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WBA0186_V1.

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Deficiente Auditivo: concepções
e aspectos fisiológicos
Tema 03 – Diagnóstico da
deficiência auditiva
Bloco 1

Luciana Regina de Lima Carvalho


O nascimento de um bebê surdo

• Apenas 5% das crianças surdas são filhas


de pais surdos.
• Em 95% dos casos, o diagnóstico da
surdez é um choque para a família.
• Da suspeita à confirmação do diagnóstico
existe um longo e sofrido percurso.
• Causas da surdez: muito variadas, nem
sempre é possível identificar a origem da
perda auditiva.
O nascimento de um bebê surdo

• Luto pela notícia da surdez (perda do


filho perfeito).
• Fases do luto: negação, revolta,
negociação, depressão e aceitação.
• Duração das fases diferente para cada
pessoa, podendo o processo todo
ultrapassar um ano.
O nascimento de um bebê surdo

• Busca pelo tratamento ideal.


• Rupturas na harmonia do lar: culpa,
medo, insegurança.
O nascimento de um bebê surdo

• Superproteção dos pais.


• Necessidade de participação da família
em todo o processo.
• Diagnóstico da surdez: deve ser feito até
os 3 meses, para que a intervenção inicie
antes do 6º mês.
• Plasticidade neuronal do bebê: melhores
chances de reabilitação .
• Brasil: diagnóstico tardio, após os 2 anos.
Teste da orelhinha

• Lei Federal nº 12.303/2010.


• Triagem auditiva em recém-nascidos nas
maternidades.
• O exame (emissões otoacústicas
evocadas) identifica perdas auditivas e
leva menos de cinco minutos.
Teste da orelhinha

• É indolor e pode ser feito com o bebê


dormindo.
• Caso a criança falhe na triagem, deve
fazer um reteste no prazo de 15 dias.
Diagnóstico da surdez

• Você sabia? O limiar de desconforto


para sons altos é o mesmo para surdos
e ouvintes. Sendo assim, uma pessoa
com audição normal sente dor ao ser
exposta a sons superiores a 120dB, e
uma pessoa surda, com limiares
auditivos em torno de 90dB (perda
auditiva profunda), também.
Diagnóstico da surdez

• Perdas de grau leve a moderado: podem


passar despercebidas por muitos anos,
sendo diagnosticadas apenas quando a
criança chega à idade escolar.
Avaliação auditiva infantil

• Após o nascimento, inúmeros fatores


podem afetar a audição, provocando surdez
(passar na triagem auditiva não significa
que a criança estará isenta de ficar surda).
• Crianças menores de 3 anos não costumam
ser capazes de fazer uma audiometria (não
compreendem os comandos e não
conseguem dar respostas fidedignas).
Avaliação auditiva infantil

• Audiometria condicionada:
§ A criança encaixa uma peça no
brinquedo ou joga uma bolinha toda
vez que ouvir um som.
§ A partir dos 2 anos, dependendo da
colaboração da criança (crianças
muito pequenas: olhar para uma luz
que acende quando o som é
apresentado).
Avaliação auditiva infantil

• Emissões otoacústicas (EOA):


§ Usado em crianças mais novas, ou
difíceis de serem condicionadas.
§ Avalia a integridade e bom
funcionamento da orelha interna até a
cóclea, mas não exclui por completo a
hipótese de surdez (não avalia o nervo
auditivo).
Avaliação auditiva infantil

• Pesquisa do reflexo cocleopalpebral


(RCP):
§ Indica o funcionamento da audição em
níveis superiores (nervo e córtex
auditivo).
§ Importante complemento às EOA na
triagem auditiva.
§ Apresenta-se um estímulo sonoro
intenso para verificar se a criança pisca
ou contrai a pálpebra.
Avaliação auditiva infantil

• Avaliação auditiva comportamental:


§ Realizada com instrumentos musicais
(guizo ou sino).
§ Localização sonora (direita, esquerda,
em cima, em frente e atrás).
§ Recurso barato, não requer
equipamentos caros.
§ Avalia a maturidade do sistema
auditivo.
Atualidade

