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Resenha Crtica de Trabalho do Antroplogo: olhar, ouvir, escrever Parte 2 Referncia Bibliogrfica: CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto.

. O Trabalho do Antroplogo: olhar, ouvir,escrever. IN:______. O Trabalho do Antroplogo. Braslia/ So Paulo: Paralelo 15, Editora UNESP, 1998.

No tpico O OLHAR, Cardoso alerta para o fato de que, provavelmente, o primeiro desafio/experincia para o pesquisador de campo seja a domesticao terica de seu olhar. Dessa maneira, a prpria forma como visualizamos dado fenmeno est condicionada por nossas pr-noes e esquemas conceituais que j esto arraigados no nosso modo de ver a realidade. Em seguida, o autor versa sobre a importncia de um olhar etnogrfico devidamente sensibilizado pela teoria disponvel. Exemplificando situaes em que s o olhar seria insuficiente para desvendar peculiaridades culturais e mesmo o dinamismo de certas relaes de parentesco, Roberto inicia sua tese sobre a importncia do sentido audio. Em O OUVIR, o autor destaca que a viso e a audio no podem ser tomadas como faculdades/sentidos independentes, mas complementares no exerccio de investigao de dado pesquisador. Paralelamente, Cardoso alerta para o fato de que as disciplinas e seus paradigmas so condicionantes tan to de nosso olhar como de nosso ouvir. O autor distingue entre uma entrevista de um leigo(ou de algum outro pesquisador comum) em relao a de um antroplogo. Em ambos os casos, a maior dificuldade est na diferena entre idiomas culturais entre o nativo e o pesquisador. Em seguida, o autor esclarece que, mesmo o etnlogo, quando julga que sua autoridade superior a do nativo que est entrevistando, no desenvolve uma relao dialgica com o outro, relegando-lhe posio de informante. Segundo Roberto, uma interao verdadeira entre pesquisador e objeto investigado o que viabiliza o dilogo entre iguais que enriquecer a prpria finalidade do etngrafo, ou do etnlogo, em ouvir. Vale ressaltar que essa relao dialgica constitui o cerne da observao participante, que ser defendida por Cardoso como o aspecto distintivo do antroplogo em relao aos demais cientistas sociais.

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