Você está na página 1de 27
Equacao da Onda Unidimensional Modelo Matematico da Corda Vibrante Vibragoes Livres estudaremos o problema de descrever o movimento de uma corda sujeita a pequenas vibracoes transversais, 0 modelo fisico ¢ o seguinte: 1. As vibragdes ocorrem em um plano, Denotaremos as coordenadas deste plano por (2,1), de modo que u(x,t) denota a posicdo do ponto x da corda no instante de tempo t. 2, As vibragdes sio transversais, Ou seja, as particulas constituintes da corda deslocam-se apenas na direcao do eixo w. 3. A conda ¢ flerivel. Isso significa que a corda nao oferece resisténcia a ser dobrada (ou seja, resisténcia aflexio, dai o nome), Como conseqiiéncia, a forea atuando em cada ponto da corda é sempre tangente a corda, chamada a tensao da corda. Como nao hi movimento da corda na direcao do eixo 2, iss0 significa que a resultante das componentes horizontais das tensbes atuando em cada pedaco da corda ¢ wula. Portanto, se T(x,,t) e T(2y,t) sdo as testes atwando nos pontos 2; ey ¢ 8(2;,t)¢ 6, sio os angulos dests foreas com relacio & horizontal (0 eixo 2), no instante de tempo t, segue que Tia, t)cos6l2,f) =T(ry,t)eos6(2p,t) para todos 2,2). Portanto, a componente horizontal da tensdo é constante ao longo da corda, independente do ponto 2, embora ela possa depender do tempo t. Vamos denotar esta coustante positiva por r{): rt) :=Tlc,t}cos6lz,t). Para calcular a resultante vertical da tensto atuando no pedaco da corda compreendido entre 2; e 2, observamns primetro que forea vertical atuando em wn elemento infitesimal da corda compreendido entre os pontos 2 e 2+ Ar é dada por Tic An,t)senO(a+ da.) - T(t} sen6(z,t)=7( andl + Ax, t}—tanblat) Usando ofato de que tan6(2,t)& inelnacio de u(r} no instante de tempo tou ea, a derivada w (1) ta funda u com relacdo a 2, obtemos 4(t)fauble+ A, t} ~ tal, =r ug(e-+ Art) - (2, )]=1( lel de onde, pelo Teorema do Valor Méti, 2 ¢elgum pont ente 2 e:2 + At, Portanto a resultant vertical da tensio atuando no pedaco da corda compreenddo entre. ey € dada por 2 resultante vertical =7(t) | Upp(tyt) de. 1 {sso significa que em cada ponto 2 da corda, a forca devida & tensio atuando nele no instante de tempo t é dada por r{t)u,,(27,4), 0 produto da tensio horizontal naquele pouto pela curvatura da corda no ponto, Tntuitivamente isso faz sentido, pois a tensio atuando na corda é principalmente uma forca horizontal e qanto maior é a curvatura em wm ponto na corda, maior deve ser a tensio naquele ponto: imagine uma corda presa nas suas extremidades; ao tentarmos flexioné-la, ela oferece resistencia exatamente por estar presa (2s extremidades presas “puxam’ a corda em suas direcdes), e quanto mais puxarmos a corda em wn determinado ponto, o que signifiea que estamos cada vez aumentando mais a curvatura da corda naquele onto, maior é a tenséio na corda, isto é, a sua resistencia a ser assim flexionada, -Alémn das forgas de tenséo(forcas internas & conda), a corda pode também estar sujeitas a forcas externas, tais como a forea da gravidade e a resistencia ao movimento da corda imposta pelo meio onde ela esta situada (foreas de atrito ou fricedo), mas estamos assumindo que a contrbuicio desta forcas é negligtvel (por exemplo, a corda é feita de um material muito leve e o mio nao oferece resistencia signifcativa), ou sea, estamos assumindo que as vibracoes sao livres, Por outro lado, s¢ u,(1,t) &a