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“Toda a correspondtncia, quer offelal, quer relativa # aniincio e assinaturas do «Ditrio da ‘Astets strien. Repablican, deve ser ditigida & Ampronsa| 4 1 ssérie Nacional — U-E.E,, em Luanda, Caixa Postal | A2strie 1306 — End. Teleg: «lmprentany SUMARIO Assemblela Nacional Leta 2/00: "Aprova a Lei Geral do Trabelho. — Revoga toda legislagto na pate fem que, regulando maéri previsas de forma incompativel, nomeadamente: as alfneas g) ¢ m) do artigo 1.8 da Lei a 11/75, de 15 de Dezembro; a Lei n® 6/81, ‘de 24 de Agosto; 0 Decreto 1.* 88/81, de 7 de Novembro, sobre as fustncias 20 trabelho; 0 Decreto n'18/82, de 15 de Abril, sobre A maternidade; o Decteto n.* $882, de 9 de Julho, sobre Itabalno dos menores; 0 Decreto nt 61/82, de 3 de Agosto, sobre a ‘do trabalho ¢ organizagdo do tempo de trabalho; 0 Decreto 1 16/84, de 24 de Agosto, sobre o exabelecimento da relacto judi o-laboral; of Capitulos V, VI e Vit do Batatulo do Trabeibedor ‘Cooperante,. pela Lei n# 7/86, de 29 de Margo; o Decreto ‘executivo n* 30/87, de 25 de Julho, que aprovou o regulamento do fireito a feria: 0 Decreto n° 32/91, de 26 de Julho, sobre despe- dimento colectvo; #8 disposighes do Capftulo V, do Decreto 114 28192, de 26 de Junho. ———————— ‘ASSEMBLEIA NACIONAL Lei n! 2/00 (de 1h de Fevereiro ‘A Lei Getal do Trabalho de 1981, revestiu-se de carac- terfoticas que a fixeram num contexto hist6rico, sécio-eco- némico e politico que hoje se mostram desajustados, face 08 postulados juridico-constitucionais em vigor, sendo a cestacar: + -« papel interventor da organizagéo sindical em todos ‘0s dom{nios do desenvolvimento da relagao jusfdico-laboral; a adopgto de solugées juridico-laborais inadequadas 2 reslidade s6cio-laboral e econémica; 0 excessivo pendor de lei de bases definidora dos princfpios rectores do regime jurfdico-laboral, ‘mas inaplicévels na vivencia diéria das relagées juridico-laborais por auséncia de regulamen- tagio. Sexta-feira, 11 de Fevereiro de 2000 DIARIO DA REPUBLICA ORGAO OFICIAL DA REPUBLICA DE ANGOLA 1Série—N26 Prego deste ntimero — Kz: 18.00 ‘© prego de cada linha publicada noe Dison ‘Ano | au Replica 4 ¢ 2 sbrea € de Kz: 6.00 6 pare a Kz: 9996.00|3.* série Kz: 7.50, acrescido do respective Kz: 5 641.00 imposto do selo, dependendo « publicacto dx Ke: 3860.00 | 3st de dept previo a efector na Tesouraia zi 2375.00 | da tmprensa Nacional — U. EE. ‘Considerando que a presente lei visa superar as caracte- risticas negativas apontadas com o objectivo de se tornar imediatamente aplicdvel na generalidade dos casos; Considerando que a presente lei se aplica ao trabalho prestado no Ambito das empresas pdblicas, mistas, priva- das, cooperatives de organizagées sociais no integradas na Administragio Péblica; Nestes termos, a0 abrigo da alinea b) do artigo 88° da Lei Constitucional, a Assembleia Nacional aprova a seguinte: LEI GERAL DO TRABALHO CAPITULO I Princfpios Gerais ARTIGO 1 (mbito de aplieagto) 1. A Lei Geral do Trabalho aplica-se a todos os traba- Ihadores prestando servigos remunerados por conta dum ‘empregador, no Ambito da organizagfo sob a autoridade € direcgdo deste, 2.A Lai Geral do Trabalho aplica-se ainda: 4) nos aprendizes e estagiérios colocados sob a auto- ridade dum empregador; +b) 20 trabalho prestado no estrangeiro por nacionais ‘ou estrangeiros residentes contratados no Pats a0 servigo de empregadotes nacionais, sem prejuizo das disposigdes mais favordveis para 0 trabalhador ¢ das disposigées de ordem péblica aplicéveis no local do trabalho, 3: A presente lei aplica-se supletivamente aos trabalha- ores estrangeiros no residentes. ARTIGO 2° CExelusbes do Ambito de aplicagdo) Ficam exclufdos do Ambito de aplicagio desta lei: 4) 08 funcionérios pablicos ou trabalhadores exer- cendo a sua actividade profissional na Adminis ‘ragdo Pablica Central ou local, num instituto Piblico ou qualquer outro organismo do Estado; +) todos os trabathadores com vinculo permanente 0 servigo das representagdes diplométicas ou consulares doutros pafses ou de organizagdes internacionais; ©) 08 associados das cooperativas ou organizactes do governamentais, sendo respectivo trabalho regulado pelas disposigdes estatutérias, ou na ‘sua falta, pelas disposigdes da lei comercial; ) 0 trabalho familiar; )0 trabatho ocasional; J) @ actividade das pessoas que intervém em opera- ‘bes comerciais, se pessoalmente obrigadas a responder pelo resultado das operagies, assu- mindo 0 respectivo risco; 8) 08 consultores ¢ membros do érgao de administra fo ou de direcgfio de empresas ou organiza- ‘gbes sociais, desde que apenas reslizem tarefas inerentes a tais cargos sem vinculo de subordi- nagfo titulado por contrato de trabalho. ARTIOO 3° (Direito a0 trabalho) 1. Todos os cidadios t8m direito ao trabalho livremente ‘escolhido, com igualdade de oportunidades e sem qualquer discriminago baseada na raga, cor, sexo, origem étnica, estado civil, condigto social, ideias religiosas ou politicas, filiagho sindical ou lingua, 2. 0 direito ao trabalho ¢ inseparével do dever de traba- thar, excepto para aqueles que sofram diminuigio de ccapacidade por razbes de idade, doenca ou invalidez. _ 3. Todos 08 cidadfos tém direito & livre escolha e exereicio de profissio, sem restrigées, salvo as excepgies previstas por lei. 4. As condigdes em que o trabalho & prestado deve respeitar as liberdades ¢ a dignidade do trabalhador, permi- tindo-Ihe satisfazer normalmente as suas necessidades ¢ da 5 sua familia, proteger a sua sate © gozar condigdes de vida decentes. DIARIO DA REPUBLICA ARTIGO 4# (Proibigho do trabalho obrigatério ou compulsive) 1. 0 trabalho obrigatério ou compulsive 6 proibido. 2. Nao 6 trabalho obrigatério ou compulsivo: 4@) 0 trabalho ou servico prestado em virtude das leis militares ou de servigo civico de interesse geral;, +) 0 trabalho prisional em instituigbes penitencirias; €) 08 pequenos trabalhos comunais ou de aldeia, ‘considerados obrigagoes civicas normals, decl- didos livremente pela comunidade ou desde que 05 seus membros ou representantes directos tenham sido consultados sobre as necessidades dos mesmos trabalhos; 4) 0 trabalho ou servigo exigido em casos de forga maior, desig lente guerra, inundagdes, fome, epidemias, invasfio de animais, insectos { ou parasitas prejudiciais ¢ de modo geral todas as circunstncias que ponham em perigo ou apresentem 0 tisco de por em perigo as condi- ges normais de vida do conjunto ou duma parte da populacio. ARTIGO 52 (Obrigagbes do Estado relativas 40 direito no (rabalho) 1, Para garantir 0 diteito ao trabalho, compete a0 Estado, através de planos e programas de politica econé- mica ¢ social, assegurar a execugéo duma politica de fomento do emprego produtivo ¢ livremente escothido ¢ 2 criagdo de sistemas de assisténcia material aos que se encontrem na situagéo de desemprego involuntério € em situabes de-impossibilidade de, com o seu trabalho, anga- riarem meios para satisfagfio das suas necessidades © da sua familia, d 2. Na execugio da politica de fomento do emprego, 0 Estado desenvolve, nos ter mos de lei propria, activi- dade de: a) colocacso; ») estudos do mercado de emprego; ¢) promogio de emprego; d) informagio e orientagio profissional; €) formagéo profissional; ‘f) reabilitagdo profissional; £8) protecgio do mercado de emprego para o cidadéo nacional. ARTIGO 6: (Direitos conexos com o dfreito ao trabalho) 1, Além do direito ao trabalho ¢ ao livre exercfcio da profissio, constituem direitos fundamentais dos trabalhadores: 1 SERIE—N.* 6— DE 11 DE FEVEREIRO DE 2000 4@) a liberdade sindical e consequente direito & orga- nnizagho 20 exercicio da actividade sindical; b) 0 diteito de negociaglo colectiva; 6) 0 diteito a greve; 4) 0 diteito de reunido ¢ de participagio na activi- dade da empresa, 2. Os direitos previstos no némero anterior sto exercidos no quadro das disposic6es constitucionais ¢ das leis que especificamente os regulamentam. ARTIGO 7 Contes de regulamentagh do dlrelto a0 trabalho) 1. As condigées relativas & prestagio do trabalho séo reguladas por: 4) Lei Constitucional; 5) convengées interna mente ratificadas; 6} leis e seus regulamentos; 4) convengbes colectivas do trabalho; e) contrato de trabalho; J) usos € costumes locais, profissionais e de empresa. nais do trabalho regular- 2. A aplicagdo das fontes mencionadas no numero anterior segue © principio da hierarquia dos actos norma- tivos, mas, em caso de conflito entre as disposighes de virias fontes, prevalece a solugéo que, no seu conjunto € ‘em cOmputo geral no que respeita as disposigées quantifi- cAveis, se mostrar mais favorével a0 trabalhador, salvo se as disposigbes de nivel superior forem imperativas. 3. Os usos costumes s6 séo aplicdveis no caso de falta de normas legais ou convencionais ou por remissio destas. CAPITULO II Constituicio da Relacio Jurfdico-Laboral seccAo 1 Contrato de Trabalo ARTIGO 8 (Consttulsto) 1. A relagio jurfdico-taboral constitui-se com a celebra- glo do contrato de trabalho © torna mutuamente exigiveis 05 direitos ¢ os deveres do trabathador ¢ do empregador ‘que sfo partes no contrato. 2. Excepcionalmente, nos casos previstos nesta lei, @ telagdo juridico-laboral constitui-se por nomeagao. ARTI 9¢ (Relaghes de cartcter especial) 1, Sfio relagbes jurfdico-laborais de cardcter especial as respeitantes as seguintes modalidades de trabalho: a) trabalho doniéstico; +) trabalho prisional em instituigdes penitencifrias; 95 ©) actividade desportiva profissional; 4) actividade artfstica em espectéculo pilblico; ) intervengdo em operagdes comerciais por conta duma ou mais empresas, sem assumpgio do tisco pelo resultado das operagées; ‘D) qualquer outro trabalho que por lei seja declarado como relagio jurfdico-laboral de cardcter especial. 2. A regulamentagdo das relagdes juridico-laborais de cardcter especial respeita os direitos fundamentais reconhe- cidos na Constituigéo ¢ nas leis e ainda os principios subjacentes & Lei Geral do Trabalho, ARTIGO 10 ‘Gujeltes) Sto sujeitos do contrato do trabalho e da relagio juri- ico-laboral o trabalhador e o empregador. ARTIGO 114 (Capacidades) 1. B valida a relaco juridico-laboral estabelecida com menores de 14 & 18 anos desde que autorizados pelo repre- sentante legal ou na sua falta pelo Centro de Emprego ou instituiggo idénea. 2.0 contrato de trabalho celebrado sem a autorizagio prevista no ndmero anterior € anulével a pedido do menor ‘ou do seu representante. ARTIGO 12° (Objecto do comtrato de trabalho) 1. O contrato de trabatho confere ao trabalhador 0 direito a ocupar um posto de trabalho, em conformidade com a lei e as convengées colectivas de trabalho e que deve ser, dentro do género de trabalho para que foi contratado, 0 mais adequado as suas aptidées e preparagio profissional. 2.0 contrato de trabalho obriga 0 trabalhador a cumprir as fungBes ¢ tarefas inerentes ao posto de trabalho em que foi colocado e a observar a disciplina laboral ¢ os demais deveres decorrentes da relag&o juridico-laboral. 3. O contrato de trabalho obriga 0 empregador a atribuir a0 trabalhador uma categoria ocupacional ¢ uma classifica- fo profissional adequadas as fungbes e tarefas inerentes a0 posto de trabalho, @ assegurar-Ihe ocupagio efectiva, a pagar-Ihe um salério segundo 0 seu trabalho € as dispo- sigGes legais e convencionais aplicdveis e a criar as cor gOes necessérias para a obtengio de maior produti € para a promogfo humana e social do trabalhador. 96. 4, A actividade a que 0 trabalhador se obriga pelo contrato de trabalho pode ser predominantemente intelec- tual ou manual. 5. Sem prejutzo da autonomia técnica inerente as actividades normalmente exercidas como profissio liberal, pode 0 respectivo exercicio, ndo havendo disposigio legal em contrério, ser objecto de contrato de trabalho. 6. Quando a actividade do trabalhador implicar a pratica de negécios juridicos em nome do empregador, 0 contrato de trabalho envolve a concesso dos necessérios poderes de representacio, salvo nos casos em que a lei ‘exija procuragio com poderes especiais. ‘ARTIGO 132° (Forma do contrato de trabalho) 1. Acelebragio do contrato de trabalho no esté sujeita forma escrita, salvo nos casos em que a lei expressamente determinar 0 contrério. 2. A prova da existéncia do contrato de trabalho ¢ suas condigdes pode ser feita por todos os meios admitidos por lei, presumindo-se a sua existéncia entre o que presta servigo por conta de outrem e 0 que 0 recebe. 3. O trabalhador tem sempre o direito de exigit redugio do contrato a escrito, devendo este conter, pelo menos, as seguintes mengdes: 12) nome completo e residéncia habitual dos contra- tantes; +b) classificagio profissional e categoria ocupacional do trabainador; ©) local de trabalho; 4) duragio semanal do trabalho normal; ) montante, forma e perfodo de pagamento do saldrio, e meng&o das prestag6es salariais acessérias ou complementares ¢ das atribufdas ‘em géneros, com indicagho dos respectivos valores ou bases de célculo; J) data de infcio da prestagéo do trabalho; 8) lugar e data da celebragio do contrato; A) assinatura dos dois contratantes, 4. Nos casos em que por lei seja exigida a reducéo do contrato de trabalho a escrito, pode o Ministro que tiver a seu cargo a administragéo do trabalho ou a entidade em quem este delegar, aprovar os respectivos modelos. 5. O contrato do trabalho com trabalhadores estran- geiros ¢ obrigatoriamente Feduzido & escrito, 6.A falta de redugio do contrato a escrito, presume-se da responsabilidade do empregador. DIARIO DA REPUBLICA 7. Em todos os casos de celebragéo de contrato de trabalho cuja duragio presumida seja superior a tr8s meses, independentemente da forma adoptada, deve o empregador, até ao momento da celebragio ou durante 0 perfodo experi- mental, exigir do trabalhador documento médico atestando que possui os requisitos fisicos e de satide adequados a0 trabalho ou submeté-lo a exame médico para os mesmos efeitos. ARTIGO 149 (Durasto do conteate de trabalho) 1. O contrato de trabalho € celebrado em regra por tempo indeterminado integrando o trabathador no quadro o pessoal permanente da empresa. 2. O contrato de trabalho pode ser celebrado por tempo determinado para execugio duma obra ou servico determi- nado € € obrigatoriamente reduzido a escrito, incluindo, para além das mengdes a que se refere 0 n.° 3 do arti- {go 138, a indicagfo precisa do seu termo ou das condigoes a que este fica sujeito, bem como das razées determinantes da contratagdo por tempo determinado. 3. Na falta de forma escrita ou das mengSes exigidas no ntimero anterior, 0 contrato considera-se celebrado por tempo indeterminado, salvo nas situagdes a que se refere ‘on? 3 do artigo seguinte. 4, Salvo disposigo expressa em contrétio, aos trabalha- dores contratados por tempo determinado aplicam-se todas as disposigées legais ou convencionais relativas & prestagio de trabalho por tempo indeterminado, 5. So proibidos os contratos celebrados por toda a vida do trabathador. ARTIGO 158 (Contrato de tubatho por tempo determinado) 1. 0 contrato de trabalho por tempo determinado s6 pode ser celebrado nas seguintes situagées: a) substituicio de trabalhador temporariamente. ausente; 5) acréscimo temporétio ou excepcional da activi- dade normal da empresa, resultante de acrés- cimo de tarefas, excesso de encomendas, razies de mercado ou raz6es sazonais; ©) realizagio de tarefas ocasionais ¢ pontuais que no entram no quadro da actividade corrente da empresa; 4) trabalho sazonal; €) quando a actividade a desenvolver, por ser tempo- rariamente limitads, nfo aconselha o alarga- mento do quadro do pessoal permanente da empresa; ‘f) execugio de trabalhos urgentes necessérios para evitar acidentes, para reparar deficiénetas de material ou para organizar medidas de salva- 1 SERIE—N.* 6— DE 11 DE FEVEREIRO DE 2000 guarda das instalagdes ou dos equipamentos € outros bens da empresa de forma a impedir ris- cos para esta € para os seus trabalhadores; 8) langamento de actividades novas de duragéo incerta, infeio de laboragao, reestruturagio ou ampliagio das actividades duma empresa ou centro de trabalho; 1h) emprego de dimifiufdos fisicos, idosos, candidatos a primeiro emprego e desempregados hé mais de um ano ou elementos doutros grupos sociais abrangidos por medidas legais de insergo ou reinsergio na vida activa; 4) execugio de tarefas bem determinadas, periddicas na actividade da empresa, mas de cardcter des- continuo; J) execugio, direcglo ¢ fiscalizagio de trabalhos de ‘construgfo civil ¢ obras poblicas, montagens € reparagdes industriais e outros trabalhos de idéntica natureza e temporalidade; aprendizagem e formagio profissional prética. 