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ÍNDICE

Prefácio......................................................... 8
Introdução..................................................... 10
A Família....................................................... 11
União Conjugal.............................................. 15
Lar - Pais e Filhos......................................... 19
O Lar e a Religião......................................... 25
Divórcio ou Separação ................................. 27
Aborto ........................................................... 32
Em Torno do Sexo ....................................... 35
Vícios e Obsessões...................................... 39
Espiritismo, Espiritualismo, Mediunismo
e Umbanda.................................................... 44
Trabalhos Negativos - Aura.......................... 50
Equilíbrio da Mente ...................................... 55
Problemas Cármicos..................................... 61
O Dia-a-Dia................................................... 65
Mediunidade Natural e de Prova................... 72
Conscientização para o Trabalho
Espiritual........................................................ 78

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PREFÁCIO

A VIDA NOSSA DE CADA DIA - (No Trabalho e na Assistência


Espiritual) vem preencher uma lacuna e ao mesmo tempo trazer-nos
informes realmente úteis e atuais de quem passou longos anos de sua vida
junto ao Departamento de Orientação e Encaminhamento de nossa FEESP.
Ao submeter-se a um tratamento espiritual, independentemente do local,
faltam sempre, ao assistido, as recomendações e um rol de observações
seguras para atingir-se o objetivo - que é o equilíbrio e conseqüentemente a
cura. Também os colaboradores da Assistência Espiritual, de uma maneira
geral, precisam conhecer detalhes e recomendações como as expostas
pela autora. Todos terão algo a aprender e recomendações a seguir.
Em “A Vida Nossa de Cada Dia”, com muito carinho, a autora enumera
um sem número de observações úteis, indispensáveis mesmo para todos,
tanto estejamos fazendo tratamento espiritual, ou dele participando como
doadores.
Claro está que para nos assenhorearmos de mais vasto e profundo
conhecimento, necessário se faz que tenhamos estudado toda a obra
Kardequiana e mais tantas outras. Mas o que objetiva a autora é fornecer o
que mais de perto assalta a mente da maioria dos Assistidos e
Colaboradores. De maneira fácil de entender, objetiva e sobretudo amiga e
amorosa, ela nos leva a pensar como fazer para melhor assimilar a
Assistência Espiritual e nos conduzir na vida depois de equilibrados.

Moacyr Petrone

Nota: ex-presidente da FEESP, autor de vários livros.

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Introdução
A idéia de escrever este livro partiu do fato de eu ter trabalhado, a partir
do ano de 1966, no Plantão de Orientação e Encaminhamento da
Federação Espírita do Estado de São Paulo, na qual, de alguns anos para
cá, venho ministrando as aulas de orientação e treinamento aos
trabalhadores no período matutino e vespertino.
Quando comecei a exercer este trabalho, já era espírita há doze anos,
tinha concluído alguns cursos e realizado alguns trabalhos na Casa e fora
dela. No entanto, acredito que o trabalho no Plantão é que me deu
experiência razoável do dia-a-dia.
Após entrevistar e ouvir tantas pessoas e baseada nas aulas e em
diálogos com os alunos, cheguei à conclusão de que devia escrever alguma
coisa relacionada às situações do dia-a-dia de todos nós.
Gostaria de lembrar de que não tenho a pretensão de encerrar a verdade
absoluta, pois em termos de verdade, acredito que esta seja relativa a cada
um.
Cada caso é um caso e o Absoluto pertence a Deus.
O meu desejo é o de, com isto, realizar mais um trabalho, e o de que
cada leitor possa aproveitar o máximo possível, compreendendo e deixando
de lado as falhas que, certamente, encontrarão durante a leitura.

A autora

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A Família

A família é o órgão vital do corpo social. Poderíamos dizer que é o


próprio coração. É o sustentáculo de sua perpetuidade, o berço da
civilização, por isso, a consideramos a mais importante instituição, pois ela
é conquista que o ser humano vem realizando através dos tempos.
É na família que damos os primeiros passos e exercitamos as primeiras
palavras.
Ali tomamos consciência de nós mesmos, aprendemos a conhecer o
mundo.
De repente despertamos.
“Eu existo, me manifesto, me comunico”.
Tudo isto acontece com a participação da família Por isso, que esta
instituição tem que ser levada a sério. Precisa ser preservada e respeitada.
Os colégios, os instrutores e orientadores, podem dar instrução e cultura,
mas o exemplo, o aprendizado adquirido em família é o que predomina, pois
é na família que fazemos a nossa iniciação para a sociedade e para o
mundo.
A nossa caminhada na vida é baseada naquilo que aprendemos no
convívio familiar.
Por mais estudos, mais experiências que adquirimos. Queiramos ou não,
os princípios vamos buscar sempre, automaticamente naquilo que
adquirimos em família.
É por isso que se diz que “os princípios vêm do berço”.

Isso de dizerem que a família está superada é pura confusão da época


que vivemos. São idéias lançadas pelas forças negativas que querem
bloquear o progresso da humanidade.
A providência divina se utiliza da família para facilitar os reajustes e os
resgates entre os espíritos.
Por mais inimigos que sejam dois espíritos, nascendo na mesma família,
a facilidade de reajuste se torna maior por causa do convívio
Isso porque a família ainda consegue frear muitas coisas negativas,
conseguindo que haja mais respeito, mais amor e, conseqüentemente,
maior evolução espiritual, mesmo entre as pessoas mais desequilibradas,
mais ignorantes; é por isso que o lar é sagrado.

Analisemos o seguinte: uma mãe carrega na barriga um filho durante


nove meses. Mesmo com todos os desconfortos que a gravidez lhe cause,
ela está sempre protegendo-o, sempre na expectativa do nascimento. Isso
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tem que despertar sentimentos positivos não só para ela mas também para
o pai que acompanha tudo
A dependência da criança quando nasce, totalmente indefesa, a
fragilidade durante a infância, até as doenças comuns na fase infantil, que
exigem cuidados e preocupações contribuem para transformar qualquer
sentimento negativo em amor.
Isso acontece também entre irmãos. A convivência, as brincadeiras, as
briguinhas, criam um elo amoroso, uma dependência afetiva que apagam
muitas rivalidades trazidas de outras vidas. É aí que se dão os reajustes e
até alguns resgates.
É por essa razão que esquecemos o passado.
A convivência nesse estado de inconsciência e de certa inocência, faz
crescer um amor paralelo às rivalidades. Um amor que constroe e que eleva
Quando vêm à tona a percepção de que poderiam ser inimigos do
passado o amor já superou boa parte das mágoas e até do ódio que poderia
existir. Isto fortalece o vinculo.
É assim que o amor vai se expandindo entre a humanidade.
Por isso a família corporal tem que ser valorizada e respeitada.
Observem quando os familiares se unem em torno da solução de um
problema. Mesmo existindo desavenças, consegue-se superar ou remediar
qualquer dificuldade. Porque os familiares se apoiam, se sustentam. Unidos
têm-se mais forças para lutar e enfrentar, resolver e até vencer tudo.
Os problemas se multiplicam e se complicam quando os familiares não
se consideram, não se respeitam. Isso acontece quando não se dá o devido
valor à família.
Por estas e outras coisas concluímos que a família é um caminho seguro
para o progresso espiritual. Sem a família, a evolução do ser humano
torna-se bem mais difícil.

Há dois tipos de laços de família:

A família corporal, que é formada por espíritos em diversas posições


evolutivas. Há os familiares que se amam e os que se repelem, perfazendo
uma composição mista. Por isso, existem, dentro das famílias corporais,
provas e expiações, muitas vezes, terríveis. São espíritos que se fizeram
inimigos no passado, que precisam reajustar-se entre si. Aí também se
reúnem espíritos mais primitivos, para iniciarem ou acelerarem o progresso
espiritual. Esses às vezes se dispersam porque não tem ainda vínculo

A família espiritual, que é composta por espíritos afins, independentes


de laços de sangue. Na nossa opinião, ela se forma quase que só através
da família corporal, ela é o resultado das inúmeras encarnações juntos. A
não ser quando espíritos elevados se juntam com missões ou tarefas
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definidas. Nesse caso não necessitam de vínculos anteriores, já
aprenderam a amar.

Vamos ver um exemplo das uniões mais comuns:


Eu preciso me ajustar com alguns espíritos; então, reunimo-nos
encarnados e formamos uma família corporal, expiando e buscando
experiências. Enquanto não nos ajustarmos, não apagar-mos as mágoas,
ódios, rivalidades, adquiridos por desentendimentos em existências
passadas; enquanto não reconstruirmos juntos, aquilo que juntos
destruímos, não vamos nos separar. Pode até acontecer a necessidade de
ficarmos separados em uma ou outra encarnação, alternadas ou seguidas.
Mas, podemos ter a certeza de que vamos encarnar juntos, quantas vezes
forem necessárias, até conseguirmos todos os reajustes e resgates. Aí,
então, já teremos aprendido a nos amar espiritualmente, e já nos
consideraremos da mesma família.
Depois, preciso ajustar-me com outros espíritos. Passo pelo mesmo
processo. O mundo de meus entes queridos vai aumentando. Portanto, a
minha família espiritual vai crescendo cada vez mais.
Os espíritos que se ajustam primeiro vão dando lugar a outros, com os
quais ainda temos reajustes. A união atual não impede que eu continue
amando os do passado. Assim como as futuras não impedirão estas. Como
isso vem acontecendo com a humanidade inteira, vai chegar a hora em que
seremos uma só família. Então, o amor irá imperar sobre a Terra.
Acreditamos que esse intercâmbio não deve ser total, mas até o ponto de
conquistarmos um amor, não puro ainda, mas suficiente para nos
entendermos, respeitarmos e nos ajudarmos sem necessidade do vínculo
familiar. A partir daí o progresso se fará de outra forma, que no momento
desconhecemos.

Esses nossos familiares estão espalhados por todo o planeta, ajustando-


se com outros grupos, encarnados ou desencarnados. Estão lutando
constantemente para evoluir e se ajudar mutuamente.
Quantas amizades, que às vezes são recentes, e já tão profundas e
sinceras! Os nossos amigos e protetores ou protegidos encarnados. São
reencontros. Assim também os nossos protetores espirituais.

Precisamos entender, porém, que estas aproximações são de amizades


puras, livres de interesses menos dignos. Não podemos confundir com os
casos que despertam interesses sexuais desequilibrados, ou outros tipos de
interesses. Estes são reencontros de provas, os quais devemos superar.
Dois ou mais familiares encontram-se para trocar alegrias, ou mesmo
para vivenciar, juntos, dores e sofrimentos que possibilitem o progresso de
ambos e nunca para levar a comprometimentos dolorosos para vidas
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futuras. Tanto nas alegrias como no sofrimento, o objetivo é sempre a
evolução.

É importante lembrar que algumas pessoas que, por um motivo ou por


outro, no momento se encontram sem seus familiares, acreditamos que
para possibilitar as experiências necessárias nesta encarnação, devem
considerar as pessoas com as quais convivem como valiosos instrumentos
de experiências, é com elas que devemos buscar o progresso comum.

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União Conjugal

O que é o casamento?
“Quis Deus que os seres se unissem não somente pelos laços carnais,
mas também pelos da alma, a fim de que a mútua afeição dos esposos se
estenda aos filhos, e para que sejam dois em vez de um a amá-los, tratá-los
e fazê-los progredir.” (E.S.E. cap. XXII item 3)
Vemos, com isso, que é preciso que haja uma conscientização em torno
das responsabilidades assumidas com o casamento.
Sabemos que através da união conjugal formam-se as famílias, coisa
necessária para os reajustes comuns entre os espíritos.
Para que uma união tenha sucesso, para que dela surtam efeitos
positivos, é preciso que seja alicerçada no amor. Esse amor envolve
respeito mútuo, consciência e responsabilidade.
O casamento civil serve para cuidar dos interesses materiais; é uma
garantia maior para os filhos, no campo material. O religioso é um ato
social. Mas, o casamento ou a união verdadeira perante Deus e os próprios
cônjuges é a união pelo amor sincero. Este não leva em conta nem o civil
nem o religioso. O que vai pesar e importar perante a vida são os
compromissos assumidos com a união. Assim, estes devem ser colocados
em primeiro plano.

