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Preâmbulo
E PARA TAIS FINS, praticar a tolerância e viver em paz, uns com os outros, como bons vizinhos,
e unir as nossas forças para manter a paz e a segurança internacionais, e a garantir, pela
aceitação de princípios e a instituição dos métodos, que a força armada não será usada a não
ser no interesse comum, a empregar um mecanismo internacional para promover o progresso
econômico e social de todos os povos.
CAPÍTULO I
PROPÓSITOS E PRINCÍPIOS
1. Manter a paz e a segurança internacionais e, para esse fim: tomar, coletivamente, medidas
efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão ou outra qualquer ruptura da
paz e chegar, por meios pacíficos e de conformidade com os princípios da justiça e do direito
internacional, a um ajuste ou solução das controvérsias ou situações que possam levar a uma
perturbação da paz;
4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos
comuns.
3. Todos os Membros deverão resolver suas controvérsias internacionais por meios pacíficos, de
modo que não sejam ameaçadas a paz, a segurança e a justiça internacionais.
5. Todos os Membros darão às Nações toda assistência em qualquer ação a que elas
recorrerem de acordo com a presente Carta e se absterão de dar auxílio a qual Estado contra o
qual as Nações Unidas agirem de modo preventivo ou coercitivo.
6. A Organização fará com que os Estados que não são Membros das Nações Unidas ajam de
acordo com esses Princípios em tudo quanto for necessário à manutenção da paz e da
segurança internacionais.
CAPÍTULO II
DOS MEMBROS
ARTIGO 3 - Os Membros originais das Nações Unidas serão os Estados que, tendo participado
da Conferência das Nações Unidas sobre a Organização Internacional, realizada em São
Francisco, ou, tendo assinado previamente a Declaração das Nações Unidas, de 1 de janeiro de
1942, assinarem a presente Carta, e a ratificarem, de acordo com o Artigo 110.
ARTIGO 4 - 1. A admissão como Membro das Nações Unidas fica aberta a todos os Estados
amantes da paz que aceitarem as obrigações contidas na presente Carta e que, a juízo da
Organização, estiverem aptos e dispostos a cumprir tais obrigações. 2. A admissão de qualquer
desses Estados como Membros das Nações Unidas será efetuada por decisão da Assembléia
Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança.
ARTIGO 5 - O Membro das Nações Unidas, contra o qual for levada a efeito ação preventiva ou
coercitiva por parte do Conselho de Segurança, poderá ser suspenso do exercício dos direitos e
privilégios de Membro pela Assembléia Geral, mediante recomendação do Conselho de
Segurança. O exercício desses direitos e privilégios poderá ser restabelecido pelo conselho de
Segurança.
ARTIGO 6 - O Membro das Nações Unidas que houver violado persistentemente os Princípios
contidos na presente Carta, poderá ser expulso da Organização pela Assembléia Geral mediante
recomendação do Conselho de Segurança.
CAPÍTULO III
ÓRGÃOS
ARTIGO 7 - 1. Ficam estabelecidos como órgãos principais das Nações Unidas: uma Assembléia
Geral, um Conselho de Segurança, um Conselho Econômico e Social, um conselho de Tutela,
uma Corte Internacional de Justiça e um Secretariado. 2. Serão estabelecidos, de acordo com a
presente Carta, os órgãos subsidiários considerados de necessidade.
CAPÍTULO IV
ASSEMBLÉIA GERAL
COMPOSIÇÃO
ARTIGO 9 - 1. A Assembléia Geral será constituída por todos os Membros das Nações Unidas.
2. Cada Membro não deverá ter mais de cinco representantes na Assembléia Geral.
FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES
ARTIGO 10 - A Assembléia Geral poderá discutir quaisquer questões ou assuntos que estiverem
dentro das finalidades da presente Carta ou que se relacionarem com as atribuições e funções
de qualquer dos órgãos nela previstos e, com exceção do estipulado no Artigo 12, poderá fazer
recomendações aos Membros das Nações Unidas ou ao Conselho de Segurança ou a este e
àqueles, conjuntamente, com referência a qualquer daquelas questões ou assuntos.
3. A Assembléia Geral poderá solicitar a atenção do Conselho de Segurança para situações que
possam constituir ameaça à paz e à segurança internacionais.
. As atribuições da Assembléia Geral enumeradas neste Artigo não limitarão a finalidade geral do
Artigo 10.