2. O contrato de trabalho por tempo determinado pode ser celebrado a termo certo, isto é, com fixagdo precisa da data da sua concluséo ou do perfodo por que & celebrado ou no caso das alineas a), ), d), €),f), i) € j) do nimero ante- rior, a termo incerto, isto 4, ficando o seu termo condicio- nado a desnecessidade da prestagio do trabalho por cessagdo dos motivos que justificaram a contratagio por tempo determinado, 3. Nio obstante o disposto no n.° 3 do artigo anterior, & dispensada a redugéo do contrato a escrito nas situagSes & que se referem as alfneas c), d), ),e f)don2 1. 4. E nuk em fraude a lei. estipulagdo de termo, certo ou incerto, feita ARTIGO 16" (Duracio do contrato por tempo determinado) 1, © contrato de trabalho por tempo determinado nio pode exceder: 4a) seis meses, nas situagbes a que se referem as alf- neas d)e f) do n.® 1 do artigo anterior; by 12 meses, nas situag6es referidas nas ulfneas b), e) € €) do mesmo artigo; 6) 36 meses, nas situagées referidas nas alineas a), 8), #),) €X) do mesmo artigo. 2. Nas situagdes a que se referem as alineas a), h) ej) do n# 1 do artigo anterior, pode a Inspecgao Geral do Trabalho autorizar 0 prolongamento da duragéo do contrato para além de 36 meses, mediante requerimento funda- mentado do empregador, acompanhado de declaragao de concordaincia do trabalhador, designadamente se: ” 4) 0 regresso do trabalhador temporariamente ausen- te nfo tiver lugar dentro daquele prazo; ) a duragio dos trabalhos de construgéo civil ¢ actividades equiparadas for ou se tornar supe- rior a trés anos; ©) as medidas legais de politica de emprego dos ‘grupos sociais a que se refere a alfnea hi) do artigo anterior estiverem ainda em aplicagio & data de termo dos 36 meses do contrato. 3. O requerimento a que se refere o nuimero anteri deve ser apresentado até 30 dias antes do termo do contrato. 4. 0 prolongamento da duragio do contrato, se refere on 2, no pode ser autorizado por m 24 meses. ARTIGO 17; (Renovasho do contrato a termo certo) 1. Sendo 0 contrato a termo certo celebrado por periodo inferior aos limites estabelecidos no n.° 1 do artigo anterior, podem ser realizadas renovagdes sucessivas até 40s limites acima referidos. 2. A renovagio do contrato por perfodo de duragéo igual ao iniciaimente estabelecido verifica-se sempre que, até duas semanas antes do seu termo, o empregador néo informe por escrito 0 trabalhador da ceducidade e este nto pretenda prevalecer-se dela. 3. A renovagdo do contrato por perfodo diferente do inicial, 86 pode ser feita por escrito, assinado pelas duas partes. ARTIGO 185 (Conversio do contrato) 1, A continuagéo do trabalhador ao servigo apés 0 decurso do prazo maximo aplicdvel nos termos das alf- reas a) € b) do n® 1 do artigo 16.%, no caso dos contratos a termo certo ou a sua permanéncia ao servigo decortidos 15 dias sobre a conclusio dos trabalhos ou o regresso do substituldo sem ao trabalhador ter sido dado aviso prévio, ‘no caso dos contratos a termo incerto, converte 0 contrato por tempo determinado em contrato por tempo indeter- minado. 2. O aviso prévio devido ao trabalhador contratado a termo incerto € de 15, 30 ou 60 dias seguidos, conforme a execugio do contrato tenha durado até um ano, de um a trés anos ou mais de trés anos. 3. A falta de cumprimento do aviso prévio no contrato fa termo incerto, no todo ou em parte, constitui o empre- gador na obrigag&o de pagar ao (rabalhador uma compen- sacdo calculada nos termos do artigo 257." 98. 4, Ocorrendo a conversfo a que se refere 0 n.° 1, a antiguidade do trabalhador conta-se a partir do inicio do contrato por tempo determinado. ARTICO 19° (Periodo de experiéneia) 1, No contrato de trabalho por tempo indeterminado 1hé um perfodo experimental correspondente a0s primeiros 60 dias de prestag&o do trabalho, podendo as partes, por acordo escrito, reduzislo ou suprimisio. 2. As partes podem aumentar a duragdo do perfodo experimental, por escrito, até quatro meses, no caso de trabalhadores altamente qualificados que efectuem trabalhos complexos e de diffcil avaliagtio e até seis meses no caso de trabalhadores que efectuem trabalhos de elevada complexidade técnica ou que tenham fungbes de gestio ¢ direcg&o, para cujo exercicio seja exigida formagéo académica de nivel superior, 3, No contrato de trabalho de duragio determinada s6 ‘6 perfodo experimental se for estabelecido por escrito, nfo excedendo a sua duragSo 15 dias ou 30 dias, conforme se trate de trabalhadores nfo qualificados ou de trabalhadores qualificados, 4. O perfodo de experiéncia destina-se & apreciagto da qualidade dos servigos do trebalhador ¢ do seu rendimento, por parte do empregador ¢ por parte do trabalhador, & apreciagio das condigbes de trabelho, de vida, de remune- ragho, de higiene e seguranga ¢ do ambiente social da empresa, 5. Durante 0 perfodo de experiéncia qualquer das partes pode fazer cessar 0 contrato de trabalho, sem obrigagto de pré-aviso, indemnizagfo ou apresentagfo de justificagdo. 6. Decortido 0 perfodo de experiéneia sem qualquer das partes fazer uso do disposto no nimero anterior, 0 contrato de trabalho consolida-se, contando-se a antigiidade desde o infoio da prestagio do trabalho. ‘ARTIOO 208 (Nulldade do contrato de trabatho e das cléusolnscontratuais) 1, Bnulo e de nenhum efeito 0 contrato celebrado numa das seguintes situagbes: a) ser 0 seu objecto ou fim contrério & lei, & ordem piblica ou ofensivo dos bons costumes; b) tratarse de actividade para cujo exercicio a lei exija a posse de titulo profissional ¢ 0 traba- Inador néo for detentor do mesmo t{tulo; DIARIO DA REPUBLICA ) estar 0 contrato legalmente sujeito @ visto ou autorizagio prévia ao inicio da prestagio do trabalho ¢ 0 mesmo nto tiver sido obtido, 2. Sio nules as cléusulas ou estipulagdes do contrato que: 4) contrariem normas legais imperatives; 4) contenham discriminagdes ao trabalhador em razbes da idade, emprego, carreira profissional, salétios, durago e demais condigSes de traba- Iho, por circunstancia de raga, cor, sexo, cidadania, origem étnica, estado civil, condigo social, ideins religiosas ou politicas, filiagao sindical, vineuto de parentesco com outros trabalhadores da empresa ¢ I{ngua. 3..No caso da nulidade do contrato resultar da situagao referida na alinea c) do n.* 1 deste artigo, o empregador fica constitufdo na obrigagdo de indemnizar o trabalhador nos termos estabelecidos no artigo 265." ARTIGO 21 (Efeltos da nulidade) 1. A nulidade de cléusulas do contrato nfo afecta a validade deste, salvo se a parte viciada néo poder ser suprida ¢ nfo for poss(vel sem ela realizar os fins que os contratantes se propuseram ao celebré-lo, 2. As clfusulas nulas sto substitutdas pelas disposigdes aplicdveis das fontes superiores referidas non. 1 do artigo 72 3. As cldusulas que estabelegam condigbes ou presta- bes remunerat6rias especiais como contrapartida de prestagbes estabelecidas na parte nula, mant&m-se supri- midas, no todo ou em parte, na sentenga que declare a nulidade, 4. O contrato nulo ou anulado produz efeitos como se fosse vélido enquanto se mantiver em execugéo. 5. A nulidade pode ser declarada pelo tribunal a todo tempo, oficiosamente ou a pedido das partes ou da Inspecgto Geral do Trabalho. 6. A anulabilidade pode ser invocada pela parte em favor de quem a lei a estabelece, dentro do prazo de seis meses contados da celebragio do contrato. 7. Cessando # causa da invalidade durante a execugio do contrato, este fica convalidado desde 0 infcio. Mas se 0 contrato for nulo, a convalidagéo 86 produz efeitos desde & cessagdo da causa da nulidade. LSERIE—N.* 6—-DE 11 DE FEVEREIRO DE 2000 SECCAO II ‘Modalidades Especials de Contrato de Trabalho ARTIGO 228 (Contratos de trabalho especials) 1, So contratos de trabalho especiais: 4) 0 contrato de grupo; 5) ocontrato de empreitada ou tarefa; ©) © contrato de aprendizagem ¢ 0 contrato de esté- gio; 4) 0 contrato de trabalho a bordo de embarcagdes de ‘cométcio e de pesce; €)0 contrato de trabalho a bordo de aeronaves; ‘fo contrato de trabalho no domictlio; 18) 0 contrato de trabatho de trabalhadores civis em ‘estabelecimentos fabris militares; 1h) o contrato de trabalho rural i) 0 contrato de trabalho de estrangeiros néo resi- dentes; fo contrato de trabalho temporério; Boutros contratos como tal declarados por lei. 2. Aos contratos de trabalho especiais aplicam-se as disposighes comuns desta lei, com as excepgbes especi lidades estabelecidas nos artigos seguintes e em legislago specifica. ARTIOO 23 (Contrato de grupo) 1, Se um empregador celebrar um contrato com um ‘grupo de trabalhadores, considerado na sua totalidade, no assume a qualidade de empregador em relagdo a cada um dos seus membros, mas apenas em relagBo ao chefe do grupo. 2. O chefe do grupo assume a representagho dos membros deste nas relagbes com a empresa, respondendo pelas obrigagdes inerentes 2 mencionada representacho ¢ & qualidade de empregador em relagéo sos membros do srupo. 3. A empresa é solidariamente responsével pelo cumpri- mento dos deveres de contetido econémico que 0 chefe do ‘grupo tenha para com os membros deste. 4, Se 0 trabalhador, autorizado pot escrito ou conforme 05 usos € costumes, associat um auxiliar ou ajudante & realizagfo do seu trabalho, o empregador do primeiro sé-Lo- -& também do segundo. ARTIGO 248 (Conteato de tarets) 1, © empreiteiro ou o proprietério responde solidaria- mente com 0 tarefeito pelos valores de salérios ¢ indemni- zagbes de que os trabalhadores contratados por este sejam 99 credores, tendo esta responsablidade como limite os valores salariais ¢ de indemnizagéo que 0 empreiteiro ou proprie- tério pratica em relago aos seus trabalhadores de idéntica classificago profissional ou caso as nfo possua, 08 valores minimos obrigatérios. 2. Em igual situagto de solidariedade responde pelas dtvidas de contribuigbes que o tarefeiro contraia para com a Seguranca Social, ficando isento desta responsabilidade se, até ao infcio da tarefa, tiver obtido da Seguranca Social certiddo de que o tarefeiro estd inscrito como contribuinte © Iiio € devedor ou se, requerida a certidio, com a antece- déncia minima de 15 dias, esta Ihe no for passada até 20 inicio da tarefa, 3. A responsabilidade do empreiteiro ou proprietério, pela dfvida do tarefeiro aos trabaihadores tem como limite © valor dos créditos que pelos trabalhadores sejam recla- mados até 20 quinto dia posterior ao da conclusto dos trabalhos, depois de corrigidos nos termos do n. 2 deste artigo se, até sete dias antes dessa data, tiver feito afixar nos locais onde os trabalhos sio executados ou servigos fomeeidos, «aviso» convidando os trabalhadores @ apresen- tarem os respectivos créditos e advertindo-os de que a sua responsabilidade ndo abrange os créditos nao reclamados. 4. 0 proprietério néo fice solidariamente responsével pelos ctéditos dos trabalhadores em relagfo ao tarefeiro, quando a actividade contratada respeite exclusivamente & construgfo ou reparagio que um chefe de famflia mande executar para ou na residéncia da familia ou quando 0 proprietério da obra, estabelecimento ou inddstria no ‘exerga actividade idéntica ou semelhante & do tarefeiro. ARTIGO 258 (Contrato de aprendlzagem e contrato de estégio) 1, Os contratos de aprendizagem e de estdgio devem ser celebrados por escrito, com sujeigho as regras estabelecidas nos artigos 33.° 8 37.2 ¢ devem ser submetidos a visto da Inspecgo Geral do Trabatho. 2. Aos contratos de aprendizagem ¢ de estégio apli- cam-se, em especial, as disposigdes da secgto III deste capltulo e as disposigdes gerais sobre trabalhos de menores, se 0 aprendiz ou estagidrio tiver menos de 18 anos. 3. O regime dos contratos definidos neste artigo nio se aplica, salvo remissio express dos respectivos regimes jurfdicos, as situacdes de aprendizagem e de formacéo profissional promovidas pelos servicos oficiais compe- tentes nos termos do n.* 2 do artigo 5.2 ARTIGO 268 (Contrato de trabatho a bordo de embarcag6es) 1. © contrato de trabalho a bordo deve ser celebrado por escrito ¢ redigido em termos claros, por forma a néo deixar nenhuma divida aos contratantes sobre 0s seus 100 direitos e obrigagdes métuas e deve indicar se a contrataglo € conclufda por tempo indeterminado ou determinado ou por uma s6 viagem, 2. Se 0 contrato é celebrado por uma s6 viagem, deve indicar a duragto prevista da viagem e identificar, de forma Precisa, o porto onde a viagem termina ¢ © momento das operagées comerciais e maritimas a efectuar no porto de destino em que a viagem é considerada concluida. 3. E dispensada a redugdo a escrito do contrato de trabalho a bordo de embarcagéo de pesca sempre que a duragéo da safda ao mar esteja prevista para até 21 di 4, O contrato de trabalho a bordo deve indicat o servigo € fungbes para que o marinheiro ou pescador é contratado, © montante do salério © remuneragbes acessGrias ou as bases de céleulo do salério a0 rendimento, mesmo que seja fixado por c&lculo do salério ao rendimento ou que seja fixado por participagéo no resultado da viagem e € visado pelo capitéo do porto competente que pode recusar 0 visto quando o contrato contenha cléusulas contrérias & ordem piblica ou a lei. 5. 0 lugar ¢ a data do embarque do marinheiro devem ser anotadas no rol da equipagem. 6. As condig6es especiais de contrataglo para trabalho a bordo sio estabelecidas por decreto executivo do Ministro que tiver a seu cargo a Administrago do Trabalho e do Ministro dos Transportes ou do Minisiro das Pescas, conforme o caso, com respeito pelas convengbes interna- cionais de trabalho ratificadas ¢ pelo Regulamento de Inscrigho Maritima e devem tratar as seguintes matérias: 2) regulamentacdo do trabalho bordo incluindo a ‘organizagio do trabalho; +) obrigagbes do armador no que respeita designada- mente aos lugares © épocas da liquidagio ¢ do pagamento dos salérios ¢ remuneragSes acessé- tias € a forma de gozo dos descansos; ©) garantias € privilégios dos créditos dos mari- nheiros; ) condigdes de alimentacio e alojamento; ©) assisténcia e indemnizagSes devidas em caso de acidentes ou doengas ocorridas a bordo; condig6es eventuais de repatriamento nos casos ‘em que a viagem termine em porto estrangeiro ou em porto diferente do de partida, 7. As condig6es especiais de contratagto devem ser postas pelo armador & disposigéo dos marinheiros, devem ser explicadas pela autoridade maritima no momento da primeira inscrigdo do marinheiro no rol de equipagem ¢ devem estar afixadas nos locais de equipagem, DIARIO DA REPUBLICA ARTIGO 272 (Contrato de trabalho a bordo de aeronaves) © contrato de trabalho a bordo de aeronave da aviagto comercial & regulado pelas disposigées desta lei nos aspectos nfo sujeitos &s normas internacionais aviagéo civil e néo expressamente previstos em decreto executivo conjunto dos Ministros de tutela do trabalho, dos ‘Transportes e das Comunicacdes. ARTIGO 28° (Contrato de trabalho no domiefiioy 1, 0 contrato celebrado por escrito com aplicagéo do disposto no n.* 6 do artigo 13.° é visado pela Inspecgéo Geral do Trabalho que fica com um exemplar a fim de poder fiscalizar as necessérias regras de higiene © segu- Tanga no trabalho. 2. O salétio € fixado através de tarifa de rendimento que deve respeitar 0 disposto no n.° 5 do artigo 164! 3. B equiparado ao contrato de trabalho no domicflio aquele em que o trabalhador compra as matérias-primas ¢ fornece 08 produtos acabados ao vendedor daquelas, por certo prego, sempre que o trabalhador deva considerar-se na dependéncia econémica do comprador do produto acabado. 4, Todo o empregador que ocupe trabathadores no domicilio deve colocar & disposicio destes um documento de controlo da actividade laboral que realizem, com indi- cagto do nome do trabalhador, natureza do trabalho a realizar, quantidades de matérias-primas entregues, tarifas ‘scordadas para determinag&o do salério, recebimento dos artigos produzidos e datas de entrega ¢ de recebimento. ARTIGO 29° (Contrato de trabalho em estabelecimentos milltares) O contrato de trabalho celebrado por trabalhadores civis em estabelecimentos militares fica sujeito a esta lei, sem prejuizo do que estabelegam as leis militares ¢ 0 regime disciplinar aplicével nesses estabelecimentos. ARTIOO 30 ‘(Contrato de trabatno rural 1. O contrato de trabalho rural por tempo determinado nfo carece de ser reduzido a escrito, sendo as situagées em que é licita a sua celebragio reguladas segundo os usos da regio, salvo nos casos em que o trabathador seja deslocado, por ter a sua residéncia habitual em regido diversa daquela onde se situa o centro de trabalho, 2. A durago do trabalho rural nio pode exceder as 44 horas semanais, calculadas em termos médios em telagio & durag8o do contrato, se inferior & um ano ou em 1 SERIE —N# 6—DE 11 DE FEVEREIRO DE 2000 termos médios anuais, em caso contrério. Em fungéo das necessidades das culturas, actividades e condigées climaté- ricas, 0 perfodo de trabalho normal pode ser varldvel, desde que no exceda as 10 horas diérias ¢ as 54 horas semanais. 