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Inês de castro

I
nês de castro era filha natural de Pedro Fernandes de castro e Aldonça Lourenço de
Valadares, Inês nasceu em 1320 ou 1325 em Galiza e morreu no dia 7 de Janeiro de
1355. Pedro Fernandes de castro era mordomo-mor do rei Afonso XI de Castela. O seu
pai, neto por vila ilegítima de Sancho IV de Castela, era um dos fidalgos mais poderosos
do reino de Castela.

Em 1339 teve lugar o casamento do príncipe Pedro, herdeiro do trono português com
Constança Manuel, filha de João Manuel de Castela, príncipe de Vilhena e Escalona, duque de
Penafiel, tutor de Afonso XI de Castela, o poderoso e esforçado magnate de Castela, e neto
do rei Fernando III de Castela. Mas seria uma das aias de Constança, Inês de Castro, por
quem D. Pedro viria a apaixonar-se. Este romance começou a ser comentado e mal aceite na
corte e pelo próprio povo, sob o pretexto da moralidade, rei D. Afonso IV não aprovava esta
relação, não só por motivos de diplomacia com João Manuel de Castela, mas também devido
à amizade íntima de D. Pedro com os irmãos de Inês - Fernando de Castro e Álvaro Pires de
Castro. Sentindo-se ameaçados pelos irmãos Castro, os fidalgos da corte portuguesa
pressionavam o rei D. Afonso IV para afastar esta influência do seu herdeiro. Assim, em 1344
o rei mandou exilar Inês no castelo de Albuquerque, na fronteira castelhana, no entanto, a
distância não teria apagado o amor entre Pedro e Inês que, segundo a lenda, continuavam a
corresponder-se com frequência.

Em Outubro do ano seguinte, Constança morreu ao dar à luz o futuro rei Fernando I de
Portugal. Viúvo, Pedro mandou Inês regressar do exílio e os dois foram viver juntos em sua
casa, o que provocou grande escândalo na corte, para enorme desgosto de El-Rei seu pai,
começou então uma desavença entre o rei e o infante.

D. Afonso IV tentou remediar a situação casando novamente o seu filho com uma dama de
sangue real, mas Pedro rejeitou este projecto, alegando que sentia ainda muito a perda de
sua mulher Constança e que não conseguia ainda pensar em novo casamento. No entanto,
fruto dos seus amores, Inês foi tendo filhos de D. Pedro: Afonso em 1346 (que morreu pouco
depois de nascer), João em 1349, Dinis em 1354 e Beatriz em 1347. O nascimento deste veio
agudizar a situação: Durante o reinado de D. Dinis, D. Afonso IV sentira-se em risco de ser
preferido na sucessão ao trono devido aos filhos bastardos do seu pai. Agora circulavam
boatos de que os Castros conspiravam para assassinar o infante D. Fernando, herdeiro de D.
Pedro, para o trono português passar para os filhos de Inês de Castro. Entretanto, o reino de
Castela encontrava-se em grave agitação com a morte de Afonso XI e a impopularidade do
reinado de D. Pedro I de Castela, cognominado o Cruel. Os irmãos de Inês sugeriram a Pedro
que juntasse os reinos de Leão e Castela a Portugal, uma vez que o príncipe português era,
por sua mãe, neto de D. Sancho IV de Castela.

Em 1354 convenceram-no a pôr-se à frente da conjuração, na qual Pedro se proclamou


pretendente às coroas castelhanas e leonesas. Foi novamente a intervenção enérgica de
Afonso IV de Portugal que evitou que tal sucedesse. O rei mantinha uma linha de
neutralidade, abstendo-se de intervir na política de outras nações, o que lhe permitia paz e
respeito com os reinos vizinhos.

Sara lima, nº 23, 8º B


Assassinato de D. Inês
Depois de alguns anos no norte de Portugal, Pedro e Inês tinham regressado a Coimbra e se
instalado no Paço de Santa Clara. Mandado construir pela avó de Pedro, a Rainha Santa
Isabel, foi neste paço que esta rainha vivera os últimos anos, deixando expresso o desejo que
se tornasse na habitação exclusiva de reis e príncipes seus descendentes, com as suas
esposas legítimas.

Havia boatos de que o príncipe tinha se casado secretamente com Inês. Na família real, um
incidente deste tipo assumia graves implicações políticas. O rei D. Afonso IV decidiu que a
melhor solução seria matar a dama galega. Na tentativa de saber a verdade, o rei ordenou
dois conselheiros seus dizerem a Pedro que ele podia se casar livremente com Inês se assim
o pretendesse. D. Pedro percebeu que se tratava de uma cilada e respondeu que não
pensava casar-se com Inês.

A 7 de Janeiro de 1355, o rei cedeu às pressões dos seus conselheiros e do povo e,


aproveitando a ausência de Pedro numa excursão de caça, enviou Pêro Coelho, Álvaro
Gonçalves e Diogo Lopes Pacheco para matarem Inês de Castro em Santa Clara. Segundo a
lenda, as lágrimas derramadas no rio Mondego pela morte de Inês teriam criado a Fonte dos
Amores da Quinta das Lágrimas, e algumas algas avermelhadas que ali crescem seriam o seu
sangue derramado.

A morte de Inês provocou a revolta de D. Pedro contra D. Afonso IV. Após meses de conflito, a
rainha D. Beatriz conseguiu intervir para selar uma paz em Agosto de 1355.

Pedro tornou-se no oitavo rei de Portugal em 1357. Em Junho de 1360 fez a declaração de
Cantanhede, legitimando os filhos ao afirmar que se tinha casado secretamente com Inês,

Sara lima, nº 23, 8º B


em 1354, «em dia que não se lembrava». As palavras do rei e do seu capelão foram as
únicas provas desse casamento.

De seguida perseguiu os assassinos de Inês, que tinham fugido para o reino de Castela. Pêro
Coelho e Álvaro Gonçalves foram apanhados e executados (segundo a lenda, o rei mandou
arrancar o coração de um pelo peito e o do outro pelas costas, assistindo à execução
enquanto se banqueteava). Diogo Lopes Pacheco conseguiu escapar para a França e
posteriormente seria perdoado pelo rei no seu leito de morte.

A tétrica cerimónia da coroação e do beija-mão à rainha morta, que D. Pedro teria imposto à
sua corte e tornar-se-ia numa das imagens mais vívidas no imaginário popular, terá
provavelmente sido inserida nas narrativas do final do século XVI, depois da popularização do
episódio dos Lusíadas. D. Pedro mandou construir os dois esplêndidos túmulos de D. Pedro I e
de Inês de Castro no mosteiro de Alcobaça, para onde transladou o corpo da sua amada Inês.
Juntar-se-ia a ela em 1367 e os restos de ambos jazem juntos até hoje, frente a frente, para
que, segundo a lenda «possam olhar-se nos olhos quando despertarem no dia do juízo final».

Sara lima, nº 23, 8º B

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