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Coordenadores
Prof. Dr. Orozimbo Alves Costa
Profª. Drª. Maria Cecília Bevilacqua
COLABORADORES:
Adriane Lima Mortari Moret
Andréa Cintra Lopes
Eliane Aparecida Tech Castiquini
Eliane Maria Carrit Delgado
Leandra Tabanez Nascimento
Maria Cecília Bevilacqua
Sílvia Letícia Oliveira Valente
BAURU - 2001
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INTRODUÇÃO
SUMÁRIO
CONCEITO: observação das reações da criança diante de diferentes estímulos sonoros (verbais
e não verbais).
OBJETIVOS:
fornecer informações para o diagnóstico audiológico;
fornecer informações para o planejamento terapêutico;
estabelecer parâmetros de referência de evolução da própria criança;
FAIXA ETÁRIA: preferencialmente crianças até 36 meses de idade, podendo abranger crianças
até aproximadamente 60 meses, dependendo das características de
desenvolvimento da criança.
POSICIONAMENTO DA CRIANÇA:
Crianças de 4 a 6 meses de idade:
no colo da mãe (sentada de frente para a fonte de iluminação natural da sala),
criança posicionada no centro do corpo da mãe (sem encostar ou tombar de um
lado ou de outro);
mãe segurando-a pela cintura;
cabeça, tronco e braços da criança livres;
Avaliador que registra a reação da criança: na frente da criança, sendo que o seu rosto
também deve estar na mesma altura do rosto da criança. Este avaliador deve estar com
lápis e formulário nas mãos, e anotar rapidamente as reações da criança, com
movimentos discretos, sem despertá-la para os seus movimentos.
TÉCNICA DE DISTRAÇÃO
O avaliador da frente da criança deverá ter em mãos um brinquedo ou objeto
não atraente, o qual deve ser apresentado rapidamente à criança antes da apresentação do estímulo
sonoro, sem deixar a criança manuseá-lo. Imediatamente após a retirada do brinquedo ou do
objeto do campo visual da criança, o avaliador atrás da criança deve produzir o estímulo sonoro.
ESTÍMULOS SONOROS
6 sons de Ling (1976, 1984): /a/, /i/, /u/, /s/, / Š /, /m/. Sons padronizados, abrangem
o espectro de freqüências dos sons da fala (500 – 4000Hz). O som nasal /m/ foi
incluído em 1984, pelo fato de ser bastante usado em algumas línguas.
Forma de apresentação:
quanto ao tempo de apresentação: 4 segundos
contínuo, sem entonação
iniciar em intensidade natural, intensificar se a criança não reagir e diminuir se a
criança reagir
quantidade: preferencialmente até 5 apresentações de cada fonema
alternando OD / OE
6
RESPOSTAS ESPERADAS
não reage;
localiza o som;
resposta de atenção: arregala os olhos, cessa ou inicia movimentação do corpo ou
sucção da chupeta;
resposta de orientação ao som;
imitação verbal;
sorriso.
7
Orlandi ACL, Bevilacqua MC. Deficiência auditiva profunda nos primeiros anos
Nome:
Data: ____/____/____ Idade:
Dispositivo:
IDENTIFICAÇÃO DE PALAVRAS
POLISSÍLABOS MONOSSÍLABOS
A/V A A/V A
tartaruga flor
elefante mão
telefone pé
abacaxi trem
elefante mão
tartaruga pé
abacaxi flor
telefone trem
tartaruga flor
elefante pé
tartaruga mão
abacaxi trem
Total correto: _____ Categoria _____ Total correto: ______ Categoria _____
Índice de reconhecimento de fala: utiliza-se lista de palavras com estrutura silábica cvcv
(consoante – vogal – consoante – vogal), que pertençam ao vocabulário da própria criança,
fornecido pelo seu terapeuta ou pela sua família. O Centro de Pesquisas Audiológicas
desenvolveu este procedimento visando uma avaliação mais precisa das crianças em fase de
desenvolvimento e que ainda não tem um léxico suficiente para aplicação de outras provas. Este
material não foi publicado, e é aplicado para crianças menores de 5 anos de idade. A lista deve
ser composta por um mínimo de 5 palavras e máximo de 20 palavras, de acordo com o nível de
desenvolvimento de fala e linguagem de cada criança. Este procedimento deve ser realizado em
cabina acústica, e os vocábulos devem ser apresentados em campo livre, em nível de intensidade
de 70 dB NA. A tarefa da criança consiste em reconhecer os vocábulos apresentados, repetindo-
os. Todas as emissões da criança devem ser transcritas foneticamente, e o índice de acertos de
fonemas e de palavras são analisados.
13
Nome:
Data: _____/_____/_____
1. 11.
2. 12.
3. 13.
4. 14.
5. 15.
6. 16.
7. 17.
8. 18.
9. 19.
10. 20.
/ // / / /
/ // / / /
/ // / / /
/ // / / /
/ // / / /
/ // / / /
/ // / / /
/ // / / /
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DESCRIÇÃO
A Escala de Integração Auditiva Significativa para Crianças Pequenas (IT - MAIS) tem por
objetivo avaliar a percepção da fala em crianças deficientes auditivas profundas com idade
inferior a 4 anos. Consiste de 10 questões simples, relacionadas ao comportamento auditivo da
criança em diferentes situações do dia-a-dia.
Cada questão apresenta escala de 5 pontos, com escores de 0 (zero) a 4, assim distribuídos: 0 =
nunca, 1 = raramente, 2 = ocasionalmente, 3 = freqüentemente e 4 = sempre.