Vamos citar alguns exemplos de casamentos ou uniões.

Consideremos como uniões compulsórias ou expiatórias aquelas em


que dois espíritos cometeram erros graves, juntos em outras existências, e
que hoje precisam corrigi-los juntos. Não têm, ainda consciência disso e
não têm necessariamente, afinidades amorosas. As Leis do Progresso e de
Ação e Reação naturalmente os impulsionam, não havendo escolha: unem-
se para aprender a conviver entre si e com os filhos, com quem
naturalmente também estão seriamente comprometidos ou de quem
receberão ajuda. Encarnam juntos até aprenderem a se afinar e a conviver.
As circunstâncias que a vida lhes oferece, os obrigam a isto.

União por resgates e provas. Trata-se da união entre espíritos já


conscientes de que erraram juntos e que precisam se reajustar e reconstruir
aquilo que juntos destruíram no passado. Os problemas ou erros, assim
como os reajustes, podem ser os mesmos do item anterior, só que estes
espíritos querem resgatar seus erros, porque já são conscientes e até
pedem esta oportunidade.
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A união é mais forte e, assim, menos penosa e com mais chances de
vencer. Geralmente, nesses casos, esses espíritos também necessitam de
várias encarnações juntos.

União por afinidade. Aqui, os espíritos também têm provas e


expiações, porém com ideais. São os casais “certinhos”, que se entendem
bem e realizam tarefas juntos. Esta condição de casamento ou união nem
sempre significa que os cônjuges tenham elevação espiritual, mas sim
afinidade para realizações que podem ser construtivas ou destrutivas. O
que indica que em encarnações futuras, quando mais evoluídos,
provavelmente tenham que se unir na condição anterior, ou seja, por
resgates e provas, porém, com afinidades e tendências já para o lado
positivo.

União por renúncia. Existem também os espíritos em graus elevados,


que renunciam às suas posições e direitos já adquiridos e vêm à Terra
socorrer familiares que se atrasaram na evolução; às vezes, os próprios
cônjuges. Sofrem sem reclamar e sentem-se felizes em poder ajudar.
Observemos bem: são espíritos que não reclamam, nem alimentam a
idéia de que vieram para ajudar. A conformação é natural, da própria
evolução. E sendo evoluídos não se julgam superiores, não reclamam de
nada, não se consideram vítimas. Não podemos confundir estes espíritos
com aquelas pessoas que vivem se queixando e afirmando que vieram à
Terra só para ajudar os outros e para se sacrificarem. A insatisfação
levando a queixar-se mostra que é expiação ou prova.

Não importa qual o tipo de união ou casamento seja o nosso. O que é


preciso é que todos estejamos conscientes de que uma união conjugal é
coisa muito séria perante Deus, e que cabe a nós lutar para que seja
coroada de êxito.

É preciso fazer um exame de consciência periodicamente, para ver o que


depende de nós para um melhor relacionamento; o que precisa ser feito
para corrigir certas desavenças e cada um procurar fazer a sua parte.
Quando há esta consciência, pelo menos da parte de um dos cônjuges o
relacionamento torna-se mais fácil e os fracassos menos freqüentes.
Vamos um dia prestar contas a Deus e à vida.
Naquilo que falharmos, sofreremos as conseqüências de acordo com a Lei
de Ação e Reação.

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Lar - Pais e Filhos

Normalmente, o lar é formado por pais e filhos. O ambiente doméstico é


a base para o equilíbrio da família.
Para que os filhos cresçam num ambiente de paz e se tornem dignos de
uma sociedade, é preciso que os pais formem este ambiente.
Tanto a delinqüência quanto a nobreza começam no lar.
Quando um casamento ou uma simples união está estruturada no amor,
tudo se torna mais fácil. Trocam-se idéias e chega-se ao entendimento. O
diálogo entre o casal é muito importante. As pessoas que se amam têm
mais facilidade para se compreenderem, para se tolerarem e agir.
A educação de um filho começa antes da concepção. Quem leu
“Missionários da Luz”, de André Luiz, pode melhor compreender esse fato.
O espírito que virá como filho, visita o futuro lar constantemente, enquanto
ainda está consciente no plano espiritual, preparando-se para a nova vida
na Terra.
É claro que cada lar ou casal só pode dar aos filhos aquilo que tem. No
entanto, cada cônjuge tem a obrigação de lutar para conseguir mais, e o
melhor. Isto faz parte da evolução espiritual e da responsabilidade
assumida.
O pai e a mãe só estão isentos de obrigações no que se refere àquilo
que realmente está fora de suas possibilidades.
Quando falamos de obrigações, referimo-nos a exemplos, educação,
orientação para a vida social e espiritual, conforto, segurança e bem-estar.
Muitas pessoas pensam que educar é castigar com pancadas, tirando
regalias, mas, na realidade, o que um filho precisa é sentir-se amado pelos
pais, sentir que é gente, que dentro da casa é uma pessoa importante, com
direitos e obrigações, proporcionais à sua idade. Ele precisa sentir que não
é objeto de brinquedo nem propriedade dos pais.
O filho, desde cedo, precisa compreender, que é um ser humano comum,
que não é superior nem inferior a ninguém, por isso, tem a obrigação de
respeitar e o direito de ser respeitado.

O diálogo sincero entre pais e filhos é extremamente necessário e a


participação dos filhos na solução de pequenos problemas da família é
muito importante.
Se os filhos não puderem participar de certas discussões familiares, por
se tratar de assuntos particulares dos pais, estes não devem deixar que
percebam os fatos. Devem reservar horários adequados para esses
entendimentos. Mandá-los sair do ambiente gera irresponsabilidade,
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fazendo-os pensar que os problemas familiares dizem respeito apenas aos
pais e não a eles, sentindo-se assim descompromissados com o lar.
Os filhos precisam estar conscientes de que os problemas são da família
e, como membros dela, têm o direito de saber e a obrigação de ajudar nas
soluções dos mesmos.
Desta forma, sentir-se-ão mais integrados, evitarão criar problemas que eles
mesmos terão que resolver.
A participação varia e aumenta em função do crescimento e do amadurecimento
da criança.

Lembramos, também, que os filhos que percebem que os pais são


egoístas e que disputam com eles certas regalias, sempre levando
vantagens — é claro — criam, inconscientemente, um espírito deturpado de
defesa dos seus direitos. É onde começam as revoltas e as rivalidades. Isto
porque os filhos têm menos poder, menos autoridade, menos força física...
e eles sabem disso!
É bom para os pais reconhecer, perante os filhos, os próprios erros e
fraquezas. Isto inspira mais confiança e solidifica a amizade; porque eles,
por si só, percebem as falhas dos pais, que, afinal de contas, são humanos
e não podem querer passar para os filhos uma imagem de perfeição.

Assim como nós, pais, nem sempre estamos satisfeitos com o que eles
fazem e reclamamos, eles têm o mesmo direito em relação a nós, cabendo-
nos a obrigação de ouvir, analisar, fazer a auto-crítica e corrigir quando as
reclamações têm procedência.
Os pais precisam dar o direito e a oportunidade aos filhos de confessar
seus próprios erros e tendências, sem castigo. Uma boa orientação, com
carinho e energia, vai dar-lhes a segurança enquanto ainda são pequenos.
Futuramente, quando os problemas se tornarem mais graves, e tiverem real
importância, eles vão sentir nos pais seus verdadeiros amigos que poderão
ajudá-los a resolver:
Os filhos que se sentem íntimos, amados, importantes nas vidas dos
pais, dificilmente se desviam do caminho correto.
Nunca se deve esquecer que o amor, o equilíbrio, a boa educação,
começam e são transmitidos aos filhos, pelo casal. A honestidade e o
respeito entre estes, e destes para com os semelhantes, vai influir muito na
educação dos filhos e nos seus atos, no futuro.

Em muitos lares, geralmente sem uma religião, vemos pais que se


vangloriam por levarem certas vantagens sobre outras pessoas,
desrespeitando os semelhantes, sendo desonestos e até debochando dos
fracassos ou misérias alheias. Estas atitudes são presenciadas pelos filhos

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que, por terem a personalidade em formação, acabam sendo assimiladas
como maneiras corretas de agir.
Há pais que não dão a mínima noção de fraternidade,
conseqüentemente, os filhos nascem e crescem sem amor, indiferentes a
tudo o que se passa a seu redor. Preocupam-se apenas com os seus
interesses e a maioria só dá importância a coisas fúteis e banais. Os pais
são os ídolos dos filhos e nem percebem que estão passando péssimo
exemplo.
Os pais devem ajudar a desenvolver nos filhos as qualidades morais e os
princípios cristãos. Isto pode ser conseguido através do diálogo e do
exemplo, que é fator primordial.
Os pais não podem julgar as atitudes dos filhos sem dialogar, para não
cometer injustiças.
Excesso de autoridade na educação, freqüentemente, gera filhos tiranos
ou sem responsabilidade.
Os pais que só se preocupam com o trabalho fora do lar, descuidando-se
da atenção necessária aos filhos, não percebem que estes, muitas vezes,
sentem-se abandonados e até desprezados.
Os pais nunca devem se impor pela violência, pois isso pode gerar
sentimentos de revolta. Assim sendo, nunca devemos agredir os filhos
fisicamente ou moralmente; isto magoa e faz com que se sintam injustiçados. O
diálogo é sempre o melhor caminho.
Os pais modelam o caráter dos filhos com bons pensamentos e
vibrações positivas.
Vamos pensar que os pais são alunos avançados na escola terrestre,
mas passíveis de erros, enquanto que os filhos são aprendizes iniciantes
que precisam de ensinamentos com amor.
A i n t e r ação entre pais e filhos é um processo contínuo de reajustes que
necessita de respeito mútuo, com liberdade de pensamentos e de
julgamentos.

Nunca devemos esquecer que a caridade começa em casa.

Pais, lembrem-se que os filhos são os frutos primordiais da união,


devendo ser o centro de todas as atenções e cuidados; eles não podem ser
mimados, mas precisam ser amados e orientados.

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O LAR E A RELIGIÃO

A religião é necessária dentro do lar.


Quando fizemos parte da Campanha do Evangelho no Lar, visitando os
lares e levando o Evangelho, notamos que as pessoas tinham acanhamento de
orar perto dos familiares. Era uma imensa barreira, difícil de ser vencida.
Entendemos então que era falta de costume. A criança que, desde pequeno
adquire o habito de pedir para o Papai do Céu ajudar, e de freqüentar uma
escolinha de evangelho (infantil), de qualquer religião, provavelmente não terá
este e outros problemas.
É comum os pais dizer que não querem interferir na escolha e nas opiniões
dos filhos, sobre a religião que estes desejam seguir. Esta atitude é louvável,
mas só quando estes forem adultos. Enquanto crianças, eles devem freqüentar
a religião dos pais. Porque não podem crescer sem religião.
Mais tarde, só o sofrimento o levará a uma crença religiosa.
É maravilhoso nos momentos difíceis, dos quais ninguém escapa, ter algo
superior a que recorrer. É muito triste, contar apenas com as próprias forças,
principalmente quando estamos sentindo que estas estão fracassando.
Assim como escolhemos as melhores escolas, os melhores ambientes para
eles freqüentarem, temos que escolher a religião que no momento nos parece
ser a melhor, se é a melhor para nós, é melhor também para eles.
Quando forem adultos, os filhos precisam ter a liberdade de pensar, analisar
e escolher a religião, assim como a profissão que desejam seguir. Mas a
consciência e a convicção de que existe um Deus superior, a quem devemos
respeito e submissão, deve ser a mesma necessária para estudar, trabalhar e
viver.
Em muitos lares sem religião, vemos pais que não dão a mínima noção de
crença e fraternidade para os filhos.
A prática de Evangelho no Lar, tendo como base os ensinamentos de Jesus,
é habito salutar, mesmo quando houver divergência entre os cônjuges quanto a
religião. O importante é um respeitar a crença do outro, tendo Jesus com tema
central.

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O ADOLESCENTE

Quem é o adolescente?
É um espírito habitando um corpo carnal em sua fase de transição. Ele
está deixando de ser criança, mas sabe que ainda está longe de se tornar
um adulto.
Muitas pessoas pensam que ele se considera o senhor de todas as
situações, acha que sabe tudo, que pode dominar tudo. Na verdade, não é
bem assim.
Um adolescente sabe que é impotente para muitas coisas, é consciente
de sua fragilidade e de sua incapacidade. Porém a natureza
automaticamente o impulsiona a avançar. Intuitivamente ele sabe que
precisa se tornar forte, mas a sua capacidade física e mental ainda é
limitada..É aí que entra em conflito consigo mesmo e consequentemente
com o mundo.
Ele não quer ser conduzido, só que ainda não sabe se conduzir.
Ele dispensa a ajuda dos pais, mas sabe que precisa dela.
A cabeça do adolescente é muito confusa, a insegurança é muito grande.
Podemos comparar o adolescente a um passarinho deixando o ninho, já
tem asas , mas ainda não sabe voar. Precisa voar para sobreviver mas
ainda tem medo.
A necessidade da auto-afirmação faz o adolescente se tornar orgulhoso e
rebelde. Suas necessidades físicas e emocionais o faz se tornar persistente
e cansativo para os adultos que o acompanha. É por isso que o chamam de
“aborrescente”. (erro grave).
Além de tudo isso, ele está passando por uma transformação hormonal,
isso causa sintomas físicos que se confundem com seu temperamento e até
com o mau comportamento, por isso ele é mal compreendido.
Na realidade um adolescente promete muito, pois em breve se tornará
um cidadão.
Se for bem compreendido e orientado hoje, será o adulto produtivo e
positivo de amanhã.
Para orientá-lo é preciso primeiro fazê-lo entender a própria situação.
Depois conquistá-lo, depositando-lhe confiança, porém, sem descuidar.
Seguí-lo de perto, sem muita interferência.
O bom exemplo é fator primordial. A prova de que o amamos e somos
seus amigos sinceros é de suma importância. O diálogo pacífico e
despretensioso é fundamental.
Todavia é importante considerar que existe a possibilidade de alguns
pais não serem suficientemente amadurecidos. Não tiveram oportunidades
de realizações, e mesmo de receber orientações adequadas. Isso gera
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rivalidade e consequentemente competição com os filhos. Essa situação
contribui indiretamente para os grandes conflitos
Na verdade, conquistamos e orientamos um adolescente com muita
humildade, espírito de renúncia e de fraternidade. Com AMOR.

15
CRIANÇA E RELIGIÃO

A criança é um espírito adaptando-se a um novo corpo. É frágil e


aparentemente inocente. No entanto, ela traz consigo em estado
latente malícias e vícios, além das companhias e cobranças dos
inimigos conquistados no passado.

Nesta fase de adaptação, o espírito, com a ajuda do corpo físico


que está novo e em forma, tem grandes possibilidades de assimilação
e aprendizado. Ela pode
captar e armazenar todo e qualquer ensinamento, porque tem a mente
aberta, livre de qualquer preconceito ou restrição.
É nessa fase da vida que precisa ser introduzido o processo de
aprimoramento espiritual. O ensinamento então recebido vai
permanecer e influenciar em suas atitudes para o resto da vida.
É comum a gente ver jovens criados e orientados com rigor, e que
não tem comportamento plausível. É que, nem sempre aquela família
bem posicionada, passou o que ele precisava.
É fácil a família passar educação, polimento, como a sociedade
exige. mas, nem sempre a família passa exemplos de humildade, de
caridade, de fraternidade e religiosidade. Por isso, ele cresceu
educado, honesto, mas orgulhoso, egoísta e sem calor humano..
A criança precisa desde cedo aprender que existe Deus, e também
outras coisas acima dela, a quem ela precisa respeitar confiante. Que
é algo importante com o qual ela pode contar nas horas mais difíceis
da vida

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Divórcio ou Separação

O divórcio causa muita polêmica, por isso, vamos tomar muito


cuidado neste comentário. Não vamos julgar ninguém. Cada caso tem
seus motivos.
Vamos estudar a separação à luz do Espiritismo. Vamos também,
neste comentário, procurar uma orientação para nós e que poderá ser
útil também para àqueles com quem nos relacionamos no dia-a-dia.
Vamos ver o que o Evangelho nos diz: “Moisés concordou que se
desse carta de desquite pela dureza de vossos corações”. (E.S.E.)
O que quer dizer isto? Que o nosso atraso espiritual é que provoca
o divórcio, ou separação e, às vezes, os tornam necessários.
“Quis Deus que os seres se unissem, não somente pelos laços
carnais, mas também pelos da alma, a fim de que a mútua afeição dos
esposos se estenda aos filhos, e, para que sejam dois, em vez de um
a amá-los, tratá-los e fazê-los progredir.” (E.S.E.)
Isto quer dizer que fornecer aos filhos orientação, sustento, exemplo,
carinho e convivência é responsabilidade dos dois.

O divórcio é permitido por Deus? Sim, como tudo é permitido, mas


existem várias circunstâncias a se considerar: ele pode ser uma solução,
um paliativo ou um comprometimento.
É uma solução quando o casal já está separado, às vezes, com outros
compromissos, e presos apenas pela lei dos homens. É um paliativo
quando, com ele, se evita um mal maior, já que o amor e o respeito
acabaram.
Na maioria dos casos, o divórcio é um fracasso e até um
comprometimento sério para a vida espiritual e o futuro.
Emmanuel faz a seguinte comparação: “O lar é semelhante a um
comboio, onde o marido e a mulher são o chefe e o maquinista. Os filhos,
parentes e afeiçoados são os passageiros. Todos precisam colaborar para
que este corra bem, mas o marido e a mulher são os responsáveis”.

Divórcio, desquite, separação são a mesma coisa. Trata-se sempre de


uma união interrompida; portanto, um adiamento da tarefa, trazendo o
retardamento dos reajustes e, conseqüentemente, do progresso espiritual.

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Os filhos sofrem as conseqüências porque o comboio, do qual são os
principais passageiros, descarrila ou pára no meio do caminho. Esta
situação sempre causa danos e prejuízos.
Filhos mal assistidos representam destruição e fracasso.
Palavras de André Luiz: “O lar é um santuário de bênçãos, onde as
almas culpadas se reúnem para juntas, ascenderem a Deus”.

Quando falamos de casamento, mostramos algumas origens de uniões.


Vamos ver o que a separação provoca nesses casos.

União compulsória ou por expiação: Espíritos culpados, que erraram


juntos, queiram ou não, terão que corrigir os erros juntos. Nem sempre
conseguem viver por muito tempo junto. Divórcio ou separação, às vezes, já
estão previstos pelo Plano Maior, ao reencarnar. Falamos previsto, e não
programado.
Os cônjuges não sabem, mas o pequeno espaço de tempo vivido juntos
compulsoriamente, preparou e fortaleceu a próxima união na encarnação
vindoura. Nestes casos, acreditamos que a separação não é tão grave e
tem atenuantes pela ignorância do casal. É bom lembrar que se o estágio
compulsório abrange a existência toda, não vai haver meios de separação.

Casamentos por provas e resgates: os espíritos estão conscientes de


que precisam se reajustar e reconstruir, juntos, os erros e destruições do
passado. Inclusive em relação aos espíritos que receberem como filhos,
que, sabemos, também têm suas culpas a resgatar. Nestes casos, uma
separação é bem mais grave do que no primeiro, porque o casal é
consciente, tem mais obrigações e condições de se tolerarem e de se
compreenderem, agem pelo livre arbítrio. Os reajustes acrescidos das
conseqüências causadas pela separação, também ficam acumulados para
uma próxima encarnação.

Os casais que se unem por afinidade, mas também com provas e


expiações, porém com ideais, são aqueles casais que, quando a afinidade é
para o bem, tudo corre muito certinho. De repente, surge um obstáculo, ou o
que é mais comum, surge uma terceira pessoa e se dissolve a união.
Podemos dizer que esta situação é muito mais grave, principalmente para o
cônjuge que se deixa envolver, porque este tem condições de superar o
teste e está fracassando.
Quanto maior o compromisso assumido com o casamento ao reencarnar,
mais graves as conseqüências na separação.

Naqueles casos de casamento por renúncias, em que um espírito mais


elevado, vem à Terra para socorrer um ente querido que se atrasou no
18
processo evolutivo, o espírito que veio em socorro do outro tem mais
determinação, dificilmente se deixa envolver por ilusões ou forças
negativas. A separação, provavelmente, seria provocada pelo cônjuge que
está sendo ajudado, ou melhor dizendo, por aquele que é menos evoluído.
Quanto maior a evolução, maior é a responsabilidade.
É preciso que o cônjuge que estiver no nível acima, faça tudo para evitar
a separação.

Em todos os casos de separação, a gravidade varia, dependendo do


conhecimento de cada um e das conseqüências que podem trazer. O
sofrimento para o outro cônjuge, os desequilíbrios dos filhos, tudo
compromete e acumula reajustes para o futuro.
Muitas separações podem ser evitadas se houver mais compreensão,
mais humildade e honestidade por parte dos cônjuges. Com isto, muitos
sofrimentos poderiam ser poupados.

As pessoas que se intrometem entre os casais e ocasionam separações,


estão assumindo uma débito muito grande e doloroso perante Deus. As que
tentam construir sua felicidade em cima da desgraça alheia, e muitas que
recorrem a trabalhos negativos para separar casais, podem esperar graves
conseqüências, com grandes sofrimentos para o futuro. Podem acreditar, as
vantagens conseguidas de momento não valem a pena perante as
conseqüências que virão.

Nunca se deve apoiar ou provocar uma separação. Na medida do


possível, temos que pensar e mostrar as conseqüências que poderão advir,
sem condenar ou impor nada, considerando sempre que cada um resolve a
destinação de sua própria vida.

Não vamos nos esquecer que um bom tratamento espiritual reforçado por
leituras esclarecedoras poderão ajudar muito o casal a refletir melhor e até,
quem sabe, reconsiderar a situação.

19
Aborto
Conhecemos a importância de um filho dentro do lar. Conhecemos a Lei
de Ação e Reação, portanto, a necessidade dos reajustes e resgates
através da reencarnação dos espíritos, para o progresso da Humanidade e
consequentemente da Terra.
Se os nascimentos forem impedidos, deixa-se de atender a estas
necessidades e, automaticamente, lesam-se essas leis. Vemos, então, que
até o simples controle da natalidade é contrário às leis da natureza, porque
adia o progresso natural da Humanidade, embora este adiamento seja de
maneira suave. No momento, nem todos têm condições espirituais para obedecer e
seguir essas leis.
Portanto, é por isso que Deus permite os meios de controle.

Em O Livro dos Espíritos, pergunta 358, encontramos o seguinte:


“Constitui crime a provocação de aborto em qualquer período da gestação?”
Resposta: “Há crime sempre que transgredis as leis de Deus. Uma mãe,
ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida de uma
criança antes do seu nascimento, porque isso impede uma alma de passar
pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava
formando.”

Embora a prática do aborto seja sempre crime, e cause sempre graves


conseqüências para os pais e participantes, queremos dizer que existem os
mais e os menos graves, dependendo das circunstâncias do momento, da
evolução espiritual de cada um, e principalmente da consciência de cada
um. Uma pessoa que sabe que a vida começa no momento da concepção é mais
responsável do que aquela que crê que só existe vida após o nascimento.

Emmanuel diz que antes de se praticar um aborto, devemos meditar


muito, porque este ato é um dos grandes fornecedores de moléstias
inexplicáveis e de obsessões no campo da mente. Isto porque os
reencarnantes são espíritos com os quais assumimos compromissos e que
esperavam muito de nós. Ao verem interrompido o acordo, podem deixar-se
dominar pelo ódio e se vingarem. Esta vingança é consumada através da
próprio ato, que é uma porta aberta para o mal.
20
Este alerta deve servir também para os homens, porque muitas vezes
evitar que se cometa um aborto, depende só do pai.

A prática do aborto, como os outros erros, tem seus agravantes e


atenuantes. É claro que não nos cabe julgar, mas, de qualquer forma, as
pessoas que já passaram por esta experiência não devem se condenar nem
considerar o caso irremediável. Temos que pensar que o que já fizemos
deve servir de experiência em nossas vidas e que estas devem ser
aproveitadas, no aprendizado para a evolução
Temos que lembrar que somos criação divina e que Deus nos dá sempre
novas oportunidades, tanto de corrigir através do trabalho construtivo e
regenerador, como a de recomeçar o processo de reajuste.
O caminho agora é enfrentar as conseqüências, que certamente virão,
como novo aprendizado e seguir em frente.

É bom lembrar que durante uma caminhada, uma queda nos alerta, para
evitarmos outra, talvez pior.

21
Em Torno do Sexo
“A energia sexual como recurso da Lei de Atração, na perpetuidade do
Universo, é por natureza inseparável da própria vida, gerando cargas
magnéticas em todos os seres, em face das potencialidades criativas de
que se revestem.” (Emmanuel, livro Vida e Sexo.)
Tudo o que se refere a sexo ainda nos é muito divergente, porque ainda
estamos engatinhando no aprendizado sobre a criação divina.
Nós sabemos que os problemas relacionados ao sexo, em nosso nível
espiritual, são incontáveis. Como sempre, não podemos apoiar nem
condenar nada neste sentido. O que temos que entender, é que tudo o que
é praticado com irresponsabilidade, foge da normalidade e traz sérias
conseqüências. E como as conseqüências são proporcionais às intenções
de cada um, muitas vezes elas podem ser dolorosas.
“Sexo é espírito e vida a serviço da felicidade e da harmonia do Universo.
Conseqüentemente, reclama responsabilidade e discernimento, onde e
quando se expressa.”
Aconselhamos a leitura do livro Vida e Sexo, de Emmanuel.

O que pensar do chamado Amor Livre?


Nós aprendemos que a Humanidade está ainda muito distante do
sentimento Amor. Nem mesmo o sentimento que une a mãe ao filho, que é
o maior sobre a Terra, pode ser considerado um amor verdadeiro, porque
ainda é um sentimento egoísta e possessivo. Que dizer, então, das uniões
sexuais casuais? Podemos chamá-las de sexo livre e não de amor livre.

É bom lembrar: Liberdade, não é fazer o que se quer e o que se gosta. É


ter força e adquirir controle para fazer o que pode ou deve ser feito, e ser
feliz.
Não nos libertamos dos outros, mas sim de nós mesmos.
Segundo Emmanuel, o adultério sistemático e
a prostituição, assim como todos os desregramentos e desvios do sexo,
passarão futuramente a ser considerados pela Ciência Humana como
doenças da alma.
Sabemos que toda relação sexual, não baseada no amor, ou no respeito
e sinceridade, é irresponsabilidade. E todos teremos que responder perante
a vida pelos atos que praticamos.

Emmanuel diz ainda que emoções e pensamentos, tanto quanto


impressões digitais, variam de pessoa a pessoa. Então, não podemos julgar
ninguém, pois cada um sabe de si e responde pelo que faz.
22
Vamos considerar que cada pessoa está na Terra buscando as
experiências de que precisa, dentro de seu grau evolutivo, de acordo com
suas vidas passadas e necessidades futuras.
Essas experiências podem, muitas vezes, machucar muito e é
justamente aí que a pessoa procura recursos, apegando-se a algo superior,
como o Espiritismo ou outra religião. No entanto, mesmo baseado na
própria religião, não podemos emitir opiniões, porque os nossos
comentários podem ferir o próximo e não temos esse direito; além do que, a
verdade só a Deus pertence.
Nas Casas espíritas bem orientadas existem tratamentos especializados
para o assunto.

Homossexualidade
Como já dissemos, estamos muito distantes do conhecimento na obra da
Criação, por isso não podemos avaliar nem julgar nada.
A homossexualidade tem várias origens, mas está sempre relacionado a
uma provação para o homossexual e para os familiares:

Possíveis causas
a) A não aceitação do novo sexo na atual encarnação, por ter pertencido
ao oposto nas encarnações passadas. Essa busca da nova experiência o
faz reagir de diversas formas e a volta ao passado é uma delas.

b) A expiação de faltas por ter abusado do sexo a que pertenceu numa


existência passada. Com a mudança, está aprendendo a respeitar e se
equilibrar.

c) Problemas de criação. Exemplo: convivência só com familiares do


sexo oposto e certas atitudes dos pais, tais como condicioná-los a brincar e
a se vestir de forma peculiar ao sexo oposto, ou ainda, influência de
companhias, principalmente na adolescência. Estas e outras condições
podem abrir caminho e desencadear a tendência até aí despercebida.

d) Doenças físicas como defeitos congênitos, mutilações, deficiências


hormonais, etc. No entanto podemos crer que em qualquer circunstância a
experiência sempre esclarece e amadurece o espírito. Portanto, contribui
para a sua evolução espiritual.

Sexo e Religião
Que pensar das pessoas que são obrigadas a reprimir os impulsos
sexuais, porque abraçaram uma carreira religiosa?

23
Não vamos nos esquecer que existem aqueles que reprimem por
necessidade e amor à tarefa que desempenham. E há os que fazem por
orgulho, apenas para se destacar perante o mundo.

Para trabalhar e evoluir espiritualmente não há necessidade de tal


procedimento, porém, como no regulamento de certas organizações
humanas existem estas exigências, muitos espíritos escolhem esta carreira,
tentando exercitar o controle de seus impulsos.

24
Vícios e Obsessões

O vício é sempre uma dependência. Portanto é um estado de imperfeição


do espírito.
Todos nós temos alguns e, dependendo da evolução, uns têm mais,
outros menos.
Para o espírito, todos os vícios têm a mesma importância. Só que alguns
são mais prejudiciais, mas em relação às fraquezas do espírito, todos os
vícios têm o mesmo peso porque é uma dependência.
Os vícios materiais como tóxicos, cigarro, álcool, comida, entre outros,
logicamente são mais visíveis e, aparentemente, mais prejudiciais; no
entanto, não são mais graves que os chamados vícios morais, como a
maledicência e o cultivo de pensamentos negativos.
Através dos vícios, contraímos as obsessões com mais facilidade, pois
eles funcionam como antenas captando tudo o que está na mesma sintonia.
Estas obsessões se constituem em um reforço dos vícios. É a lei de
Afinidade.
Assim como na vida material, atraímos companhias para dar vazão às
vontades e os exageros, na vida espiritual atraímos os obsessores, através
das tendências e fraquezas morais que cultivamos.
A libertação é um tanto difícil, porque o desejo do encarnado é reforçado
pelo obsessor, que se vale destas fraquezas, para também alimentar seus
vícios. Como vemos é uma troca de prazer.

Após a morte, a dependência continua e o sofrimento é maior. Por isso, o


viciado encarnado pode tornar-se um obsessor após o desencarne. Isto
ocorre com muita freqüência, porque vícios e obsessões caminham sempre
juntos.
Quando uma pessoa chega a cometer o suicídio, ou qualquer outro ato
menos digno, é porque já tinha tendências a isto e estas apenas foram
reforçadas pelos espíritos obsessores.
Vamos lembrar que ninguém é tentado naquilo que não tem dentro de si;
as tentações não vêm de fora e sim, das próprias fraquezas que são as
portas abertas para as forças externas.
Em nossas experiências, chegamos à conclusão de que grande parte
das pessoas que são levadas à loucura, geralmente têm deficiências físicas
no cérebro, ou então têm sérios problemas psíquicos. Além disso, tais
deficiências sempre são reforçadas pelas companhias espirituais com as
quais as pessoas se afinam. É disso que os inimigos desencarnados se
aproveitam para se vingar.
25
O tratamento de passes, acompanhado de palestras e de leituras
selecionadas é de grande valia, e quando o mal é apenas psíquico, os
resultados são ainda melhores, porque o doente aprende a pensar
positivamente, e a se desligar dos espíritos obsessores e dos vícios. É a
reforma íntima que é incentivada e que vai acontecendo gradativamente.
Elevando as vibrações e consequentemente a posição espiritual a níveis
superiores, fecha-se os canais de sintonia com as forças negativas.

A cura nem sempre acontece de imediato. Quando a doença está num


grau avançado, envolve muitos fatores, tanto na parte física, como na
psíquica; além do fato de que a pessoa precisa aprender a querer se
libertar, o que exige muito boa vontade, paciência e perseverança, além de
disposição de mudar a maneira de pensar e agir.
É bom o tratamento espiritual caminhar paralelo ao tratamento médico ou
psicológico; um ajuda o outro.

As obsessões cármicas reúnem espíritos que tiveram desavenças ou


ligações marcantes no passado. Se estamos sintonizando com obsessores,
é porque não nos desligamos deles, ou não os perdoamos.
Se fôssemos nós os desencarnados e eles os encarnados, estaríamos
juntos da mesma forma.
Se elevarmos o padrão vibratório, não só na hora da prece, mas sim
mudando de faixa vibratória, isto é, superando os obsessores nas
qualidades, aprendendo a perdoar, aumentando a dose de amor pelo
semelhante, ou seja, procurando conquistar um patamar acima do que
estamos, certamente nos libertaremos, porque deixamos de sintonizar com
eles.
E se eles mudarem também?
Para mudar, o espírito tem que perdoar e deixar de perseguir. Então, não
será mais obsessor.
É comum as pessoas fazerem tratamentos, lerem o Evangelho e não se
libertarem, porque não assimilam; conhecem a palavra, mas não aplicam os
conhecimentos na vida prática.
Às vezes, o obsessor aproveitou e até já se libertou porque aprendeu,
mas o doente continua na mesma faixa, sintonizando com outros espíritos,
pensando que continua com aquele primeiro. Aí a obsessão deixa de ser
carma e passa a ser por sintonia vibratória.
Além do tratamento e leituras, o trabalho espiritual, mediúnico ou não, é a
melhor opção para nos libertarmos, pois com ele reconstruímos,
aprendemos e aplicamos, portanto, nos elevamos.

Médiuns obsediados: O médium vaidoso, orgulhoso, convencido de que


é poderoso é uma presa fácil nas mãos de espíritos interesseiros. Ele é
26
guiado mas não acredita, porque o seu orgulho não permite. Então, o
espírito faz dele o que quer, proporcionando meios de fazê-lo receber
sempre mais elogios. Ele vai ficando cada vez mais fascinado. Só se sente
bem, perto de quem o exalta. Se alguém o alerta, vira seu inimigo. Esse tipo
de obsessão (fascinação) é muito perigosa, difícil de ser curada, porque o
médium fecha os canais de cura. Se o médium tiver méritos, poderá sofrer
um trauma muito grande. E isso o fará despertar e cair em si.

