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GUIA DE ESTUDO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO (Apostila 10 de 2012/2º semestre)

Prof.ª Msc. Brígida Paiva

1- SISTEMA DE BENEFÍCIOS E BENEFICIÁRIOS:

Relação Jurídica Beneficiária;


Beneficiários:
- Segurados: definição, categorias, aquisição, manutenção e perda do vínculo;
- Dependentes: definição e critérios de arrolamento, ordenamento das classes, equiparação,
designação, concorrência, cancelamento de inscrição, alteração do rol de dependentes;
habilitação para percepção do benefício, perda da qualidade de dependente.

Relações jurídicas previdenciárias:


No campo do Direito Previdenciário, há sempre relação de uma pessoa – natural ou jurídica –
com o ente previdenciário estatal.
-,Contudo, há duas espécies distintas de relações jurídicas decorrentes da aplicação da
legislação previdenciária: a relação de custeio e a a relação de prestação.
- Numa delas o Estado é credor, noutra devedor.

Relação jurídica de custeio: obrigação jurídica de custeio é a que decorre da relação jurídica
representada pelo vínculo entre o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o
contribuinte, ou entre o INSS e o responsável pelo cumprimento das obrigações previstas
em lei, relativas ao pagamento de contribuições previdenciárias, ou das penalidades
pecuniárias decorrente do descumprimento dessas obrigações .

Relação jurídica de seguro social: é aquela em que o credor é o indivíduo filiado ao regime
de previdência ou seus dependentes, e devedor o Estado, por meio da entidade cuja atribuição
é a concessão de benefícios e serviços.

O objetivo da obrigação previdenciária é a entrega da prestação correspondente ao fato


ocorrido com o segurado, seja tal prestação estabelecida como obrigação de dar (o
pagamento de benefícios previstos na Lei do Regime Geral de Previdência Social) ou de fazer
(a prestação de serviços de reabilitação profissional e as relativas ao serviço social).

2- BENEFICIÁRIOS:
Art. 10. Os beneficiários do Regime Geral de Previdência Social classificam-se como
segurados e dependentes, (...).

São as pessoas protegidas dos riscos sociais por um vínculo jurídico mantido com a
Previdência Social.
É todo aquele que pode ser contemplado com algum benefício previdenciário.

Início da Relação Jurídica


A relação jurídica entre segurado e a Previdência Social se inicia com o seu ingresso no
sistema, e se estenderá enquanto estiver filiado.

Já a relação jurídica entre dependente e a Previdência Social só se formaliza quando não


houver mais possibilidade de se instalar a relação como segurado, já que não há nenhuma
hipótese, no sistema previdenciário, de cobertura concomitante para o segurado e o
dependente.

Os dependentes como sujeitos


Entretanto, os dependentes não são obrigados a contribuir para a Previdência Social.
Assim, são sujeitos ativos na relação jurídica previdenciária, quando o objeto for benefício ou
serviço de natureza previdenciária.
Porém, esses mesmos segurados serão vistos sob o prisma do financiamento da Seguridade
Social, como sujeitos passivos da relação jurídica de custeio.

Para ser segurado é preciso:


-Ter no mínimo 16 anos, idade mínima permitida para trabalhar (art. 7º XXXIII)
- Existe a exceção do menor aprendiz, que pode trabalhar a partir dos 14 anos.

DIVISÃO DOS SEGURADOS EM 4 GRUPOS:


Os segurados podem ser divididos em:

1- Obrigatórios comuns: empregado, empregado doméstico, trabalhados avulso;


2- Obrigatórios individuais: autônomos, equiparados a autônomos,eventuais e empresários;
3- Segurados obrigatórios especiais: produtor rural;
4- Segurados facultativos: dona de casa ou estudante.

FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO DO SEGURADO:

Filiação: é o marco da relação jurídica entre os segurados e a Previdência Social.

Filiação, é o vínculo que se estabelece entre o Segurado e a Previdência Social, constituindo


uma relação jurídica da qual decorrem direitos e obrigações para ambas as partes.

A filiação à previdência social DECORRE AUTOMATICAMENTE do exercício de atividade


remunerada para os segurados obrigatórios e da inscrição formalizada com o pagamento da
primeira contribuição para o segurado facultativo.

