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Saúde bucal da gestante e bebê

Futura mãe, aqui vão algumas dicas importantes para você e seu bebê:

1 - O pré-natal é muito importante para uma gravidez saudável, na prevenção de problemas buco-dentais e
no desenvolvimento normal do seu futuro bebê e você é responsável pela saúde bucal de seu filho;
2 - Cárie e doenças gengivais são conseqüências de hábitos alimentares inadequados associados a uma
higiene oral precária e ineficiente. Na boca existem bactérias que causam a cárie. Elas aproveitam os restos
de alimentos (açucares) que ingerimos para se desenvolverem. A escovação dos dentes e o uso de fio dental
são as maneiras mais eficazes de limpar os dentes e combater a placa bacteriana e as doenças bucais como
cárie, gengivite e inflamação periodontal. A placa bacteriana é uma película fina que adere ao dente. Aos
poucos, com o auxílio dos restos de alimentos e da má higiene bucal, fica cada vez mais espessa. Em contato
com o dente, retira a proteção contra o ataque das bactérias e abre caminho para a formação das cáries. Se
não for removida, a placa bacteriana pode irritar a gengiva ao redor dos dentes, causando gengivite (as
gengivas ficam vermelhas, incham e sangram), periodontite e até a perda dos dentes. Portanto evite a
formação da placa bacteriana através de uma boa higiene bucal;
3 - Na gravidez é muito importante a manutenção de dentes saudáveis e os cuidados são os mesmos de uma
mulher não grávida: a) Escove os dentes pelo menos três vezes ao dia (após as refeições) para remover a
placa bacteriana da superfície dos dentes; b) Use fio dental diariamente. È importante a remoção da placa
bacteriana que fica entre os dentes e sob a gengiva, onde a escova não alcança; c) Evite consumir alimentos
com muito açúcar e amido (doces e pães); d) Não coma doces antes de dormir. A saliva não é ativada durante
o sono e, portanto, o ataque ao esmalte dos dentes é muito maior neste período; e) Para manter o hálito puro,
escove também a língua, pois as bactérias ficam alojadas nela; f) Visite o dentista regularmente e peça uma
limpeza dos dentes;
4 - Você determinará os padrões e hábitos que o seu bebê terá no futuro. O desenvolvimento do paladar de
seu bebê está diretamente ligado a sua dieta, portanto se você tiver um consumo exagerado de açúcar, estará
despertando o gosto por alimentos açucarados no futuro bebê. 0 açúcar natural dos alimentos já é suficiente
para a sua saúde e o desenvolvimento do bebê;
5 - Para garantir uma boa estrutura dental ao futuro bebê, você deve fazer um controle de sua dieta
consumindo alimentos ricos em minerais, fibras e proteínas tais como: carnes, ovos, verduras, frutas, leite e
derivados. Além disso, é recomendável ingerir alimentos com cálcio e fósforo durante a fase de formação do
bebê e é importante consumir alimentos rígidos (como as frutas), evitando-se alimentos açucarados. É
importante ter horários fixos para alimentação, evitando alimentar entre as refeições;
6 - Os dentes de leite começam a se formar a partir da 6º semana de gestação e os dentes permanentes, a
partir do 5º mês de vida intra-uterina. As carências nutricionais, infecções e uso de certos medicamentos
podem acarretar problemas no desenvolvimento normal dos dentes que estão no período de formação;
7 - Após o nascimento da criança, 2 a 3 vezes ao dia, deve-se fazer a higiene oral do bebê, com água
ligeiramente bicarbonatada (1 pitada de bicarbonato de Sódio em ½ copo d'água), que é uma medida
preventiva para impedir o crescimento de monilíase (sapinho);
8 - No 4º mês, o bebê coça muito a gengiva, período em que recomenda-se fazer uma massagem suave na
gengiva da criança. Do 6º para o 8º mês é o período do aparecimento dos primeiros dentes, chamados de
primários ou dentes-de-leite (dentição decídua). Nessa fase, evite a chamada "Cárie de mamadeira" (causada
devido hábitos de dormir mamando leite açucarado, ou qualquer outra solução rica em açúcares, como por
exemplo xaropes, mel e suco de fruta adoçado). Previna a cárie de mamadeira realizando a higiene oral do
bebê, adotando um cardápio balanceado e adequado a idade de seu filho e evitando a ingestão de mamadeiras
noturnas ou, até mesmo, a amamentação natural sem que haja adequada higienização posterior. Para
higienização oral utilize da seguinte técnica: Misture bem 1 (uma) colher de sopa de água oxigenada 10