PROCEDIMENTO
As questões devem ser aplicadas aos pais ou responsáveis sob a forma de entrevista, os quais são
solicitados a relatar o comportamento auditivo da criança perante cada situação proposta,
oferecendo o maior numero de exemplos possível e descrevendo as atitudes da criança.
É necessário que o avaliador estude previamente o procedimento e certifique-se do objetivo de
cada questão. A MAIS deve ser apresentada informalmente para que os pais sintam-se a vontade
e ofereçam respostas verdadeiras.
Como o avaliador é responsável pela atribuição dos escores na escala, todos os exemplos
oferecidos devem ser anotados para facilitar tal tarefa.
RESULTADO
O resultado será calculado somando-se o número total de pontos acumulados em cada questão,
sendo possível a obtenção de no máximo 40 pontos. Essa
pontuação pode ser transformada em porcentagem, correspondente ao Índice da MAIS, onde
100% é o escore máximo.
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01- O comportamento vocal da criança é modificado quando está usando o seu dispositivo
auditivo (AASI ou Implante Coclear)?
No caso de crianças pequenas, os benefícios da estimulação auditiva são primeiramente notados
nas habilidades de produção da fala. A freqüência e a qualidade das vocalizações podem mudar
quando a criança coloca o seu dispositivo auditivo, quando este está desligado ou não está
funcionando adequadamente.
com o dispositivo;
___ 4= Sempre: As vocalizações da criança aumentam 100% quando está
com o dispositivo ligado, em comparação com as
vocalizações, quando com o dispositivo desligado.
18
02- A criança produz sílabas bem articuladas e seqüências silábicas que podem ser reconhecidas
como “fala”?
Esse tipo de manifestação é característico da fala de crianças em desenvolvimento. As
manifestações contêm sons e sílabas reconhecidas como “fala” pelos pais (ex. “mamama”,
“dadada”, “bababa”). Os pais afirmam que a criança está “conversando”.
Pergunte: “A criança “conversa” com você ou com objetos?” “Quando brinca sozinha, que tipos
de sons você escuta quando está com o dispositivo auditivo ligado?” “A criança emite sons e
palavras usadas em rimas infantis ou quando brincando com bonecos (ex. “upa upa upa”,
“uououo”, “baaaaa”, “muuuu”, “ai ai ai ai)?” Solicite aos pais exemplos específicos dessas
manifestações e a freqüência com que são produzidas pela criança.
03- A criança responde espontaneamente ao seu nome, em ambiente silencioso, somente através
da via auditiva, sem pistas visuais?
As crianças pequenas apresentam uma variedade de comportamentos em resposta aos sons.
Exemplos de tais respostas podem ser: cessar a atividade momentaneamente (parar os
movimentos ou a brincadeira, cessar o choro ou a sucção da chupeta), procurar a fonte sonora
(olhar para cima ou ao redor após ouvir seu nome), arregalar os olhos ou piscar.
Pergunte aos pais: “Se você chamou a criança por trás, numa sala silenciosa, sem pista visual, em
que porcentagem ela responde à primeira chamada?”
Muitas crianças geralmente apresentam uma resposta quando o estímulo cessa; qualquer
comportamento repetido é considerado resposta, sempre que apresentado consistentemente.
Solicite exemplos específicos desses tipos de respostas, observados pelos pais, principalmente
para atribuir melhor pontuação.
05- A criança, espontaneamente, está atenta aos sons ambientais (cachorro, brinquedos) sem ser
induzida ou alertada sobre estes?
Pergunte aos pais: “Cite os tipos de sons ambientais que a criança responde em casa ou em
situações familiares (restaurante, lojas,
parques infantis) e ofereça exemplos.”
Questione os pais quanto ao fato de estarem certos de que a criança responde somente
auditivamente, sem pistas visuais. Solicite exemplos específicos, como: atenção ao telefone,
campainha, cachorro latindo, alarme, sinais de microondas, lavadoras, descarga, buzina, trovão,
brinquedos que emitem ruídos (caixinha musical, jogos sonoros, cornetas)). Os exemplos devem
estar relacionados à atenção espontânea da criança e não ao alerta dos pais.
Utilize o critério de resposta especificado na questão 3 para pontuar as observações dos pais.
O comportamento de resposta deve ser demonstrado quando a criança detecta o som pela primeira
vez, ou quando este cessou.
06- A criança está atenta, espontaneamente, aos sinais auditivos, quando em novos ambientes?
Pergunte aos pais: “A criança mostra curiosidade (verbalmente ou não) para novos sons, quando
em locais não familiares, como quando em alguma outra casa ou numa loja ou restaurante não
familiar?”
Os exemplos incluem o barulho das louças sendo lavadas num restaurante, sinos tocando em uma
loja de departamentos, crianças chorando em outra sala, sirene, alarme, sistema de som em
edifícios, brinquedo diferente na casa de um colega.
Uma criança menor pode indicar, não verbalmente, que ouviu um novo som arregalando os olhos,
olhando ao redor, sorrindo, procurando a fonte do novo som ou imitando este (como quando
brincando com um novo brinquedo), chorando após um som intenso ou diferente, ou dirigindo o
olhar para os pais.
O comportamento de resposta deve ser demonstrado quando a criança detecta o som pela primeira
vez, ou quando este cessou.
07- A criança reconhece, espontaneamente, os sinais auditivos que fazem parte de sua rotina
diária?