aceleracio em um ponto 2 da corda no instante de tempo t (representada apenas pelo seu componente vertical, ja que 0 seu componente horizontal é nulo) e se a densidade linear da corda no pouto 2 é p(x), segue da segunda lei de Newton que em cada elemento infinitesimal da corda a forea atuando nele€ dim ui( t,t) = plz}dry(x,t), de modo que Y resultante vertical = / p(z)uy(2,t) de. 2 usando ofato de que 2; € 2» sio arbitrérios, e denotando c? = ¢'(z,t) =r(t)/o(2), Igualando obtemos a equagao da onda: — p2 Uy = CUgg- Fisicamente, ela significa que a aceleracao em cada ponto da corda ¢ proporcional & curvatura da corda aquele ponto. Pontos com concavidade para cima (isto é, ty, > 0) tendem a mover para cima (uy > 0), enquanto que poutos com coucavidade para baixo (tn, < 0} teudem a se mover para baixo (uy <0); ¢ claro que deve-se levar em conta também a velocidade e a direcio em que a corda esté-se movendo no momento, Quando a corda ¢ homogenea (p(x) = constante) e as vibracdes sio pequenas, de modo que Olt) ~ 0 ¢ conseqgientemente cos6(,t) ~ 1, e a forca de tensio no varia com o tempo (por exemplo, uma corda com as extremidades fixadas), temos que o parimetro ¢ ¢ uma constante, Condigoes Iniciais e de Fronteira A equacio da onda é uma equacio de segunda ordem em ambas as varidveis x e t. Conseqiientemente, para que o problema seja bem posto (isto é, teuba una nica soluedo), é necessrio dar duas eondicdes inicais: a posieao inicial da corda e a sua velocidade inicial, bem como as condicoes de fronteira nas extremidades da corda, No caso da corda, é Gbvio que as condicées iniciais devem ser ftnnedes continnas, Por exemplo, o modelo matenético para una corda homogénea de comprimento L, sujeita a vibragoes de pequena amplitude e com as extremidades fixadas, ¢o problema de Dirichlet ty = Cae vlt, ul,t}/=u(Li)=0 et>0, u(t,0} = fle) el0, up(0.t)=ue(L.t)=0 set >0, u(z,0) = f(z) sed0, u(0t)=a(t) set 20, u(Lt)=bt) set 20, u(z,0)=f(z) se 00, u(0,t)=u(L,t)=0 set >0, u(x,0) = f(z) seO associada ao autovalor -o =); = Po On Agora o problema G"(t) —oG(t) =0 é G"(t)+ a G(t) =0, en solugo gra 8 (= og os + en SM, Portanto, as soluedes fundamentais da equacio da onda que satisiazem as condicdes de fronteiza sio as fanedes mnt ent tiy(2,t) = sen I F (oot I +b,sen *) O candidato a solucao ¢ a série infinita 20 t t u(z,t) = Ysa (nos 3 +b, sen om . n=1 Os sous cocficientes a,,5,, sio determinados através das condicies iniciais. Como u(,0) = f(c'), temos f(c\= Son a n=l ou seja, Cp Sdo os coeficientes da série de Fourier em senos de f: L a = il H(e)sen™ ae. Derivando termo a termo a série acima em relacao a t, encontramos t t u;(z,t) = Lt ) Oat FE (onsen +5, os), Como u;(2,0) = g(x), segue que ont, . ina . e zn sao portanto os coeficientes da série de Fourier em senos de g: 2 ye bn = =| g(x) sen = da. ent Exemplo Resolva o problema it = Ure sed0, w(0,t)=u(m,t)=0 set 30, u(z,0) = sen a seQ0, u(2,0)= f(z) sere, u,(z,0)=g(r) ser ER, onde f,g:R — R sio funedes de classe C?, Este ¢ um problema de valor inieial apenas, também chamado de problema de Cauchy. Ele pode ser pensado como o modelo matemético para uma corda muito longa, de modo que as condicdes sobre as suas extremidades podem ser desprezadas. Este problema nao pode ser resolvido por séries de Fourier se as funcdes f e g nao forem periddicas, tet ued sieteste-a}ts- [lie i

Você também pode gostar