Você está na página 1de 1

Instituto de Estudos Psicanalticos de Ribeiro Preto (IEP-RP) Teoria da tcnica psicanaltica (quarta-feira 16-10-2013) Luiz Henrique Sampaio Junior

Contratransferncia

Todo terapeuta tem direito de sentir difceis sentimentos contratransferenciais, como medo, dvidas, raiva e excitao, confuso, tdio, etc., pois, antes de ser mdico, psiclogo, psicanalista, ele um ser humano. Isso possvel desde que tenha capacidade, coragem e honestidade de reconhece-los, de modo a no permitir que esses sentimentos se transformem numa contratransferncia patolgica e, melhor ainda, que possa transform-los em empatia. Ele pode, sim, envolver-se afetivamente, porm jamais ficar envolvido nas perigosas malhas da contratransferncia (Zimerman, 2004, p. 141).

O manejo contratransferencial possui incio em Freud, em seu texto As perspectivas futuras da terapia psicanaltica. Na poca, o autor utilizou a expresso alem Gegenubertragung, a qual foi traduzida como transferncia recproca. Segundo Zimerman (2004, p. 142): Para Freud, a contratransferncia consistia nos sentimentos que surgem no inconsciente do terapeuta como influncia nele dos sentimentos inconscientes do paciente. A tcnica e a teoria muito evoluram desde ento e, embora, haja alguma semelhana entre a ideia de Freud e a noo atual de contratransferncia, muito se ampliou, especialmente se pensarmos nas proposies de Heimann (a quem atribuada a origem do termo contratransferncia), Racker, Seagall. Os ingleses, desde Melanie Klein, passando por Winnicott e, por fim, Bion, passaram a utilizar a contratransferncia de modo mais sistemtico e como excelente instrumento de anlise. H de se cuidar, entretanto, para que no se recaia nos denominados conluios inconscientes, ou seja, situaes aparentemente analticas ou teraputicas, porm extremamente prejudiciais para a dupla; muitas vezes iatrognicas (ZIMERMAN, 2004).

REFERNCIA ZIMERMAN, D. Contratransferncia. In: ZIMERMAN, D. Manual de tcnica psicanaltica: uma re-viso. Porto Alegre: Artmed, 2004.

Você também pode gostar