvolvimento pré-natal ocular e cerebral → 6°


semana de gestação – 10 anos
Desenvolvimento da visão:
• Ao Nascer: sensível a luz, visão predominante periférica,
pupilas aumentam de tamanho

• 3-4 meses: Reflexos supranucleares de fixação mais


maduros.

• 5 e 6 meses: inicio do desenvolvimento da visão


binocular, visão de cores mais desenvolvidas.
Desenvolvimento da visão:
• 9 meses: noção de distância (pegar objetos entre o
indicador e polegar, visão de cores semelhantes à do
adulto.

• 18 meses: habilidades como construir pequenas torres,


observar livros com figuras.

• 2 anos: notar parentes nas fotos, e desenhar linhas.


HPP
● História Gestacional (TORCHS)

● Traumas no parto

● História Familiar de doenças oculares

● Prematuros de baixo peso


EQUIPAMENTOS
● Pequena lanterna ou foco Luminoso
● Oftalmoscópio
● Tabelas de acuidade visual
 Letra E de Snellen
 Símbolos LEA
 Números de Snellen
EXAME

ACUIDADE
01 INSPEÇÃO
02 VISUAL

REFLEXO MOTILIDADE
03 VERMELHO 04 OCULAR
INICIANDO O EXAME
Inspeção EXTERNA
 Avaliação das estruturas externas (Pálpebras, cílios, vias lacrimais,
conjuntiva, esclera, íris, córnea)

Filho da professora
POSIÇÃO
 Hipertelorismo
• Aumento da distância entre os dois olhos com achatamento da base do
nariz

Síndrome de Down
Estrabismo: Desalinhamento dos olhos.

Semiologia da Criança e do Adolescente, MARTINS - 2010


VOLUME
 Microftalmia

Microftalmia
 Buftalmia: Aumento do globo ocular

Oftalmologia Clínica para o Pediatra, EJZENBAUM [et.al], Manole, 2020.


Exoftalmia ou proptose: É uma
alteração no nível ocular,
caracterizado por olhos
salientes.
Oftalmologia Clínica para o Pediatra, EJZENBAUM [et.al], Manole, 2020.
● Enoftalmia: Depressão dos olhos. (desidratação)
● Anoftalmia: Ausência de um ou ambos os bulbos oculares
Exame das Pálpebras

Oftalmologia Clínica para o Pediatra, EJZENBAUM [et.al], Manole, 2020.


● Epicanto; prega cutânea semilunar no ângulo interno do olho que
liga pálpebra superior à inferior.
● Ectrópio: Eversão das pálpebras para fora (paralisia facial, retração
cicatricial – inflamação queimação ou traumatismo)

● Entrópio: inversão da pálpebra para dentro


Semiologia Pediátrica, RODRIGUES. Guanabara Koogan,2009
Exame das Conjuntivas
● Necessidade de afastar pálpebra inferior e possibilidade de everção
da pálpebra superior
● Avaliação
● Conjuntivite:
 Infecciosa
Alérgica
Química
Oftalmologia Clínica para o Pediatra, EJZENBAUM [et.al], Manole, 2020.
● Exame das escleróticas: Normais são brancas com leve tonalidade
azulada

○ Icterícia

○ Anemia Ferropriva
Córnea
● Córnea: Manter a transparência da via óptica, barreira de contenção
e realizar convergência dos raios luminosos

● Verificar brilho e a transparência e investigação de corpos estranhos,


ulcerações, cicatrizes e vascularização.
Oftalmologia Clínica para o Pediatra, EJZENBAUM [et.al], Manole, 2020.
Coloboma de Íris
● Iris: Observar cor, formato e aspecto.

Oftalmologia Clínica para o Pediatra, EJZENBAUM [et.al], Manole, 2020.


Oftalmologia Clínica para o Pediatra, EJZENBAUM [et.al], Manole, 2020.
PUPILAS
● Avaliação realizar sob condições de baixa iluminação;

 Forma, tamanho, formato, simetria e reação a Luz.

 Pupila fixa, não fotorreativas.