ARTIGO 14 - A Assembléia Geral, sujeita aos dispositivos do Artigo 12, poderá recomendar
medidas para a solução pacífica de qualquer situação, qualquer que seja sua origem, que lhe
pareça prejudicial ao bem-estar geral ou às relações amistosas entre as nações, inclusive em
situações que resultem da violação dos dispositivos da presente Carta que estabelecem os
Propósitos e Princípios das Nações Unidas.
2. A Assembléia Geral receberá e examinará os relatórios dos outros órgãos das Nações Unidas.
2. As despesas da Organização serão custeadas pelos Membros, segundo cotas fixadas pela
Assembléia Geral.
VOTAÇÃO
ARTIGO 19 - O Membro das Nações Unidas que estiver em atraso no pagamento de sua
contribuição financeira à Organização não terá voto na Assembléia Geral, se o total de suas
contribuições atrasadas igualar ou exceder a soma das contribuições correspondentes aos dois
anos anteriores completos. A Assembléia Geral poderá entretanto, permitir que o referido
Membro vote, se ficar provado que a falta de pagamento é devida a condições independentes de
sua vontade.
PROCESSO
ARTIGO 21 - A Assembléia Geral adotará suas regras de processo e elegerá seu presidente
para cada sessão.
CAPITULO V
CONSELHO DE SEGURANÇA
COMPOSIÇÃO
FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES
ARTIGO 24 - 1. A fim de assegurar pronta e eficaz ação por parte das Nações Unidas, seus
Membros conferem ao Conselho de Segurança a principal responsabilidade na manutenção da
paz e da segurança internacionais e concordam em que no cumprimento dos deveres impostos
por essa responsabilidade o Conselho de Segurança aja em nome deles.
VOTAÇÃO
PROCESSO
2. O Conselho de Segurança terá reuniões periódicas, nas quais cada um de seus membros
poderá, se assim o desejar, ser representado por um membro do governo ou por outro
representante especialmente designado.
ARTIGO 30 - O Conselho de Segurança adotará seu próprio regulamento interno, que incluirá o
método de escolha de seu Presidente.
ARTIGO 31 - Qualquer membro das Nações Unidas, que não for membro do Conselho de
Segurança, ou qualquer Estado que não for Membro das Nações Unidas será convidado, desde
que seja parte em uma controvérsia submetida ao Conselho de Segurança a participar, sem
voto, na discussão dessa controvérsia. O Conselho de Segurança determinará as condições que
lhe parecerem justas para a participação de um Estado que não for Membro das Nações Unidas.
ARTIGO 32 - Qualquer Membro das Nações Unidas que não for Membro do Conselho de
Segurança, ou qualquer Estado que não for Membro das Nações Unidas será convidado,desde
que seja parte em uma controvérsia submetida ao Conselho de Segurança,a participar, sem
voto, na discussão dessa controvérsia. O Conselho de Segurança determinará as condições que
lhe parecerem justas para a participação de um Estado que não for Membro das Nações Unidas.
CAPÍTULO VI
SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS
ARTIGO 33 - 1. As partes em uma controvérsia, que possa vir a constituir uma ameaça à paz e à
segurança internacionais, procurarão, antes de tudo, chegar a uma solução por negociação,
inquérito, mediação, conciliação, arbitragem, solução judicial, recurso a entidades ou acordos
regionais, ou a qualquer outro meio pacífico à sua escolha. 2. O Conselho de Segurança
convidará, quando julgar necessário, as referidas partes a resolver, por tais meios, suas
controvérsias.
ARTIGO 35 - 1. Qualquer Membro das Nações Unidas poderá solicitar a atenção do Conselho de
Segurança ou da Assembléia Geral para qualquer controvérsia, ou qualquer situação, da
natureza das que se acham previstas no Artigo 34.
2. Um Estado que não for Membro das Nações Unidas poderá solicitar a atenção do Conselho de
Segurança ou da Assembléia Geral para qualquer controvérsia em que seja parte, uma vez que
aceite, previamente, em relação a essa controvérsia, as obrigações de solução pacífica previstas
na presente Carta.
3. Os atos da Assembléia Geral, a respeito dos assuntos submetidos à sua atenção, de acordo
com este Artigo, serão sujeitos aos dispositivos dos Artigos 11 e 12.
3. Ao fazer recomendações, de acordo com este Artigo, o Conselho de Segurança deverá tomar
em consideração que as controvérsias de caráter jurídico devem, em regra geral, ser submetidas
pelas partes à Corte Internacional de Justiça, de acordo com os dispositivos do Estatuto da
Corte.
