Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MÓDULO VIII
CURSO ANUAL
OPÇÃO 3
Direito Econômico e Financeiro
Direito Eleitoral
Direito Internacional
Direito Previdenciário
Direitos Humanos
Medicina Legal
__________________________________________________________________
Praça Almeida Júnior, 72 – Liberdade – São Paulo – SP – CEP 01510-010
Tel.: (11) 3346.4600 – Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br
___________________________________________________________________
MÓDULO VIII
DIREITO ADMINISTRATIVO
Atos Administrativos
__________________________________________________________________
Praça Almeida Júnior, 72 – Liberdade – São Paulo – SP – CEP 01510-010
Tel.: (11) 3346.4600 – Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO ADMINISTRATIVO
DIREITO ADMINISTRATIVO
Atos Administrativos
1. DEFINIÇÃO
Não há definição legal de ato administrativo. Por esse motivo, conceituar ato
administrativo é tarefa difícil e traz como conseqüência divergências entre os
doutrinadores.
A Administração pode praticar atos que não são atos administrativos, como ocorre
com os atos regidos pelo direito privado. Assim, se a Administração não emprega
prerrogativa própria e específica e se utiliza de instituto regido pelo direito privado, o ato é
jurídico, mas não administrativo, como, por exemplo, quando emite um título de crédito
(cheque).
1
MELLO, Celso Antonio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 14ª ed. São Paulo: Malheiros, 2002. p.
339.
2
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 26ª ed. São Paulo: Malheiros, 2001. p. 141.
1
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO ADMINISTRATIVO
• Atos materiais praticados pelo Poder Executivo: são atos que não produzem
conseqüências jurídicas (exemplo: um funcionário do Executivo datilografando
algum documento).
• Atos regidos pelo Direito Privado e praticados pelo Poder Executivo: para que o
ato seja administrativo, deverá, sempre, ser regido pelo Direito Público; então, se
é ato regido pelo Direito Privado, é, tão-somente, um ato da Administração.
3. REQUISITOS DE VALIDADE
3.1. Competência
Será competente o agente que reúne competência legal ou regulamentar para a
prática do ato. O ato administrativo, para ser considerado válido, deve ser editado por
quem detenha competência para tanto.
3.2. Objeto
O objeto corresponde ao efeito jurídico pretendido pelo ato (adquirir, resguardar
direitos) e também decorre de expressa previsão legal. O objeto deve ser lícito e
moralmente aceito; somente assim será válido o ato administrativo.
3
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO ADMINISTRATIVO
3.3. Motivo
O motivo é a obrigação que possui a Administração Pública de oferecer, àqueles a
quem representa, explicações quanto ao ato que edita.
O motivo determina a validade dos atos administrativos por força da Teoria dos
Motivos Determinantes. Essa teoria afirma que os motivos alegados para a prática de um
ato administrativo ficam a ele vinculados de tal modo que, a prática do ato mediante a
alegação de motivos falsos ou inexistentes determina a sua invalidade.
a) Motivação
Para estes, que entendem haver sempre obrigatoriedade, existem exceções em que o
ato administrativo pode validamente ser praticado sem motivação, são elas:
4
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO ADMINISTRATIVO
b) Móvel
Por exemplo: Maria faltou ao trabalho do dia 07 de abril ao dia 07 de maio, sem dar
nenhuma justificativa. As faltas de Maria por 30 dias consecutivos ensejaram sua
demissão. Essas faltas caracterizam o fato concreto que se subsume ao fato descrito na lei
(motivo legal - hipótese de incidência).
Nem sempre os atos administrativos possuem motivo legal. Nos casos em que o
motivo legal não está descrito na norma, a lei deu competência discricionária para que a
autoridade que for praticar o ato escolha o motivo legal (por exemplo: a lei dispõe que
compete ao prefeito demitir funcionários; neste caso a lei não descreveu o motivo legal,
então o prefeito poderá escolher o motivo legal para a demissão).
Deve-se observar que qualquer competência discricionária tem um limite para ação.
A autoridade que vai praticar o ato poderá escolher o motivo legal, entretanto terá limites
para isso. Esse limite está dentro do campo da razoabilidade.
A autoridade deverá escolher um fato que guarde pertinência lógica com o conteúdo
e com a finalidade jurídica do ato. Não havendo essa observância, a autoridade estará
sendo arbitrária, indo além da liberdade discricionária que lhe foi dada pela lei, ficando
caracterizada, também, a figura do desvio de finalidade.
A causa será importante nos casos em que a lei não descrever o fato que vai
desencadear o ato administrativo, ou seja, quando o ato não tiver motivo legal.
Essa idéia de causa é correta, mas, entendemos que não precisa ser analisada como
pressuposto distinto. Deve ser colocada dentro do motivo, visto que, se o motivo autoriza a
prática do ato administrativo, esse nexo de pertinência lógica entre o conteúdo e a
finalidade deve existir no motivo. Se não houver esse nexo, o motivo não é idôneo e o fato
escolhido não pode autorizar a prática do ato administrativo. Finalidade: o único objetivo a
ser buscado pelo administrador é o da preservação do interesse público. A lei ou a norma
regulamentar fixa a finalidade, que sempre será reflexo do interesse público.
É a razão jurídica pela qual um ato administrativo foi abstratamente criado pela
ordem jurídica. A norma jurídica prevê que os atos administrativos devem ser praticados
visando a um fim. Todo ato administrativo é criado para alcançar um mesmo fim, que é a
satisfação do interesse público, como dissemos.
3.4. Finalidade
A finalidade é relevante para o ato administrativo. Se a autoridade administrativa
praticar um ato fora da finalidade, estará praticando um ato viciado caracterizando “desvio
de poder ou desvio de finalidade”. Normalmente no desvio de poder há móvel ilícito.
3.5. Forma
A Administração Pública só pode exteriorizar um ato administrativo de acordo com
a forma previamente estabelecida por lei. A forma apresenta-se nas seguintes modalidades:
escrita, oral ou por símbolos, como por exemplo: placas de trânsito, farol, apito do guarda
etc.
6
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO ADMINISTRATIVO
Atributos são prerrogativas que existem por conta dos interesses que a
Administração representa, são as qualidades que permitem diferenciar os atos
administrativos dos outros atos jurídicos.
4.2. Imperatividade
Poder que os atos administrativos possuem de gerar unilateralmente obrigações aos
administrados, independente da concordância destes. É a prerrogativa que a Administração
possui para impor, exigir determinado comportamento de terceiros.
4.3. Auto-executoriedade
É o poder que possuem os atos administrativos de serem executados materialmente
pela própria administração independentemente de recurso ao Poder Judiciário.
• Quando estiver tacitamente prevista em lei (nesse caso deverá haver a soma dos
requisitos de situação de urgência e inexistência de meio judicial idôneo capaz
de, a tempo, evitar a lesão). Exemplo: a demolição de um prédio que ameaça
ruir.
• Exigibilidade
7
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO ADMINISTRATIVO
• Tipicidade
3
MELLO, Celso Antonio de. Curso de Direito Administrativo. 14ª ed.São Paulo: Malheiros, 2002. p. 370.
4
PIETRO, Maria Sylvia Zanella di. Direito Administrativo. 14ª ed. São Paulo: Atlas,2002. p. 193.
8
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO ADMINISTRATIVO
Quanto aos atos discricionários, a lei não prevê apenas um comportamento possível
de ser adotado em situações concretas, prevendo a opção do administrador que pode
estabelecer um juízo de conveniência e oportunidade.
Atos compostos quando a eficácia do ato somente é obtida pela ratificação ordenada
por outro agente que não aquele que exteriorizou inicialmente a vontade do Poder Público
(ratificação, visto).
9
___________________________________________________________________
MÓDULO VIII
DIREITO CIVIL
__________________________________________________________________
Praça Almeida Júnior, 72 – Liberdade – São Paulo – SP – CEP 01510-010
Tel.: (11) 3346.4600 – Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CIVIL
DIREITO CIVIL
1. PAGAMENTO INDEVIDO
1.1. Pressupostos
No Código Civil de 1916, o pagamento indevido está localizado no Título II, Seção
VII, Dos Efeitos das Obrigações (artigos 964 a 971). No atual Código Civil, a matéria foi
deslocada para o Título VII Dos Atos Unilaterais, com previsão nos artigos 876 a 883.
O novo Código Civil também criou um Capítulo novo tratando especificamente "Do
enriquecimento sem causa". Determina o artigo 884: "Aquele que, sem justa causa, se
enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a
atualização dos valores monetários".
1
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CIVIL
O artigo 877 do Código Civil fixa o ônus da prova do pagamento indevido para
aquele que procedeu com erro. Em primeiro lugar, temos de observar se o pagamento foi
feito involuntariamente por meio de coação ou sem coação. Na hipótese de haver coação,
em que o solvens foi forçado a pagar, o direito de repetição ocorre até por causa do vício de
vontade. Se o constrangimento, porém, não atingir o grau da coação, precisa ser visto no
campo do erro.
2
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CIVIL
O artigo 879 do Código Civil informa a hipótese do accipiens (pessoa que recebeu)
vir a alienar o imóvel a um terceiro. Quanto a essa questão, a lei aponta as seguintes
soluções:
• Aqui, verifica-se a hipótese da má-fé por parte do terceiro, sendo claro que o
accipiens tem direito de reivindicar o imóvel, quando o terceiro obra de má-fé,
pois não há razão nenhuma para a lei proteger o terceiro de má-fé, cabendo,
portanto, a reivindicatória.
A segunda regra especial é a do artigo 876 do Código Civil , que trata da restituição
quando do pagamento indevido. Esse artigo sofre exceções no artigo 880 do mesmo
diploma, no qual aquele que pagou fica isento de ser restituído.
estaria desguarnecido contra outros. Cabe ao solvens, pessoa que pagou mal,
apenas o direito regressivo contra o verdadeiro devedor da quantia que
despendeu. É também uma ação in rem verso porque não há relação entre as
partes, havendo apenas o mesmo fundamento do enriquecimento indevido.
Temos como exemplo um contrato de locação, na hipótese de um terceiro, fora
da relação jurídica contratual, vir a pagar indevidamente por erro ao locador.
Esse, por sua vez, se desfaz do contrato e de eventuais garantias, deixando
prescrever seu direito de cobrança, de forma que não cabe repetição contra o
locador, mas sim ação in rem verso contra o locatário e seus fiadores.
