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de toda Idade Mdia at modernidade (SELIGMANN-SILVA, 2006, p. 32), e a proposio de uma "sociologia da memria", de Maurice Halbwachs, entre 1925 e 1950, a noo de memria como entendemos hoje comeou a surgir na dcada de 70, principalmente nos estudos histricos. Hoje podemos dizer que se estendeu no s para outras cincias sociais, mas seus usos so movidos entre o acadmico e o banal, a esttica e a burocrtica. Sob o lema "lembrar para no repetir" (ASSMANN, 2013) ou sob o lema "Nostalgia", a memria se evoca tanto em relao educao como violncia em contextos nacionais, memrias de trabalhadores ou de famlias. A memria tambm se associa a experincias individuais, tragdias coletivas, a mitificao de "tempos passados", a lugares que j no esto ou a novos locais de culto, a festas e comemoraes. Esta maleabilidade sugere a concepo de estratgias sistemticas e analticas hierarquizadas, flexveis e criativas: a relao da memria com a nostalgia, por exemplo, pode evocar comunidades sociais via dissoluo, passados e saldos individuais no final da vida; sua associao a dramas coletivos e situaes limites, convida ao conhecimento de pginas negras dos passados nacionais, etc. A memria (as memrias), em seu sentido mais amplo acompanha questes e definies sobre as identidades sociais, culturais e polticos. Tambm abre possibilidades para compreender disputas e consensos sobre os significados atribudos ao passado desde o presente por indivduos e grupos. Como construo "presente do passado" representa uma das questes centrais a analisar: a memria um trao, uma escolha, uma construo ou uma evocao do passado? um efeito do passado ou o efeito do presente? Sublinhando relaes de homologia entre famlia e nao, leituras e dilogos descobriro tenses e ligaes entre as experincias individuais (a memria associada intimidade, aos sentimentos, privacidade) e a memria ligada s prticas e representaes coletivas (rituais e territrios de memria conquistados em nome do bem comum). Nas sociedades nacionais que sero objetos de nossa discusso, a relao entre memria e identidade devem focar seus olhos nas fronteiras porosas entre o pblico e o privado: como o indivduo preserva e (re)descobre memrias? Como as comunidades preservam, transmitem e constroem memrias?