Pergunte aos pais: “A criança reconhece regularmente, ou responde adequadamente aos sinais
auditivos que ocorrem na creche, na pré-escola ou em casa, sem pistas visuais ou alerta?”
Exemplos podem ser: procurar por um brinquedo familiar quando escuta seu ruído mas não o vê,
olhar para o microondas ou para o telefone quando toca, olhar para a porta quando o cachorro late
lá fora, olhar para a porta quando ouve o ruído do portão, cobrir os olhos quando você inicia
verbalmente, atrás dela, um jogo interativo como “cadê”, “esconde - esconde”.
08- A criança demonstra habilidade para discriminar espontaneamente dois falantes, usando
somente a audição, sem pistas visuais?
Exemplos deste comportamento incluem a discriminação entre a voz do pai ou da mãe e a de um
irmão, ou a discriminação entre a a voz da mãe e a voz do pai. Exemplo desse comportamento
pode ser: atender ou responder a voz do pai somente através da pista auditiva.
Pergunte: “A criança pode diferenciar duas vozes prontamente, como ao ouvir a voz da mãe ou a
do irmão/irmã ?” Num nível mais difícil, pergunte: “se a criança está brincando com dois irmãos
e um deles fala alguma coisa, ela olha em sua direção corretamente?”
09-A criança conhece espontaneamente as diferenças entre estímulos de fala e não fala somente
através da audição?
O propósito desta questão é avaliar se a criança categoriza estímulos de fala e não fala. Nós
devemos perguntar sobre situações onde a criança pode confundir esses dois estímulos ou mostrar
que não está confusa. Por exemplo, se a criança tem uma resposta estabelecida para um certo
estímulo (como dançar ao ouvir a música), ela apresenta esse comportamento em resposta ao
estímulo de fala?
Pergunte: “A criança reconhece a fala como uma categoria de sons diferentes dos sons não
falados?” Por exemplo, se você está numa sala junto com a criança e a chama, ela olha para você
ou para o brinquedo? “Alguma vez a criança procurou a voz de um membro da família olhando
para um brinquedo familiar?”
Pergunte: “Somente através da audição a criança pode perceber a emoção inerente à voz de
alguma pessoa, assim como uma voz brava, excitada, etc.?” (exemplos: a mãe grita e a criança se
assusta e chora, ou a criança sorri em resposta a mudanças na entonação e na prosódia da voz do
pai, sem ver o seu rosto).
IT-MAIS / MUSS
Nome: Idade:
Avaliador: Dispositivo: Tempo de uso:
Data de aplicação:
s a m Ş m i m u u a m Ş a s a s i s u Ş u i m i s u i Ş Ş a
ESCORE:
/a/:
/i/:
/u/:
/s/:
/Ş/:
/m/: 28
27
28
MASCULINA FEMININA
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
ESCORE
u i i u i a u a i u i a u a a
ESCORE:
/a/:
/i/:
/u/:
30
/aaaa/ /a/
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
ESCORE:
G B
C T E I
A E L C
S M C L A I
A E H E D C
F G B C P N O F E L
M L A O A A I R O I E
P Ã O T L S T N R N R T
RESPOSTA É O R O A A O O O E A A
PÉ
MÃO
FLOR
GATO
BOLA
CASA
SAPATO
MENINO
CACHORRO
TELEFONE
GELADEIRA
BICICLETA
RECONHECIMENTO:
31
CATEGORIZAÇÃO:
6a PROVA-COMPREENSÃO DE SENTENÇAS
TREINAMENTO:
1- Qual o nome da sua professora?
2- Onde está a sua boca ?
3- Quantos irmãos você tem ?
LEGENDA
Apoio visual:
Pausa: - - - - -
Ênfase: -------
Gestos:
ESCORE:
32
Nome: DN:____/____/____
IC: Processador:
Programa: Volume: Sensibilidade:
Data: ____/____/____
TREINO:
PALAVRAS FONEMAS PALAVRAS FONEMAS
Para Nome
Mesa Curto
Fecha Casa
Lixo Livro
Bola Luva
AVALIAÇÃO
PALAVRAS FONEMAS PALAVRAS FONEMAS
Café Gato
Dedo Nenê
Quero Vela
Limão Bicho
Rosa Toma
Fogo Bolo
Chuva Suco
Maçã Carro
Pilha Minha
Pula Nuvem
NOME: IDADE:
DISPOSITIVO AUDITIVO: DATA:
INFORMANTE: AVALIADOR:
01- Aplique a questão 1a se a criança possuir idade inferior a 05 anos e a questão 1b se possuir
mais que 05 anos.
1a- A criança usa o dispositivo auditivo durante todo o dia, sem resistência?
Pergunte: “Como é a rotina diária para colocar o dispositivo auditivo”? A mãe deverá explicar o
quanto a criança usa o dispositivo e determinar se o usa durante todo o dia sem resistência, ou
somente em períodos restritos.
Pergunte: “Se um dia você não colocou o dispositivo na criança, ela demonstrou estar sentindo
falta do mesmo (apontando seu ouvido, procurando, ficando agitada, etc.)”? Uma pergunta
adicional poderá ser: “Seu filho demonstra, não verbalmente, ficar aflito quando o dispositivo é
retirado (como chorar ou ficar agitado)”?
Resposta:
1b- A criança solicita que coloquem o seu dispositivo auditivo ou ela própria o coloca?
Pergunte: “Como é a rotina para colocar o dispositivo na criança”? A mãe deverá explicar quem
é responsável por colocar o dispositivo (ela ou a própria criança). “Se um dia você não colocou o
dispositivo da criança e não mencionou tal fato, a criança pede para colocá-lo e demonstra falta
do mesmo”?