Assim, nem sempre a filiação demanda um ato formal praticado entra a autarquia e o
segurado: é o caso dos segurados com contrato de trabalho anotado na CTPS.
Para estes, a simples anotação na carteira já os torna filiados ao RGPS.

Inscrição: é o ato formal que identifica o segurado na Previdência Social. Nos termos legais, é
o ato pelo qual o segurado é cadastrado no Regime Geral de Previdência Social, mediante
comprovação dos dados pessoais e de outros elementos necessários e úteis a sua
caracterização.
Para outros, entretanto, há a necessidade de um ato formal, perante o INSS, para que se
aperfeiçoe a filiação ao RGPS.

Esse ato formal, pelo qual se dá a apresentação do interessado ao INSS, denomina-se


INSCRIÇÃO.

A inscrição é feita da seguinte forma:

I - o empregado e o trabalhador avulso: pelo preenchimento dos documentos que os


habilitem ao exercício da atividade, formalizado pelo contrato de trabalho, no caso de
empregado, e pelo cadastramento e registro no sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra, no
caso de trabalhador avulso;

II - empregado doméstico - pela apresentação de documento que comprove a existência de


contrato de trabalho;
III - contribuinte individual: pela apresentação de documento que caracterize a sua condição
ou o exercício de atividade profissional, liberal ou não;

IV - segurado especial: pela apresentação de documento que comprove o exercício de


atividade rural; e

V - facultativo: pela apresentação de documento de identidade e declaração expressa de que


não exerce atividade que o enquadre na categoria de segurado obrigatório.

O artigo 11 da Lei 8.213/91:


Enumera os segurados obrigatórios, abrangendo todos os que exercem atividade remunerada,
de natureza urbana ou rural, com ou sem vínculo empregatício.

Segurados obrigatórios:
Segurado obrigatório é a pessoa física que exerce atividade remunerada abrangida pelo
Regime Geral de Previdência Social - RGPS na qualidade de:
 I - empregado;
 II - trabalhador avulso;
 III - empregado doméstico;
 IV - contribuinte individual;
 V - segurado especial.

SEGURADO OBRIGATÓRIO COMUM


EMPREGADO:

A palavra EMPREGADO denota a existência de relação de emprego, e que são remunerados


por empresas urbanas ou rurais em decorrência de serviços que são prestados em caráter não
eventual, sob subordinação e mediante remuneração.
Salienta-se que serviço prestado em caráter não eventual é relacionado direta ou indiretamente
com as atividades normais da empresa (art. 9º, § 4º do Dec. 3.048/99).
O inciso I, a a j, do art. 11 da Lei 8.213/91 fornece o rol dos segurado obrigatórios empregados.

Art. 11, a: “ Aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural á empresa, em caráter não
eventual , sob sua subordinação e mediante contribuição, inclusive, como diretor empregado.”

Exemplos: professores, motoristas, administradores, secretárias, trabalhadores temporários,


diretores empregados, detentor de mandato eletivo, bóias-frias, vaqueiros, safristas, tiradores
de leite, etc...

Empregado - Conceito

1. aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual,
sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;

2. o aprendiz, maior de quatorze e menor de vinte e quatro anos, ressalvado o portador de


deficiência, ao qual não se aplica o limite máximo de idade, sujeito à formação técnica-
profissional metódica, sob a orientação de entidade qualificada, conforme disposto nos arts. 428
e 433 da Consolidação das Leis do Trabalho, na redação dada pela Lei nº. 11.180, de 23 de
setembro de 2005;

3. o empregado de conselho, de ordem ou de autarquia de fiscalização do exercício de


atividade profissional;

4. o trabalhador temporário contratado por empresa de trabalho temporário na forma da Lei nº


6.019, de 1974;
5. o trabalhador contratado no exterior para trabalhar no Brasil em empresa constituída e
funcionando em território nacional segundo as leis brasileiras, ainda que com salário estipulado
em moeda estrangeira, salvo se amparado pela previdência social de seu país de origem,
observado o disposto nos acordos internacionais porventura existentes;

6. o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como


empregado no exterior, em sucursal ou em agência de empresa constituída sob as leis
brasileiras e que tenha sede e administração no País;

7. o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como


empregado em empresa domiciliada no exterior, com maioria de capital votante pertencente à
empresa constituída sob as leis brasileiras, que tenha sede e administração no País e cujo
controle efetivo esteja em caráter permanente sob a titularidade direta ou indireta de pessoas
físicas domiciliadas e residentes no Brasil ou de entidade de direito público interno;

8. aquele que presta serviços no Brasil à missão diplomática ou à repartição consular de


carreira estrangeiras ou a órgãos a elas subordinados ou a membros dessa missão ou
repartição, excluído o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro
amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou da
repartição consular;

9. o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil,


salvo quando coberto por RPPS, a partir de 1º de março de 2000, em decorrência da Lei nº
9.876, de 1999;

10. o brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em organismo oficial internacional do
qual o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na
forma da legislação vigente do país do domicílio ou se amparado por RPPS;

11. o brasileiro civil que presta serviços à União no exterior, em organismo oficial brasileiro
(repartições governamentais, missões diplomáticas, repartições consulares, dentre outros) e o
auxiliar local de que trata o art. 56 da Lei nº 11.440, de 29 de dezembro de 2006, lá domiciliados
e contratados, salvo se segurados na forma da legislação vigente do país do domicílio;

12. o auxiliar local de nacionalidade brasileira, a partir de 10 de dezembro de 1993, desde que,
em razão de proibição legal, não possa filiar-se ao sistema previdenciário local, conforme
disposto no art. 57 da Lei nº 11.440, de 2006;

13. o servidor civil titular de cargo efetivo ou o militar da União, dos estados e do Distrito
Federal, incluídas suas autarquias e fundações de direito público, desde que, nessa qualidade,
não esteja amparado por RPPS;

14. o servidor da União, incluídas suas autarquias e fundações de direito público, ocupante,
exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração: (a)
até julho de 1993, quando não amparado por RPPS, nessa condição; (b) a partir de agosto de
1993, em decorrência da Lei nº 8.647, de 1993;

15. o servidor da União, incluídas suas autarquias e fundações de direito público, ocupante de
emprego público e o contratado por tempo determinado para atender a necessidade temporária
de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal,
nesta última condição, a partir de 10 de dezembro de 1993, em decorrência da Lei nº. 8.745, de
1993;
16. o servidor dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios, incluídas suas autarquias e
fundações de direito público, assim considerado o ocupante, exclusivamente, de cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; o ocupante de emprego público
bem como o contratado por tempo determinado para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público: a) até 15 de dezembro de 1998, desde que não amparado por
RPPS, nessa condição; b) a partir de 16 de dezembro de 1998, por força da Emenda
Constitucional nº. 20, de 1998;

17. o servidor considerado estável por força do art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias - ADCT, mesmo quando submetido a regime estatutário, desde que não amparado
por RPPS;

18. o servidor admitido até 5 de outubro de 1988, que não tenha cumprido, naquela data, o
tempo previsto para aquisição da estabilidade no serviço público: (a) mesmo que a natureza
das atribuições dos cargos ou funções ocupados seja permanente e esteja submetido a regime
estatutário, desde que não amparado por regime previdenciário próprio; (b) quando a natureza
das atribuições dos cargos ou funções ocupados seja temporária ou precária;

19. o exercente de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal, salvo o titular de
cargo efetivo da União, dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios, incluídas suas
autarquias e fundações de direito público, afastado para o exercício do mandato eletivo, filiado
a RPPS no cargo de origem, observada a legislação de regência e os respectivos períodos de
vigência;

20. a partir de março de 2000, o ocupante de cargo de Ministro de Estado, de Secretário


Estadual, Distrital ou Municipal, desde que não amparado por RPPS pelo exercício de cargo
efetivo do qual se tenha afastado para assumir essa função, em decorrência do disposto na Lei
nº 9.876, de 1999;

21. o escrevente e o auxiliar contratados até 20 de novembro de 1994 por titular de serviços
notariais e de registro, sem relação de emprego com o Estado;

