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VULCÃO DI MEU

By Dr. Azágua

Deste monte
que mede o céu;
Deste monte
que fala a língua
que eu conheço,
tenho olhar de estrelas a luzir.

Deste monte
Que ondula seu corpo,
olho em baixo
um mar vasto;
um horizonte sem fim
num silêncio profundo.

Contigo falo, ó mar,


Contigo partilho
todos os meus segredos.
Imagino a solidão;
Imagino o que separa
a vida e a morte.

Eu sei.
Cada homem possui um espaço,
um vazio, dentro de si.
Nele caminha
deixando sinais
da sua breve passagem;
A memória é facilmente limpada
pelo ar leve
e nenhum oásis de felicidade irrompe.
Nenhum...

Perdi a noção do mundo


que me cerca e retém aqui.
Tudo abandono a pouco e pouco;
O vazio é cada vez mais vazio.

Já não m’importa sequer


a minha sombra
fazendo-me companhia;
Já não preciso
dum zumbido qualquer
e nem preciso de espelho
para reflectir o meu “eu”.
Apenas eu. Apenas eu.

Voltei ao meu mundo,


à procura do meu espaço.
O tempo parou.
Só vivo o explêndido,
brilhante e fulgrante silêncio
numa mortalha de cinzas.

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