Uma questão adicional poderia ser: “Seu filho utiliza o dispositivo basicamente de acordo com a
rotina (como na escola e uma hora à noite), ou durante todo o dia (até mesmo à noite,
demonstrando maior dependência e vínculo com o dispositivo que a opção anterior)”?
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02- A criança relata e parece ficar perturbada quando seu dispositivo não está funcionando por
alguma razão?
Solicite exemplos do que a criança tem feito (verbalmente ou não) quando o seu dispositivo
auditivo não está funcionando. Pergunte também: “Alguma vez você checou o dispositivo e
descobriu que não estava funcionando, porém a criança não notou ou não lhe comunicou”?
No caso de crianças menores, pergunte: “Alguma vez você checou o dispositivo e observou que
não estava funcionando e a criança não forneceu nenhuma indicação não verbal disto, como
chorar ou levar a mão até o dispositivo”?
Resposta:
Resposta:
04- A criança responde espontaneamente ao seu nome, na presença de ruído ambiental, quando
chamada auditivamente, sem nenhuma pista visual?
Pergunte: “Se você chamou a criança por trás, numa sala com pessoas conversando e a televisão
ligada, sem nenhuma pista visual, em que porcentagem de tempo ela se volta à você e responde à
primeira chamada”?
05- A criança, espontaneamente, está atenta aos sons ambientais (campainha, telefone), sem ser
induzida ou alertada sobre estes?
Pergunte: “Cite os tipos de sons ambientais que a criança responde em casa e dê exemplos”.
Questione os pais quanto ao fato de estarem certos de que a criança responde apenas
auditivamente, sem nenhuma pista visual. Exemplos podem ser solicitados: telefone, campainha,
cachorro latindo, chuva, alarme, motores, sinais de microondas, lavadoras, descarga, buzina,
trovão, etc. Os exemplos devem ser relacionados à atenção espontânea da criança e não ao alerta
dos pais.
06- A criança está atenta, espontaneamente, aos sinais auditivos quando em novos ambientes?
Pergunte: “A criança mostra curiosidade (verbalmente ou não) para novos sons, quando em locais
não familiares, como em alguma outra casa ou num restaurante, perguntando “O que foi este
som?” ou “Eu ouvi alguma coisa?”
Uma criança menor poderia dar alguma informação de que ouviu um novo som arregalando os
olhos, olhando ao redor, procurando a fonte do novo som ou imitando este (como quando
brincando com um novo brinquedo).
Os exemplos que os pais tem oferecido referem-se às crianças perguntando sobre o barulho das
louças sendo lavadas num restaurante, brinquedos e sinos tocando em uma loja de departamentos,
som de latidos em outra sala, sistema de som em lojas.
___ 0= Nunca: Os pais não podem oferecer exemplos;
___ 1= Raramente: Os pais podem oferecer somente um ou dois exemplos;
___ 2= Ocasionalmente: A criança tem feito isto inúmeras vezes e os pais podem
dar exemplos;
___ 3= Freqüentemente: Os pais podem dar vários exemplos e isto é uma
ocorrência comum;
___ 4= Sempre: Poucos sons ocorrem sem a criança perguntar sobre os
mesmos (ou, no caso de crianças menores, mostram
curiosidade não verbalmente).
Resposta:
07- A criança reconhece, espontaneamente, os sinais auditivos que fazem parte de sua rotina
doméstica ou escolar?
Pergunte: “A criança reconhece regularmente ou responde apropriadamente aos sinais auditivos
em sala de aula (como ao sinal da escola, alarme de incêndio, sistema de som) ou em casa (como
abrir a janela para ver qual membro de sua família está chegando em casa quando ela ouve o ruído
do portão; ir para a cozinha quando o sinal do microondas toca, indicando que a comida está
pronta e é momento de comer), sem nenhuma pista visual ou alerta dos pais”?
Resposta:
08- A criança demonstra habilidade para discriminar espontaneamente dois falantes, usando
somente a audição (como reconhecendo a voz da mãe x voz do pai x voz dos irmãos)?
Pergunte: “A criança pode diferenciar duas vozes prontamente, como ao ouvir a voz da mãe ou
do pai”?
As seguintes situações podem ser propostas: “Se estão todos na mesma sala conversando: mãe,
pai e irmãos, a criança reconhece a voz de cada membro da família quando dirigem-se a ela, sem
qualquer pista visual?” “Se a criança está brincando com os irmãos e o pai ou a mãe a chamam,
ela atende ao chamado, dirigindo-se à pessoa correta?”
Resposta:
09-A criança percebe, espontaneamente, as diferenças entre sons de fala e ambientais somente
através da audição?
Pergunte: “A criança reconhece a fala como uma categoria de sons diferentes dos sons da não
fala”? Por exemplo, se você está parado atrás da criança e um ruído ocorreu, ela diz “O que foi
esse barulho?”
No caso de crianças menores, pergunte: “Ela correria até a próxima sala para procurar a voz do
membro da família ou iria olhar pela janela o cachorro, o caminhão dos bombeiros ou o carro da
polícia”?
Resposta:
41
10- A criança associa, espontaneamente, a entonação da voz (raiva, excitação, ansiedade) com o
significado apenas através da audição?