22. o escrevente e o auxiliar contratados a partir de 21 de novembro de 1994 por titular de


serviços notariais e de registro, bem como aquele de investidura estatutária ou de regime
especial que optou pelo regime da legislação trabalhista, em conformidade com a Lei nº 8.935,
de 1994;

23. o contratado por titular de serventia da justiça, sob o regime da legislação trabalhista, e
qualquer pessoa que, habitualmente, lhe presta serviços remunerados, sob sua dependência,
sem relação de emprego com o Estado;

24. o estagiário que presta serviços em desacordo com a Lei nº 6.494, de 1977, e o atleta não-
profissional em formação contratado em desacordo com a Lei nº 9.615, de 1998, com as
alterações da Lei nº 10.672, de 2003;

25. o médico-residente ou o residente em área profissional da saúde que prestam serviços em


desacordo, respectivamente, com a Lei nº 6.932, de 1981, na redação dada pela Lei nº 10.405,
de 2002, ou com a Lei nº 11.129, de 2005;

26. o médico ou o profissional da saúde, plantonista, independentemente da área de atuação,


do local de permanência ou da forma de remuneração;

27. o diretor empregado de empresa urbana ou rural, que, participando ou não do risco
econômico do empreendimento, seja contratado ou promovido para cargo de direção de
sociedade anônima, mantendo as características inerentes à relação de emprego;
28. o treinador profissional de futebol, independentemente de acordos firmados, nos termos da
Lei nº 8.650, de 1993; e

29. o agente comunitário de saúde com vínculo direto com o poder público local: (a) até 15 de
dezembro de 1998, desde que não amparado por RPPS; (b) a partir de 16 de dezembro de
1998, por força da Emenda Constitucional nº 20, de 1998.

Empregado doméstico – Conceito

É aquele que presta serviços de natureza contínua, mediante remuneração, à pessoa, à família
ou à entidade familiar, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos.

Empregador doméstico é a pessoa, a família ou a entidade familiar que admite empregado


doméstico a seu serviço, mediante remuneração e sem finalidade lucrativa.

Trabalhador avulso – Conceito


É considerado avulso aquele que, sindicalizado ou não, presta serviços de natureza urbana ou
rural, sem vínculo empregatício, a diversas empresas, com intermediação obrigatória do
sindicato da categoria ou, quando se tratar de atividade portuária;

I - trabalhador avulso não-portuário: aquele que presta serviços de carga e descarga de


mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério, o trabalhador em alvarenga
(embarcação para carga e descarga de navios), o amarrador de embarcação, o ensacador de
café, cacau, sal e similares, aquele que trabalha na indústria de extração de sal, o carregador
de bagagem em porto, o prático de barra em porto, o guindasteiro, o classificador, o
movimentador e o empacotador de mercadorias em portos, assim conceituados nas alíneas "b"
a "j" do inciso VI do art. 9º do RPS;

II - trabalhador avulso portuário: aquele que presta serviços de capatazia, estiva, conferência
de carga, conserto de carga, bloco e vigilância de embarcações na área dos portos organizados
e de instalações portuárias de uso privativo, com intermediação obrigatória do sindicato, assim
conceituados na alínea "a" do inciso VI do art. 9º do RPS, podendo ser: (a) segurado
trabalhador avulso quando, sem vínculo empregatício, registrado ou cadastrado no , em
conformidade com a Lei nº 8.630, de 1993, presta serviços a diversos operadores portuários;
(b) segurado empregado quando, registrado no sindicato, contratado com vínculo empregatício
e a prazo indeterminado, na forma do parágrafo único do art. 26 da Lei nº 8.630, de 1993, é
cedido a operador portuário;

Contribuinte individual - Conceito

1. aquele que presta serviços, de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou
mais empresas, sem relação de emprego;

2. aquele que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins
lucrativos ou não;

3. a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária ou pesqueira, em


área urbana ou rural, em caráter permanente ou temporário, diretamente e com o auxílio de
empregado utilizado a qualquer título, ainda que de forma não-contínua;

4. a pessoa física, proprietária ou não, que, na condição de outorgante, explora a atividade


agropecuária ou pesqueira, por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregado,
observado o disposto no § 7º do art. 10;
5. a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral (garimpo), em
caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o
auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não-contínua;

6. o pescador que trabalha em regime de parceria, de meação ou de arrendamento, em


embarcação com mais de seis toneladas de arqueação bruta, na exclusiva condição de parceiro
outorgante;

7. o marisqueiro que, sem utilizar embarcação pesqueira, exerce atividade de captura dos
elementos animais ou vegetais, com o auxílio de empregado;

8.o ministro de confissão religiosa ou o membro de vida consagrada, de congregação ou de


ordem religiosa;

9. o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil
é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por RPPS;

10. o brasileiro civil que trabalha em organismo oficial internacional ou estrangeiro em


funcionamento no Brasil, a partir de 1º de março de 2000, em decorrência da Lei nº 9.876, de
1999, desde que não existentes os pressupostos que o caracterizem como segurado
empregado;

11. o brasileiro civil que trabalha para órgão ou entidade da Administração Pública sob
intermediação de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil,
desde que não existentes os pressupostos que o caracterizem como segurado empregado;

12. desde que receba remuneração decorrente de trabalho na empresa:


-a) o titular de firma individual urbana ou rural, considerado empresário individual pelo art. 931
da Lei nº 10.406, de 2002 (Código Civil);
-b) qualquer sócio nas sociedades em nome coletivo, de capital e indústria;
-c) o sócio administrador, o sócio cotista e o administrador não-sócio e não-empregado na
sociedade limitada, urbana ou rural, conforme definido na Lei nº. 10.406, de 2002 (Código Civil);
-d) o membro de conselho de administração na sociedade anônima ou o diretor não-empregado
que, participando ou não do risco econômico do empreendimento, seja eleito por assembléia
geral dos acionistas para cargo de direção de sociedade anônima, desde que não mantidas as
características inerentes à relação de emprego;
-e) o membro de conselho fiscal de sociedade ou entidade de qualquer natureza;

13. o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, em associação ou em entidade de


qualquer natureza ou finalidade e o síndico ou o administrador eleito para exercer atividade de
administração condominial, desde que recebam remuneração pelo exercício do cargo, ainda
que de forma indireta, observado, para estes últimos, o disposto no inciso III do § 1º do art. 5º;

14. o administrador, exceto o servidor público vinculado a RPPS, nomeado pelo poder público
para o exercício do cargo de administração em fundação pública de direito privado;

15. o síndico da massa falida, o administrador judicial, definido pela Lei nº 11.101 de 2005, e o
comissário de concordata, quando remunerados;

16. o trabalhador associado à cooperativa de trabalho, que, nesta condição, presta serviços a
empresas ou a pessoas físicas, mediante remuneração ajustada ao trabalho executado;
17. o trabalhador associado à cooperativa de produção, que, nesta condição, presta serviços à
cooperativa, mediante remuneração ajustada ao trabalho executado;
18. o médico-residente ou o residente em área profissional da saúde,
contratados,respectivamente, na forma da Lei nº 6.932, de 1981, na redação dada pela Lei nº
10.405, de 2002, e da Lei nº 11.129, de 2005; (Redação dada pela IN SRP nº 20, de
11/01/2007)

19. o árbitro de jogos desportivos e seus auxiliares, desde que atuem em conformidade com a
Lei nº 9.615, de 1998;

20. o aposentado de qualquer regime previdenciário nomeado magistrado da Justiça Eleitoral,


na forma do inciso II do art. 119 ou do inciso III do § 1º do art. 120, todos da Constituição
Federal

21. a pessoa física contratada por partido político ou por candidato a cargo eletivo, para,
mediante remuneração, prestar serviços em campanhas eleitorais, em razão do disposto no art.
100 da Lei nº 9.504, de 1997;

22. o apenado recolhido à prisão sob regime fechado ou semi-aberto, que, nesta condição,
presta serviços remunerados, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com
ou sem intermediação da organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade
artesanal por conta própria;

23. o notário, o tabelião, o oficial de registro ou registrador, nomeados até 20 de novembro de