• Não cabe repetição quando o pagamento visa obter fim ilícito. Se o objetivo era
alcançar um fim imoral ou ilícito, de acordo com o artigo 883 do Código Civil ,
não terá direito o solvens de repetir, pois ninguém pode alegar a própria
torpeza ou malícia em juízo. O solvens, portanto, não pode reclamar a repetição
do que pagou de forma ilícita ou imoral, obrando de má-fé, até para evitar essas
práticas. Nesse sentido, pouco importa se o accipiens, pessoa que recebeu,
obrou ou não de má-fé, pois não existe demanda com causa vil, até pela própria
dignidade da própria justiça. Estabelece o parágrafo único do artigo 883: "No
caso deste artigo, o que se deu reverterá em favor de estabelecimento local de
beneficência, a critério do juiz".
2.1. Conceito
Consignação é o depósito judicial da dívida. Tal depósito é feito ou porque há
dúvida com relação ao credor, ou porque esse é incapaz de receber, ou ainda, porque o
credor se recusa em aceitar o pagamento ou não quer quitar a obrigação. É um modo
indireto do devedor se liberar da obrigação.
4
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CIVIL
• Na hipótese do inciso I, o credor, que sem justo motivo, não puder ou recusar-se
a receber o pagamento ou dar quitação, incorre em mora. Surge, nesse instante,
uma faculdade do devedor, pois apenas está provando não ser faltoso, já que a
mora é da outra parte. Exemplo: numa locação ex locato, o locador muitas vezes
não quer receber o valor da locação para ter motivo para o despejo. Aqui, o
depósito vale como pagamento. Este inciso ainda prevê a hipótese de
consignação no caso do credor negar-se em ofertar a quitação. O devedor, então,
retém o pagamento (artigo 319 do Código Civil) ou deposita em juízo (artigo
335, inciso I, do Código Civil). A segunda hipótese é a melhor porque evita a
alegação de impontualidade.
• O inciso III menciona que, tratando-se de dívida portable, o devedor deve levá-
la ao domicílio do credor. Se, porém, este for incapaz de receber, for
desconhecido, estiver declarado ausente ou residir em local incerto ou de difícil
acesso, exigindo esforço extraordinário, pode o devedor depositar o numerário.
porém o litígio garante o bom pagamento por parte do devedor. O artigo 344 do
Código Civil esclarece que, caso o devedor pague para um dos litigantes, assume
o risco de pagar mal e ser obrigado a pagar duas vezes.
2.3. Requisitos
O artigo 336 do Código Civil apresenta quatro espécies de requisitos para a
consignatória ser válida e eficaz:
• Quanto ao lugar: segundo artigo 337 do Código Civil o depósito deve ser feito
no lugar convencionado entre as partes.
sendo chamada sub-rogação. Exemplo: no caso da locação, o fiador é tão responsável pelo
cumprimento da locação quanto o locatário, muito embora o locatário seja o principal
devedor. O fiador pode, esponte própria, pagar ao credor a dívida e se sub-rogar, na
qualidade de credor, em relação ao devedor locatário. A dívida, em vez de ser extinta, é
substituída em relação aos pólos da ação. Não há, portanto, uma extinção, mas sim uma
substituição do pólo ativo da relação jurídica, pois o credor passa a ser outro,
remanescendo o mesmo devedor.
A sub-rogação pode derivar por força de lei, sendo chamada sub-rogação legal, ou
por vontade das partes, sub-rogação convencional. A hipótese da fiança é uma hipótese de
sub-rogação legal. Dois familiares ou amigos podem estipular que um deles pagará a
dívida pelo outro ao credor, sub-rogando-se nos direitos.
Existem acessórios que seguem a dívida, de natureza real ou fidejussória, sendo que
tais acessórios remanescem no caso de sub-rogação, pois o pagamento não extingue a
obrigação. Em havendo, portanto, uma hipoteca na obrigação, transfere-se para o novo
credor em relação ao devedor. Neste caso, temos a grande vantagem da sub-rogação, já que
a dívida transfere ao novo credor que a pagou ao antigo credor com todos os acessórios e
garantias que a guarnecem , não sendo necessário estabelecerem-se novas anuências.
O Prof. Silvio Rodrigues, citando Cole Capitant, diz que ambos, e mais Pothier,
acreditam que a sub-rogação é uma ficção de direito, pois a obrigação sobrevive com
principal e acessórios, muito embora tenha ocorrido o pagamento em relação ao pagador
primígeno. Apesar dos três verificarem a hipótese dessa ficção, acreditam que o Direito
moderno não precisa recorrer à ficção do Direito romano.
O artigo 347, em seu inciso II, apresenta a hipótese de uma terceira pessoa
emprestar ao devedor a quantia para solver a dívida, remanescendo o mutuante nos direitos
do credor satisfeito, independente da vontade do credor. O devedor passa a transmitir um
bem que, na realidade, encontra-se em patrimônio alheio. O credor primitivo não pode se
opor, já que, por questão lógica, o que ele quer é a satisfação de seu crédito. Para que
ocorra esta última espécie de sub-rogação, é necessário que a mesma seja simultânea ao
8
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CIVIL
4. DA DAÇÃO EM PAGAMENTO
4.1. Conceito
A dação em pagamento é uma forma de alteração do vínculo, em que o credor pode
consentir em receber coisa que não seja dinheiro, substituindo a prestação devida (artigo
356 do Código Civil).
O artigo 313 do Código Civil já esclarecia que o credor não era obrigado a receber
outra coisa, ainda que mais valiosa, quando o objeto era coisa certa. Esse critério advém da
segurança das relações jurídicas. O credor pode, entretanto, consentir em receber um bem
substituindo outro, ocorrendo uma dação em pagamento.
A dação em pagamento tem natureza jurídica própria, porém tem muito da compra e
venda e muito da cessão de crédito. Há quem entenda que a dação em pagamento é uma
modalidade de novação por mudança de objeto. O credor consente em substituir seu
crédito antigo por um novo, cujo objeto é diferente. Esse crédito novo vigora por
pouquíssimo tempo, isto é, desde a convenção até o efetivo pagamento. A dívida passa,
portanto, a ser renovada, ou melhor, novada. Nesse sentido, a dação está embutida numa
novação subentendida, conforme preceitua o grande Planiol.
9
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CIVIL
5. DA NOVAÇÃO
5.1. Conceito
A novação é uma forma de pagamento por meio da alteração da natureza do vínculo,
em que ocorre a transmudação em outro, do débito anterior, alterando a causa da relação
jurídica. As partes criam obrigação nova para extinguir uma antiga.
Ocorre o perecimento da obrigação originária, surgindo outra que toma o seu lugar. Surge
um processo de simplificação, pois, num único ato, extingue-se uma obrigação antiga,
iniciando-se uma nova. Temos como exemplo a hipótese do mutuário que, por ocasião do
vencimento, indica um devedor seu para liquidar a prestação, obtendo a concordância de
todos. Nasce uma nova dívida entre outras pessoas, não originariamente vinculadas.
5.2. Espécies
Objetiva
Novação Ativa
Subjetiva
Passiva
Código Civil autoriza, afirmando que a novação, por substituição do devedor, pode ser
efetuada independentemente do consentimento deste.
No artigo 360, inciso III, do Código Civil, é apresentada a novação subjetiva ativa
em que a figura do credor sofre alteração. Por meio de nova obrigação, o primitivo credor
deixa a relação jurídica e o outro toma o seu lugar.
Esse instituto tem pouca valia porque outros são mais interessantes, como a cessão
de crédito e a cessão de contrato, além da sub-rogação. Até por isso, alguns códigos mais
modernos deixam de disciplinar a matéria. A novação extingue a dívida primitiva, fazendo
surgir uma nova, sem os acessórios da dívida originária. Segundo o artigo 364 do Código
Civil as garantias das dívidas e dos acessórios remanescem extintos pela novação, pois o
acessório segue sempre o principal. Ademais, a novação é interessante para a transmissão
das obrigações, pois a rigidez do sistema do Direito romano tornava as obrigações
imutáveis, sendo a novação um mecanismo flexível. A novação somente era admitida
quando o objeto da dívida permanecia o mesmo (no sistema romano).
• Criação de uma obrigação nova: a novação só pode ser concebida por meio do
surgimento de uma nova relação jurídica ou da extinção da primeira obrigação,
havendo uma substituição automática. Assim há uma correlação direta entre a
nova relação jurídica, que surge com a extinção da anterior, que, caso haja
nulidade absoluta ou relativa do segundo negócio, faz com que as partes
retornem ao negócio originário com todas as suas características (artigo 182 do
Código Civil).
• O elemento novo: a segunda obrigação para traduzir uma novação precisa inserir
um elemento novo que recaia sobre os sujeitos ou sobre o objeto da ação. Se a
dívida e as partes continuam as mesmas, não há novação.
11
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CIVIL
O segundo efeito, conforme previsto no artigo 364 do Código Civil, permite que as
partes expressamente convencionem no sentido de possibilitar a sobrevivência dos
acessórios na obrigação nova, o que pode acontecer em relação a arras, cláusula penal,
juros etc. Tais acessórios, porém, são novos, já que há uma nova obrigação entre as partes
e, por serem novos, não vinculam terceiros que, expressamente, não consintam. Aliás, o
artigo 366 do Código Civil, confirma a regra no sentido de que o fiador, devedor-acessório,
apesar de ser solidário, não pode ser executado na hipótese da novação sem o seu expresso
consentimento. Para isso, ele precisa prestar uma nova fiança. O mesmo se diz em relação
ao artigo 364 do Código Civil, que aborda os direitos reais em garantia e em relação à
solidariedade, prevista no artigo 365 do Código Civil.
6. DA COMPENSAÇÃO
6.1. Conceito
A palavra "compensação" deriva do verbo compensar (pensare cum), e traz a idéia
da balança com um peso em cada um dos lados. Se os dois pesos forem iguais, haverá um
perfeito equilíbrio, anulando-se a obrigação. Se os pesos forem desiguais, o equilíbrio não
ocorrerá até a concorrência do peso mais fraco.
12
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CIVIL
6.2. Espécies
Temos três espécies de compensação:
não precisando o mesmo abrir mão para que se opere a compensação. Se uma
dívida está para vencer, impossível a compensação. Exemplo: moratória.
• Se uma das causas provier de esbulho, furto ou roubo: tais créditos são
incompensáveis, pois não geram obrigações voluntárias, sendo de fonte ilícita.
Sendo o fato jurídico um fato ilícito, é certo que o ilícito não gera conseqüências
no mundo jurídico, gerando apenas responsabilidade.