ARTIGO 38 - Sem prejuízo dos dispositivos dos Artigos 33 a 37, o Conselho de Segurança
poderá, se todas as partes em uma controvérsia assim o solicitarem, fazer recomendações às
partes, tendo em vista uma solução pacífica da controvérsia.
CAPÍTULO VII
ARTIGO 40 - A fim de evitar que a situação se agrave, o Conselho de Segurança poderá, antes
de fazer as recomendações ou decidir a respeito das medidas previstas no Artigo 39, convidar as
partes interessadas a que aceitem as medidas provisórias que lhe pareçam necessárias ou
aconselháveis. Tais medidas provisórias não prejudicarão os direitos ou pretensões , nem a
situação das partes interessadas. O Conselho de Segurança tomará devida nota do não
cumprimento dessas medidas.
ARTIGO 43 - 1. Todos os Membros das Nações Unidas, a fim de contribuir para a manutenção
da paz e da segurança internacionais, se comprometem a proporcionar ao Conselho de
Segurança, a seu pedido e de conformidade com o acordo ou acordos especiais, forças
armadas, assistência e facilidades, inclusive direitos de passagem, necessários à manutenção da
paz e da segurança internacionais.
2. Tal acordo ou tais acordos determinarão o número e tipo das forças, seu grau de preparação e
sua localização geral, bem como a natureza das facilidades e da assistência a serem
proporcionadas.
3. O acordo ou acordos serão negociados o mais cedo possível, por iniciativa do Conselho de
Segurança. Serão concluídos entre o Conselho de Segurança e Membros da Organização ou
entre o Conselho de Segurança e grupos de Membros e submetidos à ratificação, pelos Estados
signatários, de conformidade com seus respectivos processos constitucionais.
2. Essas decisões serão executas pelos Membros das Nações Unidas diretamente e, por seu
intermédio, nos organismos internacionais apropriados de que façam parte.
ARTIGO 49 - Os Membros das Nações Unidas prestar-se-ão assistência mútua para a execução
das medidas determinadas pelo Conselho de Segurança.
ARTIGO 51 - Nada na presente Carta prejudicará o direito inerente de legítima defesa individual
ou coletiva no caso de ocorrer um ataque armado contra um Membro das Nações Unidas, até
que o Conselho de Segurança tenha tomado as medidas necessárias para a manutenção da paz
e da segurança internacionais. As medidas tomadas pelos Membros no exercício desse direito
de legítima defesa serão comunicadas imediatamente ao Conselho de Segurança e não deverão,
de modo algum, atingir a autoridade e a responsabilidade que a presente Carta atribui ao
Conselho para levar a efeito, em qualquer tempo, a ação que julgar necessária à manutenção ou
ao restabelecimento da paz e da segurança internacionais.
CAPÍTULO VIII
ACORDOS REGIONAIS
2. Os Membros das Nações Unidas, que forem parte em tais acordos ou que constituírem tais
entidades, empregarão todo os esforços para chegar a uma solução pacífica das controvérsias
locais por meio desses acordos e entidades regionais, antes de as submeter ao Conselho de
Segurança.
ARTIGO 53 - 1. O conselho de Segurança utilizará, quando for o caso, tais acordos e entidades
regionais para uma ação coercitiva sob a sua própria autoridade. Nenhuma ação coercitiva será,
no entanto, levada a efeito de conformidade com acordos ou entidades regionais sem
autorização do Conselho de Segurança, com exceção das medidas contra um Estado inimigo
como está definido no parágrafo 2 deste Artigo, que forem determinadas em consequência do
Artigo 107 ou em acordos regionais destinados a impedir a renovação de uma política agressiva
por parte de qualquer desses Estados, até o momento em que a Organização possa, a pedido
dos Governos interessados, ser incumbida de impedir toda nova agressão por parte de tal
Estado.
2. O termo Estado inimigo, usado no parágrafo 1 deste Artigo, aplica-se a qualquer Estado que,
durante a Segunda Guerra Mundial, foi inimigo de qualquer signatário da presente Carta.
CAPÍTULO IX
ARTIGO 55 - Com o fim de criar condições de estabilidade e bem estar, necessárias às relações
pacíficas e amistosas entre as Nações, baseadas no respeito ao princípio da igualdade de
direitos e da autodeterminação dos povos, as Nações Unidas favorecerão: a) níveis mais altos de
vida, trabalho efetivo e condições de progresso e desenvolvimento econômico e social; b) a
solução dos problemas internacionais econômicos, sociais, sanitários e conexos; a cooperação
internacional, de caráter cultural e educacional; e c) o respeito universal e efetivo dos direitos
humanos e das liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou
religião.
