Como disse anteriormente, o sistema de comunicao se relaciona ao mito em
seu aspecto pedaggico (e em certa medida tambm ao sociolgico) e o mito de Exu, entre outras coisas est diretamente relacionado ao sistema de comunicao dos yorubs. Como podemos observar a partir de determinados versos dos Orikis de Exu ele est diretamente ligado a este sistema de comunicao, na medida em que no imaginrio tanto dos yorubs na frica, quanto nos pases da dispora ele associado ao Caminho e sendo o prprio Senhor do Caminho. Podemos citar como versos que exemplificam isso: Exu est de p na entrada, 32 Ele est de p na entrada atrs da dobradia da porta Ele cultiva o campo no lugar onde o velho pode ir No raro, nas entradas das casas yorubs, Exu simbolizado de alguma forma, seja por um monte de terra e um falo (que o relaciona com a sexualidade e os sentidos ligados a esta que nos fazem comunicar com o mundo sensorial), seja por um tridente nos assentamentos nas entradas das casas de umbanda e candombl na dispora. Em outra dimenso de seu aspecto de comunicador, Exu tido como o senhor do mercado. Aqui o mito pende mais para sua funo sociolgica dentro do conjunto de funes que formam a grande funo civilizadora do mito. Antes de nos aprofundarmos na relao do mito de Exu com o mercado importante ressaltar que o aparecimento deste Mercado nas terras prximas ao Golfo do Benim remonta a pocas anteriores aos primeiros contatos com os europeus como nos explicam Verger e Bastide no artigo que tratam da contribuio ao estudo dos mercados Nags no Baixo Benim. A chegada dos europeus fez com que os tradicionais bzios fossem substitudos por dinheiro. Neste artigo Verger nos cita um relato sobre a viagem do Chevalier de Marchais ao reino de Uid atravs do que escreveu o padre Labat que por sua vez tenta nos descrever este Mercado: