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Arte românica é o nome dado

ao estilo artístico vigente na


Europa entre os séculos XI e
XIII. O estilo é visto
principalmente nas igrejas
católicas construídas após a
expansão do cristianismo pela
Europa e foi o primeiro depois
da queda do Império Romano a
apresentar características
comuns em várias regiões. Até
então a arte tinha se
fragmentado em vários estilos
Castelo Medieval
e o românico é o primeiro a
trazer uma unidade nesse
panorama.
Haverá diferenças entre a arte executada nas diversas regiões
européias, de acordo com as influências regionais recebidas,
mas haverá também uma série de características comuns, que
definem o estilo românico.
As igrejas serão as maiores até então, e para que isso seja
possível haverá uma evolução dos métodos construtivos e dos
materiais. A pedra será empregada na construção e o telhado
de madeira será trocado por abóbadas de berço e de aresta.,
mais condizentes com uma igreja que representa a fortaleza
de Deus. Ao contrário da arte paleo-cristã, as igrejas serão
ricamente decoradas externamente. A escultura em pedra em
grande escala renasce pela primeira vez desde os romanos,
atrelada à arquitetura, assim como a pintura. A escultura e a
pintura serão carregadas de esquematização e simbolismo,
típico de um período em que o artista aprende a representar o
que sente, e não somente o que vê.
Características gerais da
arquitetura românica:

1 – substituição do teto de madeira


por abóbadas.
2 – grande espessura das paredes,
poucas janelas.
3 – consolidação das paredes por
contrafortes ou gigantes para dar
sustentação ao prédio.
4 – consolidação dos arcos por meio
de arquivoltas.
As igrejas de peregrinação foram muito
características desse período. Elas ficavam
no caminho para os locais sagrados, como
Santiago de Compostela, Roma e
Jerusalém, e serviam de apoio e pouso para
os peregrinos, além de oferecer como
atrativo as relíquias, objetos pertencentes a
Jesus Cristo, a Maria e aos santos, como os
cravos que pregaram as mãos e pés de
Jesus, ou os espinhos da coroa, ou ainda
fios de cabelo da Virgem. Essas igrejas
seguiam a planta em forma de cruz latina,
com várias naves , geralmente 3 ou 5, em
que as naves laterais se prolongavam e
passavam por detrás da ábside, formando o
deambulatório. Do deambulatório saiam as
capelas radiantes, ou absidíolas. Esse
conjunto era característico das igrejas de
peregrinação e ficou conhecido como
cabeceira de peregrinação. Entre as igrejas
desse tipo estão as de Saint-Sernin de
Toulouse, Santiago de Compostela e Igreja
de Saint-Martin de Tours.
Saint-Sernin de Toulouse
Santiago de Compostela
Igreja de San-Martin de Tours
Os mosteiros foram importantes para o
estabelecimento da arquitetura românica,
principalmente os das ordens de Cluny e
Cister. Desse conjunto característico, a
dependência a se destacar é o claustro, por
vincular o mosteiro ao templo e por ser a
dependência mais bem cuidada do ponto de
vista artístico. Geralmente possuem quatro
lados, com tendência a formar quadrados
perfeitos, e quatro corredores resultantes
em pórticos abertos com arcadas
sustentadas por colunas.
Abadia de Cluny
A arquitetura em pedra vem reforçar a característica de
monumentalidade e fortaleza, possível depois de toda a
evolução dos meios construtivos. Os conjuntos
arquitetônicos seguem, geralmente, a planta basilical, uma,
três ou cinco naves (geralmente três), colunas que
sustentavam as abóbadas e um aspecto maciço e horizontal
(mesmo que muitas das igrejas sejam bem altas). As paredes
são cegas, pois não é possível, ou é muito difícil, abrir
grandes janelas nas paredes, já que elas servem como
estrutura e suportam todo o teto. Haverá grande decoração,
externa e internamente, através de esculturas nos tímpanos
nas portas de entrada e nos capitéis e colunas, e pintura
parietal nas ábsides e abóbadas das naves.
A escultura renasceu no românico, depois de
muitos anos esquecida. Seu apogeu se dá no
século XII, quando inicia um estilo realista, mas
simbólico, que antecipa o estilo gótico. A
escultura é sempre condicionada à arquitetura e
todo trabalho é executado sem deixar espaços sem
uso. As figuras entalhadas têm o tamanho do
elemento onde foram esculpidas, e os trabalhos de
superfície acomodam-se no lugar em que ocupam.
Dessa característica parte também a idéia de
esquematização.
Outra importante característica é seu caráter
simbólico e antinaturalista. Não havia a
preocupação com a representação fiel dos seres e
objetos. Volume, cor, efeito de luz e sombra, tudo
era confuso e simbólico, representando muitas
vezes coisas não terrenas, mas sim provenientes
da imaginação.
Mas não que isso seja uma constante em todo o
período. Em algumas esculturas, nota-se a
aparência clássica, influência da Antigüidade,
como no Apóstolo, de Saint-Sernin de Toulouse.
Capitel da abadia de Cluny
Claustro: parte interior do mosteiro
capitel: escultura na
parte superior das
colunas
Capitel
Catedral de Pisa
Torre de Pisa
Tímpano da Abadia de Saint Pierre
Detalhe
detalhe
Catedral de
Santa María de
Seo de Urgell
(Seu d'Urgell)
Igreja de Santo Isidoro de León
Sua desvantagem é que havia o
excesso de peso no teto de
alvenaria o que causava grandes
desabamentos, e a pequena
luminosidade devido as janelas
pequenas. A abertura de grandes
vãos causava enfraquecimento da
Abóbada de berço é estrutura, facilitando ainda mais o
uma abóbada desabamento.
construída como um
contínuo arco de
volta perfeita.
Com essa abóbada os construtores
conseguiram leveza e uma maior
iluminação.

a abóbada de aresta consiste


numa abóbada (construção
que faz de cobertura côncava
voltada para dentro) formada
pela intersecção de duas
abóbadas de berço com a
mesma flecha.
A pintura não se destacou tanto
quanto a arquitetura nesse período.
Os principais trabalhos são a
pintura mural, as iluminuras e as
tapeçarias. A pintura parietal, ou
seja, executada nas paredes, era
dependente da arquitetura, como
pode-se deduzir, tendo aquela
somente função didática. Em um
período em que a grande maioria
da população era analfabeta a
pintura era uma forma de
transmitir os ensinamentos do
Cristianismo.

Iluminura de São Paulo


A estilização e o
alongamento de figuras
são típicos da pintura
romanesca. Os
afrescos, de colorido
sóbrio e escuros,
também costumam
aparecer com
freqüência. Não é,
entretanto, regra geral.
O Imperador Carlos
Magno
As características essenciais da
pintura românica foram o colorismo
e a deformação. A deformação
traduz os sentimentos religiosos e a
interpretação mística que os artistas
faziam da realidade. O colorismo
realizou-se no emprego de cores
chapadas, sem preocupação com
meios-tons ou jogos de luz e sombra,
pois não havia a menor intenção de
imitar a natureza.
Pintura de São Justo
Frontal de Urgell
Também o desenvolvimento da ourivesaria foi importante
nesse período. A exemplo da pintura e da escultura, essa
arte teve um caráter religioso, tendo por isso se voltado para
a fabricação de objetos com relicários, cruzes, estatuetas,
Bíblias e para a decoração de altares. O desenvolvimento da
ourivesaria está associado diretamente às relíquias, uma vez
que as Igrejas eram objetos de maior peregrinação, atraindo
não só fiéis, mas ofertas.

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