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NO MAR SEM HIPOCAMPOS Assim que anoiteceu, saiu para pescar. Peixes no, estrelas.

Afastou-se da casa, atravessou um campo at o seu limite. Na linha do horizonte, sentado beira do cu, abriu a caixa das frases poticas que havia trazido como iscas. Escolheu a mais sonora, prendeu-a firmemente na rebarba luzidia. Depois, pondo-se de cabea para baixo, lanou a linha no imenso azul, deixando desenrolar todo o molinete. E paciente, enquanto a Lua avanava sem mover ondas, comeou a longa espera de que uma estrela viesse morder o seu anzol. Marina Colasanti

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