3. 0 horério de trabalho fica sujeito, com as necessérias adaptagbes, a0 disposto no n.* 2 do artigo 117.° 4. As férias anuais so gozadas em data a fixar por acordo, mas sempre dentro dos perfodos em que o horério de trabalho, dentro da variabilidade referida no n. 2 deste artigo, ndo exceda 44 horas semanais. 5. A pedido do trabalhador, 0 salério pode ser pago, até 20 limite de 50% do seu valor, em bens produzidos ‘ou géneros alimenticios de primeira necessidade, com aplicagao do disposto nos artigos 173.* 175.° 6. O tegime do contrato de trabalho rural pode ser alargado por decreto regulamentar aos trabalhadores idades, estreitamente ligadas & agricultusa, silvicultura ¢ pecusria, ou & pesca, desde que 0 exercicio de idades esteja dependente das condigées climsticas ou seja de natureza sazonal. ARTIGO 31° (Contrato de trabalho de estrangetrus nfo residentes) © contrato de trabalho dos estrangeiros nfo residentes é regulado por esta lei, nos aspectos nfo contemplados por lei especial ou em acordos bilaterais, ARTIGO 32° (Contrato de trabalho temporsrio) 1, E contrato de trabalho temporério o celebrado entre um empregador cuja actividade consiste na cedéncia tem- poraria da utilizagdo de trabathadores a terceiros, designado ‘empresa de trabalho temporério ¢ um trabalhador, pelo qual este se obriga, mediante retribuiglo paga pelo seu emprega- dor, a prestar temporariamente a sua actividade profissional um terceiro, designado por utilizador. 2. Aactividade de cedéncia tempordria de trabalhadores 86 pode ser exercida por quem detenha autorizagio prévia do Ministeo que tiver a seu cargo a administragio do traba- tho a conceder nos termos a regulamentar. SECGAO IK Contrato de Aprendizagem e Contrato de Estéglo Profisional ARTIC 334 ‘(Conteado) 1. O contrato de aprendizagem e 0 contrato de estégio, definidos no artigo 25.8, devem conter, em especial: a) nome, idade, morada e actividede do empregadot, ‘ou denominagto social, tratando-se de pessoa colectiva; 101 5) nome, idade, morada e habilitagbes escolares ou téenicas do aprendiz ou estagifrio eo nome ¢ morada do responsdvel pelo menor, tratando-se de aprendiz; c) a profisséo para que € feita aprendizagem ou estégio; 4) as condigbes de remuneragio € no caso dos apren- dizes, de alimentagfo ¢ alojamento, se ficar 8 viver com o empregador; ©) a data ¢ duragio do contrato ¢ 0 local onde a aprendizagem ou estégio € realizada; ‘) a autorizagdo do responsével pelo menor. 2. Cépias do contrato de aprendizagem ou do contrato de estdgio sho enviadas, nos cinco dias seguintes & cele- bragto, & Inspeccdo Geral do Trabalho e a0 Centro de Emprego. ARTIOO 348 (Reatrigées) 1. O empregador individual ¢ 0 artesfo s6 podem teceber aprendizes se tiverem mais de 25 anos de idade, 2. 0 empregador ou artesio solteiro, vitvo, divorciado ou sepatado nfo pode receber aprendizes menores do sexo ‘posto, com alojamento. ARTIGO 35 (Direltone deveres especiais) 1, Ao aprendiz © uo estagidriv nio deve ser exigides trabalhos e servigos estranhos & profissio pura que # apren- dizagem € ministrada, nem servigos que exijam grande esforgo fisico ou que de alguma forma sejam susceptiveis de prejudicar a sua sade e 0 seu desenvolvimento fisico ¢ ‘mental, 2, O empregador deve tratar o aprendiz ou estagi como chefe de familia e assegurar-lhe as melhores condi- (g0es de aprendizagem e, se for 0 caso, de alimentagto ¢ alojamento, 3. Se 0 aprendiz nfo tiver conclulda a escolaridade obrigatoria ou se se encontrar matriculado num curso técnico-profissional ou profissional, o empregador deve facultar-Ihe 0 tempo e facilidades necessirias para 1a frequéncia dos cursos respectivos. 4.0 empregacior deve ensinar de forma progressivi € completa a profissio que constiiui objecto de contrato eno final deste deve entreyar uma declaracéo certificando a conclusto da aprendiz.iyem wu estégio € mencionando se 0 aprendiz ou estagidrivs se encuntra apto para o exercicio da profissio. 102 5. O aprendiz ou 0 estagifrio deve ebediéncia e respeito a0 empregador e deve dedicar toda a sua capacidade & aprendizagem. 6. O empregador pode dispor ¢ cemerciallzar os argos produzidos pelo aprendiz ou estagidrie durante a aprendi- zagem, 7. Nas relagdes do empregader com o aprendiz ou estagifrio so aplicéveis, em tudo @ que nio seja incom- pativel com’os ndmeros anteriores, as disposigées dos artigos 434, 45.°€ 462 8. Copia de declarag&o a que se refere @ n.° 4 ¢ remetida 0 Centro de Emprego, dentro des cinco dias seguintes Asua entrega. ARTIGO 36 Beamaneragsen) 1. A remuneragio do aprendiz tem come limite mfnimo 30%, 50% ¢ 75% da remuneragao devida a trabalhador da respective profissio, respectivamente nes 1.%, 2° ¢ 32 anos de aprendizagem. 2. A remuneragéo minima de estagiérie é, nas mesmas situagdes, de 60%, 75% e 90%. ARTIGO 37! (Cessagho do contrats) 1, O contrato de aprendizagem eu de estégio pode cessar livremente por iniciativa de qualquer das partes, durante os primeiros seis meses da sua duragio ¢ livre- mente por iniciativa do estagiério ou aprendiz, depois de decorrido aquele prazo, 2. Decorridos os primeiros seis meses de estégio ou aprendizagem, o empregador s6 pode fazer cessar 0 contrato antes do seu termo em case de infraccde grave 0s deveres estabelecidos no n.° 5 de artigo 35° comuni- cando-o por escrito ao aprendiz eu estagisrio, & Inspec- ¢40 Geral do Trabalho ¢ ao Centro de Emprego, 3. No caso do aprendiz ou o estagisrie vir a ser admi- ido no quadro de pessoa! do empregador loge que conclufda a aprendizagem ou estégio, @ tempo da respec- tiva duragio conta-se para efeitos de antiguidade, CAPITULO III Contesdo da Relagho Juridice-Laboral SECCAO I Poderes, Dirltos« Deveres das Partes ARTIGO 38 (Podergs do empregador) 1, Sfo pode 's do empregador: DIARIO _DA REPUBLICA 4) dirigir a actividade da empresa ¢ organizar a utili- zagho dos factores de produgio incluindo os recursos humanos, por forma a realizar os objectives da empresa, aproveitar com efici- ‘éncia a capacidade produtiva instalada, asse- gurar 0 aumento progressivo da produgio e da produtividade, o desenvolvimento econémico da empresa ¢ desenvolvimento econémico e social do Pats; +») organizar o trabalho de acordo com o nivel de desenvolvimento aleangado, por forma a obter elevados niveis de efichcia e rendimento da capacidade produtiva da empresa e de aprovei- tamento das qualificagdes técnicas e profissio- nas e das aptid6es dos trabalhadores, tendo em conta as caracterfsticas do processo tecno- gi ©) definir e atribuir as tarefas aos trabalhadores, de acordo com a sua qualificagio, aptido e expe- rigncia profissional e com cumprimento das normas legais; d) elaborar regulamentos internos e outras instru- gdes € normas necessérias & organizagio e disciplina do trabalho; ) fazer variar as condig6es de trabalho ¢ as tarefas dos trabalhadores, por razdes técnicas, organi- zativas ou produtivas; 2) assegurar a disciplina no trabalho; £8) exercer o poder disciplinar sobre os trabalhadores. 2. Os poderes do empregador so exercidos directa- mente por ele, pela direcglo e pelo responsfivel dos varios sectores da empresa, dentro da delegac8o de competéncia a que aquele proceda. ARTIGO 398 (Organizasto do trabalho) © poder de organizagéo do trabalho inclui o direito de estabelecer o perfodo de funcionamento dos vérios sectores da empresa ¢ de estabelecer 0s hordrios de trabalho dos trabalhadores, para permitir 0 cumprimento dos objectivos da empresa ¢ satisfazer as necessidades tecnolégicas, dentro dos condicionalismos estabelecidos por lei, regulamento interno ¢ demais instrugbes obedecem is normas estabelecidas na Secgfo III deste capitulo. ARTIGO 41+ (Alteracto das condigdes de trabalho) 1, A alteragéo das condigdes de trabalho das tarefas dos trabalhadores respeite os seguintes princfpios: LSERIE—N* 6—DE 11 DE FEVEREIRO DE 2000 4a) incidéncia sobre a duragio do trabalho, horério do trabalho, sistema de remuneragho, tarefas dos trabalhadores e local de trabalho; b) sujeig8o aos limites ¢ regras estabelecidas nesta lei. 2. Aalteracdo de tarefas dos trabalhadores e do local de trabatho slo reguladas respectivamente pelos artigos 76° Bae 3. Da alteragdo de tarefas, local e de mais condigdes de trabalho, nao pode resultar uma alteraco permanente & substancial da situac8o juridico-laboral do trabalhador, salvo no sentido da sua evolugio profissional ou nos casos € condigdes expressamgnte regulados, ARTIGO 42° ‘Disciplina do trabalho) 1. No que respeita & di ‘empregador, em especial: iplina do trabalho pode o @) adoptar as medidas consideradas necessérias de vigilancia e controlo para verificar © cumpri- mento das obrigagdes © deveres laborais, assegurando na sua adopgio ¢ aplicagio a consideracéo devida & dignidade dos trabatha- dores ¢ tendo em atenglo a capacidade efectiva de trabalho dos diminufdos fisicos; 5) verificar, se o pretender, o estado de doenga e de acidente ou outros motivos apresentados para justifieagio das austneias do servigo. 2. A disciplina no trabalho respeita as disposigies da Secgao II deste capitulo. . ARTIGO 432 (Deveres do empregador) ‘Sto deveres do empregador: 4) tratar e respeitar 0 trabalhador como seu colabora- dor e contribuir para a elevagho do seu nivel material e cultural para a sua promogio humana e soci ©) contribuir para o aumento do nivel de produtivi~ dade, proporcionando boas condigdes de traba- tho e organizando-o de forma racional; ) pagar pontualmente ao trabalhador o salério justo € adequado so trabalho realizado, praticando regimes salariais que atendam & complexidade do posto de trabalho, ao nfvel da qualificacso, conhecimento ¢ capacidade do trabalhador, forma como se insere na organizagio do trabalho € aos resultados no trabalho desen- volvido: 103 4) favorecer boas relagdes de trabalho dentro da empresa, atender na medida do possivel aos interesses e preferéncias dos trabslhadores quando da organizagio do trabalho e contribuir para a criaglo e manutengio de condigoes de paz social; ©) recolher ¢ considerar as criticas, sugestbes ¢ pro- postas dos trabalhadores relativas & organizaglo do trabalho e manté-lo informado das decis6es tomadas em todos os assuntos que directamente thes respeitem ou de que possam resultar altera- gOes nas condigdes de prestagdo do trabalho; J) proporcionar aos trabelhadores meios de formagio € aperfeigoamento profissional, designada- mente elaborando planos de formagdo profis- sional e adoptando as medidas necessfrias & sua execugio; 8) tomar as medidas adequadas de higiene ¢ segu- tanga no trabalho, cumprir rigorosamente € velar pelo cumprimento das normas legais ¢ das directivas das entidades competentes sobre higiene e seguranga ¢ sobre medicina no traba- Iho e instruir constantemente os trabalhadores sobre 0 cumprimento das normas e regras de higiene e seguranca no trabalho; 1h) assegurar a consulta dos Grgfios de representagdo dos trabalhadores em todas as matérias em que 4 lei estabelece a obrigagio de serem informa- dos ¢ ouvidos ¢ facilitar, nos termos legais, os exerefcios de fungdes sindicais e de representa do dos trabalhadores; i) ndo celebrar nem aderir a acordos com outros empregadores no sentido de reciprocamente limitarem a admissio de trabalhadores que a eles tenham prestado servigo e nfo contratar, sob forma de responsabilidade civil, trabalha- dores ainda pertencentes a0 quadro de pessoal doutro empregador, quando dessa contratagio possa resultar concorréncia desleal; ‘A cumprir todas as demais obrigagbes legais relacio- nadas com a organizacio ¢ prestagio do trabalho. ARTIGO 448 (Formasto ¢ aperfelgoamento profisslonal) 1. A formagio profissional destina-se de forma sistem4- tica a dar aos trabalhadores formagio geral teGrica e prética com vista & obtengSo duma qualificagio, capacitagbo para o exerefcio das fungbes inerentes ao posto de trabalho ou aos de outros sectores de produclo e servigos e & elevagio do seu nfvel técnico profissional. 2. O aperfeigoamento profissional ou formagto profis- sional prética destina-se a permitir a adaptago permanente dos trabalhadores as mudancas das técnicas e das condighes de trabalho e a favorecer a qualificacdo profissional. 104 ARTIGO 45. (Diceltos do trabalhador) 1. Além dos direitos fundamentais previstos no artigo 6 ¢ outros estabelecidos nesta lei, nas convengbes colectivas de trabalho e no contrato individual de trabalho, 40 trabalhador s8o assegurados os seguintes direitos: 4) ser tratado com consideragio e com respeito pela ‘sua integridade e dignidade; +) ter ocupagio efectiva ¢ condig6es para o aumento da produtividade do trabalho; ©) serlhe garantida estabilidade do emprego e do trabalho e a exercer fungSes adequadas bs suas aptidbes e preparagio profissional dentro do ‘género do trabslho para que foi contratado; 4) gozar efectivamente os descansos disrios, sema- nais ¢ anuais garantidos por lei e ndo prestar trabalho extraordinério fora das condicdes em que @ lei torne legitima a exigencia da sua Prestagio; €) receber um salério justo ¢ adequado ao seu trabalho, a ser pago com regularidade e pontua- lidade, no podendo ser reduzido, salvo nos casos excepcionais previstos por lei; ‘) set abrangido na execugdo dos planos de formagéo profissional, para melhoria do desempenho acesso & promogio ¢ para evolugio na carreira profissional; 8) ter boas condigées de higiene e seguranga no trabalho, a integridade fisica © a ser protegido no caso de acidente de trabalho © doengas profissionsis; 1h) no realizar, durante 0 perfodo normal de traba- tho, reunides de indole partidétia no centro de trabalho; 1) exercer individualmente o direito de reclamagéo e recurso no que respeita as condigées de trabalho e & violagho dos seus direit J) ser abrangido © adquirir bens ou utilizar servigos fornecidos pelo empregador ov por pessoa por este indicada, ARTIGO 46 (Deveres do trabalbador) ‘Sto deveres do trabalhador: 12) prestar o trabalho com diligéncia e zelo na forma, tempo ¢ local estabelecido, aproveitendo plena- mente 0 tempo de trabalho e capacidade produtiva e contribuindo para a: melhoria da produtividac DIARIO_DA REPUBLICA b) cumprir ¢ executar as ordens € instrugbes dos responséveis, relativas & execugio, disciplina e seguranga no trabalho, salvo se contrério aos seus direitos garantidos por.lei; ©) comparecer ao trabalho com assiduidade ¢ pon- tualidade e avisar 0 empregador em caso de impossibilidade de comparéncia, justificando os motivos de auséncia, sempre que solicitado; 4) respeitar e tratar com respeito ¢ lealdade o empre- gador, os responsdveis, os companheiros do trabalho e as pessoas que estejam ou entrem em contacto com a empresa e prestar auxilio em caso de acidente ou perigo no local de trabalho; ¢) utilizar de forma adequada os instrumentos © materiais fornecidos pelo empregador para a realizagio do trabalho, incluindo os equips- mentos de protecgo individual e colectivi « Proteger os bens da empresa ¢ os resultados ul. produgao contra danos, destruigdes, perdas desvios; ‘f) cumprir rigorosamente as regras ¢ instrugdes Wl seguranga ¢ higiene no trabalho ¢ de prevengin de inc&ndios € contribuir para evitar riscos que possam pr em perigo @ sua seguranga, dos companheiros, de terceitos e do empregador, as instalagdes e materinis da empresa; 8) guardar sigilo profissional, nfo divulgando informagdes sobre a organizaglo, métodos € técnicas de produgdo, negécios do empregador € guardar lealdade, nfio negociando ou traba- Thando por conta prépria ou por conta ath em concorréncia com a empresa; +h) cumprir as demais obrigagSes impostas por lel ou convengio colectiva de trabalho, ou estabele- cidas pelo empregador dentro dos seus poderes de direcgto ¢ organizagéo. ARTIGO 474 (RestrigSer @ iberdade de trabalho) 1. £ Ieita a cléusula do contrato de trabalho pela qual se limite a actividade do trabalhador por um perfodo de tempo que nfo pode ser superior a trés anos a contar da cessagéo do trabalho nos casos em que ocorram em conjunto as seguintes condigbes: 4@) constar tal cléusula do contrato do trabalho escrito ‘ou de adicional ao mesmo; 5) tratar-se de actividade cujo exerefeio possa cuusar* Prejufzo efectivo ao empregador e ser caracte- tizado como concorréncia desleal; ¢) ser atribufdo do trabalhador um saldrio, durante o perfodo de limitagfo da actividade, cujo valor constard do contrato ou adicional, em cuja 1 SERIE— N.