R.: Duas teses são defendidas. O Prof. Silvio Rodrigues entende que, no momento
em que o objeto criminoso deixou de ser coisa certa e se converteu em moeda, pode a
compensação ocorrer porque o credor não precisa perscrutar da origem do dinheiro.
Por fim, as dívidas fiscais, conforme o artigo 374 do Código Civil, também não
podem ser compensadas.
14
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CIVIL
7. DA TRANSAÇÃO
7.1. Conceito
Transação é o ato jurídico pelo qual as partes, fazendo concessões recíprocas,
extinguem obrigações litigiosas ou duvidosas.
R.: Para evitar os riscos da demanda; para liquidar pleitos em que se encontram
envolvidas; para evitar a morosidade das lides.
15
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CIVIL
Beviláqua diz que a transação é um ato jurídico bilateral, sendo um contrato, muito
embora também diga que não é propriamente um contrato.
A transação judicial pode ser feita por termo nos autos, por meio de escritura pública
ou, ainda, por instrumento particular, conforme dispõe o artigo 842, do Código Civil.
A transação extrajudicial deve ser feita por escritura pública, conforme o artigo 842
do Código Civil ou, ainda, por escritura particular, quando não for exigida escritura
pública. O Prof. Washington de Barros Monteiro diz que não é necessária a forma
sacramental nas hipóteses de escrito particular, podendo constar de simples recibo.
16
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CIVIL
• Ordem pública: todas as questões que envolvem ordem pública não são
transacionadas. A transação concernente a obrigações resultantes de delito não
perime a ação penal da Justiça Pública, mesmo se as partes fizerem acordo na
esfera cível, afora as hipóteses da Lei n. 9.099/95, na qual a transação penal põe
termo à própria ação penal. Nos demais casos não põem.
8. CESSÃO DE CRÉDITO
8.1. Conceito
17
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CIVIL
8.2. Modalidades
• Gratuita ou onerosa: o cedente pode exigir ou não uma contraprestação do
cessionário.
• “Pro soluto” e “pro solvendo”: cessão pro soluto é aquela em que há quitação
plena do débito do cedente para com o cessionário, operando-se a transferência
do crédito, que inclui a exoneração do cedente. O cedente transfere o seu crédito
com a intenção de extinguir imediatamente uma obrigação preexistente,
liberando-se dela, independentemente do resgate da obrigação cedida. O
cessionário corre o risco de insolvência do devedor (cedido), desde que o crédito
exista e pertença ao cedente, considerando-se extinta a dívida antiga desde o
instante da cessão. A cessão pro solvendo é a transferência de um direito de
crédito, feita com o intuito de extinguir uma obrigação, o que não acontecerá de
imediato, mas apenas na medida em que o crédito cedido for definitivamente
cobrado.
8.3. Requisitos
18
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CIVIL
De acordo com o artigo 104 do Código Civil, temos como requisitos a capacidade
das partes, o objeto lícito e a forma legal.
• Objeto da cessão: qualquer crédito pode ser cedido (artigo 286 do Código Civil).
São incedíveis:
• Forma da cessão: o sistema legal não exige forma específica para a cessão de
crédito. A cessão é um negócio não solene, podendo ser aperfeiçoado com a
simples declaração de vontade do cedente e do cessionário. Para surtir efeitos em
relação a terceiros, de acordo com o artigo 288 do Código Civil, a mesma deve
ser celebrada por instrumento público ou particular. Se efetuada por instrumento
particular, deverá ser subscrita por duas testemunhas e transcrita no registro
competente (arts. 127 e seguintes da Lei de Registros Públicos).
- caso o crédito não exista no momento da cessão, o negócio será nulo por
falta de objeto;
19
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CIVIL
• Em relação ao devedor:
20
___________________________________________________________________
MÓDULO VIII
DIREITO COMERCIAL
Sociedade Anônima – Lei n. 6.404/76
__________________________________________________________________
Praça Almeida Júnior, 72 – Liberdade – São Paulo – SP – CEP 01510-010
Tel.: (11) 3346.4600 – Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO COMERCIAL
DIREITO COMERCIAL
Documentos necessários:
c) projeto do estatuto.
•Assembléia de fundação
Os subscritores das ações votarão o estatuto, que será aprovado por deliberação de
mais da metade do capital social.
Uma vez aprovado, o estatuto deve ser publicado e depois levado a arquivamento na
junta comercial.
1
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO COMERCIAL
2. ÓRGÃOS SOCIAIS
A estrutura organizacional de uma sociedade anônima pode ser formada por quatro órgãos
distintos:
• Assembléia Geral;
• Conselho de Administração;
• Diretoria;
• Conselho Fiscal.
2
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO COMERCIAL
A convocação da Assembléia Geral deve ser feita por anúncio a ser publicado na
imprensa por três vezes. Entre a data da publicação do 1.º anúncio e a data da realização da
Assembléia Geral, devem decorrer, no mínimo, oito dias, para as companhias fechadas e
quinze dias, para as companhias abertas. Entre a data do anúncio da 2.ª convocação e a data
da realização da Assembléia em 2.ª convocação, deve decorrer, no mínimo, cinco dias para
as companhias fechadas e oito para as companhias abertas. A não observância desses
prazos pode causar a declaração da nulidade da Assembléia Geral (a diferenciação do prazo
mínimo para convocação entre as S/As abertas e fechadas foi trazida pela Lei n.
10.303/2001).
3
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO COMERCIAL
136 da Lei das Sociedades Anônimas, deve haver um quorum de deliberação qualificado,
correspondendo a no mínimo 50% do total do capital social votante.
2.3. Diretoria
É o órgão de execução das deliberações da Assembléia Geral e do Conselho de
Administração.
Os diretores, mínimo de dois, são eleitos pelo Conselho de Administração ou, na sua
ausência, pela Assembléia Geral. Podem ser acionistas ou não.
O Enunciado n. 269 do TST estabelece que o empregado eleito para ocupar cargo de
direção terá suspenso seu contrato de trabalho, salvo se houver subordinação (art. 3.º da
CLT).
A diretoria pode ser composta por, no máximo, 1/3 dos membros do Conselho de
Administração.
4
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO COMERCIAL
O quorum mínimo para instalação do Conselho Fiscal é de 10% das ações com voto
e 5% das ações sem voto.
O Conselho Fiscal deve ser composto por no mínimo três e no máximo cinco
pessoas físicas, acionistas ou não.
A nova redação do art. 165 da Lei n. 6.404/76, dada pela Lei n. 10.303/2001, prevê
que a atuação do conselho fiscal deve se dar no exclusivo interesse da companhia. Nesse
sentido o § 1.º, do art. 165: “Os membros do conselho fiscal deverão exercer suas funções
no exclusivo interesse da companhia; considerar-se-á abusivo o exercício da função com o
fim de causar dano à companhia, ou aos seus acionistas ou administradores, ou de obter,
para si ou para outrem, vantagem a que não faz jus e de que resulte, ou possa resultar,
prejuízo para a companhia, seus acionistas ou administradores”.
• Dever de diligência.
• Dever de lealdade.
• Dever de informar.
Para cumprir o dever de lealdade previsto no art. 155, incs. I, II e III da Lei das
Sociedades Anônimas, o administrador não poderá utilizar em benefício próprio
informações que obteve acerca dos planos e interesses da companhia em razão do cargo
que ocupa, podendo, inclusive, incorrer em crime de concorrência desleal (Lei de
Propriedade Industrial, art.195, inc. XI, § 1.º).
a) quando agirem com dolo ou culpa, ainda que dentro de suas atribuições;
6
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO COMERCIAL
5.1. Deveres
O dever principal é o de integralizar as ações subscritas. O acionista que não cumpre
com esse dever será considerado remisso.
• Essas opções são válidas para sociedade anônima aberta ou fechada, e o que já
foi integralizado pelo remisso será devolvido.
5.2. Direitos
• Direito de participação nos lucros e no acervo.
• Direito de fiscalização.
7
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO COMERCIAL
São direitos essenciais, portanto, não poderão ser suprimidos nem pelas Assembléias
nem pelo estatuto da sociedade.
Obs.: existe uma posição doutrinária, minoritária, entendendo que esses direitos
podem ser suprimidos.
Ex.: sociedade anônima cujo estatuto consta que uma determinada classe de
acionistas preferenciais terá uma percentagem a mais de 10%.
• acesso direto aos livros sociais. Nas sociedades anônimas, apenas podem ter
acesso aos livros sociais acionistas que representem no mínimo 5% do capital
social. Além disso, o acionista deve indicar o dispositivo legal ou estatutário
violado;
8
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO COMERCIAL
Ex.: Acionista com 5% das ações, a empresa vai aumentar o capital social, tem
direito de subscrever ações para manter os 5%.
"Art. 137. A aprovação das matérias previstas nos incisos I a VI e IX do art. 136 dá
ao acionista dissidente o direito de retirar-se da companhia, mediante reembolso do valor
das suas ações (art. 45), observadas as seguintes normas:
.....................................
II – nos casos dos incisos IV e V o art. 136, não terá direito de retirada o titular de
ação de espécie ou classe que tenha liquidez e dispersão no mercado, considerando-se
haver:
9
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO COMERCIAL
III – no caso do inciso IX do art. 136, somente haverá direito de retirada se a cisão
implicar:
....................................
§ 2.º O direito de reembolso poderá ser exercido no prazo previsto nos incisos IV ou
V do caput deste artigo, conforme o caso, ainda que o titular das ações tenha se abstido de
votar contra a deliberação ou não tenha comparecido à assembléia.
§ 3.º Nos 10 (dez) dias subseqüentes ao término do prazo de que tratam os incisos
IV e V do caput deste artigo, conforme o caso, contado da publicação da ata da assembléia-
geral ou da assembléia especial que ratificar a deliberação, é facultado aos órgãos da
administração convocar a assembléia-geral para ratificar ou reconsiderar a deliberação, se
entenderem que o pagamento do preço do reembolso das ações aos acionistas dissidentes
que exerceram o direito de retirada porá em risco a estabilidade financeira da empresa.”
Hipóteses em que cabe a retirada nas sociedades anônimas (hipóteses dos incs. I a
VI e IX do art. 136):
Se foi realizada Assembléia Geral e ficou decidido nessa assembléia o aumento das
ações preferencialistas, os acionistas ordinaristas podem se retirar.
10
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO COMERCIAL
Ex.: Acionista que comprou ação preferencial da classe Y, porque receberia 10%; se
a porcentagem baixar para 7%, pode se retirar.
