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Eng03343 16
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FRESAMENTO – 1ª PARTE
Processo de fabricação por vezes lento, o fresamento apresenta como vantagem principal
a versatilidade. Este processo pode gerar superfícies não planas e não de revolução, ao contrário
de alguns outros processos de usinagem (p. ex., o processo de torneamento gera apenas
superfícies de revolução).
Diniz, 1999, compara o frsamento com alguns outros processos de fabricação usados para
a geração de superfícies não planas e não de revolução (Tabela 1).
• Ângulo da direção efetiva (η) – ângulo ente a direção de corte e a direção efetiva.
Varia continuamente durante o processo (equação 2).
f
fZ = , (1.)
Z
Onde Z é o número de dentes da fresa.
sen ϕ
tgη = (2.)
Vc
+ cos ϕ
Vf
f c = f Z . sen ϕ , (3.)
Uma diferença forte entre as operações de torneamento e fresamento é que esta possui
três parâmetros de penetração (Figura 4). São eles:
(a) (b)
Figura 4 – Grandezas de penetração para o fresamento tangencial (a) e frontal (b). Fonte: Diniz.
Figura 7 – Arestas de corte e superfícies da parte de corte em uma fresa frontal. Fonte: Diniz.
Figura 8 – Ângulos da ferramenta em uma fresa de faceamento. Fonte: Diniz.
Ψ (ângulo de contato do dente) – Ângulo entre uma linha radial da fresa que passa pelo
ponto de contato aresta-peça e uma linha que passa pelo ponto onde a espessura do cavaco é
zero.
hD – espessura do cavaco.
Concordante (Figura 10) – ângulo da direção de avanço (ϕ) inicia o corte em seu valor
máximo, decrescendo até zero. O sentido do movimento de avanço é o mesmo do movimento
rotatório da fresa.
Componente vertical de força de usinagem possui sempre o mesmo sentido, o que
elimina os efeitos negativos observados no fresamento discordante.
Contato da fresa com a peça inicia em b (hDmáx.) e se desloca até o ponto de menor
espessura do cavaco.
Um inconveniente do fresamento tangencial concordante é que a força de avanço ocorre
no mesmo sentido do deslocamento. Para que a mesa ande em um sentido, a porca do sistema e
avanço deve suportar esforços no outro. Como a Fres sobre a fresa varia em módulo, a força
resultante sobre o fuso irá variar em módulo e direção, podendo causar vibração. Este problema
pode ser corrigido através de manutenção a fim de tirar folgas da máquina e do uso de fusos de
esferas, onde não existe folga.
Outro problema do fresamento concordante é que o corte inicia sempre com a espessura
máxima de corte. Se a superfície possui camada superficial endurecida (óxido ou sujeira), o
contato inicial ferramenta-peça será em condições desfavoráveis, o que causará a queda da vida
da ferramenta.
Figura 10 – Fresamento tangencial concordante. Fonte: Diniz.
D − 2 ae 2a
cos ψ = =1 − e (4.)
D D
1/2
a e ae 2
h D = f z . sen ψ0 = 2. f z . − (5.)
D D
Fresamento frontal:
Pode-se classificar o fresamento frontal (Figura 11) em:
• Simétrico: deslocamento da fresa sobre o eixo de simetria da peça. Melhor
contato de cada aresta com peça, maior vida da ferramenta.
a) fresamento de rasgo ou canal com fresa de topo:
ae = D Ψo = 180 º h D máx = f Z h D min = 0
b) fresamento comum com fresa de facear:
sen Ψ0 2 = e
a
ae < D h D min > 0 e h D máx = f z
D
• Assimétrico com fresa de facear – Corte não se dá sobre o eixo de simetria da
peça. Se toda a superfície está sendo fresada, a e < D , h D min > 0 , h D máx = f z
Vantagens – maior número de dentes em contato simultaneamente, o que resulta
em um corte mais suave, com menor força por dente, e menor tendência a
vibrações.
Corte Assimétrico – Maior tendência ao desgaste, menor para o lascamento. Corte mais
suave, devido ao maior número de dentes em corte simultâneo (maior ângulo de contato).
Usando J (Figura 11 c) pequeno, hD na entrada diminui, o que resulta em menor impacto
na entrada da ferramenta (menor energia de choque).
