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M EUS POEMAS E MINHAS CANES DE AMOR Pela ltima vez, ela me olhou.

E aquele jeito de me olhar, me despia, me atravessa a alma. Como uma lana que atravessa o peito. Que luz, no fundo daquele olhar. Viste-me pela ltima vez, mas pela primeira vez, enxergou-me. A cor de tais olhos fascinantes, eram pretos. Como duas lindas e gradas jabuticabas. O brilho daquele olhar, era como a efmera luz das estrelas cadentes. Que em noites de lua cheia, bailam pelo cu, como danarinas celestes. E elas nunca seriam mais belas do que nesse momento singular. Elas so densas, extraordinrias, belas e fugazes. Captura-se pela ultima vez tal olhar. Em tua reteima se finda a imagem que se tinha, de algum que te amou. Mais do que qualquer outra coisa nessa vida. As lgrimas que choro, cai em seus olhos abertos, umedecendo-os. Porm sem luz, sem dor, sem amor. S com o vazio de uma escurido imensa.

Que como um buraco negro, sugou tudo que iluminava e era bom. Terra morta, e o que restou foi a infertilidade da dor. E os olhos que permaneceram abertos, sem o seu par. Abrem e se fecham, esperando o tempo correr, passar bem devagar. Enquanto eles vagueiam pelo mundo claro e escuro, mudo e de silncio em si. Aqueles lindos olhos, agora apenas imagem de um portarretrato, fragmento de uma das mais valiosas lembranas, de um incorrigvel apaixonado. A que tempo moroso, esse o da saudade e da ausncia. E tudo que pode ser feito, esperar pacientemente pelo fim de tal tempo.

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