Para que seja exercido o direito de retirada neste caso, a deliberação já deve ter sido
tomada em Assembléia Geral e Assembléia de preferencialistas.
Existe uma tendência de que o valor a ser pago como retirada corresponde ao valor
econômico da sociedade (tem de estar previsto no estatuto). O valor econômico leva em
conta a perspectiva de crescimento da sociedade.
6. DIREITO DE VOTO
Não é essencial, pode ser suprimido pelo estatuto em duas hipóteses: ações
preferenciais e acionista em mora.
A Lei das Sociedades Anônimas reprime, proíbe, o voto irregular. Há duas espécies
de voto irregular:
• voto abusivo: é aquele com o qual o acionista tem a intenção de causar dano à
sociedade ou aos demais acionistas;
• voto conflitante: é aquele emitido por acionista que tem um interesse pessoal
incompatível com o interesse da sociedade. Ex.: o administrador acionista não
pode votar sua própria conta.
Se o voto foi abusivo, a Assembléia Geral não será nula. O voto abusivo não causa a
invalidação da Assembléia.
7. ACORDO DE ACIONISTAS
• poder de controle;
• alienação de ações.
O controlador de uma S/A responde pelos atos que praticar de forma abusiva.
12
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO COMERCIAL
R.: Na sociedade anônima aberta não pode haver restrição, exceção: pode-se
restringir a circulação de ações que estejam vinculadas em acordo de acionistas. Em
sociedade anônima fechada é permitida tal restrição.
O acordo de acionistas deve estar registrado nos livros da sociedade anônima para
que gere efeitos em relação à sociedade.
É uma sociedade anônima cujo controle está nas mãos do Poder Público, que detém
a parte majoritária do capital social.
O art. 242 da Lei das Sociedades Anônimas, que previa que as sociedades de economia
mista não se sujeitavam à falência foi revogado pela Lei n. 10.303/2001.
9.1. Transformação
Ocorre quando uma sociedade comercial altera o seu tipo societário.
A transformação não afeta a pessoa jurídica, esta permanece intacta: mesmo capital
social, mesmo ativo, mesmo passivo, etc.
Conseqüências:
• pode alterar o direito dos credores. A lei dispõe que os créditos que tiverem
origem anterior à transformação continuarão com todas as suas prerrogativas
preexistentes, no que se refere à solvabilidade.
9.2. Incorporação
Tanto na incorporação como na fusão, verifica-se o fenômeno da concentração de
empresas.
9.3. Fusão
Duas ou mais sociedades se extinguem para que, da conjugação de seus
patrimônios, surja uma nova sociedade.
14
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO COMERCIAL
9.4. Cisão
Na cisão, a sociedade se subdivide total ou parcialmente, sendo que parcela de seu
patrimônio é vertida para outra ou outras sociedades pré-constituídas ou constituídas para
este fim.
• § 4.º do art. 4.º: prevendo que em caso de fechamento de capital deverá haver oferta
pública para a aquisição da totalidade das ações em circulação no mercado, por
preço justo, estabelece referido artigo: “O registro de companhia aberta para
negociação de ações no mercado somente poderá ser cancelado se a companhia
emissora de ações, o acionista controlador ou a sociedade que a controle, direta ou
indiretamente, formular oferta pública para adquirir a totalidade das ações em
circulação no mercado, por preço justo, ao menos igual ao valor de avaliação da
companhia, apurado com base nos critérios, adotados de forma isolada ou
combinada, de patrimônio líquido contábil, de patrimônio líquido avaliado a preço
de mercado, de fluxo de caixa descontado, de comparação por múltiplos, de cotação
das ações no mercado de valores mobiliários, ou com base em outro critério aceito
pela Comissão de Valores Mobiliários, assegurada a revisão do valor da oferta, em
conformidade com o disposto no art. 4.º-A.”.
15
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO COMERCIAL
• inclusão do art. 116 e 165 A: prevê a obrigação de informar a posição acionária para
acionista controlador ou acionista que tenha elegido membro do conselho de
administração ou do conselho fiscal ou para membros do conselho fiscal.
§ 5.º (VETADO)”
• As regras de transição e a “vacatio legis”, estão previstas nos arts. 6.º, 8.º e 9.º
da Lei n. 10.303/2001.
“Art. 6.º As companhias existentes deverão proceder à adaptação do seu estatuto aos
preceitos desta Lei no prazo de 1 (um) ano, a contar da data em que esta entrar em vigor,
devendo, para este fim, ser convocada assembléia-geral dos acionistas.
§ 1.º A proporção prevista no § 2.º do art. 15 da Lei n. 6.404, de 1976, será aplicada
de acordo com o seguinte critério:
III – as companhias abertas existentes poderão manter proporção de até dois terços
de ações preferenciais, em relação ao total de ações emitidas, inclusive em relação a novas
emissões de ações.
§ 2.º Nas emissões de ações ordinárias por companhias abertas que optarem por se
adaptar ao disposto no art. 15, § 2.º, da Lei n. 6.404, de 1976, com a redação que lhe é
conferida por esta Lei, poderá não ser estendido aos acionistas titulares de ações
preferenciais, a critério da companhia, o direito de preferência a que se refere o art. 171, §
1.º, aliena b, da Lei n. 6.404, de 1976. uma vez reduzido o percentual de participação em
ações preferenciais, não mais será lícito à companhia elevá-lo além do limite atingido.
§ 3.º As companhias abertas somente poderão emitir novas ações preferenciais com
observância do disposto no art. 17, § 1.º, da Lei n. 6.404, de 1976, com a redação dada por
esta Lei, devendo os respectivos estatutos ser adaptados ao referido dispositivo legal no
prazo de 1 (um) ano, após a data de entrada em vigor desta Lei.
Art. 9.º Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e vinte) dias de sua
publicação oficial, aplicando-se, todavia, a partir da data de publicação, às companhias que
se constituírem a partir dessa data.”
17
___________________________________________________________________
MÓDULO VIII
DIREITO CONSTITUCIONAL
O controle de constitucionalidade das
leis e dos atos normativos
__________________________________________________________________
Praça Almeida Júnior, 72 – Liberdade – São Paulo – SP – CEP 01510-010
Tel.: (11) 3346.4600 – Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITO CONSTITUCIONAL
1. CONCEITO E OBJETO
negociou nem assinou o pacto no momento de sua formalização), com ou sem reservas.
Por reserva entende-se que, em razão da sua soberania, um país pode unilateralmente
excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do tratado em relação a ele
próprio. Normalmente a reserva é incompatível com os tratados bilaterais e só se verifica
em tratados multilaterais.
Quanto à solução para o conflito entre leis e tratados, devem ser utilizados dois
critérios. Em primeiro lugar, o da especialidade, fazendo com que normas de natureza
especial tenham prevalência sobre as normas gerais, inclusive aquelas que lhes são
posteriores (HC n. 58.727, STF). Caso o conflito não seja solucionado pelo critério da
especialidade, deve ser observado o critério temporal, garantindo-se a prevalência da
última manifestação do legislador nacional (considerada a data da vigência da lei e do
tratado, conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal, por maioria, no julgamento do
RE 80.004, RTJ, 1978, vol. 83, p. 809-848). Parte da doutrina, porém, sustenta tese diversa,
afirmando que os tratados internacionais de proteção aos Direitos Humanos ingressam em
nosso ordenamento jurídico nacional com força de norma constitucional. A respeito do
tema, merece destaque o trabalho de Flávia Piovesan6.
6
Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. São Paulo: Max Limonad, 1996
2
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CONSTITUCIONAL
O decreto, espécie mais comum dos atos regulamentares, costuma ser definido como
o ato administrativo de competência exclusiva do chefe do Poder Executivo (federal,
estadual ou municipal), destinado a dar eficácia a situações gerais ou especiais previstas de
forma explícita ou implícita na lei.
Não tem força, portanto, para criar direitos ou extinguir obrigações, ou seja: no que
for além da lei, não obriga; no que for contra a lei, não prevalece. Prepondera, portanto,
que a Constituição Federal de 1988 só admite o decreto regulamentar, também chamado de
decreto de execução, ou seja, aquele que se limita a facilitar a execução da lei e a organizar
o funcionamento da Administração (artigos 5.º, inciso II; 49, inciso V, e 84, inciso IV, todos
da Constituição Federal).
Algumas vezes a Constituição Federal traz expressões como “a lei disporá” ou “a lei
regulará”, indicando que no caso vigora o princípio da reserva legal e que somente uma lei
formal pode disciplinar determinada matéria, não sendo possível o emprego do decreto
para regulamentar essas hipóteses. Nesse sentido, as lições de José Afonso da Silva, Celso
Bastos e Celso Antônio Bandeira de Mello.
7
Direito Administrativo brasileiro. 25.ª ed. São Paulo: Malheiros, 2000. p. 169.
3
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CONSTITUCIONAL
O controle preventivo também pode ser efetivado pelo Presidente da República, via
sanção e veto.
Sanção e veto são atos privativos dos chefes do Poder Executivo. O veto baseado na
inconstitucionalidade é denominado veto jurídico; quando fundado no argumento de que a
norma contraria o interesse público, o veto é denominado veto político.
5. A VIA DE EXCEÇÃO
Pela via de exceção (controle difuso), qualquer juiz ou tribunal que estiver
analisando um caso concreto deve manifestar-se sobre a inconstitucionalidade alegada ou
verificada. Vale dizer: qualquer órgão judicante singular, tribunal estadual ou tribunal
federal, por provocação ou de ofício, tem competência para apreciar a constitucionalidade
das leis e atos normativos pela via de exceção.
5
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CONSTITUCIONAL
Resposta: Entendemos que não, pois dessa forma o Senado estaria interpretando
decisão do Supremo, podendo até mesmo modificar-lhe o sentido ou restringir-lhe os
efeitos (nesse sentido o MS 16.512 – STF).
Michel Temer sustenta que “o Senado não está obrigado a suspender a execução da
lei na mesma extensão da declaração efetivada pelo STF”, posição também adotada por
Rodrigo Lopes Lourenço8.
Luciana Diniz Rocha Farah), admite-se o controle difuso da constitucionalidade via ação
civil pública.
A discussão em torno desse tema impõe algumas reflexões, que, por necessárias,
apresentam-se indispensáveis à apreciação da controvérsia suscitada nessa sede
processual. É inquestionável que a utilização da ação civil pública como sucedâneo da
ação direta de inconstitucionalidade, além de traduzir situação configuradora de abuso do
poder de demandar, também caracterizará hipótese de usurpação da competência do
Supremo Tribunal Federal. Esse entendimento – que encontra apoio em autorizado
magistério doutrinário (Arnoldo Wald, Usos e abusos da Ação Civil Pública – Análise de
sua Patologia, Revista Forense, vol. 329/3-16; Arruda Alvim, Ação Civil Pública – Lei n.