* 6—DE 11 DE FEVEREIRO DE 2000 fixagdo se atenderé ao facto do empregador ter realizado despesas significativas com a forma- ao profissional do trabalhador. 2. A limitagio da actividade a que se refere 0 némero anterior s6 € vélida dentro dum raio de 100km contados do local onde se encontra o centro de trabalho em que © trabalhador exercia a sua actividade. 3. E também licita, desde que reduzida & escrito, 2 cléusula pela qual um trabathador beneficiando de forma- Gio ou aperfeigoamento profissional de elevado nivel, com 08 custos suportados pelo empregador, se obriga a perma- necer ao servigo do mesmo empregador durante um certo periodo a contar do termo da formagio ou aperfeigoa- mento, desde que este periodo nao ultrapasse os ures anos. 4. No caso do niimero anterior, 0 trabalhador pode desobrigar-se da permanéncia ao servigo, restituindo ao ‘empregador 0 valor das despesas feitas, em proporgio do tempo que ainda falta para o termo do periodo acordado. 5. O empregador que admita um trabalhador dentro do perfodo de limitagio da actividade ou de permanéncia na empresa, € solidariamente responsdvel pelos prejuizos causados por aquele ou pela importdncia por ele no restitufda. SECCAO II Disciplina Laboral ARTIGO 48" (Poder dlseiplinar) 1, © empregador tem poder disciplinar sobre os traba- thadores ao seu servigo € exerce-o em relagdo as infrac- g6es disciplinares por estes cometi 2. O poder disciplinar ¢ exercido directamente pelo ‘empregador ou pelos responséveis da empresa, mediante delegagio de competéncia expressa. ARTIGO 49° (Medidas diseiplinares) 1, Pelas infracgbes disciplinares praticadas pelos trabalhadores, pode o empregador aplicar as seguintes medidas disciplinares: a) admoestagéo simples; b) admoestacéo registada; 6) despromogio temporiria de categoria, com dimi- niuigio do salério; @) transferéncia temporéria do centro de trabalho, com despromogio € diminuigao do salério; e) despedimento imediato, 105 2. A despromogio tempordria de categoria com dimi- ‘nuigdo do salério pode ser fixada entre 15 dias e trés meses. 3. A transferencia temporéria de centro de trabalho com baixa de categoria e diminuigéo do saldrio pode, conforme a gravidade da infracgfo, ser graduada entre um e trés meses ou entre trés € seis meses. 4. Nao sendo possivel na empresa ou centro de trabalho e em virtude da organizagéo do trabalho a aplica- ‘go da medida da alinea ¢) don 1, pode 0 empregador substitui-la pela medida de redugio de 20% no salétio, pelo tempo da duracio fixada para a medida, nfo sendo, no entanto, possivel 0 processamento de salério inferior a0 minimo legal em vigor para a respectiva categoria profis- sional. 5. Nao sendo possivel a transferéncia de centro de trabalho, a medida da linea d) do n 1 6 substituida por despromogéo com diminuicéo de salério, no mesmo centro de trabalho, com elevagao dos limites ao dobro dos previstos no n.°3. 6. Se simultaneamente com a inexisténcia doutro posto de trabalho para onde o trabalhador possa ser dis plinarmente transferido ocorrer a situacéo prevista non." 4 deste artigo, a medida disciplinar, com os limites estabe- lecidos no némero anterior, pode ser substitufda por redugéo de 20% no saldrio durante 0 perfodo em que seja fixada, com respeito pela garantia consagrada na parte final do mesmo n." 4, 7. Os valores do salfrio nfo pagos ao trabalhador em virtude da redugdo a que se referem os n." 4 ¢ 6 deste artigo sio depositados pelo empregador na conta da Seguranga Social, com a mengio «Medidas Discipli- nares» € © nome do trabalhador, devendo incidir também sobre esses valores as contribuigdes do trabalhador ¢ do empregador para a Seguranga Social. ARTIGO 502 (Procedimento disciplit d 1. A aplicagdo de qualquer medida disciplinar, salvo a admoestagio simples ¢ a admoestagao registada, € nula se nfo for precedida de audiéncia prévia do trabalhador, segundo 0 procedimento estabelecido nos nimeros € arti- os seguintes, 2. Quando o empregador considere dever aplicar uma medida disciplinar, deve convocar o trabalhador para uma entrevista, incluindo na convocatéria: . a) a descrigo detalhada dos factos ‘de que o traba- Ihador € acusado; b) 0 dia, hora e local da entrevista, que deve ter lugar antes de decorridos 10 dias dteis sobre a data de entrega da carta; 106 ©) informagio de que o trabalhador pode fazer-se acompanhar, na entrevista, por uma pessoa da sua confianga, pertencente ou nao ao quadro do pessoal da empresa ov ao sindicato em que esteja filiado. 3. A convocatria pode ser entregue ao trabalhador contra recibo na cépia, na presenga de duas testemunhas ou ‘com envio por correio registado. ARTIGO 51° (Entrevista) 1. No decorrer da entrevista, em que 0 empregador se pode fazer assistir por uma pessoa pertencente & empresa ou a organizagéo patronal em que se encontre inscrito, 0 empregador ou seu representante expde as razdes da medida disciplinar que pretende aplicar e ouve as expli- cagées € justificagdes apresentadas pelo trabalhador, bem como os argumentos apresentados pela pessoa que 0 assiste. 2. Aentrevista deve ser reduzida & escrito, 3, Se o trabathador faltar & entrevista mas a pessoa por ele escolhida comparecer, em fungéo da justificagao por este apreventada, pode a entrevista ser adiada para dentro de cinco dias Gteis, ficando o trabalhador notificado na pessoa do seu representante, 4, Se néo comparecer nem o trabalhador nem o seu representante € aquele nio justificar a auséncia dentro dos trés dias dteis seguintes, pode o empregador, findo este prazo, decidir de imediato a medida disciplinar a aplicar. ARTIGO 52° (Aplicagho da medida disciptinar) 1. A medida disciplinar no pode ser validamente decidida antes de decorridos trés dias dteis ou depois de decorridos 30 dias sobre a data em que a entrevista se realize. 2. A medida aplicada € comunicada por escrito a0 trabalhador nos cinco dias seguintes & deciséo por qualquer dos meios referidos no n.* 3 do artigo 50.%, devendo a comunicago mencionar os factos imputados ao trabalhador e consequéncias desses factos, o resultado da entrevista ¢ a decisfo final de punigéo. 3, Sendo o trabalhador representante sindical ou membro do Orgio de representagdo dos trabalhadores, € enviada, no mesmo prazo, cépia da comunicagio feita 120 trabalhador, a0 sindicato ou ao Srgo de representagio. DIARIO DA REPUBLICA ARTIGO $3. (Graduagio da medida diseiptinar) 1. Na determinagao da medida disciplinar devem ser cconsideradas € ponderadas todas as circunstAncias em que a infracgio foi cometida, atendendo-se a sua gravidade consequéncias, a0 grau de culpa do trabalhador, aos seus antecedentes disciplinares ¢ a todas as circunstancias que agravem ou atenuem a sua responsabilidade. 2. Nao pode ser aplicada mais de uma medida di nar por uma mesma infracgéo ou pelo conjunto de infrac- .gbes cometidas até A deciséo. 3. A medida disciplinar de despedimento s6 pode ser aplicada nos termos & com os fundamentos previstos nos artigos 225.%e seguintes. ARTIGO 548 (Ponderasto prévia b medida disciplinary prazo referido no n# 1 do artigo $2.8 da presente lei destina-se a uma reflexio do empregador ou seu represen lante sobre 0s factos que considera constituirem infracgéo ‘disciplinar e sobre a defesa do trabalhador arguido, apre- sentada nos termos do n2 1 do artigo $1., para enquadrar cortectamente os factos, a defesa, os antecedentes discipl nares ¢ as circunstdncias que rodearam os factos ¢ que sejam atendfveis na determinagéo da medida disciplinar. ARTIOO 558 (Suspensto preveativa do trabalbador) 1. Com a convocatéria para a entrevista, pode o empre- ‘gador suspender preventivamente 0 trabalhador, se a sua presenga no local de trabalho se mostrar inconveniente, sem prejuizo do pagamento pontual do salério. 2, Se 0 trabalhador for representante sindical ou mem- bro do 6rgio de representagéo dos trabalhadores, a suspen- sio € comunicada a0 Srgio a que pertence € nfo pode ter ‘como consequéncia impedir 0 acessu du trabalhador acs locais e actividades que se compreendam no exercfcio normal das fungdes de representagio. ARTIGO 56 (Execusto da medida dlsciplinar) 1. A medida disciplinar aplicada pelo empregador comega a ser execulada a partir da sua comunicagio a0 trabalhador, a nfo ser que a execugo imediata apresente inconvenientes sérios para a organizago do trabalho, caso em que a execugéo pode ser adiada por néo mais de dois meses. 2. O disposto na parte final do ndmero anterior néo ¢ aplicével & medida disciplinar de despedimento que deve ser executada de im: 1 SERIE—N. 6—DE 11 DE FEVEREIRO DE 2000 ARTIGO $72 (Registo publicldade das medidas disciplinares) 1. Com excepgio da admoestagio simples, as medidas eisciplinares aplicadas sao sempre registadas no proceso individual do trabalhador, sendo atendidas na determinagéo dos antecedentes disciplinarés todas as que tenham sido aplicadas ha menos de cinco anos. 2, Com a mesma excepgio, as medidas disciplinares podem ser objecto de publicagéo dentro da empresa ow centro de trabalho. ARTIGO 582 (ireito de reclamasho e de recurso) 1. Da medida disciplinar pode o trabalhador recorrer, se entender que nao praticou os factos de que € acusado, quando a medida aplicada é excessiva para os factos praticados ou para o grau de culpabilidade, ou que a medida disciplinar € nula ou abusiva, 2. Ao recurso aplica-se 0 disposto na alfnea c) dos 1" Le 2 do artigo 63.°e nos artigos 307." e seguintes. ARTIGO 59 (Exercicio abusive do poder dlsciplinar) 1, Consideram-se abusivas as medidas disciplinares aplicadas pelo facto de um trabelhador: 4) ter reclamado legitimamente, no uso do direito que Ihe confere a alinea h) do artigo 45. contra as condighes de trabalho e a violagéo dos seus direitos; >) recusar cumprir ordens a que nio deva obedién- cia, nos termos da alfnea b) do artigo 46.3; ©) exercer ou ser candidato ao exercicio de fungdes de representagio sindical ou no érgdo de repre- sentagéo dos trabalhadores ou outras fungées, destas resultantes; 4) exercer, ter exercido ou pretender exercer outros direitos reconhecidos por lei. 2. Até prova em contrério, presumem-se abusivos o despedimento ou a aplicagdo de qualquer outra medida disciplinar, quando tenha lugar até seis meses apés qualquer dos factos referidos mas alfneas a), b) e d) do ndmero anterior, ou até dois anos apts 0 termo das fungées A que se refere a alfnea c), ou apés @ candidatura a essas fungées, quando as nfo venha a exercer, se & date dos mesmos factos 0 trabalhador jé mantinha a relagéo juridico- -laboral com o empregador. 3. Compete ao empregador ilidir « presungio estabe- lecida no nimero anterior. 107 ARTIGO 60 (Consequéncias do exereicio abusive do poder diseiplinar) 1. Nas situagdes @ que se referem as alineas a), b) e d) do n# 1 do artigo anterior, se do for illdida a presungio da ‘medida disciplinar aplicada ser abusiva, o empregador & condenado: 4) se a medida disciplinar for a da alfnea c) don? 1 do artigo 49.%, em indemnizagao correspon- dente a cinco vezes 0 valor do salério que 0 tra- * balhador deixou de receber nos termos dos n."2, 3¢ 4 do mesmo artigo; b) se a medida nat for ada alinea d) da mesma disposigéo, em indemnizagio calculada ‘nos mesmos termos, acrescida da indemnizagéo pelo excesso de despesas ocasionado pela transferéncia de centro de trabalho; ¢) se @ medida disciplinar tiver sido a de despedi- ‘mento imediato, em indemnizacao calculada nos termos do artigo 266.? acrescida dos salérios que deixou de receber até a data da sentence. 2. Nas situagdes a que se refere a alfnea c) don 1 do artigo anterior, a indemnizagéo por diminuigio do salério, a que se referem as alineas a) © 6) do nimero anterior é aumentada para o dobro, 3. Tratando-se de despedimento imediato, nas situagBes da alfnea ¢) do n.* | do artigo anterior, o trabalhador tem 0 direito de optar entre a reintegracao imediata, com 0 paga- mento dos salérios que deixou de receber até & reintegragio ou a ser indemnizado nos termos da alfnea c) do n.2 1 deste artigo. ARTIGO 61+ (Responsabilidade material ou penal concorrente ‘coma responsabilidade disdiplinar) O exercicio do poder disciplinar nfo prejudica o direito do empregador simultaneamente exigir do trabalhador indemnizagio pelos prejufzos sofridos em virtude do seu comportamento culposo ou de promover accio penal, através de apresentagio de queixa, se 0 comportamento for tipificado como crime pela tei penal. ARTIGO 628 ‘Responsablidage material) 1, A responsabilidade material do trabalhador por danos ou destruigiv de instalagées, mAquinas, equipa- mentos, ferramentas ou outros meios de trabalho ou de produgéo, ou por quaisquer outros danos materiais causa- dos & empresa, designadamente por violag&o do dever esta- belecido na alfnea g) do artigo 46.%, obedece as seguintes regras: 4) Se os danos séo causados voluntariamente, 0 trabalhador responde por eles e pelos prejufzos ‘emergentes, na sua totalidade; 108 +b) se 08 danos forem causados voluntariamente por varios trabalhadores, a sua responsabilidade € solidéria, podendo 0 empregador reclamar a totalldade do dano de qualquer deles ou de todos, em regime de proporcionalidade e ficando o trabalhador condenado na indemni zago pela totalidade do dano com direito de fegresso sobre 0s seus co-responsveis ©) se 0s danos so causados involuntariamente, ou se resultarem de petda ou extravio de ferramentas, equipamentos ou utenstlios de trabatho confia- dos a0 trabalhador para seu uso exclusivo ou da perda ou extravio de dinheiro, bens ou valores por que seja responsavel em virtude das fungoes exercidas, o trabalhador responde apenas pelo prejuizo directo e nfo pelo prejutzo emergente; ) no caso da alinea c), a responsabilidade do traba- Thador fica limitada a0 montante do salério mensal, salvo nas seguintes situagBes, em que a responsabilidade pelo prejuizo directo é cexigivel na totalidade: d, 1) se se tratar da perda ou extravio de ferra- mentas, equipamentos ou utensflios ou de dinheiro, bens ou valores; 4, 2) se 08 danos forem causados em estado de drogado ou de embriaguez; d, 3) se em caso de acidente de trinsito, este resultar de excesso de velocidade, manobras perigosas ou de mancira geral, de culpa grave do condutor. e) sendo o dano involuntério causado por varios trabalhadores nao hé responsabilidade solidéria, respondendo cada um na proporgdo da sua ‘culpa, modo ¢ extensilo da participagio e presu- mindo-se iguais aos graus de culpa de todos 0s trabalhadores participantes na produgiv do dano. 2A responsabilidade material é exigida em acca civil de indemnizacio, intentada no tribunal competente ou em pedido civil deduzido na acco penal, no caso de ter sido instaurado procedimento criminal. 3. Os acordos eventualmente celebrados entre o empre- gador € 0 trabalhador sobre 0 montante da indemnizagio por este devida ou sobre as modalidades de reparago dos anos causados, para serem validos, tém de ser reduzidos a escrito e submetidos a visto prévio da Inspeccéo Geral do Trabalho. DIARIO DA REPUBLICA ARTIGO 632 (raze de prescrigho e cadueidade) 1, Sob pena de caducidade do procedimento e nulidade ‘da medida disciptiner aplicads ou de prescrigéo da infrec- ho disciplinar, 0 exercicio do poder disciplinar esté sujeito aos seguintes prazos: da convocatéria a que se refere o artigo 50. s6 pode ter lugar dentro dos 30 dias seguintes ao conhecimento da infraccio ¢ do seu respon- sével; b) a infracgdo disciplinar prescreve decorrido um ‘ano sobre a sua prética; ) recurso contra as medidas disciplinares tem de ser apresentado dentro dos 30 dias seguintes & notificagio das mesmas medidas; @) a queixa-crime deve ser feita nos prazos estabe~ Tecidos na lei de processo penal; ) a acgio, de indemnizagio civil deve ser intentada dentro dos tr8s meses seguintes a0 conheci- mento da infracgdo € dos seus responséveis, salvo se deduzida na acgao penal, * 2. Exceptua-se do disposto na alfnea c) do mimero anterior o recurso contra a medida de despedimento imediato, a0 qual se aplicam os prazos dos artigos 300 23012 SECCAO II Regulamentos ARTIGO 64 (Regulamento interno) ‘Com vista & organizagio do trabalho ¢ disciplina labo- ral, podem os empregadores elaborar regulamentos inter- nos, directivas, instrugdes, ordens de servigo ¢ normas de trabalho em que sfo definidas normas de organizagio técnica do trabalho, prestagéo do trabalho e disciplina laboral, delegago de competéncias, definigéo das tarefas dos trabathadores, seguranga e higiene no trabalho, indica- dores de rendimento do trabalho, sistema de remuneragho, horas de funcionamento dos varios sectores da empresa ou centro de trabalho, controlo de entradas ¢ safdas ¢ de circulagio na empresa, vigitdncia e controlo da produgio € outras matérias que néo respeitem directamente a0 contetido da relagéo jurfdico-laboral. ARTIGO 65. ‘Consulta) 1. © regulamento interno depois de elaborado pelo empregador, com respeito pelas disposig6es legais ou con- veng6es aplicdveis, é apresentado ao rgio de representa- ‘Gao dos trabalhadores, que sobre cle se pronunciam por escrito, no prazo de 15 dias sempre que trate de matéria referida no n.