Concluindo este capítulo: Devemos destacar que, logicamente, não


podemos apoiar o vício porque este é uma fraqueza do espírito, por isso
precisa ser combatido e corrigido. Porém, uma pessoa visivelmente viciada
não pode ser colocada à margem da vida. Ela tem que ser compreendida e
respeitada, tem que ter direitos e oportunidades de trabalho, de viver
socialmente e de recuperação.
Não vamos nos esquecer de que o cultivo de pensamentos negativos,
comum em todos nós, nem sempre visível, é o pior vício.

Quanto à obsessão, tanto por sintonia vibratória como cármica temos


que entender que a libertação só depende de nós, ou seja, da nossa
melhoria intima.

27
Espiritismo, Espiritualismo,
Mediunismo
O que é Espiritismo?
É a “terceira revelação”, o Cristianismo redivivo, a continuação das
revelações de Moisés e de Jesus. É o Consolador prometido por Jesus. Ele
revela tudo aquilo que Jesus disse e que, na época, não podia explicar em
profundidade.

No livro “O que é o Espiritismo”, Kardec dá a seguinte definição:


“O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos
Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.”

É preciso não confundir: A prática mediúnica não espírita, fora dos


princípios kardecistas, é chamada de mediunismo.
O termo Espiritismo, foi criado por Kardec, portanto só é Espirita quem
segue Kardec.
Todas as religiões, tem os seus objetivos e seus valores, porém algumas
entre elas pregam ilusões e até tem certas imposições, que geram
compromissos.
O Espiritismo não tem rituais, não é místico e nem alimenta ilusões. É um
campo aberto para novas revelações, o que nos mostra que ninguém é
senhor do total conhecimento, e que todos temos que estar sempre
estudando para conhecer algo mais.

Convém lembrar que não vamos comentar a prática das demais religiões,
pois, não as conhecemos a fundo e assim não temos autoridade para isso.
Acontece que algumas pessoas confundem Espiritismo com tais práticas, e
até acham conveniente freqüentar esses trabalhos espiritualistas, alegando
ser um tipo de Espiritismo mais forte.
Para evitar esta confusão, vamos estudar, apenas, algumas diferenças.
Vamos comentar aquilo que vai reforçar nossa crença na Doutrina Espírita.

Comparação:
O Espiritismo é espiritualista, as outras também.
O Espiritismo rende culto a Deus, as outras também.
Nas práticas Espíritas ocorrem fenômenos produzidos por Seres
desencarnados, nas demais também.
O Espiritismo aceita a reencarnação, muitas outras também.

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Algumas diferenças:
O Espiritismo não tem culto material, as demais tem.
No Espiritismo não há funções Sacerdotais, nas outras há.
No Espiritismo não são usadas imagens, nas outras sim.
No Espiritismo não existem símbolos, nas outras sim.

Vamos agora ao nossoraciocínioeaconclusão:


Existem dois planos: o material e o espiritual. No material há pessoas
cultas e analfabetas, pessoas esclarecidas e pessoas ignorantes, pessoas
inteligentes e as que não têm muito poder de raciocínio; assim como
existem as pessoas sérias e as zombeteiras, as honestas e as desonestas,
as sinceras e as interesseiras. Cada um dentro de sua escala evolutiva.
A cultura, o conhecimento, a inteligência, a seriedade, e outras
qualidades, são conquistas do Espírito. Em relação à cultura e à inteligência
é preciso esclarecer que existem Espíritos que já as conquistaram, mas, por
provações, encarnam sem poder utilizá-las.
Ao desencarnar, o Espírito muda de plano com o que tem, inclusive as
ilusões.
Aqui na terra, nós procuramos aqueles com quem nos afinamos. Na
espiritualidade também.
As pessoas honestas procuram amizades e trabalhos honestos. Um
analfabeto não pode ocupar um cargo que exija escolaridade; da mesma
forma, não é comum acontecer o contrário. Então tudo tem que ir ao
encontro, de maneira a se encaixar. No mundo espiritual é a mesma coisa.
Quem procura o Espiritismo com intenção de apenas conseguir coisas
materiais, se não tiver um certo amadurecimento espiritual, se decepciona e
vai embora.
Porque a finalidade principal do Espiritismo é o progresso espiritual do
ser humano, e não a simples conquista de bens materiais.
É através do progresso espiritual que o ser humano consegue resolver
todos os problemas materiais e espirituais, ou pelo menos superá-los.
Nos tratamentos, o assistido tem, além dos passes, as palestras que
antecedem a estes e a leitura do Evangelho, recomendada pela Casa
espírita. Com isto, ele adquire esclarecimento e, posteriormente, condições
de solucionar seus problemas.
Se a pessoa estiver amadurecida, ela penetra na moral e na essência da
Doutrina. Ela se identifica com o Espiritismo e permanece; mesmo sem a
solução imediata dos seus problemas. Ela percebe algo, no qual ainda não
havia pensado e se interessa. Acontece o mesmo com os desencarnados,
tanto com aqueles que procuram a assistência, como com os que dão
assistência. Eles só permanecem no Espiritismo porque entendem os
objetivos kardecistas. Afinam-se com os mesmos. O trabalho, assim, torna-
se produtivo; Espírita Cristão.
29
Há interesse espiritual e de progresso dos dois lados: dos encarnados e
dos desencarnados (afinidades).

Naqueles trabalhos espirituais, não- kardecistas, onde se visam apenas


às conquistas materiais, o progresso é superficial. Na maioria das vezes, o
interessado encarnado e os Espíritos fazem uma barganha. Como há
interesse de ambos os lados e afinidade, o Espírito vai exigir aquilo que ele
quer.
Dependendo da evolução espiritual de ambos, essas negociações vão
longe sem medir conseqüências, podendo tornar-se um jogo perigoso, além
de ser passageiro, porque é material.
A pessoa tem o problema resolvido, mas não adquire o aprendizado.
Daqui a pouco surge outro problema, e ela ficará na dependência, ou seja,
sempre pedindo.
Estes pedidos variam, como já dissemos, de acordo com o grau de
evolução e de entendimento de cada um.
Como existem pedidos ambiciosos por parte dos encarnados, as
exigências dos desencarnados também podem ser ambiciosas e às vezes
absurdas. Isto depende da qualidade moral tanto do médium como do
trabalho onde está sendo feito.

É necessário lembrar, também, que quando o problema é obsessão, no


Espiritismo há o diálogo e o esforço para orientar o Espírito obsessor,
enquanto que em algumas outras Doutrinas simplesmente o afastam e o
aprisionam. O que é falta de caridade. Um dia esse Espírito irá se soltar e
poderá voltar bem mais revoltado.

Assim podemos ver que a grande diferença é que o Espiritismo cumpre o


seu papel de reformador da humanidade, porque, através do Evangelho,
leva à reforma íntima, sem a qual não pode haver evolução do ser humano,
enquanto que outras Doutrinas limitam-se apenas a solucionar os
problemas de imediato.

O Espiritismo é uma religião essencialmente cristã e baseada no


Evangelho de Jesus.

Queremos frisar aqui, que não


estamos querendo desmerecer
nenhuma prática ou crença. Existem
30
Trabalhos
Negativos – Aura
É comum as pessoas procurarem o plantão de Orientação e
Encaminhamento, dizendo que alguém lhe fez um trabalho negativo, e que,
por isso, algo, ou tudo, em suas vidas, está correndo mal. Não podemos
concordar, nem afirmar o contrário.
Geralmente, aconselha-se a pessoa a não pensar nisso, a procurar
desligar-se dessa idéia, nem querer saber quem fez; não alimentar
sentimento de ódio, ou mesmo de mágoa; não pensar em vinganças, nem
fazer zombarias.
Incentiva-se a ter fé em Deus, a ler o Evangelho, e a fazer um tratamento
espiritual. Salienta-se que nada pode mais que Deus e que o tratamento
espiritual, acompanhado do esclarecimento, vai levá-las a ter pensamentos
mais positivos e, por conseqüência, a libertar-se de qualquer perturbação.
Isto realmente acontece quando a pessoa leva a sério e resolve por em
prática o que aprendeu no Evangelho e nas palestras que antecedem aos
passes.
Aí surge a pergunta: Existem trabalhos negativos? E por que Deus
permite que atinjam as pessoas?
Deus deixa a lei cumprir-se naturalmente. Acontece que nós somos,
ainda, muito imperfeitos, temos pensamentos e atos negativos, além disso
somos portadores de carmas.

Vamos ver como funciona.


Esses trabalhos dependem, quase sempre da colaboração de médiuns
que se prestam a isso, por ignorância, ou por interesses pessoais. Podem
também ser feitos apenas por Espíritos desencarnados,inimigos das
pessoas a serem atingidas.
Num ambiente adequado, o médium entra em contato com os Espíritos
que também se prestam a isso. Faz-se, então uma barganha,um
negocio.Como os inimigos desencarnados estão sempre por perto,
aguardando uma oportunidade de vingança, as coisas tornam-se mais
fáceis. Há também os desencarnados que fazem para ganhar algo.assim
como temos aqui os pistoleiros contratados .
Devemos considerar, porém, que se o alvo estiver com as portas
fechadas, isto é, se não houver um carma nesse sentido, ou invigilância por
parte do alvo a ser atingido, ninguém consegue nada e o mal não se realiza.
O que é invigilância? Vamos dar alguns exemplos: nós nos
aperfeiçoamos de dentro para fora; temos uma aura que nos envolve, que é

31
o reflexo do espírito. Vamos dizer que seja o nosso campo de proteção
criado e mantido por nós. Pois bem, a aura vai se solidificando,
impermeabilizando-se através das nossas conquistas espirituais. O espírito
vai-se aperfeiçoando através dos pensamentos e atos positivos isso vai
refletindo na aura. Vamos dizer que a aura é igual a uma peça de cerâmica
em fase de fabricação. Quando a peça é esmaltada,portanto está completa,
não pega nem absorve manchas, porque o esmalte a impermeabiliza; mas,
antes de ser esmaltada, ou antes de ser completa, ela é porosa e até a
poeira penetra.
Então, temos, na aura, a parte estável, que seria a parte já esmaltada,
solidificada, invulnerável, onde nada penetra. É a qualidade já conquistada
pelo espírito. Nada a altera porque é uma conquista real.
Temos ainda a parte instável, que seria sem “esmalte”, é a parte porosa
que depende do carma e ou da proteção que dermos, no momento, pelos
nossos pensamentos e atitudes. Então, é esta parte que temos que vigiar e
proteger, com pensamentos e atos positivos; assim como, na cerâmica,
para não penetrar manchas. Ela é frágil, desprotegida ainda.

Quando Jesus diz: “Orai e vigiai”, não é para tomarmos conta do vizinho.
Não importa se ele quer ou não nos prejudicar, o que importa é se nós
estamos protegidos e preparados para repelir o mal. Nós temos que ter
atitudes dignas e consequentemente qualidades para repelir o mal.

Pode-se, também, comparar os trabalhos negativos às doenças. Se a


bactéria encontrar um corpo frágil, desnutrido, ou descuidado pelas
extravagâncias, ela se aninha e desenvolve, mas se o corpo estiver
resistente e bem cuidado ela é repelida e até destruída.

A defesa do corpo é o tratamento e os cuidados materiais, a do espírito é o


pensamento positivo, é a reforma íntima.

Quando uma pessoa está, aparentemente, numa faixa vibratória superior


e de repente cai atingindo alguém ou sendo atingida é porque esta
conquista não era completa. No primeiro caso, sabemos que quem já tem
conquistas reais, não se propõe a atingir negativamente o seu semelhante.
No segundo caso, o mal penetra só até o ponto em que encontra
resistência, isto é, a parte solidificada pelas conquistas nunca é atingida.