ARTIGO 56 - Para a realização dos propósitos enumerados no Artigo 55, todos os Membros da
Organização se comprometem a agir em cooperação com esta, em conjunto ou separadamente.
ARTIGO 60 - A Assembléia Geral e, sob sua autoridade, o Conselho Econômico e Social, que
dispões, para esse efeito, da competência que lhe é atribuída no Capítulo X, são incumbidos de
exercer as funções da Organização estipuladas no presente Capítulo.
CAPÍTULO X
COMPOSIÇÃO
3. Na primeira eleição a realizar-se depois de elevado de vinte e sete para cinquenta e quatro o
número de Membros do Conselho Econômico e Social, além dos Membros que forem eleitos
para substituir os nove Membros, cujo mandato expira no fim desse ano, serão eleitos outros
vinte e sete Membros. O mandato de nove destes vinte e sete Membros suplementares assim
eleitos expirará no fim de um ano e o de nove outros no fim de dois anos, de acordo com o que
for determinado pela Assembléia Geral.
FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES
4. Poderá convocar, de acordo com as regras estipuladas pelas Nações Unidas, conferências
internacionais sobre assuntos de sua competência.
ARTIGO 63 - 1. O conselho Econômico e Social poderá estabelecer acordos com qualquer das
entidades a que se refere o Artigo 57, a fim de determinar as condições em que a entidade
interessada será vinculada às Nações Unidas. Tais acordos serão submetidos à aprovação da
Assembléia Geral. 2. Poderá coordenar as atividades das entidades especializadas, por meio de
consultas e recomendações às mesmas e de recomendações à Assembléia Geral e aos
Membros das Nações Unidas.
VOTAÇÃO
PROCESSO
ARTIGO 72 - 1. O Conselho Econômico e Social adotará seu próprio regulamento, que incluirá o
método de escolha de seu Presidente. 2. O Conselho Econômico e Social reunir-se-á quando for
necessário, de acordo com o seu regulamento, o qual deverá incluir disposições referentes à
convocação de reuniões a pedido da maioria dos Membros.
CAPÍTULO XI
a) assegurar, com o devido respeito à cultura dos povos interessados, o seu progresso político,
econômico, social e educacional, o seu tratamento equitativo e a sua proteção contra todo abuso;
b) desenvolver sua capacidade de governo próprio, tomar devida nota das aspirações políticas
dos povos e auxiliá-los no desenvolvimento progressivo de suas instituições políticas livres, de
acordo com as circunstâncias peculiares a cada território e seus habitantes e os diferentes graus
de seu adiantamento;
ARTIGO 74 - Os Membros das Nações Unidas concordam também em que a sua política com
relação aos territórios a que se aplica o presente Capítulo deve ser baseada, do mesmo modo
que a política seguida nos respectivos territórios metropolitanos, no princípio geral de boa
vizinhança, tendo na devida conta os interesses e o bem-estar do resto do mundo no que se
refere às questões sociais, econômicas e comerciais.
CAPÍTULO XII
b) fomentar o progresso político, econômico, social e educacional dos habitantes dos territórios
tutelados e o seu desenvolvimento progressivo para alcançar governo próprio ou independência,
como mais convenha às circunstâncias particulares de cada território e de seus habitantes e aos
desejos livremente expressos dos povos interessados e como for previsto nos termos de cada
acordo de tutela;
c) estimular o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem
distinção de raça, sexo língua ou religião e favorecer o reconhecimento da interdependência de
todos os povos; e
d) assegurar igualdade de tratamento nos domínios social, econômico e comercial para todos os
Membros das nações Unidas e seus nacionais e, para estes últimos, igual tratamento na
administração da justiça, sem prejuízo dos objetivos acima expostos e sob reserva das
disposições do Artigo 80.
ARTIGO 77 - 1. O sistema de tutela será aplicado aos territórios das categorias seguintes, que
venham a ser colocados sob tal sistema por meio de acordos de tutela:
c)territórios voluntariamente colocados sob tal sistema por Estados responsáveis pela sua
administração.
2. Será objeto de acordo ulterior a determinação dos territórios das categorias acima
mencionadas a serem colocados sob o sistema de tutela e das condições em que o serão.
