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NOBRES COLETORAS
Aquela longa e insólita viagem da baiana de vinte e quatro anos, de olhos tristes, mas;
esperançosos, trazia
consigo alem de uns
poucos cacarecos, o
filho de quase um
ano.
Na janela do ônibus, o
reflexo de seu rosto
denunciava o
tamanho da
esperança no brilho
do olhar que trazia.
Enquanto na
dimensão externa da
janela a exuberância
das Araucárias se
revelava com magnificência
Selma conta este ano um ano a mais que os cinqüenta que já viveu, dividindo em duas
historias próprias de uma só vida.
Seu olhar ainda guarda aquele brilho e a lembrança daquela paisagem de Araucárias que
não se vê mais facilmente.
Na cidade que
ela adotou com
sua esperança;
ao chegar não
era esperada;
“pelo menos não
pela
generosidade da
própria sorte.”
Em seu destino
encontrou
apenas
dificuldades;
alias muitas e
desconhecidas
dificuldades.
Encontrou sim, luzes nas dificuldades dos outros um verdadeiro aprendizado. Outros,
como a conterrânea Elizete, outra baiana com a mesma luta e que não sofreu menos.
Pouco mais jovem que Selma, Elizete tem história semelhante e a mesma origem.
Em sua jornada; também uma migração não menos dramática e muito difícil.
O futuro?
O futuro para elas se
resume em uma única
frase:
( Elizete e Selma,
catadores de lixo sim
sinhô)
Esta obra faz apologia ao reconhecimento da importância do trabalho desses nobres e
sofridos coletores principalmente os idosos que ainda tem que dar um duro danado pra
sobreviver. "Brasileiros"
Claudio Gonçalvess