Assim, pode-se concluir, que só somos atingidos por trabalhos negativos


se as conseqüências deles fazem parte do nosso carma, que é uma porta
aberta, ou se afinam com nossos atos e pensamentos atuais e com nossas
fraquezas (outras portas abertas).

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A captação dos ataques só se dá pela lei de Ação e Reação, ou seja,
através do carma, ou da sintonia vibratória do momento. Portanto, se algo
nos atingir é porque ainda não superamos certas tendências, não
aprendemos a fechar as portas para este tipo de mal. O que quer dizer que
ainda nos afinamos com ele, ainda vibramos nessa faixa, mesmo sem
perceber ou admitir.
A conquista e a solidificação do bem vêm de dentro para fora.

O trabalho positivo e construtivo ajuda muito a superar os carmas. Por


isso as casas espíritas nos dão oportunidades de praticá-los
Nós nem sempre o aproveitamos.

Equilíbrio da Mente

33
A mente é um atributo do espírito, é uma parte integrante deste.
O perispírito é o elo de ligação entre o espírito e o corpo físico.
O espírito pensa através da sua mente, fixa no perispírito e este
transmite ao corpo físico.
Todas as doenças, antes de se manifestarem ou de se fixarem no corpo
físico, passam pelo espírito e perispírito. Assim, vemos que a mente é
responsável por todos os males que vivemos.
Para eliminarmos os males, precisamos antes curar a mente, equilibrar e
controlar os pensamentos. Isto não conseguimos com medicamentos
materiais. Não existem medicamentos materiais que curem a mente, porque
ela é livre e pensa o que quer. Nem mesmo o passe age diretamente sobre
nossa mente. Ele pode liberá-la momentaneamente, o que pode ajudar
muito, mas o que cura realmente é a nossa vontade.
O conhecimento evangélico, doutrinário desperta nossa vontade. Por
tanto as palestras que antecedem os passes são de grande utilidade.

O ser humano se mantém, se nutre, pela alimentação, respiração, poros


e centros de força (vide definição de centros de força no final deste
capítulo). A alimentação, a respiração e a higiene do corpo precisam ser
bem equilibradas. Comer para viver e não viver para comer; respirar bem;
banhos diários e pensamentos positivos.
A mente comanda os centros de forças.
No corpo físico, nós temos os plexos ou conjuntos de nervos e gânglios,
que controlam os movimentos involuntários e reflexos do corpo. Cada plexo
comanda um conjunto de órgãos. Esses plexos correspondem aos centros
de forças espirituais, por onde absorvemos as energias cósmicas que
contribuem com a vitalidade.

Resumindo, pensamentos positivos atraem os elementos positivos do


cosmo pela sintonia vibratória. Estes elementos são, automaticamente,
transmitidos para os plexos e distribuídos aos órgãos correspondentes. Se
pensarmos negativamente, acontecerá o mesmo, só que com elementos negativos,
que contaminam os nossos órgãos.
Exemplo: uma planta que recebe água limpa, todos os dias, cresce sadia;
se receber água poluída, ela se aniquila.

Vamos ver o que são pensamentos negativos.


Pensamentos negativos são todas as formulações que fazemos a
respeito da vida, de nós mesmos e dos outros, que não têm utilidade, ou
seja, que vão em sentido contrário ao progresso espiritual.

Por exemplo: a nossa vizinha tem uma vida sexual diferente da nossa e
nós achamos que as atitudes dela não são de acordo com a moral. Em
34
primeiro lugar, nós não temos o direito de julgar ninguém. Além disso, ao
condenarmos suas atitudes criando quadros mentais menos dignos, ou
mesmo só comentando, estamos atraindo, para nós, elementos negativos
relacionados a sexo. O nosso centro de força genésico está absorvendo
fluidos impuros e, como ele controla os órgãos genésicos, passa a transmitir
estas impurezas a esses órgãos através dos plexos. Com isso estamos
criando doenças relacionadas a esses órgãos, tanto o homem como a
mulher.

A nossa vida é semelhante a um computador, se colocarmos a


programação errada, logicamente o resultado será negativo.
Acontece isso com todos os nossos pensamentos; os órgãos
correspondentes são sempre afetados. Ficam como a planta que recebe água poluída.
Como pensamos, e muitas vezes falamos, com malícia ou maldade,
envolvemos também o coronário e o laringe; e, assim, além das doenças
físicas, atraímos também as obsessões, porque, com pensamentos
negativos constantes, atraímos os espíritos afins.
Sempre tem alguém desencarnado que se afina com as nossas
fraquezas, que pode vir avolumar tais pensamentos, e até nos vampirizar.

Um envolvimento muito comum é com o gástrico, que controla os órgãos


da digestão. Muito apego à comida e à bebida, além de sobrecarregar os
órgãos e forçar a digestão, o que acelera o desgaste, sempre facilita a
alguém desencarnado participar dos exageros.
O ódio e as rivalidades atingem o cardíaco e o coronário.

Problemas do dia-a-dia
As nossas irresponsabilidades contraem problemas no dia-a-dia, através
das leis de Ação e Reação e de Afinidade.
É o caso das tarefas mal cumpridas no trabalho diário, perante os
patrões, perante os empregados, perante os companheiros, perante a
família, enfim, perante o mundo.

É comum só cuidarmos bem do que é nosso, só agirmos bem quando


sabemos que estamos sendo vigiados; comum também ficarmos
indiferentes perante os problemas alheios, e, não raro, desejarmos o mal
para os outros; e quando este mal acontece, nos alegramos, mesmo que
disfarçadamente.

Freqüentemente, desperdiçamos no uso do dinheiro, nas compras, na


alimentação, nos materiais que usamos e assim por diante.
Acreditando na lei de Amor e Justiça de Deus, supomos que, a cada
certo período de nossas vidas, temos uma cota de dinheiro saúde e tempo.
35
Se gastarmos tudo, sem dosar o prazo, é claro que até completarmos este
período, ficaremos na miséria (é igual ao salário de cada mês). O mesmo
acontece com a saúde desperdiçada e com o tempo mal usado ou perdido.
No final do período, temos que correr demais, provocando assim estafas,
enfartos e outros problemas. Aí entendemos porque não deixar para
amanhã aquilo que deve e pode ser feito hoje.
Podemos observar que tomamos as atitudes sempre em obediência aos
nossos pensamentos, por mais rápidos que eles sejam.

Todas essas falhas podem e terão que ser corrigidas através do


equilíbrio da mente. Todavia, isso depende de muito esforço e vontade da
nossa parte, em consequência, quantos problemas poderão ser evitados

Centros de Força
Centros de força são acumuladores e distribuidores de forças espirituais
situados no corpo espiritual, pelos quais transitam os fluidos energéticos de
uns para os outros.
Os principais centros de força do corpo espiritual localizam-se em regiões
correspondentes aos plexos do corpo físico.
Segundo as funções que exercem, eis as suas finalidades:
Coronário - Órgão de ligação com o mundo espiritual superior. Comanda
os demais.
Frontal - Regula as atividades inteligentes.
Laríngeo - Regula as atividades ligadas ao uso da palavra.
Cardíaco - Regula as emoções e os sentimentos.
Esplênico - Regula a circulação dos elementos vitais (raios,
magnetismo, fluidos, etc.).
Gástrico - Regula a manipulação e assimilação dos alimentos.
Genésico - Regula as atividades ligadas ao sexo.
Básico - Recebe o kundaline ou fogo serpentino e serve à reativação dos
demais centros.

Importante - Estas informações são apenas para ilustrar o capítulo. Para


obter mais informações a respeito, vide “Passes e Radiações”, do Comandante
Edgard Armond.

problemas Cármicos

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Como tomamos conhecimento no capítulo anterior, a mente é
responsável por todas as coisas boas ou más que vivemos. Tudo é atraído
pelos pensamentos, por mais rápidos que eles sejam. Até mesmo o nossos
impulsos são comandados pela mente. Geralmente achamos que agimos
sem pensar, mas na realidade não tivemos equilíbrio para analisar e
controlar a situação, porque o instinto foi mais forte, falou mais alto.
Os nossos impulsos fazem parte das nossas qualidades ou defeitos. Eles
revelam o que somos, ou melhor o nosso nível espiritual.

Acontece que estamos na Terra buscando experiências e crescendo


espiritualmente com elas. Assim, nem sempre é possível sofrer, de imediato
as conseqüências dos atos negativos dirigidos e comandados pelos
pensamentos.
Para enfrentar e viver as conseqüências temos que primeiro adquirir
amadurecimento e capacidade suficientes. “Deus nos dá o fardo de acordo
com as forças que possuímos”.
A providência divina só coloca em nossos caminhos aquilo que já temos
condições de enfrentar e vencer.
Cometemos os erros em várias encarnações e, à medida que vamos
adquirindo condições de resgate, as conseqüências vão surgindo de
diversas formas.
A nossa tendência é recorrer à ajuda dos outros, quando, na realidade,
temos recursos para superar tudo.
O que precisamos saber é que aquilo que foi destruído por nós, faz parte
dos nossos carmas negativos, por isso tem que ser reconstruído por nós. É
por isso que através do trabalho conseguimos superar quase tudo.

É claro que estamos nos referindo ao trabalho produtivo e não nos


acomodando com passes e tratamentos espirituais intermináveis. Os
passes nos dão uma grande ajuda, são energias positivas que nos reforçam
e até podem nos curar, porque é um tipo de remédio; entretanto remédio
demais vicia ou intoxica.

Segundo Jesus, cada um precisa caminhar com os próprios pés.


Quando nos é recomendado ouvir as palestras antes de receber os
passes, também a leitura e estudo do Evangelho, e quando nos é
recomendada a escola é para buscarmos os conhecimentos daquilo que
precisamos por em prática para superar nossos carmas.

Vamos dar alguns exemplos dos males cármicos.

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Uma pessoa, ou um grupo de pessoas, tem uma indústria de produtos
comestíveis. Para que o produto se torne mais lucrativo, eles adicionam à
sua composição elementos químicos prejudiciais à saúde.
Os pequenos males provocados nos órgãos dos consumidores, de
acordo com a lei de ação e reação ficarão sob a responsabilidade do
fabricante mesmo que o consumo de cada pessoa seja em dose mínima,
mas é continua e o número de consumidores é grande. Como na vida nada
se perde tudo se transforma somando todas as doenças provocadas pelas
drogas, o resultado, para o fabricante, pode ser um câncer, ou pior, uma
futura existência inteira de doenças correlatas. A ganância pode até torná-
los mais ricos, mas tais atitudes transformam-se em carmas negativos. O
mesmo acontece com as doenças, em outros órgãos.
Esses males só podem ser curados através da própria regeneração e do
trabalho construtivo em favor do próximo.

Outro exemplo:

As pessoas que atendem o público, em qualquer setor.


Essa pessoa recebe um salário do qual, precisa se fazer digno. Mesmo
ele considerando seu salário pequeno. Se ele aceitou o emprego está se
propondo a realizar o trabalho que o cargo exige.
Vamos supor que o horário de começar seja às oito horas, ele só vai
começar às oito e quinze, ou mais. Esses minutos já estão sendo usados
indevidamente, portanto ele já passa a dever e automaticamente vão sendo
debitados em sua conta.
Além de tudo, esses minutos vão provocar um atraso no atendimento
geral. Mas ele está tranquilo, sabe que o emprego lhe oferece segurança.
Ele não vai por isso perder o emprego, Mas, quantas pessoas ficam
prejudicadas? Umas estão preocupadas porque estão deixando de fazer
coisas importantes, outras estão tendo prejuízos financeiros. É comum
outras ficarem nervosas com dor de cabeça, etc, portanto a saúde está
sendo prejudicada.