Pergunte: “Somente através da audição a criança pode perceber a emoção inerente à voz de
alguma pessoa, assim como uma voz brava, excitada, etc.”? (exemplos: O pai grita “anda logo”
na porta do banheiro e a criança responde, também gritando, “Por que você está bravo?”. No caso
de crianças menores, ela começa a chorar por causa do som de irritação na voz do pai?).
Um outro exemplo é: se o pai/mãe estiver lendo um livro novo para a criança, com ela sentada
em seu colo e sem poder observar o seu rosto (ex.: A mãe diz: “O garoto gritou - Vamos embora
!- “ e a criança diz: “O garoto está feliz por ir ao parque”).
Resposta:
MAIS / MUSS
Lopes AC, Castiquini EAT, Delgado EMC, Bevilacqua MC. Procedimentos de avaliação
da percepção da fala em deficientes auditivos. Revista da Sociedade Brasileira de
Fonoaudiologia 2000; 6:24-7.
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Faixa etária:
A amostra de fala foi pesquisada através de conversas espontâneas, as quais foram gravadas
através de um gravador da marca Panasonic recording Fast Palyback-auto stop/mini cassette
recorder e fitas da marca Basf, modelo FEI-60’.
Situação de gravação:
As gravações foram realizadas em locais onde era convencional a fala do dia-a-dia. A coleta
de material de fala teve como objetivo o registro da fala espontânea e usual do cotidiano.
47
Nível Sócio-cultural:
Através dos critérios apresentados por SILVERMAN & HIRSH (1956), BENCH, KOWA
&BANFORD (1979), pudemos elaborar com precisão alguns critérios para a construção de nossas
listas de sentenças, direcionando-se para os procedimentos utilizados na audiologia clínica. Desta
forma, os critérios estabelecidos para elaboração das listas, devem apresentar os seguintes itens:
1. Vocabulário apropriado para adultos:
48
Após a transcrição “verbatim” da fala, cada registro foi submetido a uma seleção prévia, e
o texto da fala corrida tomou um formato de lista, apresentando várias sentenças.
No português falado no dia-a-dia, observamos variações bastante comuns. desta forma,
após o processo de seleção das sentenças, foram retirados alguns componentes, os quais não farão
parte das listas de sentenças finais.
As transcrições “verbatim”, mostram o padrão oral apresentado pelos sujeitos na
utilização da língua portuguesa no seu dia-a-dia. Quando realizamos as modificações nas
variações da linguagem oral, passamos a apresentar um padrão escrito, uma vez que o nosso
objetivo foi de observar “o que” se fala e não “como” se fala em língua portuguesa no Brasil.
Os componentes de fala que passaram por este processo foram:
- “ pra ” = para
- “ tô ” + estou
- palavras terminadas em “ u ” = palavras terminadas em “ o ”
- palavras terminadas em “ i ” = palavras terminadas em “ e ”
- “ cê ” = você
Após a transcrição completa, o material de fala foi submetido a primeira seleção, quando o
número de palavras foi reduzido de acordo com os critérios descritos. Após análise das
sentenças, verificamos a necessidade da realização da segunda seleção das sentenças, para
um aprimoramento do conteúdo das mesmas, conforme mostra o quadro 2.
Ao final da etapa de seleção, conseguimos elaborar para cada gravação uma série de
sentenças (vide quadro 2). Desta forma, tornou-se mais fácil separarmos as sentenças existentes
em cada grupo (Grupo A, Grupo B e Grupo C).
O Grupo A foi composto pelas transcrições das gravações 1, 2 e 3 , as quais totalizaram
3.599 palavras na transcrição “verbatim”. Após a etapa de seleção das sentenças, este grupo
passou a totalizar 2.286 palavras, compondo 276 sentenças. Quadro 2.
Foi realizada nova análise a nível vocabular quando foram eliminadas as palavras que não
são comumente utilizadas em nossa língua e sentenças com mais de oito palavras. Desta maneira
o Grupo A passou a ser composto por 89 sentenças com 473 palavras. Quadro 3.
QUADRO 3 – Descrição do número total de palavras e sentenças ao final das análises do Grupo
A.
Grupo Gravação Total de palavras Total de sentenças
A 1 138 27
A 2 94 18
A 3 241 44
Total 473 89
50
QUADRO 4 – Descrição do número total de palavras e sentenças ao final das análises do Grupo
B
Grupo Gravação Total de palavras Total de sentenças
B 5 285 18
B 6 175 44
Total 460 62
QUADRO 5 – Descrição do número total de palavras e sentenças ao final das análises do Grupo
C.
Grupo Gravação Total de palavras Total de sentenças
C 4 157 22
BENCH, KOWA & BANFORD (1979) ao elaborarem o BKB Sentence, relataram que 50
palavras-chave por lista representava um número suficiente de itens.
COSTA (1997) relatou a importância de se elaborar listas com o menor número possível
de sentenças, mas que possam garantir respostas confiáveis, pois, durante a avaliação dos
candidatos ao uso de próteses auditivas, é necessário que seja apresentada ao indivíduo mais de
uma lista. Desta forma, se a lista de sentenças for muito extensa, poderá consumir muito tempo e
cansar o paciente.
Para a distribuição das palavras-chave, utilizamos a teoria descrita por CAMARA (1975),
CARONE (1988) , CUNHA & CUNHA (1985) e LAROCA (1994), em relação aos vocábulos
fonológicos e vocábulos morfológicos; podemos considerar os vocábulos fonológicos como
palavras-chave.