° 1 do artigo seguinte. 1_SERIE—N.# 6—DE 11 DE FEVEREIRO DE 2000 2, Para esclarecimentos, dentro do prazo referido no niimero anterior, pode 0 6rgio de representagio dos traba- Ihadores pedir ao empregador a realizaglo da reunio que & de Imediato marcada. ARTIGO 662 (Aprovagéo da Inspeccio Geral do Trabalho) 1. Sempre que o regulamento interno ou restantes modalidades de normas previstas no artigo 64. tratem de prestacéo do trabalho e disciplina, dos sistemas de remune- ragdo, de rendimento do trabalho ou de seguranga ¢ higiene no trabalho, carece de aprovagio da Inspeccto Geral do Trabalho, que deve ser requerida até 30 dias antes da entrada do regulamento em vigor. 2. O pedido de aprovagao € acompanhado de copia do parecer do Grgio de representagéo dos trabalhadores ou ‘caso este se ndo tenha pronunciado em tempo itil, de c6pia do pedido de parecer. 3. A falta de comunicagio do despacho de aprovacio, ‘ou no aprovacdo dentro do prazo de 30 dias contados da apresentagio do pedido, entende-se como aprovagio do regulamento. ARTIGO 67 (Publicagto) 1. Aprovado 0 regulamento, ou decorride 0 prazo de 30 dias sem que tenha sido recebida qualquer comunicacao, © regulamento que trate das matérias referidas no n° 1 do artigo anterior € publicado ou afixado no centro de trabalho, em local frequentado pelos trabalhadores, a fim de tomarem conhecimento do seu contesido. 2. 0 regulamento que trate de matérias que ndo exigem a sua aprovagio pela Inspeccéo Geral do Trabalho esté sujeito as formas de publicidade a que se refere 0 némero anterior. 3. O regulamento s6 pode entrar em vigor depois de decorridos sete dias contados da sua publicidade na empresa. ARTIGO 684 (Elects) regulamento e demais normas em vigor na empresa, 8 que se refere 0 artigo 64.%, vincula 0 empregador € os trabalhadores, sendo para estes de cumprimento obriga- {6rio, nos termos da alinea h) do artigo 46° ARTIGO 698 (Nolidade ¢ regime sucedineo) Sao nulas as disposigdes do regulamento que tratem de ‘natérias estranhas as indicadas no artigo 64.2 so substi- ‘uidas pelas disposigdes da lei ou da convengio colectiva as que se nfo mostrem conforme com estas. 109 ARTIGO 708 ‘(Regulamentos obrigatérios) Por convengéo colectiva de trabalho € obrigat6ria elaboragao de regulamentos internos sobre todas ou algumas matérias referidas no artigo 64.%, nos casos de ‘empresa ou centro de trabalho com mais de 100 traba- Thadores. CAPITULO IV Modificagao da Relagao Juridico-Laboral SECCAO 1 Mudanga do Empregador ARTIGO 71! (Situagbes abrangiéas) 1. A modificagio na situagio jurfdica do empregador € a mudanga na titularidade da empresa ou centro de trabalho no extinguem a telagfo jurfdico-laboral € nfo constitui justa causa de despedimento. 2, Entende-se por mudanga na situacdo jurfdica a suces- sho, fusio, transformagéo, ciséo ou outra alteracdo juridica sofrida pela empresa. 3. Entende-se por mudanga na titularidade o trespasse, cessio de arrendamento ou qualquer outro facto ou acto gue envolva transmissio da exploragéo da empresa, centro de trabalho ou parte deste, por negécio jurfdico celebrado entre o anterior e novo titular. 4, Se a mudanga na titularidade ou na transmissio da exploragéo da empresa, centro de trabalho ou parte deste resultar de decisio judicial, aplica-se 0 disposto no nt 1 deste artigo, sendo mantido o exercicio da actividade anterior € a deciso judicial o determinar de forma expressa. ARTIGO 724 (Estabildude da relagto jiridico-aboral 1. 0 novo empregador desde que mantenha a activi- dade prosseguida antes da mudanga assume a posigao do anterior empregador nos contratos de trabalho € fica sub-rogado nos direitos e obrigagoes daquele, resultantes das relagdes juridico-laborais, mesmo que tenham cessado antes da mudanga do empregador. 2. Os trabalhadores mantém a antiguidade € os di a0 servigo do anterior empregador. tos 3. O disposto no n. 1 deste artigo niio se aplica se os trabalhadores continuarem ao servigo do primeiro empre- gador noutro centro de trabalho, nos termos do disposto no artigo 832 0 4. Nos 30 dias seguintes 4 mudanga de empregador, os trabalhadores podem despedir-se, tendo direito & indemni- zago por despedimento indirecto se provarem que da mudange podem resultar prejutzos para e relago jurfdico- -laboral.. ARTIGO 73 (Co-responsabilidade dos empregadores) 1. A sub-rogagio nas obrigagdes do anterior empre- ‘gador fica limitada As contrafdas nos 12 meses pnteriores & mudanga, desde que até 30 dias antes dessa se efectuar, 0 novo empregador avise os trabalhadores de que devem reclamar os seus créditos até a0 segundo dia anterior & data prevista para a mudanga. 2. 0 aviso a que se refere 0 ntimero anterior deve ser feito mediante informagio aos trabalhadores, afixada nos locais habitualmente frequentados por eles na empresa ou centro de trabalho ou mediante comunicagao ao érgéo representativo dos trabalhadores, dando conta da prevista mudanga da situagfo jurfdica ou da titularidade, da data em que esta ocorre, da necessidade de serem reclamados os ‘eréditos e da data em que termina a reclamagio. 3, Pelos créditos nao reclamados € pelos vencidos em momento anterior ao referido no n.* 1 deste artigo, continua responsdvel apenas o anterior empregador. 4, 0 anterior empregador responde solidariamente com © novo pelas obrigagSes contrafdas por este para com os trabalhadores nos 12 meses posteriores & transmisséo. ARTIGO 748 (Obrigagbes do novo empregudor) © novo empregador fica obrigado a manter as condigées de trabalho a que por convengio colectiva ou prética interna estava obrigado o anterior, sem prejutzo das alteragbes permitidas nos termos desta lei. ARTIGO 758 (Comunicagto a Taspecsdo Geral do Trabao) Nos cinco dias seguintes & mudanga, 0 novo empre- gador ¢ obrigado a comunicé-la & Inspecgio Geral do ‘Trabalho, com indicago da sua causa ¢ do destino dos trabalhadores, tendo em conta 0 disposto no n.* 3 do artigo 722 SECGAO ‘Transfertacla para Fangbes Diferentes ou ‘para Nove Posto de Trabalho ARTIOO 762 : (Modifcasto temporiria de fungbes por razbes respeliantes 20 empregador) 1. Em circunstancias de carécter excepcional em que seja necessdrio evitar a paralisago da produgdo ou outros prejufzos graves para a empresa, ou noutras situagdes atendiveis, pode o empregador transferir temporariamente DIARIO DA REPUBLICA © trabalhador do posto de trabalho ou encarregé-lo de servi- G08 proprios de diferente qualificagdo profissional e ca goria ocupacional, desde que da transferéncia nfo resulte modificagao substancial da situag&o jurfdico-laboral do trabalhador. 2. Se ao posto de trabalho ocupado temporariamente corresponder salério mais elevado ou tratamento mi favordvel, o trabalhador tem direito a esse saldrio € tratamento, 3, Se a transferéncia temporaria durar mais de 10 meses num ano ou 15 meses em dois anos, 0 trabalhador tem direito a ser colocado definitivamente no novo posto de trabalho ou nas novas fungdes, salvo se se tratar de substi- tuigdo dum trabalhador temporariamente impedido. 4, Se a0 posto de trabalho ocupado temporariamente corresponder menor salério, 0 trabahador continua a teceber o salério anterior, se for pago ao tempo ou o salério médio dos diltimos seis meses, se for pago por rendimento, mantendo os restantes direitos respeitantes a0 anterior posto de trabalho. 5. Logo que cessem as razdes da transferéncia ¢ com a excepgio prevista no n.° 3, 0 trabathador regressa 20 anterior posto de trabalho. ARTIGO 77. ‘(Modificagto temporéria de fung6es por ruzbes ‘espeltantes ao trabalhador) 1. A transferéncia temporéria para posto de trabalho ou fungGes de salério mais baixo também pode ocorrer a Pedido do trabathador por razbes sérias a este respeitantes, por razdes de doenca ou no cumprimento das medidas disciplinares previstas nas alfneas c) € d) do 0.8! do artigo 492 2. No caso da transferéncia ser feita a pedido do traba- Ihador por razoes de doenga, passa a receber o saldrio correspondente a0 novo posto de trabalho ou fungi, pelo tempo de transferéncia, mas esta s6 pode ser autorizada pelo empregador depois de obtida a aprovacio da Inspecgdo Geral do Trabalho, a quem é requerida com jungio da declaragio médica emitida ao abrigo do dispasto no n.4 do artigo 95° 3. Se a transferéncia tempordria resultar do cumpri mento de medida disciplinar, aplica-se 0 disposte nos 2 7 do artigo 49° ARTIGO 78 (Moditcagto de fungées com cardeter definitive) 1. O trabalhador apenas pode ser colocado definitiva- mente em posto de trabalho de salério inferior numa das seguintes situagdes: LSERIE—Né 6—DE 11 DE FEVEREIRO DE 2000 4) no caso de extingdo do posto de trabalho que ocupava; b) por diminuigéo da capacidade fisica ou psfquica necesséria ao desempenho das tarefas inerentes a0 seu posto do trabalho, seja por acidente ou outra causa; 6) a seu pedido, justificado por razdes ponderosas, 2. No caso das alfneas a) ¢ b) do ndmero anterior, a mudanga do posto de trabalho tem de ser aceite pelo trabalhador, aplicando-se em relagéo a alfnea a) o disposto nna alinea 6) 1. | do artigo 83.° 3. No caso da alfnea c), a transferéncia s6 pode ser feita nos termos previstos no n.# 2 do artigo anterior. * 4.Na situago a que se refere a alinea ) deste artigo, © trabalhador continua a receber nos primeiros trés meses subsequentes a transferéncia o salério correspondente ao posto de trabalho anterior ¢ a partir do 4° més o salério correspondente a0 novo posto. ARTIGO 798 (Permuta de posto de trabalho) 1. Sempre que dois trabalhadores de comum acordo € autorizados pelo empregador trocarem de posto de trabalho, a permuta é feita por escrito, assinada pelos trabalhadores e pelo empregador. 2. Os trabalhadores passam a receber o salétio corres- pondente ao posto de trabalho que passam a ocupar ¢ 8 cumprir as condigées de trabalho que Ihes respeltam. SECCAO tit Mudanga de Centro ou Local de Trabalho ARTIGO 80. (Local de trabalho) 1. Se a actividade profissional do trabalhador é exercida predominantemente no exterior das instalagbes da empresa, quer por trabalhar em centros de trabalho méveis ou itinerantes, quer por se tratar de actividade externa € vvarigvel quanto ao local da respectiva prestaclo, considera- -se local de trabalho 0 centro de trabalho de que se ‘encontra administeativamente dependente para receber instrugdes quanto a0 servigo a realizar e para prestar conta da actividade desenvolvida. 2. O trabalhador tem direito a estabilidade no local de trabalho, sendo-lhe apenas exigivel a alteragio temporéria ‘ou definitiva do local de prestag&o do trabalho nas situa- ‘Gdes previstas no nimero anterior € nos artigos seguintes. it ARTIGO 81." (Mudanga temporéria de local de trabatho) 1. Por razdes técnicas e organizativas, de produgio ou otras circunstfincias que o justifiquem, o empregador pode transferir temporariamente o trabalhador para local de trabalho fora do centro de trabalho, num perfodo nfo superior & um ano. 2. 0 trabalhador temporariamente transferido tem direito ao reembolso das despesas de deslocagio, salvo se 8 empresa assegurar o transporte. : 3. Se 0 novo local de trabalho se situar disténcia que no permita tomar as refeigdes nas condigdes habituais, tem ainda direito a0 pagamento das que devam ser tomadas entre o infcio ¢ o termo do trabalho diario. 4, Se 0 novo local de trabalho se situar em local que pela sua distancia impega o regresso didrio & residéncia, o empregador suporta também as despesas de alojamento. 5. Se pela distancia que se encontra 0 novo local de trabalho, 0 trabalhador nfo poder gozar o descanso semanal na sua residéncia, tem direito por cada trés meses de transferéncia a quatro dias de licenga para gozar na residéncia acrescidos do tempo de duragdo das viagens, os quais so considerados tempo de trabalho, sendo as vviagens de ida e regresso suporladas pelo empregador, 6. Quando o trabathador se oponha & transferéncia tempordria, invocando justa causa, € a recusa apresentada & Inspecgio Geral do Trabalho, sem prejutzo do trabalhador cumprir a ordem de transferéncia. 7..A Inspecgfo Geral do Trabalho, ponderadas as razbes invocadas pelo trabalhador e pelo empregader, decide no prazo de 10 dias, € dado cumprimento imediato & sua decisio, se for no sentido do trabalhador regressar ao seu centro de trabalho ARTIGO 82¢ (Mudanga de local de trabalho por razSes dseiplinares) © trabalhador pode ser transferido temporariamente do centro de trabalho, em cumprimento de medida disciplinar que the tenha sido aplicada nos termos do n.° 3 do artigo 498 ARTIGO 63° (Transtertacta deftativa de local de trabalho) 1, 0 empregador pode transferir o trabalhador do local de trabalho, com carécter definitivo, nas seguintes situa- goes: a) mudanga total ou parcial do centro de trabalho para outro local; uz ) extinggo do posto de trabalho, havendo noutro centro de trabalho posto adequado a quali ‘cago profissional ¢ aptidées do trabalhador; ©) do n# 3 do artigo 72.%, d) por razdes técnicas € organizativas ou de produgéo. 2. Na situagSo referida na alfnea a) do nimero anterior, se 0 trabalhador néo aceitar a transferéncia, pode despe- dir-se, tendo direito & indemnizagio por despedimento indirecto, salvo se © empregador demonstrar que da nio transferencia resultam prejutzos sérios. 3. Na situagdo da alfnea b) do a! 1, se o trabalhador nfio aceitar a transferéncia e nfo houver lugar & aplicagio do regime dos n.’s 2 e 4 do artigo 78: aplica-se o disposto nos artigos 230.* ¢ seguintes. 4, Na situaglo da alinea c) do n# 1, se o trabalhador néo aceitar a transferéncia, aplica-se 0 disposto nos artigos 72° a 742 5. Na situag&o da alfnea d) do n.* 1, 0 trabalhador, se nao aceitar a transfer€ncia, tem sempre direito 4 indemni- zago por despedimento indirecto. ARTIGO 848 (Direitos de trabathador em caso de transfertneia definitive) ‘Ao trabathador transferido definitivamente, nas condi- es previstas no artigo anterior, sfo-Ihe sempre assegu- rados 0s seguintes direitos: 4) ser compensado do excesso de despesas directa- mente resultantes ds transferénci; ) ser compensado do excesso de despesas a que a mudanga de lugar obrigar, tanto préprias como dos familiares a seu cargo, nos termos acorda- dos pelas duas partes ou, na falta de acordo, nos termos estabelecidos pelo tribunal; ©) uma licenga remunerada de duas semanas, para tratar da mudanga de residéncia ¢ de outros problemas familiares, resultantes da transfe- réncia, no caso da alinea anterior; 4) a que os seus familiares que consigo vivam em ‘comunhdo de mesa e habitagio e que trabalham para o mesmo empregador, sejam também transferidos, se o desejarem. DIARIO DA REPUBLICA CAPITULO V Condigées de Prestagio do Trabalho SECCAO 1 Seguransa e Iliglene no Trabalho ARTIGO 85 (Obrigastes gerals do empregador) 1, Além dos deveres estabelecidos nesta lei, designada- mente na alfnea g) do artigo 43, sio obrigagbes gerais do empregador, no que respeita a seguranca e higiene no trabalho: 4) tomar as medidas titeis necessérias que sejam adaptadas as condigdes da organizagio da empresa ou centro de trabalho, para que este seja realizado em ambiente e condigdes que permitam o normal desenvolvimento fisico, mental € social dos trabalhadores ¢ que prote- Jam contra os acidentes de trabalho e doengas Profissionais; b) segurar todos os trabathadores, aprendizes € estagidrios contra o-risco de acidentes de trabalho e doencas profissionais; ) organizar € dar formagéo prética apropriada em ‘matéria de seguranca e higiene no trabalho a todos os trabalhadores que contrate, que mudem de posto de trabalho, ou de técnica rocesso de trabalho que usem novas substn- cias cuja manipulac&o envolva riscos ou que Tegressem ao trabalho apés uma auséncia superior & seis meses; 4) cuidar que nenhum trabathador seja exposto & acglo de condigdes ou agentes fisicos, quimi- cos, biolégicos, ambientais ou de qualquer . outra natureza ou a pesos, sem ser avisado dos Prejufzos que possam causar A sade © dos meios de os evitar, ) fornecer aos trabalhadores roupas, calgado € equi- pamento de proteccio individual, quando seja necessério para prevenir, na medida em que razodvel, os riscos de acidentes ov de efeitos prejudiciais para a sadde, impedindo o -acess0 a0 posto de trabalho dos trabalhadores que se upresentem sem o equipamento de protecgéo individual; ‘f) tomar a devida nota das queixas © sugestées apre~ sentadas pelos trabalhadores acerca do ambi- ente condigdes de trabalho € a adoptar as ‘medidas convenientes; 8) colaborar com as auloridades sanitérias para a erradicagio de epidemias e situagdes endémicas |_SERIE— N° 6—DE 11_DE FEVEREIRO DE 2000 ‘h) aplicar medidas disciplinares adequadas aos trabalhadores que violem culposamente ¢ de forma indesculpdvel as regras ¢ instrugdes sobre a seguranga e higiene no trabalho; 4) cumprir todas as demais disposigées legais sobre seguranga, higiene e satide no trabalho que Ihe sejam aplicdveis, bem como as determinagées legitimas da Inspecgdo Geral do Trabalho e demais autoridades competentes. 