7.347/85 – Reminiscências e reflexões após dez anos de aplicação, vários autores, RT,
1995, p. 152-162; Hugo Nigro Mazzilli, A Defesa dos Interesses Difusos em Juízo, 12.ª ed.,
Saraiva, 2000, p. 115/116, item n. 7; Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, 7.ª ed.,
Atlas, 2000, p. 565-567, item n. 9.1.4; Gilmar Ferreira Mendes, Direitos Fundamentais e
Controle de Constitucionalidade, 2.ª ed., 1999, p. 396-403, item 6.4.22.ª ed., 1999, Celso
Bastos Editor:; José dos Santos Carvalho Filho, Ação Civil Pública, 2.ª ed., Lumen Juris,
1999, p. 74-77, item n. 8, v.g.) – reflete-se, por igual, na jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal, que, no entanto, somente exclui a possibilidade do exercício da ação
civil pública, quando, nela, o autor deduzir pretensão efetivamente destinada a viabilizar o
controle abstrato de constitucionalidade de determinada lei ou ato normativo (RDA
206/267, Rel. Min. Carlos Velloso – Ag n. 189.601-GO (AgRg), Rel. Min. Moreira Alves).
‘Entretanto, nada impede que, por meio de ação civil pública da Lei n. 7.347/85, se
faça, não o controle concentrado e abstrato de constitucionalidade das leis, mas, sim, seu
controle difuso ou incidental. (...) assim como ocorre nas ações populares e mandados de
segurança, nada impede que a inconstitucionalidade de um ato normativo seja objetada
em ações individuais ou coletivas (não em ações diretas de inconstitucionalidade, apenas),
como causa de pedir (não o próprio pedido) dessas ações individuais ou dessas ações
civis públicas ou coletivas.’
7
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CONSTITUCIONAL
‘Apresenta-se lesivo à ordem jurídica o ato de Município com menos de três mil
habitantes, que, a pretexto de organizar a composição do legislativo, fixa em 11 o número
de Vereadores, superando o mínimo de 9 previsto pelo art. 29, IV, “a”, da CF. Controle
difuso ou incidental expressamente permitido (CF, arts. 97, 102, III, “a”, “b” e “c” e par.
ún., 42, X, 105, III, “a”, “b” e “c”).
Assentadas tais premissas, entendo que a espécie ora em exame não configura
situação caracterizadora de usurpação de competência do Supremo Tribunal Federal, pois
a controvérsia pertinente à validade jurídico-constitucional do art. 8.º da Lei Orgânica do
Município de Sorocaba/SP foi suscitada, incidentalmente, no processo de ação civil
pública, como típica questão prejudicial, necessária ao julgamento da causa principal,
cujo objeto identifica-se com o pedido de redução, para catorze (14), do número de
Vereadores à Câmara Municipal (fls. 117).
Cabe referir, neste ponto, que, além de revelar-se plenamente cabível o controle
incidental de constitucionalidade de leis municipais em face da Constituição da República
(RTJ 164/832, Rel. Min. Paulo Brossard), assiste, ao Magistrado singular, irrecusável
competência, para, após resolução de questão prejudicial, declarar, monocraticamente, a
inconstitucionalidade de quaisquer atos do Poder Público:
Nem se diga, de outro lado, que a sentença proferida pelo Magistrado local poderia
vincular, no que se refere à questionada declaração de inconstitucionalidade, todas as
pessoas e instituições, impedindo fosse renovada a discussão da controvérsia
constitucional em outras ações, ajuizadas com pedidos diversos ou promovidas entre
partes distintas.
É que, como se sabe, não faz coisa julgada, em sentido material, ‘a apreciação da
questão prejudicial, decidida incidentemente no processo’ (CPC, art. 469, III).
Mais do que isso, o ato sentencial em causa também estará sujeito, em momento
procedimentalmente oportuno, ao controle recursal extraordinário do Supremo Tribunal
Federal, cuja atividade jurisdicional, por isso mesmo, em momento algum, ficará
bloqueada pela existência da ora questionada declaração incidental de
inconstitucionalidade.
Uma vez que a coisa julgada material recai apenas sobre o pedido, e não sobre os
motivos, sobre a fundamentação da sentença, nada obsta que a questão constitucional
volte a ser discutida em outras ações com pedidos e/ou partes diversos. Nesse sentido, é
cristalina a Legislação Processual Civil em seu art. 469, verbis:
9
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CONSTITUCIONAL
(...)
Observe-se, ainda, que, na ação civil pública, a eficácia erga omnes da coisa
julgada material não alcança a questão prejudicial da inconstitucionalidade, é de âmbito
nacional, regional ou local, conforme a extensão e a indivisibilidade do dano ou ameaça
de dano. Na ação direta, a declaração de inconstitucionalidade faz coisa julgada material
erga omnes no âmbito de vigência espacial da lei ou ato normativo impugnado (nacional
ou estadual).
Ademais, as ações civis públicas estão sujeitas a toda cadeia recursal prevista nas
leis processuais, onde se inclui o recurso extraordinário para o Supremo Tribunal Federal,
enquanto que as ações diretas são julgadas em grau único de jurisdição. Portanto, a
decisão proferida na ação civil pública no que se refere ao controle de
constitucionalidade, como qualquer ação, se submete, sempre, ao crivo do egrégio
Supremo Tribunal, guardião final da Constituição Federal.
Finalmente, a ação civil pública atua no plano dos fatos e litígios concretos,
através, notadamente, das tutelas condenatória, executiva e mandamental, que lhe
assegurem eficácia prático-material. A ação direta de inconstitucionalidade, de natureza
meramente declaratória, limita-se a suspender a eficácia da lei ou ato normativo em tese.
Quer pela via de ação, quer pela via de exceção, somente pelo voto da maioria
absoluta de seus membros (ou do respectivo órgão especial – inciso XI do artigo 93 da
Constituição Federal) os Tribunais poderão declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder Público (a constitucionalidade pode ser reconhecida pelo órgão
10
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CONSTITUCIONAL
No sistema concentrado (ação direta), poucos têm legitimidade para propor a ação
de inconstitucionalidade (artigo 103 da Constituição Federal) e, na esfera federal, o único
órgão com competência para conhecer do pedido e julgá-lo é o Supremo Tribunal Federal.
A ação direta de inconstitucionalidade costuma ser denominada ADIn.
11
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CONSTITUCIONAL
NÚMERO: 928
JULGAMENTO: 1.9.1993
EMENTA
2. Também não é propriamente uma entidade de classe, pois não congrega apenas os
integrantes de uma determinada atividade ou categoria profissional ou econômica.
4. Não sendo, assim, uma Confederação Sindical nem uma entidade de classe de âmbito
nacional, não tem legitimidade para a propositura de ação direta de inconstitucionalidade
(art. 103, IX, da Constituição Federal).
Precedentes.
PUBLICAÇÃO: DJ, Data 8.10.1993, pp. 21012, Ement, Vol. 01720-01, pp. 00110
12
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CONSTITUCIONAL
Confederações sindicais são aquelas integradas por no mínimo três federações (de
empregados, de empregadores ou mesmo de profissionais liberais) e que tenham sede na
Capital Federal, conforme estabelece o artigo 535 da Consolidação das Leis do Trabalho.
Quanto aos partidos políticos, a legitimidade deve ser reconhecida ainda que o
partido esteja representado em apenas uma das duas casas parlamentares (Câmara ou
Senado).
13
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CONSTITUCIONAL
Superada a fase anterior, o relator poderá lançar o seu relatório e solicitar dia para o
julgamento ou, em caso de necessidade de esclarecimento de algum fato, requisitar
informações adicionais, designar perícia ou fixar data para, em audiência pública, ouvir o
depoimento de pessoas com experiência e autoridade na matéria. O relator poderá, ainda,
solicitar informações a outros Tribunais acerca da aplicação da norma impugnada no
âmbito de sua jurisdição. As informações, perícias e audiências serão realizadas em trinta
dias.
Caso estejam ausentes ministros em número que possa influir no julgamento (por
exemplo, na hipótese de 9 ministros presentes, estando a votação em 5X4), este será
suspenso até que se atinja o número necessário para uma decisão por maioria absoluta.
14
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CONSTITUCIONAL
O efeito vinculante é mais amplo do que o efeito erga omnes. O efeito vinculante
torna obrigatório não só o cumprimento da parte dispositiva do julgado, mas também dos
seus fundamentos determinantes.
15
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CONSTITUCIONAL
9
CANOTIHLHO, Gomes. Apud LOURENÇO, Rodrigo Lopes. Op. Cit. p. 80.
16
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO CONSTITUCIONAL
Caso a mesma lei estadual esteja sendo questionada no Tribunal de Justiça (por
afrontar a Constituição Estadual) e no Supremo Tribunal Federal (por ofensa à CF),
suspende-se a ação proposta no Tribunal de Justiça até o julgamento da questão pelo
Supremo Tribunal Federal.
Se eventualmente a ADIn tiver por base norma da Constituição Estadual que repita
norma da Constituição Federal, a decisão do Tribunal de Justiça ficará sujeita a recurso
extraordinário para o Supremo Tribunal Federal.
Não cabe ADIn contra lei municipal que afronte a Lei Orgânica Municipal (RE
175.087, j. de 19.03.02).
17
___________________________________________________________________
MÓDULO VIII
__________________________________________________________________
Praça Almeida Júnior, 72 – Liberdade – São Paulo – SP – CEP 01510-010
Tel.: (11) 3346.4600 – Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Por ficção legal, a hora noturna é reduzida para 52 minutos e 30 segundos (artigo
73, § 1.º, da Consolidação das Leis do Trabalho).
Portanto, cada 7 horas de trabalho noturno são consideradas 8 horas trabalhadas. Assim,
quem trabalhou das 22:00 h às 6:00 h tem direito à uma hora extra.
Aquele que cumpre jornada mista terá as horas diurnas calculadas como diurnas, as
horas trabalhadas no período noturno serão calculadas com o adicional de 20%, e 52
minutos e 30segundos corresponderão a 1 hora.
Para determinar a hora extra noturna, faz-se primeiro o cálculo do adicional noturno
e sobre ele se calcula a hora extra.