 Anisocoria: Desigualdade pupilar

 Miose: pupilas contraídas

 Midríase

 Leucoria
Oftalmologia Clínica para o Pediatra, EJZENBAUM [et.al], Manole, 2020.
Dacriocistite: pode ser secundária à infecção em processos
obstrutivos das vias lacrimais

Dacriocistocele:Dilatação do Saco lacrimal (obstrução do ducto


nasolacrimal)
Reflexo Vermelho
● O teste do reflexo vermelho (TRV) ou “Teste do olhinho” é um exame
simples, rápido, indolor e de baixo custo realizado em recém-nascidos
● Objetivo: Detecção precoce de problemas oculares congênitos que
comprometem a transparência dos meios oculares e que podem impedir o
desenvolvimento visual cortical
Teste do reflexo Vermelho, SBP, 2018.
Técnica Reflexo Vermelho
● O oftalmoscópio, com a lente do aparelho ajustada no “0” (zero, sem poder
dióptrico),
● Distância de 50 cm a um metro dos olhos do recém-nascido (cerca de um
braço esticado).
● Localizar os olhos da criança através do orifício do equipamento e
iluminam-se suas pupilas.
● Observar o reflexo vermelho em cada uma delas, avaliando-se sua presença
ou ausência e na presença, comparar a intensidade e simetria entre os olhos
Teste do reflexo Vermelho, SBP, 2018.
Acuidade Visual
● Recomendado em todas as crianças com 03 anos de idade.
● Auxilio de cartões, figuras
● Letras de Snellen, Números e a Letra E
● HOTV, Símbolos de LEA
● Se difícil execução pela idade, repetir após 06 meses.
Acuidade Visual - verbal

Semiologia da Criança e do Adolescente, MARTINS - 2010


Símbolos LEA Letra E de Snellen
Semiologia da Criança e do Adolescente, MARTINS - 2010
Semiologia da Criança e do Adolescente, MARTINS - 2010
Teste HOTV

Semiologia da Criança e do Adolescente, MARTINS - 2010


Estrabismo e Motilidade Ocular
● Paciente deverá acompanhar um objeto de fixação em diferentes
posições do olhar (D, E, ↑,↓)
● Alinhamento: Reflexo de luz sobre a córnea (Reflexo de Hirschberg)
● Reflexo deslocado nasalmente – Estrabismo divergente (Exotropia)
● Reflexo deslocado Temporalmente – Estrabismo Convergente
(Esotropia)
● Estrabismo Vertical – Um dos reflexos estará mais para cima ou para
baixo que o outro
Semiologia Pediátrica, RODRIGUES. Guanabara Koogan,2009
Estrabismo e Motilidade Ocular

Semiologia da Criança e do Adolescente, MARTINS - 2010


Semiologia da Criança e do Adolescente, MARTINS - 2010
● Semiologia da Criança e do Adolescente, MARTINS - 2010
02

ORELHAS
● Avaliação: Postura do Médico no 1º contato
● Explicar o que será feito, exame clínico...
● “Voz pediátrica”
● Examinar primeiramente as Orelhas
Anatomia

Atlas de Anatomia Humana, Netter


•Orelha Externa:
•Pavilhão Auricular

•Meato Acústico Externo

• Articulação temporomandibular

• Martelo, bigorna e estribo: Responsáveis pela condução do estímulo


sonoro até a orelha interna
• TUBA AUDITIVA: Canal valvular que comunica e promove a
passagem de ar entre a rinofaringe e a orelha média.

• Orelha Interna:
 Cóclea (função neurossensorial da audição)
 Vestíbulo e canais semicirculares (equilíbrio corporal)
Manifestações clínicas Comuns
● Otalgia

● Otorreia
•Otoliquorreia
•Otorragia

● Déficit auditivo ( Disacusiais)


•Hipoacusia
•Surdez
•Anacusia
•Autofonia
● Alterações da fala

● Vertigem

● Zumbidos
Exame Otológico da Criança
● Primeiro: examinar a orelha que não é motivo da
Queixa Principal, em seguida a orelha afetada
● Inspeção visual:
● Palpação
 Tragus, região retroauricular da mastoide, linfonodos

 Edemar, calor e rubor


Otoscopia
● Otoscópio

● Espéculos auriculares

● Luz apropriada
da Criança
Exame Otológico
Posição

Semiologia da Criança e do Adolescente, MARTINS - 2010


• Membrana Timpânica:
 Integridade

 Transparência

 Coloração (Âmbar-neutra)

 Posição (Levemente côncava com ponto de depressão máximo


no umbigo do martelo)