2. O empregador que no cumpra 0 disposto na alinea b) do ndmero anterior ou que tenha deixado de ‘cumprie as obrigagées impostas pelo contrato de seguro, além das sangbes a que fica sujeito, fica directamente responsdvel pelas consequéncias dos acidentes ¢ doencas verificadas. 3. O organismo de seguranga social incumbido da protecgio em caso de acidentes de trabalho ¢ doencas profissionais deve prestar aos trabalhadores em relago aos quais 0 empregador nfo cumpra o disposto na alinea 6) do 1n# 1 deste artigo a protecgio prevista por lei, ficando neste aso 0 empregador obrigado @ reembolsé-lo pela impor- tancia fixada pelo mesmo organismo, sem prejutzo da responsabilidade referida no némero anterior. ARTIGO 868 (Colaboraso entre empregadores) Quando mais de uma empresa exerga simultaneamente a sua actividade num mesmo local de trabalho, devem todos os empregadores colaborar na aplicagio das regras de seguranca € higiene previstas nesta seccdo € na legislagéo aplicdvel, sem prejufzo da responsabilidade de cada um deles em relacdo a saiide ¢ seguranga dos seus proprios trabathadores. ARTIGO 874 (Obrigagbes dos trabathadores; Além dos deveres estabelecidos nesta lei, designada- mente na alinea f) do artigo 46.%, os trabathadores sfo “obrigados a utilizar correctamente os dispositivos e equipa- mentos de seguranca e higiene no trabalho, a ndo os retirar ‘nem 0s modificar sem autorizagio do empregador. ARTIGO 882 (Responsabiidade criminal) Seo prejufzo da responsabilidade civil estabelecida no i. 2 do artigo 85.8, 0 empregador responde criminalmente pelos acicientes de trabalho ou doengas profissionais que, por grave negligéncia de sua parte, sofram os trabalha~ ‘ores, mesmo protegidos pelo seguro a que se refere a alinva b) do n2 1 do mesmo artigo. 13 ‘ARTIGO 89. (Obrigusées imediatas do empregador) Em caso de acidentes de trabalho ou doengas profis- sionsis, o empregador € obrigado a: @) prestar ao trabalhador sinistrado ou doente os primeiros socorros ¢ fornecer-Ihe transporte adequado até ao centro médico ou unidade hospitalar onde possa ser tratado; b) panticipar as entidades competentes 0 acidente ou doenga, desde que provoque impossibilidade para o trabalho, no prazo segundo o procedi- mento previsto na legislagdo propria; ©) providenciar a investigagao das causas do aci- dente ou da doenca, para adoptar as medidas preventivas apropriadas. ARTIGO 90." (Outras obrigastes do empregador) (O empregador obrigado a: 4) instalar nos centros de trabalho condigdes ¢ insta- lagdes sanitérias apropriadas e fornecimento de gua potivel, cumprinde 0 que a este respeito seja estabelecido na regulamentacéo aplicével; b) assegurar que as substincias perigosas sejam armazenadas em condigies de seguranga e que nas instalagdes do centro de trabalho se néo acumule lixo, res{duos e desperdicios; ©) assegurar que nos centros de trabalho onde no haja posto de sadde, haja uma mala de primei- tos socorros, com 0 equipamento exigido na tegulamentagfio aplicdvel; 4) impedir a introdugdo ou distribuigio de bebidas alcoslicas ¢ de drogas nos locais onde 0 trabalho é executado. ARTIGO 91." (Competencia da Inspecgio Geral do Trabalho) A fiscalizagéo do cumprimento das disposigées legais regulamentares sobre seguranca e higiene no trabalho com- pete & Inspecgéo Geral do Trabalho, que se pode fazer assistir ou assegurar por peritos médicos dos servigos oficiais de satide ou por especialistas doutras éreas, com vista ao apuramento das condigdes de seguranga, higiene satide de maior complexidade. ARTIGO 926 ‘(Vistoria das instalasOes) Os centros de trabalho de construgéo nova, ou em que se fagam modificagdes ou se instalem novos equipa- mentos, ndo podem ser utilizados antes de vistoriados pela Inspecgdo Geral do Trabalho e demais servigos mencio- nados na regulamentagéo propria. 4 ARTIGO 93° (Comissto de prevengho de ackdents de trabatho) 1, Nos centros de trabalho onde exergam actividades industriais ou de transportes, com um volume de trabalha- dores néo inferior a0 minimo fixado em legislacéo propria ou que preencham outros requisitos na mesma previstos, é constitufda uma comissio de prevenglo de acidentes de trabalho, de composig&o paritéria, destinada a apoiar 0 empregador ¢ responsdveis, os trabalhadores, a Inspecgao Geral do Trabalho ¢ outras autoridades com competéncia nestas éreas, na aplicagio e desenvolvimento das normas sobre ambiente, seguranca e higiene e na vigilncia da sua aplicagio. 2. A sua composigao, atribuigdes e funcionamento so reguladas em legislago prépria. SECGAO IL Medicina no Trabatho ARTIGO 94° (Ponto de sadde e postos farmuctuticos) 1, Com base no apoio a ser prestado por parte dos servigos sanitérios oficiais e de acordo com 0 tipo de riscos a que estio sujeitos os trabathadores, as possibilidades de assisténcia médica publica e a capacidade econémica do empregador, pode este ser obrigado, por despacho conjunto dos Ministros que tiverem a seu cargo a administragio do trabalho, da sadde e sectorial, a instalar um posto de satide ou farmacéutico, destinado aos seus trabalhadores. 2. 0 posto de satide, quer se trate de posto médico ou de enfermagem, deve ser instalado no centro de trabalho ou na sua proximidade e destina-se a: 4a) assegurar a protecc&o dos trabalhadores contra todos os riscos para a satide que possam resul- tar do seu trabalho ou das condigies em que este é efectuado; +) contribuir para a adaplacdo dos postos de traba- Iho, das técnicas e dos ritmos de trabalho & fisiologia humana; c) contribuir para o estabelecimento e para a manu- tenco no mais elevado grau possivel do bem- estar fisico e mental dos trabalhadoress @) contribuir para a educagéo sanitéria dos trabalha- dores e para a adopgio de padrées de comporta- ‘mento, conforme as normas e regras de higiene ‘no trabalho. 3. A organizacao, funcionamento ¢ meios de acgéo dos postos de satide so fixados por decreto regulamentar que igualmente define 0 apoio que thes deve ser assegurado pelos servigos sanitérios oficiais. DIARIO DA REPUBLICA ARTICO 95 (Exames médicos) 1. Os exames médicos dos trabalhadores sao efectuados pelos servigos de sade, sem prejulzo dos exames € uidados especiais exigidos pelas caracteristicas de certos tipos de trabalho, previstos na regulamentagio aplicével. 2. Os trabathadores ocupados em trabalhos insalubres ou perigosos ou na manipulagio, fabrico, embalagem ou expedicao de produtos alfmnentares para consumo humano devem ser submetidos periodicamente & exame médico. 3. Os exames médicos sfo feitos sem encargos para os trabalhadores. 4. Quando, por razbes médicas, seja desaconselhada a permanéncia dum trabalhador num posto de trabalho, a empresa deve procurar transferi-lo para um posto compa- tivel com o seu estado de sadde, sendo aplicével o ns 2 do artigo 772 5. Os exames médicos, a que se referem este artigo ¢ outras disposigdes da lei, podem ser efectuados pelo servigo médico do empregador, mediante a autorizagéo dos servigos oficiais. CAPITULO VI Duragéo e Organizagio Temporal do Trabalho SECGAO 1 Periodo Normal de Trabatho ARTIGO 96" (uraghos 1. Com as excepgies previstas na lei, 0 period normal de trabalho ndo pode exceder os seguintes limit 4) 44 horas semanais; 5) 8 horas dirias. 2.0 perfodo normal de trabatho semanal pode ser alar- gado até 54 horas, nos casos em que o empregador adopte ‘0s regimes de hordrio por turnos ou de hordrio modulado ou varidvel, em que esteja em execugio um horério de recuperago ou em que o trabalho seja intermitente ou de simples presenca. 3. O perfodo normal de trabalho disrio pode ser alar- ado: a) até 9 horas didrias nos casos em que o trabillie seja intermitente ou de simples presenca, em que © empregador concentre o periodo normat de trabalho semanal em cinco dias conse cutivos; 1 SERIE —N.° 6 —DE 11. DE FEVEREIRO DF 2000 1) até 10 horas dirias nos casos em que 0 trabalho seja intermitente ou de simples presenga, em que 0 empregador adopte os regimes de horério. modulado ou variével, ov que esteja em execugdo um hordrio de recuperacéo. 4. Os limites méximos dos periodos normais de traba- Iho diério e semanal podem ser reduzidos por convencio colectiva de trabalho ou por despacho conjunto dos Ministros que tiverem a seu cargo a administragdo do trabalho € de tutela, nas actividades em que o trabalho seja prestado em condig6es particularmente desgastantes, fatigantes ou perigosas ou que comportem riscos para a sate dos trabalhadores. S.A redugio dos limites maximos dos perfodos normais de trabalho no determina diminuigio do salério dos trabalhadores nem qualquer alteragao das condigdes de trabalho que se torne desfavorave! aos trabalhadores. 6, O tempo de trabalho conta-se desde que no seu inicio € termo o trabalhador se encontre no seu posto de trabalho, ARTIGO 97. Unteevalax de deseanso) 1. © perfodo normal de trabalho diétio deve ser inter rompido por um intervalo para descanso e refeigio, de duragio nao inferior & uma hora nem superior & duas horas, de modo que os trabalhadores nfo prestem mais de cinco horas de trabalho normal consecutiv, 2. Na medida do possivel e salvo acordo com 0 érgéo tepresentativo dos trabalhadores, o intervalo é de uma hora se no centro de trabalho estiver em funcionamento refei- (6rio que fornega refeigdes aos trabalhadores ou de duas horas em caso coniririo. 3. A Inspecgdo Geral do Trabalho pode autorizar a redugio do intervalo de descanso € refeicéo até ao minimo de 30 minutos, quando tal se mostre favoravel aos interesses dos trabalhadores ou se justifique pelas condi- ‘ges particulares de trabalho de certas actividades. 4. 0 interval de descanso e refeigéo pode ser suptimido em situagdes excepcionais, com carfcter permanente ou temporério, mediante consulta prévia 20 érgao representativo dos trabathadores e autorizagio da Inspeccio Geral do Trabalho. 5. Por convencao colectiva de trabalho pode ser estabe- lecida para 0 intervalo de descanso ¢ refeigéo uma durago superior & duas horas, assim como pode ser estabelecida a frequéncia € duracdo doutros intervalos de descanso. 6. Entre 0 termo dum periodo de trabalho ditio € 0 in{cio do trabatho do dia seguinte hé um intervalo de repouso de duragéo nunca inferior & 10 horas. us SECCAO I ‘Trabalho Nocturno ARTIGO 98 (Durasho) perfodo de trabalho normal do trabalhador nocturno no pode exceder oito horas digrias AKTIGO 99 (Remuneragho adiclonal) 1. 0 trabalho nacturno confere o direito a uma remune- ragio adicional correspondente & 25% do salério devido por idéntico trabalho prestado durante 0 dia. 2. Aremuneragdo adicional prevista no ndimero anterior no € devida no caso do trabalho prestado: a) em actividades que sejam exercidas exclusiva ou predominantemente durante 0 periodo noetueno; +b) em actividade que, pela sua natureza ou por disposigao legal, devam necessariamente funcionar & disposigéo do publico durante o ‘mesmo perfodo € que sio definidas em decreto conjunto dos Ministros que tiverem a seu cargo a administragao do trabalho € de tutela das ‘mesmas actividades. 3, A remuneracao adicional pot trabalho nocturno, nos. ‘casos em que seja devida, pode, por convenclo colectiva de trabalho, ser substituda por Fedugéo correspondente do tempo de trabalho inclufdo no perfodo nocturno, sempre que desta redugdo nao resultem inconvenientes para a actividade prosseguida. 1. Os trabathadores nocturnos das actividades industri- ais devem, antes de iniciar a prestagdo de trabalho noc- turno, ser submetidos a exame médico com a finalidade de comprovar a sua aptidio para tal tipo de trabalho. 2. Os exames médicos dos trabathadores nocturnos so repetidos anualmente ou sempre que determinado pelo posto médico do centro de trabalho ou pela Inspeccio Geral do Trabalho. 3. Se no exame médico for considerada necesséria a transferéncia, tempordria ov definitiva, do trabalhador para um horétio de trabalho diurno, aplica-se o disposto no n.24 do artigo 95%, sempre que for comprovadamente possivel. u6 SECCAO It “Trabalho Extraordinérto. ARTIGO 1018 (Excepstes) Nao € considerado trabalho extraordinario: 42) 0 prestado em dia normal de trabalho por trabalha- dores isentos do horério de trabalho; +b) 0 prestado em recuperacéo de anteriores suspensées de actividade ou noutras situagGes contempladas nos ns 2 € 3 do artigo 96. dentro dos limites € condig6es estabelecidas na respectiva regula-” mentacao. ARTIGO 1024 (Licitude do recurso ao trabalho extraordinério) 1. O trabalho extraordindrio apenas pode ser prestado quando necessidades imperiosas da produg&o ou dos servigos o exigirem. 2. Constituem, nomeadamente, necessidades impe- riosas: @) a prevengio ou e! jo das consequéncias de quaisquer acidentes, calamidades naturais ou outras situagbes de forga maior; ) a montagem, manutengo ou reparacio de equipa- mentos € instalagdes cuja inactividade ou parali Zagio ocasione prejuizos sérios 8 empresa ou cause grave transtorno a cpmunidade; 6) a ocorréncia temporéria e imprevista dum volume anormal de trabatho; d) a substituigdo de trabalhadores que se nd aj. tem no infcio do respectivo periodo'de tabi quando este coincida com o termo do perfodo de trabalho anterior; ) a movimentagfo, transformagio ou laboragic de produtos facilmente deteriordveis; J) 4 realizagéo de trabalhos preparatérios ou comple» mentares que devem ser executados necessaria- mente fora do horério de funcionamento do centro de trabalho; 8) 0 prolongamento de trabalho, até ao limite de 30 minutos apés o encerramento, nos estabeleci- mentos de venda ao pil ¢ de prestagio de servigos pessoais ou de Interesse geral, para completa transacgées ou servigos em curso, para apuramentos, arrumagoes © preparagio do estabe- lecimento para a actividade do periodo seguinte de abertura. DIARIO DA REPUBLICA ARTIGO 103" (Linaites) 1. Os limites m&ximos de duragdo do trabalho extraor- dinério séo: 14) 2 horas por dia normal de trabatho; 'b) 40 horas por més de trabalho; ©) 200 horas anuais. 2. O trabalho extraordindrio prestado nas situagdes a que se refere a alfnea a) do n*2 do artigo anterior ndo fica sujeito aos limites estabelecidos no numero anterior ¢ 0 prestado na situagio a que se refere a alinea d) ao limite estabelecido na alinea a) do mesmo nimero. 3. Nas restantes situagdes previstas no n.2 2 do artigo anterior, os limites fixados no n.t 1 deste artigo s6 podem ser ultrapassados mediante autorizagéo prévia da Inspecgao Geral do Trabalho a requerimento do empre- gador que justifica a necessidade de os exceder. 4. Os limites méximos estabelecidos no n.* 1 deste artigo podem ser reduzidos por despacho do Ministro que tiver a seu cargo @ administragio do trabalho, ouvidos 0 Ministro de tutela e as organizagdes sindicais e de empre- gadores, para as actividades particularmente perigosas ou que apresentem especiais riscos para a sade. 5. Se, por prestagio de trabalho extraordinério por aplicagao do estabelecido no n.