1
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
1.2.Trabalho Rural
O trabalho rural é regulado pela Lei n. 5.889, de 08 de junho de 1973, como vimos,
e teve como critério a extensão ao trabalhador rural da legislação trabalhista aplicável ao
trabalhador urbano, com algumas restrições.
O horário noturno é contado das 20:00h até as 5:00h (Lei n.º 8.906, de 04 de julho
de 1994, artigo 20, § 3.º)
2
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
A folga semanal é paga como 1 dia de trabalho: parcelas fixas + variáveis (hora
extra habitual, adicional noturno).
O empregado, para ter direito ao repouso semanal, tem que preencher alguns
requisitos previstos na Lei n. 605/49 (dispõe sobre o repouso semanal remunerado e o
pagamento de salário nos feriados civis e religiosos); são eles: assiduidade e pontualidade.
Caso o empregado tenha faltado injustificadamente, terá direito ao dia de folga, mas
não receberá por ele. Os feriados são considerados repouso semanal remunerado. O
empregado que faltar na semana do feriado não receberá nem o feriado nem o repouso
semanal.
+ 8 horas
________________
16 horas
• 2.ª corrente: diz que o empregado receberia 8 horas, que seria a remuneração da
folga, e mais 16 horas do trabalho (total de 24 horas).
+ 16 horas
________________
24 horas
3
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Os feriados são dias nos quais não ocorrerá trabalho, caracterizando-se em dias de
repouso remunerado (Lei n. 605, artigo 7.º, § 1.º e artigos 8.º,9.º e 10, juntamente com o
complemento da Lei n. 9.093, de 12 de setembro 1995, que disciplina a matéria sobre os
feriados civis e religiosos).
4
___________________________________________________________________
MÓDULO VIII
DIREITO PENAL
Da Sanção Penal
__________________________________________________________________
Praça Almeida Júnior, 72 – Liberdade – São Paulo – SP – CEP 01510-010
Tel.: (11) 3346.4600 – Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br
DIREITO PENAL
Da Sanção Penal
1. DA SANÇÃO PENAL
Pena é a sanção penal de caráter aflitivo imposta pelo Estado, em execução de uma
sentença, ao culpado pela prática de uma infração penal, consistente na restrição ou
privação de um bem jurídico, cuja finalidade é a de aplicar a retribuição punitiva ao
delinqüente, promover a sua readaptação social e prevenir novas transgressões pela
intimidação dirigida à coletividade.
Com relação à finalidade da pena, surgiram na história várias teorias, dentre as quais
destacamos as mais importantes:
• Personalidade: a pena não pode passar da pessoa do condenado (artigo 5.º, inciso
XLV, da Constituição Federal). A pena de multa, ainda que considerada dívida de
valor para fins de cobrança, não pode ser exigida dos herdeiros do falecido.
• Restritivas de direitos
• De multa
2.1. Reclusão
Pode começar a ser cumprida em três regimes distintos:
• Regime aberto: o sujeito trabalha durante o dia; à noite, bem como nos dias de
folga, deve se recolher à casa do albergado ou à prisão ou em estabelecimento
congênere; esse regime baseia-se na auto-disciplina e no senso de
responsabilidade do condenado; é o regime inicial quando a pena aplicada for
igual ou inferior a 4 anos.
2.2. Detenção
A pena de detenção jamais pode começar a ser cumprida no regime fechado. Essa é
a grande diferença entre a pena de detenção e a pena de reclusão. Tem somente dois
regimes iniciais:
2.3. Observações
No caso de pena de reclusão, se o condenado for reincidente, ou, sendo primário,
não preencher os requisitos do artigo 59 do Código Penal, começará a cumprir a pena em
regime fechado.
Assim, caso o condenado cumpra 1/6 da pena no regime fechado, tenha mérito para a
progressão, sendo esta autorizada pelo juiz, deverá permanecer no regime fechado se não
houver vaga na colônia penal agrícola, industrial ou estabelecimento similar.
Em sentido contrário, entendendo que o condenado não pode ser punido pela
ineficiência do Estado, vem se posicionando o Superior Tribunal de Justiça. O argumento é
de que a Lei de Execução Penal, em seu artigo 203, § 2.º, fixou um prazo de 6 meses ao
Poder Executivo para que fossem construídas todas as instalações necessárias para a sua
aplicação. Vinte anos se passaram e nada (ou muito pouco) foi feito. O condenado não pode
pagar pela inércia do Poder Público.
As penas restritivas de direitos são substitutivas. Assim, primeiro o juiz aplica a pena
privativa de liberdade na sentença condenatória, em seguida, se estiverem preenchidos os
requisitos legais, substituirá essa pena por uma das penas alternativas (artigo 44 do Código
Penal).
• Crime cometido sem violência ou grave ameaça. Se o crime for culposo cabe a
substituição, pois a lei se refere à violência dolosa contra pessoa.
Se a pena for igual ou inferior a um ano, o juiz poderá substituir por somente uma
restritiva ou somente pela pena de multa. Se superior a um ano, a pena privativa de
liberdade poderá ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas
restritivas de direitos (§ 2.º do artigo 44).
3.1. Observações
• Lesão corporal leve, ameaça, constrangimento ilegal e vias de fato: embora
cometidos com violência ou grave ameaça, tratam-se de infrações penais de menor
potencial ofensivo, as quais admitem transação penal e permitem aplicação de
penas alternativas antes mesmo de proposta a ação, sendo, pois, ilógico vedá-las na
sentença condenatória.
• Crime de dano: pode ser aplicada a substituição, uma vez que a violência é
aplicada contra a coisa e não contra a pessoa.
Tem-se entendido que essa menor duração seria compensada pelo aumento
proporcional do número de horas diárias, de modo a não existir injustiça com relação ao
4
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO PENAL
condenado que recebeu pena igual ou inferior a um ano e que não teria direito à
substituição por tempo menor.
5
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO PENAL
Pergunta: A perda de bens e valores e a prestação pecuniária podem ser cobradas dos
herdeiros do condenado?
• Não, pois a pena não pode passar da pessoa do condenado (artigo 5.º, inciso XLV,
da Constituição Federal). A Constituição prevê que a obrigação de reparar o dano
(natureza civil) e a decretação do perdimento de bens podem ser estendidas aos
sucessores até o limite do valor do patrimônio transferido.
• Sim, pois essas penas (prestação pecuniária e perda de bens e valores) têm
natureza reparatória.
6
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO PENAL
4. PENA DE MULTA
O Código não traz o valor da multa em moeda corrente, que por esse motivo deve
ser calculado. São três etapas para se calcular o valor da multa:
O valor de cada dia-multa varia de 1/30 até 5 salários mínimos, levando em conta a
capacidade econômica do condenado. Se o valor de cada dia-multa, em função da
capacidade econômica, tornar-se ineficaz, embora aplicado no máximo, pode ser
multiplicado em até 3 vezes.
Para a fixação do valor de cada dia-multa, deve-se levar em conta o valor do salário-
mínimo vigente na data em que o fato é praticado (princípio da anterioridade da pena).
Sobre esse valor incide atualização monetária. A correção monetária, de acordo com
o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, incide a partir da data do fato. Atualmente,
essa é a posição pacífica, embora, inicialmente, tenham surgido outras posições.
O prazo prescricional para cobrança não é mais o do Código Penal (2 anos), mas o
da legislação tributária (5 anos). As causas interruptivas e suspensivas da prescrição
também são as da legislação tributária (artigo 51 do Código Penal).
Observe-se que para fins de cobrança a multa é considerada dívida de valor, mas sua
natureza, no entanto, continua sendo a de pena e por esse motivo não pode passar da
pessoa do condenado (artigo 5.º, inciso XLV, da Constituição Federal/88).
8
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO PENAL
Foi derrogado o artigo 85 da Lei dos Juizados Especiais Criminais na parte em que
permitia a conversão da multa em pena privativa de liberdade.
Para o Ministério Público de São Paulo só houve duas mudanças: a multa não pode
mais ser convertida em detenção e as causas interruptivas e suspensivas da prescrição
passaram a ser as da legislação tributária. No mais, a atribuição continua com o Ministério
Público, a competência permanece com o juiz das execuções criminais, e o prazo
prescricional é o previsto no artigo 114 do Código Penal.
• que a pena seja igual ou inferior a um ano (o artigo 44, § 2.º, derrogou o artigo
60, § 2.º);
• as duas multas são cumuladas, pois têm natureza diversa (é a nossa posição);
substituição. No caso do artigo 16 da Lei de Tóxicos, não pode ser aplicada a multa
vicariante, dada a incidência da súmula em questão.
10
___________________________________________________________________
MÓDULO VIII
__________________________________________________________________
Praça Almeida Júnior, 72 – Liberdade – São Paulo – SP – CEP 01510-010
Tel.: (11) 3346.4600 – Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Processo de Conhecimento
1. AUDIÊNCIA
A audiência pode ser adiada, ou seja, pode não ser realizada na data marcada. São
hipóteses de adiamento:
• por convenção das partes, admissível uma única vez (art. 453, I, do CPC);
1.2. Instrução
Preceitua o artigo 451 do Código de Processo Civil que, “ao iniciar a instrução, o
Juiz, ouvidas as partes, fixará os pontos controvertidos sobre que incidirá a prova”.
1
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
No que diz respeito à colheita das provas, a audiência deve observar certos
princípios:
– Identidade física do Juiz, significa que o Juiz que travou contato direto com as
partes, peritos, testemunhas (imediação) está melhor habilitado para julgar.
Aplica-se a regra do artigo 132 do Código de Processo Civil, o qual estabelece
que o Juiz que conclui a instrução deve julgar a causa, salvo as exceções ali
relacionadas. É também chamada de regra de vinculação. Essa vinculação
resulta de atos de instrução, pois, se o Juiz apenas tentar a conciliação, não
estará vinculado ao processo.
2
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
1.4. Julgamento
Aos debates eventualmente segue a prolação da sentença, que será publicada em
audiência, e dela saem intimadas as partes.
2. SENTENÇA
De acordo com o conceito legal, sentença é o ato pelo qual o juiz extingue o
processo com ou sem o julgamento do mérito. De acordo com o critério doutrinário,
todavia, é o ato que põe fim ao procedimento em 1.º grau da jurisdição. Em 2.º grau, as
decisões recebem o nome de acórdãos.
argüição contrária da parte para ser anulada, e, em não sendo alegada, haverá o trânsito em
julgado.