 Mobilidade (Otoscopia pneumática)


Atlas de Anatomia Humana, Netter
American Academy of Pediatrics, Guideline The Diagnosis and Management of Acute Otitis Media, 2013
Tratado de Pediatria, 19ed. Nelson
Otite Média Aguda
Otite média com efusão
Abaulamento da membrana timpânica
1º Exame
● Triagem Neonatal

 Teste da Orelhinha (EOA, PEATE)

● Reagir aos Sons (DNPM)


Avaliação Funcional do ouvido

● Prova de Weber

● Prova de Rinne

● Teste de Hardy
• Indiferenciada • Negativo (VO)
• Lateralizado • Positivo (VA)
Teste de Hardy
● Bebê distraído com algum brinquedo, o ruído ele é produzido fora
do seu campo visual em vários pontos.

 Aos 4 meses: arregala os olhos; cessa outras atividades e , as vezes gira


a cabeça na direção do som

 Aos 06 meses: A cabeça gira ao lado do som

 Aos 8 meses: É capaz de localizar o som que vem de baixo dele e vira-
se para o lado onde foi produzido o som.

 Após 1 ano: É capaz de localizar som abaixo e acima dele .


3
Nariz e Seios
Paranasais
● Pais ou cuidadores dificuldades em classificar os problemas nasais,
diferentes informações

● Diferenças em períodos de Vigília e Sono

● Evolução das manifestações clínicas (faixa etária)


Atlas de Anatomia Humana, Netter
Atlas de Anatomia Humana, Netter
Atlas de Anatomia Humana, Netter
Sintomas comuns
● Dor / Cefaléia

● Espirro

● Epistaxe

● Obstrução Nasal
Atresia de Coanas
 Traumatismos faciais
 Hipertrofia de cornetos / adenoide
 Rinite Alérgica
Corpo estranho
Atlas de Anatomia Humana, Netter
Atlas de Anatomia Humana, Netter
● Rinorréia
● Dispnéia
● Alterações do olfato
●Hiposmia
●Anosmia
●Hiperosmia
●Cacosmia
● Disfunções de fonação
Exame Nasal da Criança
RINOSCOPIA ANTERIOR
1. Inspeção
2. Palpação
● Inspeção externa
● Desvios, cicatrizes, sinais inflamatórios ou deformidades
de origem traumática
● Pirâmide Nasal
 Desnivelamento devido às fraturas
 Volume
 Consistência
 Pontos Dolorosos ?
● Inspeção das cavidades: Espéculo

● Técnica: O espéculo deve ser seguro com a mão esquerda, afastando


a asa do nariz para boa visualização do interior da cavidade. O dedo
indicador da mão esquerda fixa o espéculo à a as do nariz. Para a
fossa esquerda → Mão direita
● Existência de:
 Exsudatos

 Pólipos

 Hipertrofia de cornetos

 Desvio de septo

 Corpos estranhos
Imagem INTERNET
Síndromes Clínicas Nasais Clássicas
Rinite Alérgica
● Doença inflamatória da mucosa respiratória devida a um estado
patológico do sistema imune caracterizado pela reação exagerada
contras os aeroalérgenos, macromoléculas existentes no meio
ambiente

● Quadro Clinico: espirros, prurido e congestão nasal, hiperemia


conjuntival
● Ao exame físico: Mucosa Nasal pálida, hipertrofia de cornetos,
presença de rinorreia hialina ou purulenta (infecção 2º)
● Outros sinais: Olheiras, Sinal de Dennie-Morgan (pregas abaixo
da linha dos cílios em pálpebra inferior), Vinco horizontal na
linha média no nariz decorrente do prurido nasal constante.
RINOSSINUSITE AGUDA
● Caracterizada pela presença de 02 ou mais sintomas

