UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS

Ciências da Comunicação

CURSO DE LETRAS
PROGRAMA DE APRENDIZAGEM ANÁLISE E REFLEXÃO LINGÜÍSTICA
Atividade: Noções Básicas de Lingüística (EAD)
PROFESSORA: Cátia de Azevedo Fronza

QUESTÕES SOBRE “A Língua como objeto da Lingüística”

LEONARDO POGLIA VIDAL

Eu tinha solicitado que trocasses isso!

1) Coseriu criticou a dicotomia saussureana língua/fala e propôs divisão tripartida

língua/norma/fala. A noção de norma corresponde ao conjunto das realizações
lingüísticas constantes do sistema, às variantes coletivas dentro de um mesmo domínio
lingüístico. As variantes diatópicas (variantes regionais) e as variantes diastráticas
(variantes culturais ou registros) são os dois tipos principais. Dê 2 exemplos desses dois
tipos e estabeleça relações entre língua/norma/fala.

Bons exemplos de variantes diatópicas são as palavras mandioca/macaxeira/aipim,

usadas para a mesma raiz em diferentes regiões do Brasil. A raiz é a mesma; seu nome
na região é diferente. A norma regional varia, embora o sistema permaneça o mesmo. O
mesmo se dá no caso da palavra bichinho, que pode tanto designar um animal pequeno
quanto funcionar como um termo afetivo, no norte do país, não ter a mesma conotação
no sul, se limitando ao animal.

No caso da variante diastrática, podemos citar as diferenças na fala “culta” e a fala

“vulgar”. Os termos vão entre aspas porque são popularmente conhecidos, mas
pressupõe um juízo de valor. O exemplo da fala “craro” em lugar de “claro” não é
incomum. Essa substituição do “l” pelo “r” é um exemplo. “Nós fumo” em lugar de
“nós fomos” é outro. Variações diastráticas são devidas a falantes de diferentes grupos
sociais, e são comuns, infelizmente, devido à imensa desigualdade social no país. Aqui,
também, a norma varia de grupo social para grupo social, mesmo que o sistema seja
mantido. Para Coseriu, a norma em uso mais o sistema de uso compõe a língua. A
realização desta língua, individual por definição, seria a fala.