volumes, mais 3 (três) colheres de sopa de água filtrada ou fervida. Guarde em um frasco plástico tipo conta-
gotas. Para a limpeza molhe uma ponta de fralda com essa solução, esfregando nos dentes e por dentro da
boca, inclusive língua, no mínimo, uma vez ao dia, à noite, após a última mamada;
9 - É importante a manutenção da dentição primária (evitando-se cáries e focos infecciosos) para o bebê ter
uma dentição permanente saudável. Além disso, a manutenção da dentição decídua, além de prevenir
problemas ortodônticos futuros, é imprescindível na estética, fonética e função mastigatória do bebê;
10 - O recém-nascido deve ser nutrido exclusivamente com leite materno até o 4º ou 6º mês e esta é a forma
segura de manter a saúde do bebê;
11 - O leite materno funciona como uma vacina, previnindo infecções, obesidade, colesterol alto, diabetes e
também reduzindo os riscos de desenvolvimento de processos alérgicos;
12 - Amamentar tem uma relação decisiva com a saúde bucal da criança, contribuindo para formação e
posição correta dos dentes, bem como das demais estruturas da boca (osso e músculo);
13 - A posição correta e mais usada para a amamentação é a oblíqua, na qual o bebê realiza a sucção e a
deglutição de forma fisiologicamente normal, evitando até mesmo o aparecimento de otites.
14 - Deve-se evitar o uso precoce da mamadeira e a mamadeira açucarada nunca deve ser dada ao bebê no
período noturno;
15 - É válido lembrar que a posição correta para se posicionar o bebê que utiliza a mamadeira é a mesma dos
que mamam no seio materno e não se deve amamentar o bebê deitado;
16 - O aleitamento materno é importante para o desenvolvimento físico e emocional, após a erupção dos
primeiros dentes. Tanto o aleitamento quanto a amamentação noturnas devem começar a ser controlados para
que o desmame ocorra por volta dos 12 meses de idade;
17 - O bebê não tem necessidade de chupar bicos nem o dedo, entretanto o uso do bico é tradicionalmente
arraigado à cultura nacional. Quando usá-lo dê preferência aos ortodônticos, pois são confeccionados para
uma melhor adaptação à boca do bebê. Seu uso deve ser moderado, limitado aos momentos de agitação e na
hora de dormir se assim o exigirem. Procurar retirá-lo no primeiro ano e seu uso não deve ser prolongado
após os 18 meses. Quando a arcada dentária está deformada pelo uso do bico ou sucção do dedo é necessário
um tratamento especializado;
18 - Quando o bebê tem entre 19 e 31 meses, abre-se o que se chama de "janela de infectividade". É nessa
fase que pode haver a contaminação da mãe (ou responsável) para o bebê, caso a mãe esteja com a doença
cárie, pois é uma doença transmissível. Quanto mais infectada estiver a mãe pelas bactérias que provocam a
cárie, mais chances o bebê terá de ser infectado. Portanto neste período devem ser evitados beijos no rosto,
nos lábios e nas mãozinhas do bebê, assim como o hábito de experimentar suas papinhas e suquinhos
utilizando os utensílios que o bebê levará à boca;
19 - Existem no mercado várias marcas de escovas dentárias destinadas ao período da infância. Mas um
cuidado especial deve ser observado na hora de escolher a escova de dentes, pois o formato das cerdas
devem ser arredondadas e o formato da cabeça deve ser pequena, pois desta forma irá permitir uma
higienização adequada;
20 - O uso precoce de dentifrícios fluoretados por crianças pequenas (menores que 14 meses de idade) pode
causar a fluorose dental (manchas brancas) nos dentes. Os bebês deglutem grande parte do dentifrício por
não conseguirem expectorar adequadamente, portanto para evitar a fluorose é recomendado a utilização do
mínimo possível de dentifrício na escova (a quantidade de dentifrício vai depender de cada criança, pois
poderá ser menor ou semelhante ao tamanho de um grão de ervilha e, então, informe-se com o seu dentista,
de preferência um odontopediatra, sobre a quantidade correta que deverá utilizar em sua criança);
21 - A aplicação do flúor deve ser feita somente quando o bebê tiver dentes. (Consulte o seu dentista a
respeito da concentração, da forma a ser aplicada e da freqüência da utilização do flúor). Jamais deixe o flúor
ao alcance das crianças.

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Marco Tulio Pettinato Pereira
Cirurgião-dentista com especialização em Saúde de Família (UCAM), Saúde Pública (UNAERP) e Saúde
Coletiva (SL Mandic)
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