Você está na página 1de 1

,I li

I
ij
~
p
I

~
I

'Ia. I ' \/11


i

l 1
l

i:
:1 ;

1'

I'
:

.,r
U

f [

~
1

!' i
i!: j!

'1

;! ~
.; .

:i,

~
I

quantitativos esto ligados explorao desse primeiro nvel de espao. Para alm do espao concebido como uma estrutura, ''.9 espao vivido" e as pesquisas ~e '! ~~ esto ligad-s,_cQ!l1<L.s-SleJ3\!uirper ou de Frmont, trazem - uma nova dimenso, . "'-''. =\ mais rica em dados subjetivos e existenciais. Certamente o espao-estrutura no vivido de maneira idntica em todas as sociedades, nem, sobretudo, no interior delas, pelos homens e pelos diferentes grupos que as constituem. O eseao vivido , para utilizar um. ter1~0 d Frmont, um "es:p.aJ)~QyimeIJto", formado Rela soma dos lugares e traieroa.que so usuais a um grupo ou indivduo. ~nto, trata-se de um espao de reconhecimento e familiaridade ligado vida cotidiana. ~ via, esse espao cotidiano e subjetivo, ligado a um estatuto e a um comportamento social, no corresponde necessariamente a um "esp-ao de cultura", menos ainda a um territrio, - Com efeito, a cultura engloba o vivido, ao mesmo tempo em que o transcend~. A representao cultural vai para alm do zonte cotidiano; ela nasce da sensibilidade e da busca de significaes. Sabemos que mhitas vezes os homens vivem, lutam e morrem por quimeras, isto , por um "real" cuja verdade mais sonhada que vivida. Para um gegrafo, a cultura apreendida "no solo", como um feixe de valores amarrados no espao-territrio. O que significa dizer, falando geograficamente, que no podem existir grupos coerentes, nem de etnia e talvez nem mesmo de cultura, sem um territrioportador. Inversamente, os territrios, os luga\

h{ri=

res e a pal~Glg(.;IJl no podem :{(;I' (WIIII(ec'ndj, dos seno em referncia ao universo ('1111111";11, A reflexo sobre a cultura leva ;, aprofundar o papel do simblico n Os smbolos ganham maior fora e realce ~Ildo . s~ ~ncarnam em lu~res. Q...espao cultur~ um espao geossimblico, carregad,2 de afetividad~e significaes: em sua expresso mais forte, torna-se territrio-santurio, isto , um espao de comunho com um conjunto de signos e de valores. A idia de territrio fica ento associada idia de conservao cultural." Alm disso, sabemos j h alguns anos que no existe movimento de liberao nacional que tenha uma chance de sobreviver - e, . com mais forte razo, de conseguir se impor se no tiver em alguma parte um santuriosmbolo, um territrio escondido onde possa se dobrar sobre si mesmo e melhor ressurgir. O valor no militar nem ttico ... A queda de santurios e capitais sempre provocou, por ocasio dos afrontamentos guerreiros, um cataclisma moral entre aqueles que a experimentaram, sem que isso guardasse proporo com seu valor realmente estratgico.
O que no implica necessariamente a ausncia de dimenso universal ou de dilogo com o exterior. Em 1972, o escritor quebequiano Jean Tremblay dizia: "Quan to mais somos locais, mais somos universais" (citado por THIBAU, Jean. Lu France colonise. Paris: Flammarion, 1980). No se trata de um tnue paradoxo, pois constatamos que as grandes obras literrias ou artsticas de dimenso universal so, na maioria das vezes, obras fortemente "localizadas", que tiram sua riqueza ele um enraizamento e de uma relao profunda com um territrio.
25

110

111

Você também pode gostar