Segundo Diniz et. al., usando corte assimétrico com J pequeno, obteve-se uma vida de
ferramenta 24% maior do que com corte simétrico (na usinagem de aço ABNT 1045 com
ferramenta de metal duro P25). Obviamente, este resultado depende do aço usinado e da
ferramenta utilizada. Se a ferramenta fosse mais tenaz, talvez o corte simétrico propiciasse maior
vida de ferramenta.
Convém chamar a atenção para a questão da vida da ferramenta: apesar do corte
simétrico causar menor desgaste de ferramenta, o corte assimétrico permite melhores condições
de trabalho, incluindo menores vibrações, esforços por dente e impacto na entrada da aresta na
peça. Assim, antes de afirmar que um ou outro propicia maior vida de ferramenta, deve-ser
conhecer o material a ser usinado e o da fresa, bem como as condições de trabalho enfrentadas
por estas. Ou seja, não adianta uma determinada fresa apresentar menor desgaste sob fresamento
simétrico se o seu fim de vida ocorrer de forma catastrófica (lascamento, quebra).
No fresamento tangencial com fresas de dentes retos, a força de corte, bem como a seção
do cavaco, aumenta rapidamente com o ângulo ϕ, caindo bruscamente a zero quando ϕ = ϕ0
(Figura )
Já no fresamento tangencial com fresas helicoidais não ocorre tanta variação na força de
corte quanto no fresamento com dentes retos. Nesta operação, a área da seção do cavaco cresce
de zero a um valor máximo, mas mantém este valor por alguns instantes, e não volta
necessariamente a zero. A Figura 13 mostra a variação da área da seção do cavaco para o
fresamento tangencial com fresa helicoidal de 4 dentes, e a Figura 14 mostra a área de contato
ferramenta-peça.
Figura 13 – Variação da seção do cavaco durante o processo de fresamento com fresa helicoidal
de 4 dentes. Fonte: Diniz.
Figura 14 – Área de contato ferramenta-peça no fresamento com fresa helicoidal. Fonte: Diniz.
Caso a fresa tivesse 8 dentes, a superposição seria maior, com um corte mais uniforme.
Quanto maior o número de arestas, mais a área tende a ser constante. Pode-se obter
forças resultantes aproximadamente iguais a uma reta. Isto acontece quando a largura da peça é
igual a um múltiplo inteiro do passo da fresa.
Condições de usinagem em fresas helicoidais são melhores (menor oscilação da força de
usinagem, menor força máxima, melhor acabamento superficial dos componentes produzidos),
sendo seu uso preferido sempre que possível.
Na usinagem com fresas helicoidais observa-se uma força de corte média resultante
maior do que a observada para dentes retos, o que implica em maior potência. Além disso, a
inclinação dos dentes gera uma força na direção axial, sujeitando o eixo-árvore a esforços. Por
isso não se usa fresas com ângulo de inclinação maior de 45%.
A solução mais comumente adotada para o problema da força axial é a montagem de 2
fresas com hélice invertida (Figura 15).
à Fresas com dentes curtos possuem dentes retos, pois não compensa usar helicoidais.
Além dos fenômenos já estudados (atrito, adesão), a fresa está sujeita a choques
mecânicos e térmicos, podendo apresentar fadiga de origem mecânica (marcas paralelas à aresta
de corte) ou térmica (marcas perpendiculares à aresta – forma de pente), dependendo do
mecanismo predominante.
K s1
K sm = , (6.)
hm − Z
K sm .ae . a p . V f
Ncm = [ kW ] (7.)
60.106
1
hm = . f z . sen xr .(cos ϕ1 − cos ϕ2 ) , (8.)
ϕ1 − ϕ2
Onde:
ϕ1 – ângulo entre o ponto de entrada do dente e a vertical;
ϕ2 – ângulo entre o ponto de saída do dente e a vertical;
ϕ0 – ângulo de contato dente-peça.
A equação (8) pode ser utilizada para operações de fresamento frontal. Para o fresamento
tangencial com entes retos, assume-se ϕ1 = 0, ϕ2 = ϕ0 e χr = 90°.
Assim, de (8), sobra:
1 1 2a V
hm = . f z .(11 − cos ϕ0 ) = . e . f , (9.)
ϕ0 ϕ0 D 2.n