Você está na página 1de 1

SOLA GRATIA A Reforma Protestante do sculo XVI voltou doutrina apostlica da salvao pela graa independente dos mritos

s humanos. Agostinho de Hipona no sculo V j havia condenado o Pelagianismo, que ensinava que o homem no est em estado de depravao total e que ele to livre quanto Ado antes da queda para escolher o bem e o mal e que o homem tem poder em si mesmo para fazer escolher e fazer o bem.. A doutrina da salvao conforme a interpretao romana desviou-se da verdade bblica, pregando o sinergismo, ou seja, a salvao como resultado de cooperao humana-divina. Essa idia popularizou-se at mesmo entre o evangelicalismo brasileiro, quando muitos crem que Deus no negar sua graa queles que fazem o que lhes possvel fazer ou seja, Deus ajuda quem cedo madruga. A doutrina bblica da sola gratia precisa ser resgatada novamente. A igreja evanglica brasileira precisa passar por uma nova reforma. Precisamos voltar novamente s Escrituras e enfatizar alguns pontos fundamentais, como seguem: 1. O homem, morto em seus delitos e pecados no pode jamais escolher a Deus por si mesmo A salvao do homem uma iniciativa divina. Tudo provm de Deus. A queda no trouxe apenas alguns transtornos e feridas para o homem, trouxe-lhe morte. O homem no est apenas ferido, mas morto em seus delitos e pecados. O homem em seu estado natural inimigo de Deus. Ele escravo do pecado. Ele prisioneiro de Satans, do mundo e da carne. Se Deus no tomasse a iniciativa da nossa salvao estaramos rendidos ao pecado e condenados perdio eterna. 2. A escolha da graa soberana e no depende de mritos humanos Foi Deus quem nos escolheu e no ns a ele. Foi ele quem nos amou primeiro e no ns a ele. At nossa resposta ao amor Deus obra de Deus em ns. ele quem opera em ns tanto o querer quanto o realizar. Nossa salvao foi planejada e determinada por Deus na eternidade, consumada por Cristo na cruz e aplicada pelo Esprito Santo em ns sem qualquer mrito nosso. O apstolo Paulo diz: Assim, pois, no depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericrdia (Rm 9.16). No depende do desejo nem do esforo do homem, mas da misericrdia de Deus. A Reforma insistia nesse conceito teocntrico, exaltando a eleio divina contra o livre-arbtrio e o descer divino contra o ascender humano em todas as suas formas. 3. A graa Deus suficiente para a nossa salvao A nossa salvao resultado da obra nica e monergista do Esprito Santo em ns, aplicando em nosso corao os efeitos do sacrifcio de Cristo. No podemos nem precisamos cooperar com obras, sacrifcios ou penitncias para sermos salvos ou aceitos por Deus. Somos aceitos no Amado, o eterno Filho de Deus. Qualquer esforo humano para ajudar Deus em seu propsito redentor uma pretenso tola e um atentado inconseqente soberania divina. A salvao pela graa mediante a f e isto no vem de ns, dom de Deus, no de obras para quem ningum se glorie, diz o apstolo Paulo (Ef 2.8,9). A salvao de Deus, realizada por Deus, aplicada por Deus, garantida por Deus, para a que a glria seja s de Deus. Rev. Hernandes Dias Lopes

Você também pode gostar