1994, que detêm a delegação do exercício da atividade notarial e de registro, não remunerados
pelos cofres públicos;

24. o notário, o tabelião, o oficial de registro ou registrador, nomeados até 20 de novembro de


1994, que detêm a delegação do exercício da atividade notarial e de registro, mesmo que
amparados por RPPS, conforme o disposto no art. 51 da Lei nº 8.935, de 1994, a partir de 16
de dezembro de 1998, por força da Emenda Constitucional nº 20, de 1998;

25. o notário, o tabelião, o oficial de registro ou registrador, nomeados a partir de 21 de


novembro de 1994, em decorrência da Lei nº 8.935, de 1994;

26. o condutor autônomo de veículo rodoviário, assim considerado o que exerce atividade
profissional sem vínculo empregatício, quando proprietário, co-proprietário ou promitente
comprador de um só veículo;

27. os auxiliares de condutor autônomo de veículo rodoviário, no máximo de dois, conforme


previsto no art. 1º da Lei nº 6.094, de 1974, que exercem atividade profissional em veículo
cedido em regime de colaboração;

28. o diarista, assim entendida a pessoa física que, por conta própria, presta serviços de
natureza não-contínua à pessoa, à família ou à entidade familiar, no âmbito residencial destas,
em atividade sem fins lucrativos;

29. o pequeno feirante que compra para revenda produtos hortifrutigranjeiros ou assemelhados;

30. a pessoa física que habitualmente edifica obra de construção civil com fins lucrativos;

31. o incorporador de que trata o art. 29 da Lei nº. 4.591, de 1964;

32. o bolsista da Fundação Habitacional do Exército contratado em conformidade com a Lei nº.
6.855, de 1980;
33. o membro do conselho tutelar de que trata o art. 132, da Lei nº. 8.069, de 1990, quando
remunerado; e

34. o interventor, o liquidante, o administrador especial e o diretor fiscal de instituição financeira,


conceituada no § 3º do art. 3º.

Segurado Especial - Conceito


Pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que,
individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de
terceiros, na condição de:

(a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro


outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade:

1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais;


2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso XII
do caput do art. 2º da Lei nº. 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o
principal meio de vida;

(b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou principal
meio de vida; e

(c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este
equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente,
trabalhem com o grupo familiar respectivo.

Segurado facultativo – Conceito

É a pessoa física maior de dezesseis anos de idade que, por ato volitivo, se inscreva como
contribuinte da Previdência Social, desde que não exerça atividade remunerada que implique
filiação obrigatória a qualquer regime de Previdência Social no País.

O segurado facultativo foi criado para atender ao princípio constitucional da universalidade da


cobertura e do atendimento, pois, desta forma, até os que não trabalham podem optar pela
inclusão no sistema previdenciário.

Podem filiar-se facultativamente, entre outros:


1. a dona-de-casa;
2. o síndico de condomínio, quando não remunerado;
3. o estudante;
4. o brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior;
5. aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social;
6. o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990,
quando não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social;
7. o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa de acordo com a Lei nº 6.494, de
1977;
8. o bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa, curso de especialização, pós-
graduação, mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que não esteja vinculado a
qualquer regime de previdência social;
9. o presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquer regime
de previdência social; e

10. o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se filiado a regime previdenciário de


país com o qual o Brasil mantenha acordo internacional.
3- DEPENDENTES:

PRIMEIRA CLASSE:
- o cônjuge (marido ou mulher);
- a ex-mulher e o ex-marido que recebam pensão alimentícia;
- a companheira ou o companheiro: considera-se companheira ou companheiro a pessoa que,
sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o §
3º do art. 226 da Constituição Federal;
A dependência dessas pessoas é presumida.

O companheiro ou a companheira homossexual de segurado inscrito no RGPS passa a integrar


o rol dos dependentes e, desde que comprovada a vida em comum, concorre, para fins de
pensão por morte e de auxílio-reclusão, com os dependentes preferenciais de que trata o inciso
I do art. 16 da Lei nº 8.213, de 1991, para óbito ou reclusão ocorrido a partir de 5 de abril de
1991, ou seja, mesmo anterior à data da decisão judicial proferida na Ação Civil Pública nº
2000.71.00.009347-0.

