Você está na página 1de 5

Acção de Formação: Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares

DRELVT, Turma 9
Tarefa 6 – 2.ª Parte

Análise e comentário crítico à presença de referências a respeito das BE,


nos Relatório de Avaliação Externa da IGE

Preâmbulo

Com este trabalho pretendemos dar cumprimento à Tarefa 2 proposta


na 6.ª sessão desta Acção de Formação, visando enquadrá-la nos
requisitos enunciados para a sua realização – análise e comentário
crítico de uma amostra de relatórios, procurando referências à BE.
Porém, dadas as limitações temporais que subjazem à sua execução,
ele não poderá deixar de ser visto apenas como um ensaio
rudimentar. O controlo de variáveis impunha a constituição de uma
amostra mais consistente e a elaboração de instrumentos de análise
de conteúdo mais fiáveis, o que exigiria, naturalmente, maior
disponibilidade.

Amostra

Neste contexto, atendendo a estes constrangimentos, a selecção


desta amostra baseou-se nos seguintes critérios:

- a análise abrangerá 2 estabelecimentos de educação e


ensino da mesma tipologia, no caso concreto dois
agrupamentos de escolas, por ano lectivo, pertencentes à
DRELVT, não situados na cidade de Lisboa;

- em cada ano lectivo, um dos relatórios remeterá para um


bom nível de desempenho (nenhuma classificação inferior a
Bom) e o outro para um desempenho menos proficiente (pelo
menos a atribuição de Suficiente num dos domínios).
2

Relatórios de Avaliação Externa analisados:

2006 /2007
1. R1 – Relatório do Agrupamento de Escolas D. Carlos I – Lourel -
Sintra
2. R2 – Relatório do Agrupamento Vertical de Escolas de Vialonga

2007 /2008
3. R3 – Relatório do Agrupamento de Escolas da Pontinha
4. R4 – Relatório do Agrupamento de Escolas D. Nuno Álvares
Pereira - Tomar

2008 /2009
5. R5 – Relatório do Agrupamento de Escolas D. Fernando II -
Sintra
6. R6 – Relatório do Agrupamento de Escolas Conde de Oeiras.

Objectivos

Partindo do pressuposto da quase impossibilidade de retirar


conclusões com alguma consistência, o que exigiria um campo de
análise mais abrangente, presidiram a esta selecção os seguintes
objectivos:
 Verificar se as escolas com um melhor desempenho fazem
mais referências à BE/CRE e contemplam actividades
por/com ela desenvolvidas;
 Inferir se a integração na RBE influencia a valorização da BE
na avaliação institucional;
 Averiguar se tem havido uma maior referência à BE nos
relatórios de avaliação externa mais recentes.

Apresentação dos dados

Os dados foram recolhidos utilizando ferramentas informáticas que


nos facilitaram a procura de descritores que previamente
seleccionámos para cada um dos indicadores, fazendo então uma
leitura rápida do contexto em que apareciam. Ressalvamos, desde já,

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Margarida Carvalho
3

que tal procedimento imprimiu alguma superficialidade à análise dos


diferentes relatórios e reforçamos o carácter ensaístico desta tarefa.

Inicialmente tentámos orientar a compilação de dados para a recolha


de evidências que nos reportassem para o estado da arte no que
concerne a cada um dos domínios que integram o Modelo de Auto-
avaliação das Bibliotecas Escolares. Todavia, cedo comprovámos a
sua inviabilidade. Sem embargo, dada a relevância que tem vindo a
assumir, no desenho do currículo nacional, o domínio de
competências ligadas à Língua Portuguesa, afigurando-se como um
desígnio transversal ao desenvolvimento e articulação curricular, não
deixámos de procurar indicadores que nos remetessem para a
Leitura/Literacia.

Igualmente foi nossa preocupação verificar se o impacto das novas


tecnologias se reflecte no quotidiano da escola, dada a importância
que estas assumem na preparação para a vida adulta.

Neste contexto, apresentamos nos quadros seguintes os dados que


nos foram facultados pela análise dos RAE(s)1:

Quadro 1 – Referências à BE nos RAE(s) por ano e nível de desempenho

Ano lectivo 2006/07 2007/08 2008/09

Relatório R1 R2 R3 R4 R5 R6
Avaliação Externa (4B+ (3S+ 2 (3B+2S+
Classificações nos 5 (3MB+2B) (5B) (1MB+4B)
1S) Ins.) 1Ins)
Domínios
N.º de Referências
Biblioteca
(Centro de Recursos - BE - 5 2 2 4 2 4
CRE - BE/CRE)

Leitura e Literacia 1 0 2 4 0 5
Palavras relacionadas com
as
Literacias de 5 5 4 18 13 13
Informação
Tecnológica e Digital
Total de
11 7 8 26 15 22
Referências

1
RAE(s) – Relatórios de Avaliação Externa
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Margarida Carvalho
4

Quadro 2 – Referências à BE não quantificáveis, por ano lectivo e nível de


desempenho

Ano lectivo 2006/07 2007/08 2008/09

Relatório R1 R2 R3 R4 R5 R6
Avaliação Externa (4B+ (3S+ 2 (3B+2S+
Classificações nos 5 (3MB+2B (5B) (1MB+4B)
1S) Ins) 1Ins)
Domínios
Outras referências
não quantificáveis
Inclusão na RBE Não Sim Sim Sim Não Sim
Participação no
Sim Sim Sim Sim Não Sim
PNL
Trabalho
desenvolvido Sim Sim Não Sim Não Sim
com /pela BE
Projectos,
Parcerias Não Não Não Sim Sim Sim
em que a BE esteja
explicitamente implicada

Com excepção do 1.º ano em análise, verificamos que nas escolas


com melhor desempenho, há uma maior referência à Biblioteca
Escolar e às competências prioritárias por estas desenvolvidas. Igual
diferenciação está patente nos indicadores não quantitativos,
designadamente em relação ao trabalho desenvolvido pela BE.

O reflexo da inclusão na Rede de Bibliotecas Escolares é sobretudo


visível nos indicadores não quantificáveis.

Reconhecemos que uma análise mais exaustiva levar-nos-ia a


encontrar mais dissimilitudes. Referimos, a título exemplificativo, que
no Relatório de Avaliação Externa do Agrupamento de Escolas da
Pontinha as referências à biblioteca remetem apenas para as suas
instalações, e uma delas para descrever o seu mau estado.

Numa perspectiva longitudinal, não vemos variações muito


significativas, excepto no que se refere às Novas Tecnologias de
Informação e Comunicação, embora nalguns casos para relatar a sua
não rentabilização.

Em termos globais, constatamos a necessidade de dar um novo


impulso à acção da biblioteca escolar, divulgando o seu impacto no
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Margarida Carvalho
5

quotidiano da escola e nos seus resultados educativos, o que deverá


ser também relevado na avaliação institucional dos estabelecimentos
de educação e ensino.

Não poderemos terminar sem de novo salientar a pouca


sustentabilidade das conclusões, que voluntariamente quisemos
obviar, tendo em mente a escassez dos dados recolhidos e a pouca
profundidade com que procedemos ao seu estudo.

Talvez este seja um desafio futuro!

Dezembro de
2009

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Margarida Carvalho

Você também pode gostar