Você está na página 1de 2

Esa e Jac [...] Aires suspirou em segredo, e curvou a cabea ao Destino.

No se luta contra ele, dirs tu; o melhor dei ar !ue pegue pelos cabelos e nos arraste at onde !ueira alar"nos ou despenhar"nos. #atista nem lhe deu tempo de re$letir; era todo desculpas. % &inco minutos e est livre de mim, mas ver !ue lhe pago o sacri$'cio. ( gabinete era pe!ueno; poucos livros e bons, os m)veis graves, um retrato de #atista com a $arda de presidente, um almana!ue sobre a mesa, um mapa na parede, algumas lembranas do governo da prov'ncia. *n!uanto Aires circulava os olhos, #atista $oi buscar o documento. Abriu uma gaveta, tirou uma pasta, abriu a pasta, tirou o documento, !ue no estava s), mas com outros. &onhecia"se logo por ser um papel velho, amarelo, em partes ro'do. *ra uma carta do &onde de (eiras, escrita ao ministro de +ortugal na ,olanda. % - o dia das antig.idades, pensou Aires; a tabuleta, o tinteiro, este aut)gra$o... % A carta importante, mas longa, disse #atista, no podemos l/"la agora. 0uer lev"la1 No lhe deu tempo de responder; pegou de uma sobrecarta grande e meteu dentro o manuscrito, com esta nota por $ora2 3Ao meu e celent'ssimo amigo &onselheiro Aires.3 *n!uanto ele $a4ia isto, Aires passava os olhos pela lombada de alguns livros. *ntre eles havia dois Relatrios da presid/ncia de #atista, ricamente encadernados. % No me atribua esse lu o, acudiu o e "presidente; $oi um mimo da secretaria do governo !ue nunca $e4 isto a ningum. *ra um pessoal muito distinto. * $oi 5 estante e tirou um dos relat)rios para ser melhor visto. Aberto, mostrou a impresso e as vinhetas; lido, podia mostrar o estilo por um lado, e, por outro, a prosperidade das $inanas. #atista limitou"se aos algarismos totais % despesa, mil du4entos e noventa e !uatro contos, setecentos e noventa mil"ris; receita, mil !uinhentos e !uarenta e !uatro contos, du4entos e nove mil"ris; saldo, du4entos e !uarenta e nove contos, !uatrocentos e de4enove mil"ris. 6erbalmente, e plicou o saldo, !ue alcanou pela modi$icao de alguns servios, e por um pe!ueno aumento de impostos. 7edu4iu a d'vida provincial, !ue achou em tre4entos e oitenta e !uatro contos, e dei ou em tre4entos e cin!.enta contos. 8e4 obras novas e consertos importantes; iniciou uma ponte... % A encadernao corresponde 5 matria, disse Aires para concluir a visita. #atista $echou o livro, e redarg.iu !ue 9 agora no iria sem lhe resolver uma consulta. % :udo 5s avessas, concluiu; eu de manh resolvo consultas, agora 5 noite sou eu !ue as $ao. [...]

Fonte A;;<;, =achado de. Esa e Jac. 7io de >aneiro2 8undao #iblioteca Nacional. Dispon'vel em2 ?http2@@AAA.dominiopublico.gov.brB. Acesso em2 CC nov. CDDE.
Para refletir =achado de Assis, alm de ser reconhecido por seu tratamento acerca dos caracteres universais da humanidade, soube retratar alguns problemas da poca de mudanas pol'ticas do $inal do sculo F<F. - este o conte to em !ue $oi desenvolvido o romance Esa e Jac. Ap)s a leitura do trecho, em !ue vemos a preocupao de #atista com as contas de sua empresa, procure re$letir sobre... i. as compet/ncias do *stado no !ue di4 respeito 5 arrecadao de tributos; ii. as necessidades e os princ'pios da!uela poca e as necessidades e os princ'pios de nosso tempo !ue 9usti$icam a cobrana de tributos.

Você também pode gostar