• O Juiz deve julgar a lide nos limites em que foi proposta, de acordo com o
princípio da adstrição, ou correlação, sendo vedado a ele conhecer de questões
cuja iniciativa dependa de alguma das partes (art. 128 do CPC).
• O Juiz não pode conceder ao autor providência diversa, ou por causa jurídica
diversa, da pleiteada. A sentença que viola essa regra é extra petita, e traz como
conseqüência a sua nulidade (art. 460 do CPC).
• A sentença citra ou infra petita é aquela que julga menos do que deveria, ou
seja, deixa de apreciar algum pedido ou parte dele. É diferente da sentença de
procedência parcial.
Quando a sentença for omissa, ou seja, deixar de apreciar um pedido ou parte dele,
essa omissão pode ser sanada por embargos de declaração.
4
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Perempção é a perda do direito de ação por ter a parte dado causa à extinção do
processo sem julgamento do mérito, por três vezes e por inércia (não ter dado andamento
ao processo), porém não impede que o direito material seja argüido como defesa. Os
fundamentos da ação perempta podem ser expostos como exceção, como defesa. A
perempção é uma sanção processual. Não impede a propositura de outra ação com
elementos diferentes.
A sentença de mérito é a única apta a formar coisa julgada material. Ela possui
efeitos substanciais, projeta efeitos para fora do processo, regra e define a controvérsia, por
isso torna-se coisa julgada material, sendo imutável.
5
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
2.6. Publicação
Publicar é tornar público. A sentença começa a existir juridicamente no momento
em que é publicada. Tal publicação pode se dar por dois modos:
2.7. Intimação
Intimação da sentença é o ato pelo qual se dá conhecimento dela, especificamente,
às partes a fim de que possam, se for o caso, interpor algum recurso. O prazo para
interposição conta-se da data da intimação. Nas comarcas em que circula o Diário Oficial,
a intimação das partes se dá por meio dos advogados, mediante publicação naquele veículo
oficial.
6
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
3. COISA JULGADA
O Código de Processo Civil emprega dois sentidos a coisa julgada: objeção e atributo,
qualidade dos efeitos da sentença.
3.1. Objeção
Objeção é matéria que a parte tem o ônus (relativo) de alegar, mas o Juiz pode e
deve conhecer de ofício. Normalmente objeção tem caráter preliminar ao mérito. O
acolhimento da objeção em caráter preliminar normalmente conduzirá à extinção do
processo sem julgamento do mérito.
Fala-se também em objeções de mérito, ou seja, a matéria de mérito que o Juiz pode
conhecer de ofício. Ocorre quando se repete uma ação já definitivamente julgada.
7
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
É defeso discutir no processo questões sobre as quais incidiu a preclusão (art. 473
do CPC). É vedado ao Juiz reapreciar questões sobre as quais ocorreu a preclusão.
Exceções:
• Não estão sujeitas à preclusão as questões relativas às condições da ação, que não
tenham sido apreciadas no momento adequado, ou que já tenham sido apreciadas.
Súmula do STF diz que o despacho saneador irrecorrido transita em julgado. A
doutrina e jurisprudência entendem que essa Súmula não alcança as condições da
ação. Não há preclusão tanto se a questão não tiver sido apreciada antes da
prolação da sentença quanto se tiver sido apreciada. A carência da ação pode ser
reexaminada até mesmo em grau de recurso, desde que a matéria seja devolvida
por meio de recurso.
Diante dessas exceções, pode ser dito que a preclusão em princípio não atinge o
Juiz, pois na matéria que lhe diz respeito (condições da ação, pressupostos processuais e
matéria probatória) não há preclusão.
8
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Obs.: a questão prejudicial fará coisa julgada quando tiver por objeto uma relação
jurídica, houver pedido declaratório incidental feito pelo autor ou por qualquer das partes,
o Juiz for competente em razão da matéria e tal questão constituir pressuposto para o
julgamento da lide.
Quando o réu nega a relação jurídica que serve de fundamento à pretensão do autor,
o autor pode pedir que sobre essa relação seja proferida uma declaração por sentença. É a
chamada declaração incidental por sentença. É uma certeza declarada por sentença.
A coisa julgada atinge apenas as partes, não prejudicando e nem beneficiando terceiros;
lembrando que coisa julgada é diferente de efeitos da sentença.
Nas ações de estado, a coisa julgada tem efeito erga omnes, ou seja, contra todos, se
forem citados como litisconsortes necessários todos os interessados.
O estado da pessoa está ligado de tal forma à personalidade que ninguém pode ter
um estado para alguns e outro para outros. Ex.: ser casado perante alguns e divorciado
perante outros.
Não são atingidas pela coisa julgada as sentenças que julgam relações continuadas,
que se protraem no tempo, as quais só podem ser revistas se houver alteração na
constituição de estado de fato. É uma aparente exceção.
As previsões de reexame necessário, alteradas pelo novo texto do artigo 475, visam
a dinamizar a prestação jurisdicional e proteger apenas a pessoa jurídica de direito público
interno nos casos que dispõe, senão vejamos:
O instituto visa trazer ao reexame dos tribunais apenas questões com relevância
macroeconômica, evitando procrastinar feitos que, sob este ponto de vista, não têm grande
interesse para os tribunais, todavia auxiliam em muito a maior parcela do jurisdicionado.
Tais ações, todavia, permanecem sujeitas ao reexame voluntário.
dispositivo. Preclusão também não é correto dizer que seja, uma vez que seus efeitos são
exclusivamente dentro do processo. Logo, conjugando-se o princípio da eventualidade, com o
conceito de preclusão, e atendendo ao princípio plurivalente em nosso direito, que determina a
necessidade de segurança nas relações jurídicas, obtém-se o que se denomina eficácia preclusiva
da coisa julgada, verdadeira preclusão sui generis que projeta seus efeitos para fora do processo,
em relação à impossibilidade de rediscussão de fundamentos suscitados ou não em outras ações.
12
___________________________________________________________________
MÓDULO VIII
__________________________________________________________________
Praça Almeida Júnior, 72 – Liberdade – São Paulo – SP – CEP 01510-010
Tel.: (11) 3346.4600 – Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Jurisdição e Competência
1. JURISDIÇÃO
1.1. Conceito
Jurisdição é a função estatal exercida pelo Poder Judiciário, consistente na aplicação
de normas da ordem jurídica a um caso concreto, com a conseqüente solução do litígio. É o
poder de julgar um caso concreto, de acordo com o ordenamento jurídico, por meio do
processo.
1.2. Princípios
• Juiz natural: ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente, que é aquela cujo poder jurisdicional vem fixado em regras
predeterminadas (artigo 5.º, inciso LIII, da Constituição Federal); do mesmo
modo, não haverá juízo ou tribunal de exceção (artigo 5.º, inciso XXXVII, da
Constituição Federal).
• Devido processo legal: ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal (artigo 5.º, inciso LIV, da Constituição Federal).
• Inércia: a jurisdição não age de ofício; depende de provocação das partes, pois,
caso contrário, sua imparcialidade ficaria abalada; ne procedat iudex ex oficio.
2. COMPETÊNCIA
I – o lugar da infração;
IV – a distribuição;
V – a conexão ou continência;
VI – a prevenção;
3.1. Foro
Foro é o território dentro do qual determinado órgão judicial exerce sua parcela de
jurisdição.
3
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO PROCESSUAL PENAL
c) Homicídio
e) Crime permanente
cativeiro é mudado para Americana. A consumação desse crime ocorreu em todos esse
lugares. A competência, nesse caso, fixa-se pela prevenção (artigo 71 do Código de
Processo Penal).
A competência será firmada pela prevenção (artigo 70, § 3.º, do Código de Processo
Penal).
Conforme a natureza da infração, a ação será julgada por uma determinada justiça
competente.
6
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO PROCESSUAL PENAL
• Civil que pratique crime contra instituição militar federal. Observação: assim
dispõe a Súmula n. 53 do Superior Tribunal de Justiça: “Compete à Justiça
Comum Estadual processar e julgar civil acusado de prática de crime contra
instituições militares estaduais”. Assim, se o civil cometer crime contra
instituição militar federal, será julgado pela justiça militar federal; se o civil
cometer crime contra instituição militar estadual, será julgado pela justiça
comum estadual.
Serão julgados pela Justiça Militar Estadual (artigo 125, § 4.º, da Constituição
Federal/88):
Crimes Militares:
7
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Os crimes militares próprios são julgados pela justiça militar. Com relação aos
crimes militares impróprios, o Código Penal Militar estabelece em seu artigo 9.º, inciso II,
as situações em que o crime é praticado em situação de serviço. Nesse caso, ou seja, se o
crime for praticado pelo militar em serviço, será crime militar. Se o militar não estiver em
serviço, será julgado pela justiça comum.
Se o militar em serviço pratica crime não definido no Código Penal Militar, será
julgado pela Justiça Comum. Exemplo: crime de abuso de autoridade – Lei n. 4.898/65.
• crimes dolosos contra a vida praticados por militar contra civil, mesmo em
situação de serviço, também passaram a ser da competência da Justiça
Comum, julgados pelo Tribunal do Júri.
a) Crimes políticos
A lei não define o que é crime político. Os doutrinadores estabelecem dois critérios:
• objetivo: leva em conta o bem jurídico violado (crimes que violem o Regime
Democrático ou praticado contra as Instituições Políticas); crimes enquadrados
na Lei de Segurança Nacional.
9
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO PROCESSUAL PENAL
10
___________________________________________________________________
MÓDULO VIII
DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
__________________________________________________________________
Praça Almeida Júnior, 72 – Liberdade – São Paulo – SP – CEP 01510-010
Tel.: (11) 3346.4600 – Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO TRIBUTÁRIO
DIREITO TRIBUTÁRIO
Competência Tributária
1. CONCEITO
Competência tributária é a aptidão para criar in abstrato tributos. A lei que cria o
tributo deve descrever sua hipótese de incidência, seus sujeitos ativos e passivos, suas
bases de cálculo e suas alíquotas.
Quem possui competência tributária são os entes políticos, União, Estados, Distrito
Federal e Municípios – trata-se de tarefa legislativa.
• é privativa;
• incaducável;
• de exercício facultativo;
• inampliável;
• irrenunciável;
• indelegável.
1
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO TRIBUTÁRIO
Hugo de Brito Machado acrescenta: “Só a pessoa jurídica de Direito público que
exercita a atividade estatal específica pode instituir o tributo vinculado a essa atividade. A
competência tributária, assim, é privativa do ente estatal que exercita a atividade
respectiva. Indicar-se como de competência comum os tributos vinculados não nos parece
adequado. Preferimos dizer que esses tributos são privativos de quem exerce a atividade
estatal a que se ligam, sendo a competência para o exercício dessa atividade estatal matéria
estranha ao Direito Tributário”. Curso de Direito Tributário, Malheiros Editores, 21.ª,
edição, pág. 258.