• Imitanciometria:
§ Avalia a integridade da orelha média.
§ Colocação de uma pequena sonda no
meato acústico, a qual exerce pressão
na orelha média para avaliar as
funções da membrana timpânica e da
tuba auditiva.
§ Deve ser feita idealmente antes da
audiometria.
Deficiente Auditivo: concepções
e aspectos fisiológicos
Tema 03 – Diagnóstico da
deficiência auditiva
Bloco 2

Luciana Regina de Lima Carvalho


Potencial Evocado Auditivo de
Tronco Encefálico (PEATE)
• Teste eletrofisiológico que não depende
das respostas do indivíduo (método seguro
de investigação da audição).
• Registro das respostas do tronco encefálico
a um estímulo sonoro de 75dB, por meio
de eletrodos fixados na cabeça do
indivíduo.
Potencial Evocado Auditivo de
Tronco Encefálico (PEATE)
• Medida objetiva da integridade do sistema
auditivo como um todo.
• Série de ondas que representam diferentes
áreas do sistema auditivo.
Potencial Evocado Auditivo de
Tronco Encefálico (PEATE)
• A pessoa deve manter-se parada, relaxada
e de olhos fechados, mexendo-se o mínimo
possível para evitar interferências nos
gráficos.
• Crianças: em muitos casos é preciso
sedação.
• Duração:cerca de 50 minutos.
• Também conhecido como BERA (Brainstem
Evoked Response Audiometry).
Avaliação do processamento auditivo

• Bateria de testes que investiga as


principais habilidades auditivas
responsáveis pela interpretação do sinal
sonoro no sistema nervoso central.
• Compara o desempenho das duas orelhas.
Avaliação do processamento auditivo

• Provas:
§ Reconhecimento, ordenação temporal,
discriminação e localização de sons.
§ Compreensão de fala na presença de
ruído;
§ Fala entrecortada;
§ Voz comprimida.
Avaliação do processamento auditivo

• Investigação minuciosa das funções


auditivas deficitárias, para serem
trabalhadas em terapia fonoaudiológica.
• Principal objetivo do teste: oferecer
subsídios para facilitar o aprendizado e os
processos cognitivos de memória e
atenção.
• Pressuposto básico: limiares auditivos
dentro da normalidade.
• Duração:cerca de 2 horas.
Avaliação do processamento auditivo

• A partir dos 7 anos.


• Teste difícil: exige grande concentração e
capacidade de abstração por parte da
criança (muitos adultos também falham
em algumas tarefas).
Avaliação do processamento auditivo

• Sugere-se a aplicação em dois dias para


não cansar demais a criança e
comprometer o resultado.
• Parâmetro norteador dos processos
terapêuticos e educacionais, não deve ser
usado como diagnóstico isolado.
Desenvolvimento infantil

• 0 a 3 meses: acorda com barulho,


acalma-se com vozes conhecidas, produz
sons aleatórios.
• 3 a 6 meses: vocaliza, grita, vira a
cabeça quando chamado.
Desenvolvimento infantil

• 6 a 9 meses: produz sílabas isoladas,


aumenta a produção vocal na companhia
de pessoas.
• 9 a 12 meses: produz sílabas duplas,
executa ordens simples por meio de gestos
(dá tchau, manda beijo).
Desenvolvimento infantil

• 1 ano: produz palavras com significado,


repete sons, responde a perguntas
simples por meio de gestos (cadê a
mamãe, cadê a mamadeira).
• 1 ano e meio: produz cerca de 10
palavras, aponta partes do corpo.
Desenvolvimento infantil

• 2 anos: produz de 50 a 100 palavras, usa


palavras para responder perguntas.
• 2 anos e meio: produz cerca de 200
palavras, reconhece e nomeia objetos.
Desenvolvimento infantil

• 3 anos: produz frases simples, faz


perguntas (o que é isso).
• 4 anos: produz frases longas, conta
histórias.
• 5 anos: fala quase tudo corretamente,
reconhece letras e números.
Perdas auditivas em adultos

• Mais fáceis de ser identificadas.


• Idosos:
§ Podem esconder suas dificuldades.
§ Observar quebras na socialização.
§ As células nervosas da via auditiva
tendem a se deteriorar com a
privação sensorial (importância do
diagnóstico rápido).

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