Em nossa pesquisa foram selecionadas apenas sentenças afirmativas, de período simples,
apresentando de quatro a sete vocábulos fonológicos. As sentenças interrogativas e exclamativas
não foram selecionadas com o objetivo de não confundir os indivíduos no momento da repetição
das sentenças. A extensão vocabular utilizada foi baseada nas transcrições das conversas
espontâneas descritas anteriormente.
SILVERMAN & HIRSH (1956) relataram que as listas de sentenças deveriam apresentar
frases afirmativas, exclamativas e interrogativas, e que a extensão vocabular de cada sentença
deveria ser de 2 a 12 palavras.
Após o término da elaboração e montagem, as listas foram aplicadas em 6 sujeitos adultos
com audição normal. A aplicação foi realizada em sistema decampo livre com intensidade de 40
dBNA acima da média.
Nesta etapa, as sentenças foram reproduzidas em “viva voz” pela fonoaudióloga. Os
sujeitos obtiveram escore muito próximo de 100%.
A partir desta aplicação observamos que a estruturação das sentenças e vocabulário
utilizado estavam adequados à proposta inicial de sentenças do português cotidiano. Realizamos
apenas uma modificação na lista 16, sentença 2: [Hoje vence a conta telefônica], onde 50% dos
sujeitos trocaram [conta telefônica] por [conta de telefone]. Desta forma, achamos pertinente tal
modificação.
As listas foram gravadas no estúdio de gravações da Rádio UNESP – Bauru (Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho), por um locutor com voz masculina. As sentenças
foram distribuídas, mantendo-se intervalos constantes de 10 segundos entre o fim de uma sentença
52
e o começo da seguinte, tempo para o paciente responder e se preparar para escutar próxima
sentença.
53
Lista 1
Lista 2
Lista 3
Lista 4
Lista 5
Lista 6
Lista 7
Lista 8
Lista 9
Lista 10
Lista 11
INSTRUÇÕES GERAIS
Para a aplicação do procedimento, alguns cuidados deverão ser tomados, de forma a alcançarmos
a correta aplicação e fidedignidade de resposta:
Leia calmamente todas as provas, atentando-se a aplicação de cada uma, registro e cálculo de
respostas;
O cartão de anteparo deverá ser utilizado para cobrir os lábios do avaliador até a altura dos
olhos, evitando assim pistas visuais que poderiam auxiliar o paciente;
As diferentes provas deverão ser aplicadas a viva voz mantendo-se a distância de 1 metro entre
o paciente e o avaliador e intensidade de voz entre 70 e 75 dB; em sala iluminada, com
tratamento acústico ou nível mínimo de ruído. sem a utilização da leitura orofacial por parte
do paciente; e em dois momentos: sem e com aparelho de amplificação sonora individual;
Antes de iniciar cada prova o avaliador deverá orientar o paciente quanto a execução da mesma,
informando o procedimento e o que será solicitado. É imprescindível certificar-se que o
mesmo compreendeu a atividade proposta;
Observar que o avaliador terá em mãos um modelo do procedimento constando três listas de
aplicações para cada uma das provas 3 à 6. A ordem de apresentação deverá seguir as
anotações, ou seja, lista A, B e C para: não utilização do AASI, 1º momento com AASI e 2º
momento com AASI, respectivamente. No caso da utilização do 3º AASI, deveremos retomar
para a lista A;
Para cada prova há um quadro de registro, o avaliador obedecerá o mesmo para a anotação dos
resultados verificando os espaços determinados para cada situação de avaliação;
Ao término do procedimento, realizar a porcentagem de acerto para cada prova e anotar nos
espaços correspondentes.
66
APLICAÇÃO DO PROCEDIMENTO
- Orientar o paciente que serão emitidos vários sons contínuos (com duração de
aproximadamente 05 segundos cada), sem entonação e que o mesmo deverá levantar
a mão assim que detectá-los;
- Exemplificar com leitura orofacial a atividade, apresentado cada um dos fonemas;
- Cada som deverá ser apresentado se apresentado quatro vezes, perfazendo um total de
vinte e quatro apresentações randomicamente selecionadas e seqüencializadas no
quadro de registros;
- O cartão de anteparo será utilizado em toda a prova, tomando-se o devido cuidado de
colocá-lo até a altura dos olhos, de forma a evitar pistas visuais;
- Durante a aplicação deveremos apresentar articulação exagerada dos sons sem a pista
acústica para nos certificarmos que o paciente não está respondendo aleatoriamente;
- Se após 12 (doze) apresentações o paciente não tiver detectado nenhum som, a prova
deverá ser finalizada de modo a não cansar o paciente com tentativas inúteis;
- Os sons detectados deverão ser anotados através da marcação “X” nos respectivos
espaços;
- É importante observar que todos os sons deverão ser apresentados do mesmo modo,
ou seja, continuamente, sem entonação e igual duração;
- Ao final anotar o resultado analisando os fonemas isoladamente; o acerto corresponde
a 25%, o que totaliza 100% para cada um destes.
- Informar ao paciente que serão omitidas algumas palavras e dentre elas o nome deste;
quando discriminá-lo, deverá levantar a mão;
- Exemplificar, com leitura orofacial, emitindo as palavras: “cabelo, mesa, nome”;
- Serão oferecidas dez palavras ao total, onde cada apresentação do nome corresponde a
20%;
- As resposta corretas deverão ser anotadas através da marcação “X”. No caso da não
discriminação o avaliador poderá realizar um traço abaixo do nome;
- O cartão de anteparo deverá ser utilizado cuidadosamente durante toda prova;
- Terminada a prova, realizar o cálculo de acerto e anotar a porcentagem no respectivo
quadro, ao lado da situação de apresentação (sem ou com AASI).