• Tiver regulada, por meio de lei, essa atuação estatal: o artigo 21 da Constituição
Federal/88 aponta as competências administrativas da União, o artigo 25 aponta
as competências administrativas dos Estados-Membros, os artigos 29 e 30
2
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO TRIBUTÁRIO
A competência administrativa residual foi atribuída aos Estados pelo artigo 25, § 1.º,
da Constituição Federal/88, como sendo toda aquela que não for de competência nem da
União nem dos Municípios. O § 1.º do artigo 32 estende ao Distrito Federal as
competências estabelecidas para os Estados. Então o Distrito Federal também tem
competência administrativa residual para criar taxas e contribuição de melhoria.
2.2. Incaducável
A competência tributária, além de ser privativa, é incaducável, não está submetida a
prazo para ser praticada. Exemplo: imposto sobre grande fortuna (artigo 153, inciso VII, da
Constituição Federal) – a União poderá instituí-lo a qualquer momento.
Competência tributária nada mais é que atribuição para legislar sobre tributos.
A competência legislativa tributária é competência legislativa incaducável.
3
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITO TRIBUTÁRIO
2.4. Inampliável
A competência tributária é inampliável por decisão unilateral da própria entidade
tributante. Esta não pode alargar a sua competência tributária.
2.5. Irrenunciável
A competência tributária é irrenunciável porque a pessoa política não pode abrir
mão por definitivo dessa atribuição.
Uma lei que o fizesse estaria, também, atentando contra o livre exercício da função
legislativa, seria, assim, inconstitucional.
2.6. Indelegável
A competência tributária é indelegável, pois a pessoa política não pode transferi-la a
outra, nem mesmo por força de lei.
4
___________________________________________________________________
MÓDULO VIII
__________________________________________________________________
Praça Almeida Júnior, 72 – Liberdade – São Paulo – SP – CEP 01510-010
Tel.: (11) 3346.4600 – Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Os crimes estão previstos nos artigos 1.º, 2.º e 3.º. As figuras típicas inseridas nos
artigos 1.º e 2.º são praticadas pelo particular contra o erário, enquanto que as do artigo 3.º
exigem sujeito ativo com qualidade especial, ou seja, só podem ser cometidas por
funcionários públicos (crime funcional).
Art. 1.° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou
contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro
documento relativo à operação tributável;
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber
falso ou inexato;
I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar
outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo;
Art. 3.° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no
Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda
em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando
pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social;
II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida;
ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou
contribuição social, ou cobrá-los parcialmente.
Com relação ao artigo 2.º, sendo a pena mínima de seis meses de detenção, não há
óbice ao “sursis processual”. No mais, segue-se a orientação dada em relação ao artigo 1.º.
Quanto aos crimes funcionais (artigo 3.º), a suspensão condicional do processo cabe
no caso do inciso III, punido com reclusão de 1 a 4 anos.
Atenção: a substituição prevista no artigo 9.º só é cabível nos crimes contra a ordem
econômica e as relações de consumo (artigos 4.º a 7.º).
1.1. Competência
É necessário verificar o sujeito passivo. Tratando-se da União, é competente a
Justiça Federal. Se o tributo é estadual ou municipal, a competência será da Justiça
Estadual.
2.ª) Basta o acordo e o pagamento das primeiras parcelas. Nesse sentido algumas
decisões do Superior Tribunal de Justiça.
3
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
3.ª) Argumenta que o acordo com o fisco estabeleceria uma causa suspensiva
para a aplicação da extinção da punibilidade. Se todas as parcelas forem pagas extingue-se
a punibilidade. Caso contrário, será o agente responsabilizado penalmente.
4
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
1.5. Denúncia
Quando a pessoa jurídica é utilizada para a prática de crime contra a ordem tributária há
dificuldade para a individualização das condutas. É por tal razão que o Supremo Tribunal
Federal orienta que, nesses casos, atenua-se o rigorismo do artigo 41 do Código de Processo
Penal.
5
___________________________________________________________________
MÓDULO IV
__________________________________________________________________
Praça Almeida Júnior, 72 – Liberdade – São Paulo – SP – CEP 01510-010
Tel.: (11) 3346.4600 – Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br
__________________________________________________________________________MÓDULO IV
PRÁTICA DE PROCESSO CIVIL
Sentença Criminal
Fulano de Tal está sendo processado como incurso nas sanções dos arts. 171, caput,
combinado com o art. 14, II e 180, caput, na forma do art. 69, todos do CP, porque no dia
4.5.1989, por volta das 19:55h, no Posto São Paulo, situado na Av. Rebouças, em Sumaré,
tentou obter para si vantagem ilícita em prejuízo de Nivaldo Antonio Foffano, proprietário
do referido posto, procurando induzir em erro os empregados frentistas do estabelecimento
mediante meio fraudulento.
Segundo consta dos autos, o acusado foi até o posto pilotando uma motocicleta e
pediu que ela fosse abastecida. Após, deu em pagamento o cheque 410, da conta titulada
por José Souza, sacado contra o Banco Bradesco, agência Sumaré, no valor de R$ 33,00. O
cheque era furtado, e o preenchimento e emissão não eram do titular da conta.
O cheque era produto de roubo praticado contra o titular da conta. O acusado sabia
que o cheque era produto de crime, e ainda assim o recebeu, em proveito próprio.
Sentenciar.
1
__________________________________________________________________________MÓDULO IV
PRÁTICA DE PROCESSO CIVIL
Nome
2
__________________________________________________________________________MÓDULO IV
PRÁTICA DE PROCESSO CIVIL
3
__________________________________________________________________________MÓDULO IV
PRÁTICA DE PROCESSO CIVIL
4
__________________________________________________________________________MÓDULO IV
PRÁTICA DE PROCESSO CIVIL
5
__________________________________________________________________________MÓDULO IV
PRÁTICA DE PROCESSO CIVIL
6
__________________________________________________________________________MÓDULO IV
PRÁTICA DE PROCESSO CIVIL
7
___________________________________________________________________
MÓDULO IV
__________________________________________________________________
Praça Almeida Júnior, 72 – Liberdade – São Paulo – SP – CEP 01510-010
Tel.: (11) 3346.4600 – Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br
__________________________________________________________________________MÓDULO IV
PRÁTICA DE PROCESSO PENAL
Formule a denúncia.
1
__________________________________________________________________________MÓDULO IV
PRÁTICA DE PROCESSO PENAL
Nome
2
__________________________________________________________________________MÓDULO IV
PRÁTICA DE PROCESSO PENAL
3
__________________________________________________________________________MÓDULO IV
PRÁTICA DE PROCESSO PENAL
4
__________________________________________________________________________MÓDULO IV
PRÁTICA DE PROCESSO PENAL
5
__________________________________________________________________________MÓDULO IV
PRÁTICA DE PROCESSO PENAL
6
__________________________________________________________________________MÓDULO IV
PRÁTICA DE PROCESSO PENAL
7
___________________________________________________________________
MÓDULO VIII
EXERCÍCIOS
CURSO ANUAL
OPÇÃO 3
__________________________________________________________________
Praça Almeida Júnior, 72 – Liberdade – São Paulo – SP – CEP 01510-010
Tel.: (11) 3346.4600 – Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO ADMINISTRATIVO
3. Que vem a ser ato administrativo? Há uma relação entre ato administrativo e ato
jurídico?
1
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
2
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO CIVIL
2. Qual a diferença entre a obrigação de dar coisa certa e a obrigação de dar coisa
incerta?
1
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
4. Quais são os requisitos necessários para que duas dívidas sejam compensáveis na
mesma? Se as dívidas vencerem em lugares diferentes, de que forma pode ocorrer essa
compensação?
5. O que é transação? Existe algum limite quanto ao seu objeto? Precisa ser sempre
homologada pelo Juiz?
2
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO COMERCIAL
1
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
2
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO CONSTITUCIONAL
1
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
4. Qual a diferença entre controle de constitucionalidade por via de ação e por via de
exceção?
5. Quando o Tribunal declara uma lei inconstitucional, quais os efeitos decorrentes desse
ato?
2
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
2. Quais os empregados que não estão sujeitos às regras gerais de limitação da jornada de
trabalho?
1
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
2
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
3. Quais os requisitos que deve conter o termo de inscrição da dívida ativa, autenticado
pela autoridade administrativa competente?
1
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
2
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO ELEITORAL
1
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
2
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO INTERNACIONAL
1. Por que se diz que as Organizações Internacionais são entes secundários do Direito
Internacional?
1
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
2
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO PENAL
1
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
2
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
1. Que se entende por aposentadoria por tempo de contribuição? Onde está disciplinada?
1
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
2
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
2. Qual o momento adequado para o juiz decidir sobre a inversão do ônus da prova?
1
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
2
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
2
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO TRIBUTÁRIO
1
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
2
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITOS HUMANOS
1
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
4. O Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais foi criado para
proteger quais direitos?
2
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
3. Sobre quais crimes incide o art. 9.º da Lei n. 8.072/90 e o que se exige em relação às
vítimas dessas infrações penais para que seja possível a aplicação do aludido artigo de
lei ?
1
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
4. É correto afirmar-se que os crimes definidos nos incisos I a V do art. 1.º da Lei n.
8.137/90 são materiais? Justifique sua resposta.
2
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
MEDICINA LEGAL
1
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
2
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1. Como fica a adoção, frente aos pais biológicos do adotado, pelo sistema do Estatuto da
Criança e do Adolescente?
1
_________________________________________________________________________MÓDULO VIII
ATENÇÃO
2
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
GABARITO
Exercícios Objetivos – Módulo VII
CURSO ANUAL – OPÇÃO 3
1 2 3 4 5
D. Administrativo A C A D D
D. Civil A D B C E
D. Comercial A B C A E
D. Constitucional B D A C D
D. do Trabalho D B D C E
D. Econ. e Financeiro A B D A B
D. Eleitoral D B A C C
D. Internacional C D B D A
D. Penal E A C D E
D. Previdenciário B D A B C
D. Proc. Civil D A A D A
D. Proc. Penal B C A C A
D. Tributário D A B B B
D. Humanos D D D A A
Leg. Penal Esp. B C B C C
Medicina Legal A C B B A
Tutela B C C C A