Além de atrasar, alguns funcionários ainda se sentem no direito de


atender com má vontade.
Vamos juntar os prejuízos às vibrações negativas que certamente ele vai
recebendo diariamente e captando, ele capta porque é culpado.

A extensão desse carma é proporcional à má vontade e ao prejuízo


causado.

Vamos entender então que tudo o que fazemos e que causa algum dano
recai sobre nós. Se não temos condições de sofrer de imediato somam-se
38
aos nossos carmas negativos. Certamente vamos responder por tudo. É a
Lei de Ação e Reação.

Ainda Carma

As “pessoas difíceis” na nossa vida, são aquelas com quem tivemos


desavenças no passado e não nos foi possível a reconciliação na época.
Quantos “filhos problemas”! Encarnam sob a nossa responsabilidade
para que, com amor maternal / paternal, possamos reconduzi-los ao
caminho adequado. Isso porque nós os desviamos no passado.

Como reconduzi-los?

Com passes e tratamentos espirituais para nós a vida inteira? Não. Com
trabalho, com amor, ensinando-lhes a praticar boas ações e, principalmente,
trabalhando para os outros que estão em situações parecidas.
Esses reencontros de resgates podem estar acontecendo com qualquer
pessoa com quem vivemos.

Todas as pessoas difíceis, das quais não conseguimos nos libertar, com
certeza têm conosco, alguma ligação do passado; Nem sempre foram elas
que vieram ao nosso encontro, mas nós que, impulsionados pela lei de
Ação e Reação, fomos ao encontro delas para fazermos os resgates
necessários

A lei nos leva, naturalmente, ao encontro daqueles com quem temos que
nos ajustar.

Falamos nos espíritos já reencarnados que estão aqui nos cobrando.


Mas, e quando estes espíritos estão ainda do outro lado, guardando ódio,
mágoa, o que acontece? São as obsessões cármicas.
Esses espíritos, deste ou do outro lado, precisam ser esclarecidos
através da nossa palavra, das nossas ações, dos nossos exemplos.
Precisamos transformá-los em nossos amigos e conquistá-los novamente. E
isso se faz com boa vontade, esforço, trabalho e renúncia.

Abordamos, as coisas mais simples, mais leves, porém, com as


situações violentas e graves acontece o mesmo.
Tudo obedece às leis de Ação e Reação, de Trabalho e Reconstrução,
enfim, a Lei do Amor.
Isso é carma, não tem nenhum mistério e nem está fora dos princípio
Kardecistas. Carma negativo é a soma das nossas falhas. Vivemos hoje os
39
resultados do que fomos ontem. Carma é o cumprimento da Lei de Ação e
Reação.

Já falamos num capítulo anterior dos trabalhos negativos em que só


somos atingidos, quando fazem parte do nosso carma, ou como
conseqüência dos atos atuais. Ação e Reação ou Sintonia vibratória.

Dia-a-Dia

40
Nós já sabemos como adquirimos doenças, problemas e obsessões na
encarnação presente. Sabemos que podemos contrair tudo isto para as
encarnações futuras. Sabemos, também, que tudo é provocado pela mente
e que esta depende da nossa vontade.
O que temos a fazer agora é nos analisar e ver no que a nossa mente
está falhando, ou seja, que tipo de pensamentos e atitudes estão nos
prejudicando.
Deus nos criou simples e ignorantes, nos colocou em contato com a
matéria a fim de adquirirmos experiências e progresso. Aí então, passando
por várias transformações, desenvolvemos o raciocínio e adquirimos o livre
arbítrio.
Dessa forma, nos tornamos responsáveis pelos nossos atos.
Na consciência de cada espírito Deus colocou Suas Leis, para orientar a
caminhada em busca dos conhecimentos e do progresso.
É com a própria consciência que nos deparamos após cada desencarne.
Vemos então no que acertamos e no que erramos, o quanto melhoramos e
quais as conquistas que fizemos durante a vida terrena.
Cada existência nos oferece um degrau a subir. A nossa melhoria, nosso
aprimoramento depende do nosso esforço e da nossa boa vontade. Para
isso usamos o livre-arbítrio. A isso chamamos reforma íntima.

Mas o que é reforma íntima? É o aprimoramento, é a transformação do espírito.


O espírito é criado para se tornar perfeito. Só vai se completar através
da reforma íntima.
Há uma confusão muito grande em torno da reforma íntima. Geralmente
a pessoa deixa de fumar, de se embriagar, às vezes até deixa de comer
carne achando que já fez sua reforma íntima e, considerando-se superior,
passa a se sentir com vantagens sobre os que ainda não conseguiram. Isso
faz parte, é um passo positivo. Mas, reforma íntima é a transformação
natural do espírito, por isso vamos ter alguns milênios pela frente para
continuar fazendo reforma íntima.

A Terra, que no momento é o nosso planeta, é uma escola. Cada


encarnação pode ser comparada a um ano escolar. Os problemas na lousa
e no caderno, as tarefas, o aprendizado e as provas para passar para o ano
mais adiantado equivalem aos sofrimentos e experiências para conquistar
uma encarnação futura melhor.
A missão do Espiritismo não é, propriamente, curar nem solucionar os
problemas de ninguém. Quando isso acontece é porque através dos
conhecimentos, mesmo sem perceber, damos um passo na melhoria
interior.

41
A missão do Espiritismo na Terra é acelerar a nossa reforma íntima, a
fim de conseguirmos melhorar as condições morais e podermos
acompanhar a Terra na sua ascensão prevista para o Terceiro Milênio.
Temos muitos vícios e defeitos a serem corrigidos, principalmente no
campo moral. Essa reforma é feita, é provada, testada no nosso dia-a-dia.
Observe como a gente critica os defeitos de todo mundo. Quando lemos
um livro, ou ouvimos uma palestra ou aula, a primeira coisa que nos vem à
mente é: “Eu queria que fulano lesse isso, ou que estivesse aqui. Ele é
assim mesmo”. “Isto cabe direitinho para ele”. Não acham que aquela velha
história do macaco, que sentado sobre a própria cauda critica as dos outros,
cabe bem para todos nós?

De vez em quando precisamos descer até o porão de nossas vidas para


fazer uma faxina, jogar fora as tranqueiras que estamos conservando,
limpar e renovar o ambiente íntimo .

E agora, vamos ao nosso dia-a-dia?

Comecemos pelos nossos lares.


Como mulher: Estaremos nós cumprindo com boa vontade a tarefa que
nos cabe como donas-de-casa? Já paramos para pensar nos problemas
dos nossos familiares? Ou estão passando despercebidos por nossa falta
de atenção?
Os nossos exemplos estão sendo bons? Será que acompanhamos o
progresso de nossos filhos ou paramos no nosso tempo e agora
condenamos tudo o que eles fazem? Com isso, criamos constantes atritos
além de recalques e frustrações para eles.
A rebeldia do nosso familiar pode ser fruto da nossa incompreensão.

Nossos filhos, marido, irmãos, pais e todas as pessoas que convivem


conosco são seres em evolução, com uma porção de defeitos tão graves
quanto os nossos; só que os nossos nós aceitamos ou nem vemos, os
deles, censuramos.
Financeiramente: como estaremos empregando a cota mensal que Deus
nos dá através do trabalho profissional nosso ou de quem dependemos?
Tudo que compramos estará sendo aproveitado ou será que uma boa parte
não estará apenas satisfazendo a nossa vaidade? Ou estará indo para a
lata do lixo, em forma de pão, arroz, feijão e outros?
Em relação à nossa empregada doméstica, estaremos encarando-a
como um ser humano igual a nós? E como empregada, já pensamos que a
patroa é nossa irmã? Será que estamos conservando e cuidando do que é
dela, e que está sob a nossa responsabilidade?

42
E como homem? Estarei consciente de que as tarefas da esposa são
tão cansativas quanto as minhas e de que nunca tinha observado? Nunca
tinha pensado que a família pode estar com algum problema. Nunca tinha
parado para um diálogo mais profundo, a fim de ver no que eu poderia ser
mais útil.

Como filhos, irmãos, colegas, estaremos sendo compreensivos,


cumprindo os nossos deveres?
Temos a certeza de que, se pararmos um pouquinho para analisar o
nosso modo de viver, encontraremos solução para uma grande parte dos
nossos problemas.
Estamos vivendo uma fase de insatisfação, queremos sempre além do
que temos e, com estas preocupações, descuidamo-nos de nosso
comportamento.

Mesmo que os nossos sofrimentos sejam cármicos, tendo a vida mais


equilibrada e com pensamentos positivos, teremos melhores condições de
enfrentá-los e de trabalhar para resgatá-los mais rapidamente.

Quando falamos em trabalho, não é só no trabalho da Casa espírita.


Referimo-nos a todo trabalho de renovação.
Precisamos exercitar a paciência, a tolerância; pensar sempre que cada
ato de tolerância, é um pequeno exercício e que os beneficiados somos
sempre nós mesmos, embora pareça que o benefício imediato seja para os
outros.
As pessoas que dependem de nós estão apenas nos dando a
oportunidade de nos elevarmos um pouco mais espiritualmente, por isso
podemos considerá-las nossas grandes amigas. Inimigos são os defeitos
que existem dentro de nós, porque impedem a nossa evolução.
Não conseguiremos reconstruir aquilo que destruímos no passado,
apenas aplicando passes ou fazendo palestras. Devemos agir,
primeiramente, em torno dos problemas cotidianos, reconciliando-nos,
através da compreensão, com as pessoas que julgamos ser nossas
adversárias.

Não vamos nos esquecer de que no lar ou no trabalho nos reunimos


para, com a convivência, subirmos os degraus da evolução.
E isto acontece em todos os locais de contatos humanos em maior ou
menor proporção..

Quando perguntaram a Jesus qual o maior mandamento, ele respondeu:


“Amarás a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”.
Nestes dois mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas.
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Isto quer dizer que, enquanto não superarmos o egocentrismo, o orgulho
e o egoísmo, que são coisas contrárias às leis de Deus, e obstáculos para
nossa evolução, não poderemos ser felizes. Só seremos felizes quando
passarmos a dar valor àquilo que não perece, que é eterno e que nunca nos
decepcionará.
Dentro de nós estão todos os recursos para sermos felizes, todos os
meios para caminharmos com os próprios pés.
Vamos lembrar que temos sempre junto de nós, amigos espirituais nos
protegendo, nos inspirando a fazer o que é melhor para nós.
Problemas todos têm e vamos ter a vida inteira, pois somos espíritos
ainda imperfeitos e vivemos num mundo de expiações e de provas. Felizes
completamente, só seremos quando passarmos para um mundo feliz.

Vamos lutar, aprender e trabalhar, e não ficar na dependência de


tratamentos ou lamentações. Só assim teremos a certeza de conseguir um
mundo melhor.

Mediunidade Natural
e de Prova
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Nossa intenção não é a de comentar ou discutir os tipos de mediunidade,
mas, sim, falar dos médiuns e suas responsabilidades, e dos dirigentes ao
passarem orientações.
Emmanuel diz: “A mediunidade é a chave do intercâmbio espiritual para
a progressão doutrinária no mundo”.
Diz ainda Emmanuel: “Moisés veio iniciar os ensinamentos trazendo a
Lei. Jesus veio transformá-la em Amor. Kardec esclareceu, trazendo a Verdade
e os médiuns são os continuadores que recebem as novas Revelações”.
“Os médiuns são os intérpretes dos espíritos.” Não devem se orgulhar,
porque a mediunidade é uma ferramenta cedida, ou seja, emprestada, com
a qual os resgates tornam-se mais fáceis. Assim, a mediunidade não é
mérito de ninguém. Ninguém é médium porque é bom. Possuir uma
faculdade mediúnica é o mesmo que ser um devedor.
A mediunidade de provas reflete o atraso espiritual do médium. É
concedida temporariamente, a fim de possibilitar-lhe maior resgate, e
experiências acelerando a evolução.
Vamos dar um exemplo: um empregado tem um campo, uma roça para
carpir. Se ele tivesse que tirar todo o mato com a mão, seria bastante
penoso e demandaria muito tempo. No entanto, se o patrão fornecer-lhe
uma enxada vai facilitar muito. Isto é motivo para vaidade ou orgulho? Não,
ele tem que se sentir feliz, grato e com responsabilidade. Ele vai ter que
cuidar da enxada para que não quebre, não enferruje, além do que, o
serviço terá que ser mais perfeito.
Com a mediunidade é igual, pois nos foi emprestada para efetuarmos os
resgates com trabalho em benefício do próximo. Sabe-se lá quantas falhas
temos do passado? E quantas coisas serão resgatadas e corrigidas através
do trabalho mediúnico?