- Nesta prova, cada uma das sentenças selecionadas poderão ser apresentadas como
questões ou afirmações;
- O paciente deverá ser orientado quanto a estas duas formas de apresentações;
- Exemplificar, com leitura orofacial, utilizando a mesma sentença nas duas formas e
ressaltando a diferença de entonação: “O menino está no carro. (?)”;
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- Informá-lo que você irá emitir várias sentenças e ele deverá relatar se estas eram
afirmativas ou questões;
- Novamente, iniciar a prova utilizando meticulosamente o cartão de anteparo;
- Utilizar as listas A, B e C do manual do avaliador, obedecendo a ordem, em cada uma
das situações propostas;
- Anotar a resposta correta do paciente através da marcação “X” e realizar um traço à
frente do número quando este não discriminar;
- Realizar a porcentagem final, partindo do pressuposto que cada acerto corresponde a
10%.
LISTA A
LISTA B LISTA C
01. Volte de carro para casa. Como frutas frescas.
02. Nós nadamos no lago. Eu posso ver você?
03. Ela tem dez anos. A caneta vermelha é da secretária
04. Nós já almoçamos. Ela está aqui.
05. Traga-me até aqui. Bata na porta.
06. O cercado do jardim caiu. Você saiu ontem?
07. O lenço caiu. Bacalhau é um peixe gostoso.
08. O menino foi embora. O lençol da cama está rasgado.
09. Coloque o quadro na parede. O cão latiu!
10. Vá estudar. Coloque o quadro na parede.
OBSERVAÇÕES:
AASI MODELO CONTROLE VOLUME OUVIDO
01
02
03
NOME:
AVALIADOR:
DATA:
NOME:
AVALIADOR:
DATA:
CONJUNTO 01 CONJUNTO 02
CONJUNTO 03 CONJUNTO 04
CONJUNTO 05 CONJUNTO 06
CONJUNTO 07 CONJUNTO 08
CONJUNTO 09 CONJUNTO 10
A – Você precisa comprar um paletó. A tarefa está sendo feita pelo aluno.
B - Vou fazer ginástica. Não adianta chorar.
C – O cão latiu. Vá estudar.
D – Coloque o quadro na parede. Coloque o quadro na parede.
78
Listas de monossílabos
Listas de dissílabos
compartilhado com a família naquele dia, busque junto aos pais, exemplos de uso pela criança de
gesto, pantomima, desenho, escrita. Uso freqüente destes meios sugerem um escore baixo.
_____0 = nunca usa espontaneamente apenas a fala (só o faz com incentivo);
_____1 = raramente (em menos da metade do tempo);
_____2 = ocasionalmente (em, no mínimo, 50% do tempo);
_____3 = freqüentemente (em, no mínimo, 75% do tempo);
_____4 = sempre usa espontaneamente apenas a fala nesta situação.
Comentários:
as respostas da criança a pessoas ouvintes em visita a sua casa, como as situações em que ela
supõe falar, por exemplo, com Papai Noel.
_____0 = nunca: a criança nunca faz isso, ou apenas com incentivo dos pais;
_____1 = raramente: (em menos de 50% do tempo);
_____2 = ocasionalmente: (em, no mínimo, 50% do tempo);
_____3 = freqüentemente: (em, no mínimo, 75% do tempo);
_____4 = sempre usa espontaneamente apenas a fala.
Comentários:
parque, se ele quer pedir a bola ou o brinquedo de outra criança? A questão crítica aqui é a
prontidão da criança para fazer isso independentemente e sem incentivo.
_____0 = nunca ( A criança nunca faz isso, ou apenas com incentivo);
_____1 = raramente (em menos que 50% do tempo);
_____2 = ocasionalmente (em, no mínimo, 50% do tempo);
_____3 = freqüentemente (em, no mínimo, 75% do tempo);
_____4 = sempre usa espontaneamente apenas a fala.
Comentários:
8. A LINGUAGEM ORAL DA CRIANÇA É COMPREENDIDA PELOS OUTROS QUE
NÃO ESTÃO FAMILIARIZADOS COM ELA?
Pergunte: Supondo que o “João” fique perdido em uma loja. Em que medida um funcionário da
segurança ou um gerente da loja seria capaz de entender sua fala se ele tentasse explicar quem ele
era e o que ele estava precisando?
No caso de uma criança pequena, pergunte: Se ___________ fosse brincar no parque, em que
medida uma pessoa não familiarizada com ele/ela entenderia uma ou duas palavras pronunciadas,
como “minha bola” ou “quero balançar”?
_____0 = nunca: nada da fala da criança seria entendida;
_____1 = raramente: adultos compreenderiam apenas palavras isoladas e o suporte gestual ou
escrito seria crítico (seria entendido menos da metade do que a criança dissesse);
_____2 = ocasionalmente: adultos entenderiam metade do que a criança dissesse; gestos e escrita
ajudariam na compreensão da fala;
_____3 = freqüentemente: os adultos entenderiam mais da metade do que a criança dissesse,
faltando apenas uns poucos detalhes;
_____4 = sempre: toda a fala da criança seria compreendida com tranqüilidade por um adulto.
Comentários:
um sinônimo, refaz a frase, explica a palavra, soletra a palavra sem som? Com esse procedimento,
estamos avaliando a persistência da criança em usar as estratégias orais de comunicação.