- o filho menor de 21 (vinte e um) anos não emancipado, salvo se a emancipação decorreu de
colação de grau em curso superior;
- o filho inválido de qualquer idade, devendo a invalidez ser comprovada por perícia do INSS;
- a dependência econômica dessas pessoas não precisa ser comprovada, pois é presumida;
- o enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde
que comprovada a dependência econômica, na forma regulamentar.

SEGUNDA CLASSE:
- os pais, desde que comprovem dependência econômica.

TERCEIRA CLASSE:
- o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos;
- o irmão inválido (invalidez comprovada pelo INSS).
- a dependência econômica dessas pessoas deve ser comprovada.

No caso de o segurado possuir mais de um dependente de mesma classe, concorrerão eles em


igualdade de condições, sendo dividido o benefício em partes iguais.

PERDA DA QUALIDADE DE DEPENDENTE:


I - para o cônjuge, pela separação judicial ou divórcio, enquanto não lhe for assegurada a
prestação de alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença judicial
transitada em julgado;

II - para a companheira ou companheiro, pela cessação da união estável com o segurado ou


segurada, enquanto não lhe for garantida a prestação de alimentos;

III - para o filho e o irmão, de qualquer condição, ao completarem vinte e um anos de idade ou
pela emancipação, salvo se inválidos;

IV - para o filho e o irmão, de qualquer condição, ao completarem vinte e um anos de idade,


salvo se inválidos, ou pela emancipação, ainda que inválido, exceto, neste caso, se a
emancipação for decorrente de colação de grau científico em curso de ensino superior;

V - para os dependentes em geral: (a) pela cessação da invalidez; ou (b) pelo falecimento.

4 - O REGIME COMPLEMENTAR
O Regime Previdenciário Complementar subdivide-se em oficial e privado. O Regime
Previdenciário Complementar Oficial está previsto no artigo 40 §§ 14, 15 e 16 da CF/88. Para
os ingressantes no Serviço Público após a EC n. 41, o valor dos proventos de aposentadoria
está limitado ao teto do valor da aposentadoria do RGPS.

Acima deste teto, o servidor poderá contribuir para Previdência Complementar depositando
mensalmente valores que deverão ser capitalizados no mercado financeiro, na forma de
contribuição definida e cujos os rendimentos deverão propiciar a complementação da
aposentadoria.

Deve-se atentar para o fato de que os valores contribuídos serão aplicados no mercado
financeiro. Qualquer turbulência, comum nestes tempos de globalização, poderá levar à
derrocada esses fundos, o que já aconteceu no Chile: anos e anos de economia da classe
trabalhadora foram consumidos num toque de mágica por ataques advindos de especuladores
de plantão.

Trata-se da adoção do sistema de capitalização, tal qual preconizado pelo FMI, embasado na
Lógica do Consenso de Washington: privatizar o lucro e socializar os prejuízos.

O Regime Complementar Privado está previsto no art. 202 da CF/**. Foi regulamentado pela Lei
Complementar n. 109 de 29/05/2001.

Esse Regime por sua vez se subdivide-se em entidades abertas e fechadas.


As abertas estão disponíveis para todos os cidadãos, ou seja, aos que podem contribuir com
uma mensalidade para o sistema bancário. São os planos de Previdência dos bancos, como o
Itauprev, o Bradesco Previdência. Como se trata de seguro, são fiscalizados pela SUSEP –
Superintendência de Seguros Privados, órgão do banco central.

As entidades fechadas, como o próprio nome sugere, são de exclusividade de grupos de


funcionários de empresas. Empresas estatais, como o Banco do Brasil (Previ), e a Petrobrás
(Petros), possuem tais fundos.

Há que se observar que as entidades fechadas e abertas operam sob a égide do sistema de
capitalização. Aplicam o capital de segurado no mercado financeiro. O processo de privatização
recente teve a participação de diversos fundos, principalmente da Previ e da Petros. Mas
podem, em caso de turbulência vir a sofrer abalos irremediáveis se levados à ruína e
comprometer o sonho da aposentadoria daqueles que ali contribuíram.

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