* 5 do artigo 97.8, 0 trabalhador deve no dia seguinte retomar 0 trabalho em momento posterior ao do infcio do sew perfodo normal de trabalho, é-Ihe devido 0 salério pelo tempo de trabalho vio prestado, 6. O requerimento a que se refere on 3 deste artigo considera-se deferido, se no prazo de S$ dias dteis contados da apresentagio do requerimento, o empregador no for notificado de qualquer deciséo. ARTIGO 104° (Condigées ¢ obrigasto de prestacio) 1. A prestacdo de trabalho extraordindrio deve ser prévia e expressamente determinada pelo empregador, sob pena de ndo ser exigivel 0 respectivo pagamento, 2. Salvo nos casos a que se referem as alfneas a), d) e 48) don 2-do artigo 102° 0 trabalhador deve ser informado da necessidade de prestar trabalho extraordinério com a maior antecedéncia possivel e nunca depois do inicio do Perfodo de repouso ou de intervalo de descanso e refeicio anterior ao in{cio dessa prestagdo. —N.! 6—DE 1! DE FEVEREIRO DE 2000 3. Salvo nos casos previstos na lei ou manifesta falta de lumdamento para a sua exigéncia, a prestacdo de trabalho extraordindio 6 obrigatéria para o trabalhador, no caso de ser cumprida a obrigagio a que se refere o nidmero anterior. 4. 0 trabalhador deve ser dispensado quando invoque e justifique motivo atendivel ¢ que deva prevalecer sobre os interesses do empregador, designadamente, relacionado com obrigagdes escolares ou com o seu estado de satide. 5. Salvo nos casos a que se referem as alfneas a) e d) do nY 2 do artigo 102° ow autorizacéo da Inspecgio Geral do ‘Trabalho, nao pode ser a prestagto de trabalho extraordindio aos trabalhadores nocturnos. ARTIGO 1052 (Remuneracto) 1. Cada hora de trabalho extraordindrio 6 remunerada com um adicional de 50% do valor da hora de trabalho normal até a0 limite de 30 horas por més, 2. O tempo de trabalho extraordinério que excede 0 limite estabelecido no ntimero anterior é remunerado com um adicional de 75%. 3. Os adicionais estabelecidos nos niimeros anteriores acrescem a outros adicionais devidos aos trabalhadores, designadamente, 0 estabelecido no n.* 1 do artigo 99° 4, Para efeito de pogamento do trabaiho extraor a) nao slo consideradas as fraccdes de tempo inferiores & 15 minutos; b) sio contadas como meia hora as fraccdes de tempo de 15 A 44 minutos; ©) so consideradas como uma hora as fracgbes de tempo de 45 a 60 minutes. 5. Para efeito de remuneragdo do trabalho extraor- dingrio, 0 dia ou meio dia de descanso complementar semanal é considerado dia normal de trabalho. ARTIGO 1063 (Obrigagées administeativas) 1. O empregador € obrigado a possuir um registo de trabalho extraordindrio onde, em cada dia, xiv registados o inicio, 0 termo eo fundamento do tralailty exttaordinarie prestado por cada trabalhador. 2. A totalizagéo dos tempos de trabalho extraordindriv € feita semanaimente por trabalhador e por este visida, 3. O registo pode ser sujeit a modelo aprovado por despacho do Ministro de tutela do Trabalho. que pode impor a incluso doutros elementos. 417 4, O registo deve ser apresentado & Inspeccio Geral do Trabalho sempre que por esta € exigido. SECCAO IV Tsengho de Hordrlo de Trabalho ARTIGO 107 (Fungées susceptivels de lsengto) 1. Esti isentos de horério de trabalho, néo thes sendo aplicéveis os limites diario € semanal estabelecidos no arti- go 992, os trabalhadores que exergam cargos de adminis- tracdo e de direcgio. 2. Podem, mediante autorizago da Inspecgéo Geral do Trabalho, ser isentos de hordtio de trabalho os traba- Ihadores que exercem cargos de estreita confianga do empregador ou cargos de fiscalizagio, bem como os traba- Thadores que com regularidade exergam fungdes fora do centro de trabalho fixo, em locais variveis, sem o seu tra- balho ser directamente ditigido e controlado. ARTIGO 108 (Awtorlzagio) + 1. Os pedidos de autorizagio para isengdo de horério de trabalho sdo apresentados pelo empregador na Inspeccfo Geral do Trabatho acompanhados de declaragéo de concor- dancia do trabalhador, bem como dos documentos necess4- rins para comprovar as fungdes exercidas. 2. A autorizagao de isengao de horério de trabalho, salvo duragio inferior que se estabelega, € valida por um ano, podendo ser sucessivamente renovada mediante novo pedido acompanhado de declaragio de concordancia. ARTIGO 1092 (Limites da tsensto) 1. Aos trabalhadores isentos de horério de trabatho é reconhecido © direito ao dia de descanso semanal, aos dias feriados ¢ a0 dia ou meio dia de descanso complementar semanal. 2. Os trabathadores isentos de horfrio de trabalho mediante aulorizacao da Inspeccéo Geral do Trabalho néo trabalham, em média, mais de 10 horas por dia ¢ tém direito a um intervalo de descanso € refeiglo de uma hora durante o tempo de trabalho diftio. ARTIGO 110" (Remuneragio da isengto) 1. Os trabathadores isentos de horério de trabalho mediante a autorizagdo da Inspecdo Geral do Trabalho t&m direito @ um adicional ao salério, a fixar por convengio colectiva de trabalho, ou, na sua falta, correspondente 20 valor duma hora difria de trabalho extraordinério. 18, 2. Cessando a isengio de horétio de trabalho, deixa de ser devido o adicional referido no namero anterior, SECCAO V Regimes Expand Horta de Trabalho ARTIGO LL (Horérios de trabalho especials) Consideram-se hordrios especiais os estabelecidos nos artigos seguintes da presente lei: 4) 0 horério de trabalho por turnos; +) o horétio de trabalho para recuperacéo de suspen- sbes de actividade; 1) 0 horério de trabalho modulado; 4) 0 horério de trabalho varidvel; 2) 0 horSrio de trabalho em tempo parcial; ‘fo regime da disponibilidade; 8) 0 hordrio com alterndncia de tempo de trabalho © tempo de repouso; 1h) outras modalidades especiais de hordtio estabe- lecidas por decreto regulamentar ou por convengao colectiva de trabalho, que fixario sempre os respectivos regimes ¢ condicio- namentos. ARTIGO 112° (Horério de trabalho por turnos) 1, Sempre que 0 perfodo de funcionamento da empresa ou estabeletimento exceda a duragio méxima do perfodo de trabalho diério, consentida pela alfnea a) do n.? 3 do artigo 96.° devem ser organizadas diferentes equipas de trabaihadores que através da sobreposigéo parcial ou sucessto de horérios assegurem o trabalho na totalidade de funcionamento. 2, Os turnos podem ser fixos ou rotativos. 3. Siio turnos rotativos aqueles em que 0s trabalhadores esto sujeitos as variagdes de hordrio resultantes da prestagio de trabalho em todos os turns previstos.. 4, Quando sejam organizados trés turnos, estes séo obrigatoriamente rotativos ¢ um deles € inteiramente nocturno, sendo diurnos os dois restantes. 5. As equipas de trabalhadores por turnos so, na medida do possivel, constitufdas de acordo com os interes- ses e preferéncia por aqueles manifestados. ARTIGO 113 (Duragto do horéelo por tunes) 1. A duragio do trabalho em cada turno no pode ser superior a0 limite méximo do periodo normal de trabalho, nao podendo exceder as 8 horas didrias no caso de turnos rotativos. DIARIO_DA REPUBLICA 2. No caso de tumos rotativos, 0 intervalo de descanso € refeigéo ¢ de 30 minutos, sendo considerado tempo de trabatho sempre que, pela natureza do trabalho, 0 traba- Ihador ndo deva ausentar-se do seu posto de trabalho. 3. Quando, pela natureza da actividade, no seja posstvel cumprir o disposto no n° 1 deste artigo, poderé a duragio de trabalho ser respeitada em termos médios, por referéncia a um perfodo méximo de trés semanas, sem que a duragio absoluta do trabalho possa exceder 56 horas ‘em qualquer das semanas. 4. O disposto no n 1 deste artigo, quanto & duragéo méxima do trabalho difrio em caso de turnos rotativos, pode nAo ser aplicado nas situagées previstas no artigo 121. no caso de inclufrem @ organizagao do trabalho por turnos. ARTIGO 1148 (Remuneragio) 1. A prestagio de trabalho em regime de turnos rotativos confere ao trabalhador o direito a uma remu- neragio adicional de 20% do saldrio de base a qual é devida enquanto o trabalhador se encontrar sujeito a este regime de trabalho. 2. A remuneracio estabelecida no némero anterior inclui 0 adicional por trabalho nocturno © compensa o trabalhador pelas variagSes de horério e de descanso a que esté sujeito. 3. Se © horfrio de trabalho for em regime de dois tur- nos, fixos ou rotativos ou de horérios parcialmente sobre- postos ou desfasados, no 6 devida qualquer remuneragio Adicional, salvo se estabelecida por convengao colectiva de trabalho. ARTIGO 1158 (Mudanga de turnos) ‘A rotacdo ou mudanga de turno s6 pode ser feita apés 0 dia de descanso semanal do trabalhador. ARTIGO 116? (Recuperasto de Interrupsho do trabalho} 1. Quando ocorra paragem da actividade com interrup- fo colectiva do trabalho nuni centro de trabalho ou parte deste por razées de forga maior que nao sejam resultantes de greve ou outras situagGes de conflito taboral, nem de férias ou dias feriados, as horas de trabalho perdidas podem ser recuperadas nos seis meses seguintes, nas seguintes condigées: 4) a recuperagio s6 & possivel se o empregador tiver continuado a garantir 0 salério aos trabalha- dores durante o tempo de interrupeSo; | SERIE—N2 6—DE 11 DE FEVEREIRO DE 2000 +) por forga da recuperagio, a duragio semanal ¢ difria do trabalho normal nfo pode exceder os limites fixados no n# 2 e na alinea 6) do n2 3 do artigo 96%; ¢) pagamento do tempo de trabalho prestado em Tecuperagio esté integrado no salério de base, sendo acrescido duma remuneragéo adicional de 50%; 4) antes de iniciado 0 hordrio de recuperacio, © empregador envia a Inspecco Geral do Trabalho e6pia da comuni que afixa no centro de trabalho, a informar os trabalhadores das causas e duragdo da interrupgio colectiva de trabalho, do inicio, modalidades e duragio definida para a recuperagao, bem como das alteragdes que durante esse perfodo séo intro- duzidas no hordtio de trabatho normal. 2. Aplica-se 0 disposto no ntimero anterior, néo sendo, no entanto, devida a remuneragéo adicional prevista na alinea ¢) do niimero anterior nos casos em que, por acordo entre o empregador e 0 Srgio representativo dos trabalha- dores, ocorra a suspensio da actividade em dia de trabalho intercalado entre um dia de descanso semanal e um dia feriado. ARTIGO 1178 (Modulagto do horério) 1. Por convengao colectiva de trabalho ou acordo do empregador com 0 Srgéo representativo dos trabaltiadores, Pode 0 hordrio de trabalho ser organizado em sistema de modulagéo, com repartigio desigual das horas de trabatho segundo as semanas, 2. O sistema de modulacao de horétio fica sujeito as seguintes regras: 4) 0 periodo normal de trabalho nio pode exceder 0s limites maximos fixados no n. 2 e na alinea 6) do 2 3 do artigo 96 e, em termos médios, ndo pode exceder os limites definidos no n.? 1 da mesma disposigio; 5) a duragio média do periodo normal de trabalho semanal é calculada por referéncia méxima de seis meses; ©) 0 excesso de tempo de trabalho prestado em telagdo aos limites definidos no n.® 1 do artigo 96." € compensado com redugéo corres- Pondente do horétio de trabalho noutras sema- nas dentro do perfodo de referéncia ou com concessdo aos trabalhadores de tempo de descanso compensatério remunerado; 4) 0 salério mantém-se estével a0 longo de todo 0 Perfodo de referéncia estabelecido nos termos da alinea 6) dons 2; 9 €) no més seguinte ao termo do perfodo de refe- Tencia, € liquidado ¢ pago como trabalho extraordindrio © tempo que exceda o limite ‘medio de trabalho normal correspondente a0 ‘mesmo perfodo; A) fica exciufdo do disposto na alinea anterior tempo de trabalho que em cada dia exceda 10 horas e em cada semana 54 horas, 0 qual & Jiquidado © pago como trabalho extraordinsrio ‘no més em que seja prestado; 8) cessando ou sendo suspenso 0 contrato de traba- Iho antes de realizada a redugio de horério ou concessdo de tempos de descanso compen- sat6rio a que se refere a alinea c), aplicar-se-4 de imediato 0 disposio na alinea e) do presente artigo; 4h) a Inspeccéo Geral do Trabalho ¢ informada previamente das caracteristicas do horério moduledo introduzido. 3. B considerado como horério modulado 0 previsto no n2 3 do artigo 30 ARTIGO 118" (Horério variavel) 1, Nos centros de trabalho em que a actividade profis- sional do trabalhador nfo esteja directa ¢ imediatamente condicionada pela actividade doutros, pode o empregador acordar com aquele, individualmente, o estabelecimento do horério varidvel. 2. horério de trabalho varidvel deve obedecer as seguintes condigbes: 4) respeitar em termos médios o limite didrio esta- belecido na alinea a) do n.* 3 do artigo 96.' « executado dentro do perfodo de funcionamento do contrato de trabatho; 5) haver em cada dia pelo menos duas horas nos perfodos da manha e da tarde em que os traba- Ihadores devem estar presentes nos. respectivos postos de trabalho; ©) ser o restante tempo de trabalho cumprido livre- mente pelo trabalhador antes ou depois do Perfodo de presenga obrigat6ria com a variabili- dade que o trabalhador pretenda de modo que ‘no final de quatro semanas o tempo do trabalho normal esteja cumprido; 4) sero trabalho néo o realizado no final do perfodo de referéncia estabelecido na alinea anterior, considerado tempo de auséncia ao trabalho ponderosas relacionadas com a falta de refeitério, a inexisténcia de estabelecimentos adequados de alimentaco nas proximidades do centro de trabatho e a inexisténcia, inaperacionalidade ou afastamento dos transportes bien, 4. Nos casos a que se refere 0 ndmero anterior, a prestagio do trabalho em tempo parcial fica sujeita as sepuintes regras: 4) ser decidida pelo empregador apés consulta 20 ‘rgio representative dos trabalhadores e comu- ada previamente a Inspecgdo Geral do Trabalho; ‘ny salvo inconveniente téenico ponderoso, os traba- Ihadores sao divididos em duas equipas de modo que trabathem respectivamente na parte dda manha e na parte da tarde; ©) duracdo do trabalho em tempo parcial néo pode set inferior & cinco horas diérias; ) a realizacio do trabalho em tempo parcial é enten- dida como transit6ria e cessa logo que ultrapas- sadas as razdes que a justificam. ARTIGO 1208 (Regime de disponibilidade) 1. O regime de disponibilidade s6 pode ser praticado em centros de trabalho que prestem servigos permanentes & colectividade, designadamente transportes e comunicacées, captacao, transporte ¢ distribuigéo de Agua ¢ produgéo, transporte e distribuigo de energia e empresas de labora- lo continua em que seja dispensavel por razées técnicas, ‘manter a regularidade e normalidade do funcionamento dos ‘equipamentos ¢ instalag6es. DIARIO DA REPUBLICA 2. Salvo disposicées especiais estabelecidas por decretos regulamentares ou por convengéo colectiva de trabalho, o regime de disponibilidade fica sujeito as seguintes regras: a) 0 trabalhador € designado para o regime de disponibilidade por escala a fixar com 0 minimo de duas semanas de antecedéncia; ) 0 trabalhador ndo pode ser escalado para regime de disponibilidade em dias seguidos; ¢) 0 perfodo de disponibilidade néo pode ser superior ao perfodo normal do trabalho diério; 4) 0 trabalhador em regime de disponibilidade nao deve permanecer nas instalagdes do centro de trabalho, € obrigado a manter o empregador informado do tocal onde se encontra, a fim de poder ser chamado para infcio imediato da prestagfo extraordindria de trabalho; ©) © trabalhador tem direito a uma remuneragéo adicional de 20% do seu salério de base, nos dias em que se encontrem em regime de disponibilidade; ‘) se durante o perfodo de disponibilidade o traba- Ihador for chamado a prestar o trabalho efec- tivo, este € considerado trabalho extraordingtio por motivo de forga maior € como tal remu- nerado. ARTIGO 1218 (Horério de trabalho em alterndncla) 1, Mediante acordo com os trabalhadores, podem os ‘empregadores adoptar um regime de horério de trabalho cconstituido por um perfodo méximo de quatro semanas de trabalho efectivo seguido dum perfodo igual de repouso. 2. O sistema de trabalho a que se refere o némero anterior respeita as seguintes regras: 4@) 0 perfodo de repouso inclui o tempo dispendido nas viagens de ida e regresso ao centro de trabalho; ) os dias de descanso semanal, descanso comple- mentar semanal e feriados incluidos no periodo de trabalho efectivo sdo dias de trabalho nor- mal, sendo 0 seu gozo transferido para perfodo de repouso subsequente; ©) 0 perfodo de férias anuais € imputado aos perio- dos de repouso desde que estes ndo tenham duracéo inferior & 15 dias consecutivos; 4) a duragio do trabalho normal pode atingir o limite de 12 horas diérias, que inclui dois perfodos de descanso, de 30 minutos cada um, considerados tempo de trabalho, sempre que 0 horério seja cumprido em regime de turnos ¢ ocorra a ccircunstincia referida na parte final do n.