ARTIGO 78 - O sistema de tutela não será aplicado a territórios que se tenham tornado Membros
das Nações Unidas, cujas relações mútuas deverão basear-se no respeito ao princípio da
igualdade soberana.
ARTIGO 79 - As condições de tutela em que cada território será colocado sob este sistema, bem
como qualquer alteração ou emenda, serão determinadas por acordo entre os Estados
diretamente interessados, inclusive a potência mandatária no caso de território sob mandato de
um Membro das Nações Unidas e serão aprovadas de conformidade com as disposições dos
Artigos 83 e 85.
2. O parágrafo 1 deste Artigo não será interpretado como motivo para demora ou adiamento da
negociação e conclusão de acordos destinados a colocar territórios dentro do sistema de tutela,
conforme as disposições do Artigo 77.
ARTIGO 81 - O acordo de tutela deverá, em cada caso, incluir as condições sob as quais o
território tutelado será administrado e designar a autoridade que exercerá essa administração.
Tal autoridade, daqui por diante chamada a autoridade administradora, poderá ser um ou mais
Estados ou a própria Organização.
ARTIGO 85 - 1. As funções das Nações Unidas relativas a acordos de tutela para todas as zonas
não designadas como estratégias, inclusive a aprovação das condições dos acordos de tutela e
de sua alteração ou emenda , serão exercidas pela Assembléia Geral. 2. O Conselho de Tutela,
que funcionará sob a autoridade da Assembléia Geral, auxiliará esta no desempenho dessas
atribuições.
CAPÍTULO XIII
CONSELHO DE TUTELA
COMPOSIÇÃO
ARTIGO 86 - 1. O Conselho de Tutela será composto dos seguintes Membros das Nações
Unidas:
b) aqueles dentre os Membros mencionados nominalmente no Artigo 23, que não estiverem
administrando territórios tutelados; e
c) quantos outros Membros eleitos por um período de três anos, pela Assembléia Geral, sejam
necessários para assegurar que o número total de Membros do Conselho de Tutela fique
igualmente dividido entre os Membros das Nações Unidas que administrem territórios tutelados e
aqueles que o não fazem.
2. Cada Membro do Conselho de Tutela designará uma pessoa especialmente qualificada para
representá-lo perante o Conselho.
FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES
VOTAÇÃO
PROCESSO
ARTIGO 90 - 1. O Conselho de Tutela adotará seu próprio regulamento que incluirá o método de
escolha de seu Presidente. 2. O Conselho de Tutela reunir-se-á quando for necessário, de
acordo com o seu regulamento, que incluirá uma disposição referente à convocação de reuniões
a pedido da maioria dos seus membros.
CAPÍTULO XIV
ARTIGO 92 - A Corte Internacional de Justiça será o principal órgão judiciário das Nações
Unidas. Funcionará de acordo com o Estatuto anexo, que é baseado no Estatuto da Corte
Permanente de Justiça Internacional e faz parte integrante da presente Carta.
ARTIGO 93 - 1. Todos os Membros das Nações Unidas são ipso facto partes do Estatuto da
Corte Internacional de Justiça.2. Um Estado que não for Membro das Nações Unidas poderá
tornar-se parte no Estatuto da Corte Internacional de Justiça, em condições que serão
determinadas, em cada caso, pela Assembléia Geral, mediante recomendação do Conselho de
Segurança.
ARTIGO 94 - 1. Cada Membro das Nações Unidas se compromete a conformarse com a decisão
da Corte Internacional de Justiça em qualquer caso em que for parte. 2. Se uma das partes num
caso deixar de cumprir as obrigações que lhe incumbem em virtude de sentença proferida pela
Corte, a outra terá direito de recorrer ao Conselho de Segurança que poderá, se julgar
necessário, fazer recomendações ou decidir sobre medidas a serem tomadas para o
cumprimento da sentença.
ARTIGO 95 - Nada na presente Carta impedirá os Membros das Nações Unidas de confiarem a
solução de suas divergências a outros tribunais, em virtude de acordos já vigentes ou que
possam ser concluídos no futuro.
CAPÍTULO XV
O SECRETARIADO
CAPÍTULO XVI
DISPOSIÇÕES DIVERSAS
ARTIGO 102 - 1. Todo tratado e todo acordo internacional, concluídos por qualquer Membro das
Nações Unidas depois da entrada em vigor da presente Carta, deverão, dentro do mais breve
prazo possível, ser registrados e publicados pelo Secretariado. 2. Nenhuma parte em qualquer
tratado ou acordo internacional que não tenha sido registrado de conformidade com as
disposições do parágrafo 1 deste Artigo poderá invocar tal tratado ou acordo perante qualquer
órgão das Nações Unidas.