_____0 = nunca: a criança não usa estratégias envolvendo comunicação oral ou usa apenas com
incentivo;
_____1 = raramente: em menos de 50% do tempo, a criança usará uma estratégia oral, como dizer
uma palavra devagar ou enfatizá-la em sua fala;
_____2 = ocasionalmente: a criança usa estratégias orais em, no mínimo, 50% do tempo e persiste
quando não tem sucesso;
_____3 = freqüentemente: a criança usa estratégias orais em, no mínimo, 75% do tempo e persiste
quando não tem sucesso;
_____4 = a criança usa estratégias orais em 100% do tempo.
Comentários:
94
MAIS / MUSS
CATEGORIAS DE LINGUAGEM
Bevilacqua MC, Delgado EMC, Moret ALM. Estudos de casos clínicos de crianças do
Centro Educacional do Deficiente Auditivo (CEDAU), do Hospital de Pesquisa e
Reabilitação de Lesões Lábio-Palatais - USP. In: Costa OA, Bevilacqua, MC,
organizadores. XI Encontro Internacional de Audiologia. Anais: 1996, 30 de março a 02
de abril; Bauru, Brasil. p. 187.
97
CATEGORIA 1
Esta criança não fala e pode apresentar vocalizações indiferenciadas.
CATEGORIA 2
CATEGORIA 3
CATEGORIA 4
CATEGORIA 5
CATEGORIAS DE AUDIÇÃO
Geers AE. Techniques for assessing auditory speech perception and lipreading
enhancement in young deaf children. The Volta Review, 1994; 96(5) (monograph): 85-
96.
99
CATEGORIA 1 – Detecção.
Esta criança detecta a presença do sinal de fala.
No que se refere ao estilo cognitivo das crianças, foram elegidos para observação e registro
alguns comportamentos que fazem parte do desenvolvimento infantil, e outros, que quando
presentes, podem ser indicadores de patologias ou dificuldades específicas da criança que podem
impedir o seu desenvolvimento pleno. Após avaliação clínica, estes comportamentos devem ser
classificados quanto à freqüência em que ocorrem, usando-se uma escala de cinco graduações:
comportamento nunca observado (0 pontos), comportamento raramente observado (01 ponto),
comportamento ocasionalmente observado (02 pontos), comportamento freqüentemente
observado (03 pontos) e comportamento sempre observado (04 pontos).
Após o registro e a avaliação destes aspectos, sugere-se que o resultado seja calculado
somando-se o número total de pontos acumulados em cada aspecto, sendo possível a criança obter
no máximo 80 pontos ou 100%. Optou-se por escalonar os 80 pontos máximos possíveis de serem
obtidos em porcentagem. Para tanto, deve ser aplicada a regra de três, onde 80 pontos corresponde
a 100%.
Dependendo da idade da criança avaliada, alguns comportamentos não são avaliados por
não serem esperados para o nível de desenvolvimento referente a idade da criança, devendo ser
anotado “não se aplica”. Neste caso, o comportamento não avaliado deve ser excluído da
somatória total de pontos. Para cada comportamento excluído deve ser subtraído 04 pontos do
total. Por exemplo: Supondo a avaliação de uma criança em que foi excluído o comportamento
referente ao número 15 (empilha objetos). Para esta criança, dos 20 comportamentos da
avaliação, foram avaliados apenas 19. A somatória dos pontos dos 19 comportamentos foi de 76
pontos, pois a criança obteve ponto 04 em todos os comportamentos avaliados. O seguinte cálculo
deve ser realizado:
19 comportamentos avaliados = 76 pontos = 100%
76 pontos – 100%
O escore da criança será de 100%.
Deve-se ressaltar que, de acordo com a experiência da equipe do Programa de Implante
Coclear do CPA nestes últimos anos, estas escalas de avaliação estão se revelando como
instrumentos efetivos na seleção das crianças candidatas ao implante coclear e de sua família, e
por este motivo estão sendo apresentadas aqui como uma opção para os terapeutas usarem em sua
rotina de trabalho. Porém, tais instrumentos ainda não foram totalmente concluídos, e o
refinamento destas escalas está sendo realizado por meio de trabalhos de pesquisa ainda em
desenvolvimento. Portanto, devem ser usadas criteriosamente, e não se constituírem como única
forma de avaliação para os aspectos mencionados.
Comportamentos observados Freqüência de Ocorrência
Nunca Raramente Ocasionalmente Freqüentemente Sempre Não se
0 1 2 3 4 aplica
1. Mantém contato ocular em situação de comunicação.
2. Usa expressões faciais ricas e gestos adequados para comunicar-
se.
3. Usa brinquedos e objetos com funcionalidade.
4. Apresenta iniciativa de turno verbal.
5. Apresenta iniciativa de turno gestual.
6. Concentra-se nas atividades propostas.
7. Resolve problemas em situações lúdicas ou interativas.
8. Comunica-se satisfatoriamente mesmo na ausência da
linguagem oral.
9. Busca interação social com adultos.
10. Busca interação social com crianças.
11. Faz imitação de brincadeiras.
12. Apresenta capacidade de memorização para atividades, objetos,
fatos e lugares.
13. Consegue organizar espaços com os materiais oferecidos.
14. Agrupa objetos.
15. Empilha objetos.
16. Apresenta bom-humor
17. Consegue conter comportamentos agressivos em situações
adversas à sua vontade.
18. Apresenta iniciativa em propor ou em desenvolver atividades
lúdicas, independentemente do avaliador.
102
19. Aceita regras e limites.
20. Realiza as tarefas de vida diária compatíveis a sua idade (se
alimenta e veste-se sem ajuda).