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UM A NO PEITO

Antnio Torrado
escreveu e Cristina Malaquias ilustrou

Era uma vez uma T-shirt com um A impresso no peito.


Ou melhor: era uma vez um rapazinho com uma T-shirt, que tinha um A impresso no peito. Um A grande. Muito bem desenhado. Com dois traos assim, a descer, cada qual para seu lado, e outro assim, a cort-los, na horizontal. Claro que todos sabem como que se escreve um A. Mas deixem-me tambm a mim provar que sei... Perguntavam ao menino, o tal da T-shirt com um A impresso no peito: Como te chamas? Antnio? No. Alberto? 1
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No. lvaro? No. Ah! Pois claro. Chamas-te Andr! No. Agostinho? No. Almiro? No. Alfredo? No. Alpio? No. Albano? No. No possvel! Ento como que tu te chamas? Timteo. Timteo? Mas no tem A. Espera: ests a usar uma Tshirt emprestada? No. Nesse caso o A nome de famlia... Chamas-te Timteo Alves? Almeida? Amorim? Andrade? Antunes? No havia meio de acertar. S ento que a T-shirt se explicou: No gosto que me tratem por T-shirt. Chamo-me Camisola de Manga Curta e de Algodo. O A de algodo nome de famlia. Foi a partir desta altura que as outras peas de roupa passaram a exigir, bem assinaladas, as respectivas letras iniciais do apelido. L de l para as meias. S de seda para as blusas. F de feltro para as calas. 2
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E se no fizermos a vontade, a roupa j disse que deixa de nos servir. Que transtorno, ehm!? Principalmente no Inverno... FIM

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