O trabalho e o sofrimento são as alavancas que nos impulsionam à


evolução. É melhor trabalhar do que sofrer para evoluir. Mas o trabalho tem
que ser bem feito. Para o trabalho ser bom, tem que ser sincero e honesto;
com finalidade útil.
As comunicações não podem ter interferência do médium e esse nunca
pode usar a mediunidade para comunicações de seu interesse pessoal (isto
acontece muito e é grave); neste caso, o médium está mistificando, está se
colocando entre os falsos profetas. E mais, está abrindo portas para os
falsos profetas da erraticidade (os Espíritos), pela lei de Afinidade.
A tarefa do médium é sublime, tanto quanto a do médico, do professor,
etc. Por isso, ele tem que ser dedicado e responsável. É por isso que o
médium precisa se preparar para saber o que está fazendo.
Não deve se expor ao trabalho sem estar em condições.
45
Não pode precipitar o desenvolvimento mediúnico para não correr o
risco de desequilibrar a mediunidade.

Costumamos fazer uma comparação: a mediunidade é semelhante a um


cofre. Para usá-lo, temos que conhecer o segredo, que é para poder-mos
abri-lo e fechá-lo, ficando, assim, sob nosso controle. Se quisermos usá-lo,
sem conhecer o segredo, teremos que arrombá-lo, e aí não conseguiremos
mais fechá-lo, ficando à disposição de quem quer que se aproxime, sejam
pessoas bem intencionadas ou não. Nós o usamos, mas o ladrão também
pode usar.
A mediunidade é idêntica. Se não conhecermos seu mecanismo, não
poderemos controlá-la e, ao invés de desenvolvê-la naturalmente,
poderemos acabar arrombando-a como o cofre. Aí ficaremos expostos, à
disposição de espíritos impostores que se aproximam para tirar proveito.

Os médiuns ou os dirigentes têm que ter cuidado na orientação a seguir,


ou a passar. Não devemos falar: “Você é médium, precisa desenvolver a
mediunidade”, pois a pessoa pode se assustar e não voltar mais à Casa
Espírita. Isso pode lhe prejudicar. Além do que, alguns sintomas que
parecem ser mediunidade, podem não ser. Existem vários deles, dentre os
quais destacamos três, que nos enganam com muita facilidade. São eles:
a) Perturbação espiritual ou Obsessão, que com um bom tratamento e
conscientização desaparecem;
b) Problemas Psicológicos, que com os conhecimentos adquiridos
através de leitura, palestras, aulas e até mesmo com uma psicoterapia,
também desaparecem;
c) Doenças físicas como lesões cerebrais, disritmias, epilepsia, esclerose
e um simples enfraquecimento das fibras cerebrais; causam sintomas que
se confundem com mediunidade ou perturbação espiritual. As vidências e
audições são as mais fáceis de nos confundir.

Uma pessoa com problemas psicológicos, ou com problemas de


perturbação espiritual, ou ainda, com problemas físicos — que deveria
passar por um bom tratamento e receber orientação — ao ouvir falar que é
médium, que é por isso que está com problemas, algumas vezes fica com
medo e vai embora. Isto é grave.
Outras vezes, porém, interessada em resolver o problema, acha que
desenvolvendo a mediunidade vai se curar e solucionar tudo. Ela firma o
pensamento nessa idéia e deixa de ler, de ouvir as palestras que
antecedem os passes, e não quer freqüentar a escola de educação
mediúnica; acha um absurdo ter que aprender teoria, porque isso demora.
Como o desenvolvimento nas Casas espíritas bem orientadas, só se faz
através da escola, ela parte para outros locais.
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Ao chegar em outros trabalhos, pode encontrar dirigentes também
despreparados e, aí, começar um desenvolvimento falso. São as
calamidades vistas em grande parte dos trabalhos mediúnicos.

E quando ela é médium, realmente?


Ela precisa desenvolver e não arrombar a mediunidade. Precisa,
primeiro, freqüentar um bom tratamento espiritual e depois uma escola, para
certificar-se de que ela é, realmente, um médium, e não uma pessoa
doente, ou perturbada.
A escola de educação mediúnica é de suma importância. Tem que ser
colocada acima de tudo, seja a pessoa médium ou não.
É bom lembrar o grande ensinamento de Jesus quando diz:”conhecereis
a verdade e a verdade vos libertará”.

Existe a mediunidade natural e a de provas. Qual é a diferença?

Mediunidade de provas nos é cedida e programada para o desempenho


de uma tarefa com a qual resgatamos débitos, reconstruímos algo que
destruímos no passado, somos testados em muitas fraquezas e, o mais
importante, buscamos experiências necessárias ao nosso adiantamento.
Teremos que prestar contas dela.

A mediunidade natural é aquela que todos possuem em estado latente,


vindo a se desenvolver através da vivência e do aprimoramento. As
experiências adquiridas vão colaborando para o desenvolvimento das
faculdades mentais, perfazendo as conquistas do espírito, aumentando a
percepção, a visão e a sensibilidade no estado normal da pessoa.
Acreditamos que ela se desenvolve naturalmente, paralela à inteligência
e principalmente da moralização do ser humano. É um aprimoramento das
faculdades mentais e qualidades morais.
Faz parte da elevação espiritual do ser humano.

Conscientização para o
Trabalho Espiritual
Para sermos bons trabalhadores em qualquer setor, temos que nos
conscientizar do seguinte: Fomos todos criados por Deus e o objetivo é
crescer espiritualmente.
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O trabalho e o sofrimento são as alavancas que nos impulsionam a subir.
É melhor trabalhar do que sofrer. É preciso porém que este trabalho seja
produtivo e, para isso, temos que estar vigilantes quanto ao nível do
mesmo, que deve ser melhorado constantemente.
Em primeiro lugar, temos que nos conscientizar de que somos nós, os
trabalhadores, os principais beneficiados e que só trabalhamos por nós,
embora outros se beneficiem, de imediato. Se outros não se beneficiassem,
o trabalho seria improdutivo e, desta forma, nada estaríamos fazendo.
Somos estagiários, portanto, somos os beneficiados.

O bom trabalhador deve estar sempre estudando, porque quanto mais se


aprofunda, mais sente a necessidade de aprender e o conhecimento conduz
à perfeição do trabalho e à transformação interior.

É importante, também, estar informado acerca dos problemas sociais,


pois estes alertam e reforçam a vivência e as experiências.

Há uma equivalência de responsabilidade entre todos os servidores,


independentemente do cargo, da posição social ou intelectual de cada um.
Ao analisarmos nossas realizações, devemos indagar:
No que servimos? Tem utilidades a alguém ou a alguma coisa?
Quanto servimos? Servimos o suficiente de acordo com o tempo
disponível que a vida nos oferece?
Como servimos? Com humildade ou com ostentação?
Cada um de nós está na Terra buscando as experiências de que
necessita, de acordo com o passado e preparando o futuro. Assim, todos os
trabalhos são iguais no valor, desde que sejam realizados com
responsabilidade.

Ninguém é dono do trabalho, embora tenhamos os mais experientes


como orientadores e os que são responsáveis pelos trabalhos. (Não pelos
trabalhadores.)
Cada trabalhador tem que ser responsável pelo que faz e deve ser o seu
próprio fiscal. Aquilo que não pode ser feito na presença do responsável,
não pode ser feito na sua ausência. Perante a vida e a espiritualidade, nós
respondemos pelos nossos atos.

Atitude digna do trabalhador


O colaborador precisa ser humilde o suficiente para se analisar e
compreender se é ou não capacitado para exercer esta ou aquela atividade.
Não pode se valer do privilégio de já ter freqüentado um curso de
aperfeiçoamento. É preciso saber se realmente assimilou este curso e se
suas tendências e capacidade preenchem os requisitos exigidos.
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Precisa compreender que não é o senhor da verdade nem da perfeição.
O seu cargo ou atividade deve ser motivo de responsabilidade e não de
vaidade.
É preciso ser disciplinado, embora isto lhe cause sacrifício.
Deve estar consciente da necessidade de assiduidade e pontualidade,
pois a ausência de um membro causa grande transtorno para o grupo.
Não deve sobrecarregar-se de tarefas, mas fazer apenas o que o seu
tempo permite, para que estas sejam feitas com equilíbrio e
adequadamente.
Quando assumir uma tarefa, é preciso contar com a disponibilidade de
tempo para as reuniões periódicas do departamento, pois estas têm a
finalidade de proporcionar melhor entrosamento, dar informações e atualizar
os trabalhos, pois isso faz parte da tarefa.
Vigiar-se para não cair no fanatismo. Os nossos familiares precisam
muito de nós e fazem parte de nossos compromissos espirituais.
É preciso tomar muito cuidado para não se deixar endeusar e não se
apegar demais a ninguém, pois todos somos falhos, por isso podemos
causar ou ter decepções que podem prejudicar o nosso trabalho.
É necessário observar os limites da intimidade com colegas,
principalmente com os do sexo oposto. Se o seu cônjuge não é ciumento, o
do outro poderá ser. É nossa obrigação evitar todo e qualquer pensamento
negativo em torno da nossa vida, inclusive no meio religioso.

Entre colegas, vamos nos ajudar e compreender o máximo possível.


Estamos, todos, procurando evoluir e dependemos uns dos outros.
Não vamos criticar, pois desconhecemos o íntimo de cada um. A
rivalidade entre colegas é falta de caridade e precisamos exercitar o
respeito e a consideração. Isso é um passo a caminho do amor.

O trabalhador não pode se melindrar, quando chamado à atenção por


algum erro. Também não pode querer que o trabalho seja feito a seu gosto.
Trabalho espiritual não é brinquedo de criança, que, na primeira
contrariedade, cruza os braços e diz: “Não brinco mais”. Melindre é orgulho
e o orgulho é caminho certo para o fracasso.

O colaborador também não pode se apegar a tratamentos espirituais


prolongados, por qualquer problema. As doenças e perturbações, muitas
vezes, são ataques e tentativas de espíritos negativos para nos tirar do
trabalho. Esta dependência aos tratamentos retarda nossa evolução.

Os espíritas têm que, antes de tudo, recorrer aos recursos que já


possuem dentro de si.

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Alguns passes avulsos, leituras edificantes, uma boa música ajudam a
elevar o padrão vibratório e aclarar a mente.
Dessa forma é possível libertar-se, sem interromper o trabalho, que é a
sustentação do trabalhador.

Exame espiritual e tratamento contínuo só são aceitáveis depois de esgotados os


recursos próprios.

Os espíritas, colaboradores na Doutrina, não podem se esquecer que


são as colunas que sustentam o movimento reformador da humanidade.
As colunas não podem tremer, têm que suportar todos os choques. Se
tremerem, enfraquecerão a construção.

Um lembrete:
Toda competição no campo de trabalho deve visar o bem comum.
Quando ela visa apenas a interesses pessoais, causa transtornos e
consequências que não compensam.

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