 Obstrução/congestão nasal ou secreção nasal


anterior/posterior

 Tosse

 Dor/pressão facial
Em crianças maiores a cefaleia e dor na arcada dentária podem
estar presentes
Classificação
● RSA viral (resfriado ou gripe): sintomas duram até 10 dias
● RSA pós-viral, em que há piora dos sintomas após 5 dias ou
persistência dos sintomas após 10 dias e com menos de 12 semanas
de evolução
● RSAB: secreção mucopurulenta nasal e retronasal, febre (>38ºC) dor
facial ou piora dos sintomas após fase inicial da evolução
● Diagnóstico Diferencial: Corpos estranhos nasais e atresia de coana
unilateral, Rinite alérgica, adenoidite
● Ao exame do nariz: Pode constatar-se congestão da mucosa e
presença de secreção purulenta no meato médio.
● Na orofaringe pode se observar gotejamento purulenta pós-nasal
04
Cavidade
Bucal
● O Exame da boca é objetivo
● Deixar a criança segura, conquistar a colaboração
● Queixas comuns:
•Dor de garganta
•Odinofagia
•Rouquidão
•Sialorréia
•Lesões erosivas da mucosa
•Erupções dentárias
•Genvivas
•Cáries
Atlas de Anatomia Humana, Netter
Anatomia

Atlas de Anatomia Humana, Netter


Segredo para Exame
Físico???

● Voz Pediátrica
● Precisão
● Rapidez
O que veremos?
● Lábios
● Gengivas
● Dentes
● Palato
● Língua
● Amígdalas
● Orofaringe
Como Faremos?
● Orofaringe

Imagem INTERNET
Nutella Raiz
● Nasofaringe: Adenoides

Semiologia da Criança e do Adolescente, MARTINS - 2010


● Laringo-faringe ou hipofaringe
 Laringoscopia indireta
 Exame endoscópico com fibra óptica flexível ou rígida
O que veremos?
● Lábios
● Gengivas
● Dentes
● Palato
● Língua
● Amígdalas
● Orofaringe
Lábios
● Freios labiais

Imagem INTERNET
● Freio Lingual

Imagem INTERNET
Cummings otorrinolaringologia pediátrica / Marci M. Lesperance, Paul W. Flint; tradução Carolina Santos Bosaipo. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
Gengiva
● Gengiva cor avermelhada (bebês e crianças)
● Adolescentes gengiva rosa-pálida
● Dentição
● Dentes Decíduos X Dentes Permanentes
● Hematoma de erupção
Guia de Saúde Oral Materno- Infantil (SBP)
● Cárie/erosão Dentária

Imagem INTERNET
● Trauma dentário

Filho da professora
Filho da professora
Gengiva
● Hipertrofia gengival

Filho da professora
Palato
● Limite Superior da cavidade bucal
● Estrutura óssea e arqueada
● Palato duro e Palato Mole
● Recém-nascido: Palpação

Fenda Palatina
● Pérolas de Epstein

Imagem INTERNET
Língua
● É um órgão muscular que forra o assoalho da cavidade bucal e se prende ao
osso hióide, à mandíbula, ao processo estiloide e à faringe
● Papilas Gustativas (filiformes, fungiformes, valadas e foliáceas)
● Macroglossia
● Microglossia
● Aglossia
● Alteração da cor da língua
Escarlatina

Nelson Tratado de Pediatria, 2018


Amigdalas
● Nódulos róseos, constituídos por tecido linfoide e localizados no
pilares anterior e posterior

● Avaliar tamanho, cor, presença de exsudatos e ulcerações

● Podem produzir resposta ganglionar cervical


● Palpação cervical
 Linfonodos submentais

 Linfonodos submandibulares

 Linfonodos cervicais laterais e anteriores


Atlas de Anatomia Humana, Netter
Semiologia Pediátrica, RODRIGUES. Guanabara Koogan,2009
Semiologia Pediátrica, RODRIGUES. Guanabara Koogan,2009
Escarlatina

Nelson Tratado de Pediatria, 2018


Ulcerações Aftosas
• Lesão oral distinta, propensa a recorrência.
• Lesões ulcerativas bem-circunscritas com uma base branca
necrosada circuncidada por um halo avermelhado
• Duração 10-14 dias e curam sem deixar cicatrizes.
Imagem INTERNET
Herpangina
Nelson Tratado de Pediatria, 2018
Mononucleose Infecciosa
• Epstein-Barr
• Febre, linfonodomegalia, hepatoesplenomegalia e faringoamigdalite
• O Exantema é maculopapular, pode ocorrer erupções petequeais,
escarlatiniforme, e urticariformes.
• As erupções são mais evidentes na presença de penicilina ou ampicilina.
• Hemograma (linfócitos atípico), Imunofluorescência IgG e IgM,
Transaminases.
Nelson Tratado de Pediatria, 2013
Acabou!

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