ARTIGO 103 - No caso de conflito entre as obrigações dos Membros das Nações Unidas, em
virtude da presente Carta e as obrigações resultantes de qualquer outro acordo internacional,
prevalecerão as obrigações assumidas em virtude da presente Carta.
CAPÍTULO XVII
ARTIGO 106 - Antes da entrada em vigor dos acordos especiais a que se refere o Artigo 43, que,
a juízo do Conselho de Segurança, o habilitem ao exercício de suas funções previstas no Artigo
42, as partes na Declaração das Quatro Nações, assinada em Moscou, a 30 de outubro de 1943,
e a França, deverão, de acordo com as disposições do parágrafo 5 daquela Declaração,
consultar-se entre si e, sempre que a ocasião o exija, com outros Membros das Nações Unidas a
fim de ser levada a efeito, em nome da Organização, qualquer ação conjunta que se torne
necessária à manutenção da paz e da segurança internacionais.
ARTIGO 107 - Nada na presente Carta invalidará ou impedirá qualquer ação que, em relação a
um Estado inimigo de qualquer dos signatários da presente Carta durante a Segunda Guerra
Mundial, for levada a efeito ou autorizada em consequência da dita guerra, pelos governos
responsáveis por tal ação.
CAPÍTULO XVIII
EMENDAS
ARTIGO 108 - As emendas à presente Carta entrarão em vigor para todos os Membros das
Nações Unidas, quando forem adotadas pelos votos de dois terços dos membros da Assembléia
Geral e ratificada de acordo com os seus respectivos métodos constitucionais por dois terços dos
Membros das Nações Unidas, inclusive todos os membros permanentes do Conselho de
Segurança.
ARTIGO 109 - 1. Uma Conferência Geral dos Membros das Nações Unidas, destinada a rever a
presente Carta, poderá reunir-se em data e lugar a serem fixados pelo voto de dois terços dos
membros da Assembléia Geral e de nove membros quaisquer do Conselho de Segurança. Cada
Membro das Nações Unidas terá voto nessa Conferência.
2. Qualquer modificação à presente Carta, que for recomendada por dois terços dos votos da
Conferência, terá efeito depois de ratificada, de acordo com os respectivos métodos
constitucionais, por dois terços dos Membros das Nações Unidas, inclusive todos os membros
permanentes do Conselho de Segurança.
3. Se essa Conferência não for celebrada antes da décima sessão anual da Assembléia Geral
que se seguir à entrada em vigor da presente Carta, a proposta de sua convocação deverá
figurar na agenda da referida sessão da Assembléia Geral, e a Conferência será realizada, se
assim for decidido por maioria de votos dos membros da Assembléia Geral, e pelo voto de sete
membros quaisquer do Conselho de Segurança.
CAPÍTULO XIX
RATIFICAÇÃO E ASSINATURA
ARTIGO 110 - 1. A presente Carta deverá ser ratificada pelos Estados signatários, de acordo
com os respectivos métodos constitucionais.
2. As ratificações serão depositadas junto ao Governo dos Estados Unidos da América, que
notificará de cada depósito todos os Estados signatários, assim como o Secretário-Geral da
Organização depois que este for escolhido.
3. A presente Carta entrará em vigor depois do depósito de ratificações pela República da China,
França, união das Repúblicas Socialistas Soviéticas, Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda do
Norte e Estados Unidos da América e ela maioria dos outros Estados signatários. O Governo dos
Estados Unidos da América organizará, em seguida, um protocolo das ratificações depositadas,
o qual será comunicado, por meio de cópias, aos Estados signatários. 4. Os Estados signatários
da presente Carta, que a ratificarem depois de sua entrada em vigor tornar-se-ão membros
fundadores das Nações Unidas, na data do depósito de suas respectivas ratificações.
ARTIGO 111 - A presente Carta, cujos textos em chinês, francês, russo, inglês, e espanhol
fazem igualmente fé, ficará depositada nos arquivos do Governo dos Estados Unidos da
América. Cópias da mesma, devidamente autenticadas, serão transmitidas por este último
Governo aos dos outros Estados signatários.
FEITA na cidade de São Francisco, aos vinte e seis dias do mês de junho de mil novecentos e
quarenta e cinco.
http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/doc/cartonu.htm