* 2 do artigo 113.% 1_SERIE —N. 6—DE 11 DE FEVEREIRO DE 2000 €) se, em consequéncia deste regime de trabalho, for excedida a duragio anual de trabalho, calculada 4 44 horas semanais ¢ depois de deduzidos 0 perfodo normal de férias e os feriados ot Iérios, 0 tempo excedente é considerado trabalho extraordindrio e como tal remunerado. SECCAO Vi Horfrio de Trabalho ARTIGO 122° ‘(Conceite de horiro de trabatho) 1. O horério de trabalho determina as horas de inicio e termo do perfodo normal de trabalho didrio, os intervalos didrios de descanso ¢ refeigio ¢ 0 dia de descanso semanal. 2, Nos termos do artigo 39°, compete ao empregador estabelecer 0 horério de trabalho, de acordo com as disposigoes legais e convencionais. 3. No estabelecimento do horério do trabalho, o empre- gador deve respeitar 0 regime legal sobre o periodo de funcionamento das empresas e servigos, ¢ organizé-lo de modo a que o perfodo de funcionamento seja inteiramente assegurado em regime de trabalho normal a prestar conforme as modalidades estabelecidas nesta lei, adequadas para 0 efeito. 4. O 6rgio representativo dos trabalhadores € sempre ouvido previamente ao estabelecimento do hordrio de trabalho e das suas alteragdes. ARTIGO 123° (Mapa do bordrio de trabalho) 1. O horério de trabalho € escrito em mapa proprio que além dos elementos referidos no n.? | do artigo anterior, indica também 0 infcio € termo do perfodo de funciona- ‘mento do centro de trabalho. 2. Um exemplar do mapa de horério de trabalho, deve ser afixado no centro de trabalho, em local bem visivel © acessivel aos trabalhadores por eles abrangidos, com antecedéncia minima de 15 dias relativamente a sua entrada em execugio. 3. Outro exemplar € com a mesma antecedéncia, remetido pelo empregador a Inspecgio Geral do Trabalho. 4. Se o hordrio de trabatho for por turnos ou com equipas de trabalhadores que pratiquem horérios diferen- ciados, 0 mapa deve discriminar os diversos horérios existentes € 0 empregador deve possuir, actualizado, 0 registo dos trabalhadores inclufdos em cada turno ou ‘equip. 12 ARTIGO 124° {(Alterasées) As alteragbes do hordrio de trabalho so obrigatérias para os trabalhadores a que se destinam, se estabelecidas em conformidade com 0 que se encontra definido nos artigos anteriores. CAPITULO VII ‘Suspensio da Prestacio do Trabalho SECCAO | Encerrameatoe Descanso Semanal ARTIGO 125° (Bncerramento semanal) 1. Os estabelecimentos industriais, comerciais ¢ de prestagio de servicos devem suspender a laboragao ou encerrar um dia completo por semana, que & 0 domingo, salvo no caso de laboragio continua ou se as actividades a que se dedicam nfo poderem ser suspensas nesse dia, por razbes de interesse pablico ou motivos técnicos. 2. A autorizagio para laboragio continua é concedida por despachos conjuntos dos Ministros que tutelam o Tra- balho € a respectiva actividade, precedido de consulta aos sindicatos ¢ associagdes de empregadores interessadas. 3. A determinagdo das actividades, empresas ou estabe- lecimentos que, além dos autorizados a laborar continua- mente, séo dispensados de suspender a laboragio ou encerrar um dia completo por semana, é feita por despacho conjunto dos membros do Governo a que se refere 0 nimero anterior, com precedéncia das consultas mencio- nadas. 4. A determinagdo do dia do encerramento ou de sus- penso da laboragio, nos casos em que nfo seja domingo, compete aos Governadores Provinciais, depois de ouvidas as Administragbes Municipais, os sindicatos e as organiza- Ses de representagto econdmica e de empregadores da provincia, 5. A dispensa da suspensio de laboragio a que se refere on! 3 deste artigo pode ainda, a requerimento do empre- ‘gador, ser concedida com cardcter temporério nfo superior A seis meses, a estabelecimentos industriais, nas seguintes situagbes: 4) por motivos relacionados com o cardcter sazonal da actividade desenvolvida; 4) por acréscimo acentuado, mas transitério de trabalho para cuja satisfagfo se nfo justifique © recurso a outras formas de organizagéo do trabalho. 122 ARTIGO 126" (Direlto a0 descanso semanal) 1, O trabalhador tem direito a um dia completo de descanso por semana que, em regra, € 0 domingo. 2. 0 dia de descanso semanal s6 pode ser noutro dia da semana quando 0 trabalhador preste servigo a emprega- ores que, nos termos do artigo anterior, estejam dispen- sados de encerrar ou suspender a labofacéo um dia ‘completo por semana ou que estejam obrigados a encerrar ‘ou a suspender a laboragao em dia que no seja domingo. 3. Fora dos casos a que se refere 0 niimero ant pode também deixar de coincidir com 0 domingo o dia de deseanso semanal dos trabalhadores 4) necessérios ao asseguramento da continuidade de servigos que néo possam ser interrompidos; +) dos servigos de higiene, salubridade ¢ limpeza ou encarregados doutras tarefas preparatérias ou complementares que devam necessariamente ser realizados no dia de descanso dos restantes trabalhadores ou quando os equipamentos instalagdes se encontram inactivos; 6) dos servigos de guarda, vigildncia ¢ portaria. 4, Sempre que o trabalho seja prestado no regime de turnos, estes devem ser organizados de modo que os trabalhadores de cada equipa tenham um dia de descanso em cada semana ¢ que 0 mesmo coincida com o domingo com uma periodicidade nfo superior & oito semanas. 5. Quando, por razdes técnicas nao seja possivel assegurar 0 disposto no nimero anterior, aos trabalhadores deve ser garantido em cada perfodo de oito semanas um ndmero de dias completo de descanso equivalente ao que resulta da aplicago da mesma disposigéo. ARTIGO 1278 (Durasdo do descanso semana) 1. O descanso semanal néo pode ter duragio inferior 2.24 horas consecutivas, em regra iniciadas as zero horas do dia destinado ao mesmo descanso. + 2. No caso de trabalho por turnos, as 24 horas de descanso semanal contam-se desde o termo do tumno que se conclu antes das 24 horas do dia anterior ao do descanso. ARTIGO 128+ (Descanso complementar semanal) 1. O meio dia de descanso que resulta da distribuigio 4o horério semanal por cinco dias ¢ meio de trabalho ou 0 dia de descanso que resulta da aplicagio do disposto na alfnea a) do n 3 do artigo 96. € considerado descanso ‘complementar semanal DIARIO_DA REPUBLICA 2. © tempo de descanso complementar semanal deve anteceder ou seguir sempre que posstvel, o dia de descanso semanal. 3. No caso de trabalho por turnos, 0 gozo de descanso ‘complementar semanal regula-se pelo disposto nos a." 4 © 5 do artigo 126 ARTIGO 1292 (Condigées de prestago de trabalho) 0 trabalho em dia de descanso semanal € no dia ou meio dia de descanso complementar semanal s6 pode ser prestado nas situagSes a que se refere o artigo 102.8, sendo- -Ihe aplicével o disposto nos artigos 104.* 106.* ARTIGO 130! (Remuneracto do trabstho) 1. O trabalho prestado no dia de descanso semanal € remunerado pelo valor correspondente ao tempo de trabalho, com o minimo de trés horas, acrescido dum adicional de 100% do mesmo valor. 2. No trabalho prestado no dia ou meio dia de descanso ‘complementar semanal aplica-se 0 disposto no n.” 5 do artigo 1052 ARTIGO 13 (Descanso semanal) trabalho prestado no dia de descanso semanal confere a0 trabathador o direito a gozar, obrigatoriamente, na ‘semana seguinte, meio dia ov um dia completo de descanso compensat6rio, conforme a duracdo do trabalho tenha inferior a quatro horas, ou igual ou superior a este limite, SECGAO It Ferlados ARTIGO 132" ‘Guspensto do traballo nos feriados) 1. O empregador deve suspender o trabalho nos dias {que a lei consagra como feriados nacionais. 2. 0 disposto no niimero anterior s6 nao se aplica em relagdo’as actividades ou estabelecimentos em regime de laboragio continua ou que, nos termos do n.* 3 do artigo 1253, estejam dispensados de suspender a laboragio ‘ou encerrar um dia completo por semana, ARTIGO 1332 (Condigdes de prestaao de trabalho) 1, Excepto nos casos a que se refere 0 2 2 do artigo ani 12 3 do artigo 126. nao pode ser exigida dos trabalhadores a presihg&o de trabaine ius dias feriados, salvo gm situagGes em que seja licito o recurso a trabalho extraordindrio. 1 SERIE—N# 6 —DE 11 DE FEVEREIRO DE 2000 2. A prestagio de trabalho em dia feriado, nas situagdes referidas na parte final do némero anterior, fica sujeita a participagio A Inspecgao Geral do Trabalho antes da prestagéo ou no dia Gti] seguinte se se tratar de casas de forga maior ou doutras ocorréncias imprevistas. 3. A prestacdo de trabalho referida no niimero anterior fica sujeita ao disposto nos artigos 104. 106.2 ARTIGO 134° (Remuneragto) 1. Os dias feriados sio considerados dias normais de trabalho para efeito do direito a0 salério ¢ o trabalhador tem direito a0 respectivo pagamento sem que o empregador © possa compensar com trabalho extraordinério ou alarga- ‘mento do horério normal de trabalho. 2, Sempre que a prestacdo de trabatho seja em dia feriado, ao pagamento devido nos termos do némero anterior acresce a seguinte remuneragéo: 4) com o salfrio correspondente a um dia de trabalho ‘ou ao perfodo de trabalho, se inferior, tratan- do-se do trabalho prestado em actividades ou centros de trabalho abrangidos pelo n° 2 do artigo 132 ou pelo n3 do artigo 126.% 4) tratando-se de trabalho prestado ou nas condi- GOes referidas no n.° 2 do artigo anterior, de Femunerago cortespondente ao trabalho prestado em dia de descanso semanal. SECCAO tL Férias ARTIGO 1352 {(Direito a férias) 1. O trabalhador tem direito, em cada ano civil, a um perfodo de férias remuneradas. 2. O direito a férias reporta-se ao trabalho prestado no ‘ano civil anterior ¢ vence no dia 1 de Janciro de cada ano, salvo no que respeita as férias reportadas a0 ano de admis- sio.a0 trabalho, em que 0 direito.se vence no dia 1 de Julho. ARTIGO 1362 (Pinalidade e garantins do direito a férias) 1.0 diteito a férias destina-se a possibilitar ao trabalha- dor condigdes de recuperagto fisica e psiquica de desgaste provocada pela prestaclo do trabalho e a permiti-the con- digGes de‘inteira disponibilidade pessoal, de integragho na vida familiar ¢ de participagéo social cultural 2. O direito a férias 6 irrenuncisvel 0 seu gozo efec- tivo néo pode sei substituldo, fora dos casos expressamente previstos nesta iei, por qualquer compensagio econémica 123 ‘ou doutra natureza, mesmo a pedido ou com 0 acordo do trabalhador, sendo nulos os acordos ou actos unilaterais do trabalhador em sentido contrério. 3. 0 trabathador no pode, durante as férias, exercer quaisquer actividades profissionais remuneradas, salvo se jf-as exercia em acumulagho. ARTIGO 1378 ‘Durasto) 1. O perfodo de férias é de 22 dias dteis em cada ano, ‘no contam como tal os dias de descanso semanal, de descanso complementare feriados. 2. As férias vencidas no ano subsequente ao da admisso ao trabalho s&o correspondenites a dois dias \iteis por cada més completo de trabalho no ano de admissio, com o limite minimo de seis dias steis. 3, Idéntica forma de determinagao do perfodo de férias, com 0 idéntico limite minimo, € aplicada no caso do contrato de trabalho ter estado suspenso no ano a que se reporta o direito, por facto respeitante ao trabalhador. 4. Na determinagio dos meses completos de trabalho contam-se os dias de efectiva prestagho de servigo e ainda 0s dias de falta justificada com direito A remuneragio € os dias de licénga gozada nos termos das disposigbes sobfe protecgéo na maternidade, ARTIGO 138° (Redusio das férias) O perfodo de férias a que se refere 0 n.* 1 do artigo anterior, ou determinado nos termos dos n." 2 e 3 do mesmo artigo, € objecto de redugdo em consequéncia de faltas a0 trabalho nas condig6es definidas no artigo 161.° ARTIGO 1398 (érias no contrato por tempo determinado) 1. Os trabalhadores admitidos por tempo determinado, cuja duracdo inicial ou a renovagao do contrato néo ullrapasse um ano, tém direilo & um perfodo de féria’s correspondente & dois dias seis por cada més completo de ‘trabalho. 2. As férias a que se refere o nlimero anterior podem ser substitu(das pela remuneragio correspondente, a pagar ‘no termo do contr 3. Para determinagéo do més completo de servigo aplica-se o disposto no n.°4 do artigo 137. 124 \RTIGO 140 + (Plano de férias) 1, Em cada centro de trabalho deve ser organizado, apés consulta ao drgio representative dos trabalhadores, sobre a aplicagdo dos critérios a atender, um plano de férias ‘onde constem todos os trabalhadores, com a indicagio das datas de inicio e de termo do respectivo periodo de férias. 2. A marcagio do perfodo de férias deve ser feita, na medida do poss(vel, por acordo entre o trabalhador e 0 ‘empregador ou no caso de ndo ser possivel 0 acordo, decidida pelo empregador. 3. Na organizagio do plano de férias, o empregador deve ter em conta as necessidades do funcionamento do centro de trabalho e atender aos critérios seguintes: 4) excluir da marcagio de férias © periodo de maior actividade produtiva; b) ratear os perfodos mais pretendidos, sempre que possivel, beneficiando alternadamente os traba- Thadores, em fungéo dos perfodos gozados nos dois anos anteriores; 6) ser as férias marcadas em turnos sucessivos, ou ‘com paragem total ow parcial da actividade do centro de trabalho; dd) dar preferéncia aos trabalhadores com responsabi- lidades familiares na escolha dos turnos coinci- dentes com as férias escolares dos filhos menores, quando as férias sio marcadas em turnos; €) conceder 0 gozo de férias sempre que possivel ‘nos mesmos peifodos aos trabalhadores que ertencam ao mesmo agregado fami 4, Se as férias forem marcadas com paragem total ou parcial da actividade do centro de trabalho, a duragio da paragem néo pode ser inferior & 10 dias dteis consecutivos € 0 restante perfodo de férias a que os trabalhadores tenham_ direito € por estes gozado noutra altura, a néo ser que ‘optem por receber a remuneracéo correspondent a esse perfodo. 5. Do gozo de férias simulténeas durante 0 perfodo de paragem da actividade, podem ser exceptuados os trabalha- dores afectos a trabalhos de conservacao, reparagio semelhantes. 6. Nao havendo paragem de actividade, as férias podem ser marcadas para serem gozadas em dois periodos separa- dos, se isso for do interesse do trabalhador, 7. 0 plano de férias 6 elaborado e afixado- nos centros de trabalho até ao dia 31 de Janeiro de cada ano e perma- nece afixado enquanto houver trabaihadores a gozar férias dentro do mesmo ano. DIARIO DA REPUBLICA ARTIGO 141 (Goto de férias) As férias devem ser gozadas no decurso do ano civil em ‘que 8 véncem, sem prejuizo de poderem ser marcadas para serem gozadas no primeiro trimestre do ano seguinte, no todo ou em parte, se 0 trabalhador o solicitar e nio result Fem inconvenientes em cumulagéo ou nfo com as férias vencidas nesse ano. ARTIGO 142 (Cummulagte de férias) 1.0s trabathadores com familiares residentes no estran- ‘geiro podem acumular férias de dois ou trés anos para as gozar fora do Pafs, desde que nos primeizos anos gozem um minimo de 10 dias Gteis completos do perfodo vencido nesses mesmos anos, 2. 0 disposto no nimero anterior pode ser aplicado, por acordo, a outros trabalhadores que nfo preencham a condi- glo ali prevista e que pretendam gozar as férias fora do Pals ou em diferente regio do territério nacional. ARTIGO 143 {(Adlamento ou suspensto do gozo de férias) 1, Sempre que por imperiosa necessidade de funciona mento da empresa ou centro de trabalho se impuser 0 adia- mento das férias marcadas ou a suspensio do gozo das mesmas, 0 trabalhador deve ser indemmizado das despesas realizadas e prejutzos materiais sofridos com 0 adiamento ou suspenséo. 2. A suspensio do gozo das férias nio pode prejudicar 0 ‘gozo seguido de 10 dias dteis completos. 3. O perfodo de gozo das férias deve ser alterado sempre que o trabalhador na data_marcada para o in{cio estiver temporariamente impedido por facto que Ihe seja imputavel, designadamente doenga ou cumprimento de obrigagoes legais. 4, Se o trabalhador adoecer durante 0 gozo das férias, é © gozo suspenso desde que o empregador seja de imediao informado da situagio de doenga com apresentagio do documento comprovativo, passado ou confirmado pelos servigos oficiais de satide. 5. No caso referido no nimero anterior, cabe ao empre- gador marcar 0 perfodo em que « trabalhador deve concluir © gozo das suas férias. ARTIGO 1442 (Gozo de férias havendo suspensto do contrato) ‘Se 0 contrato de trabalho ficar suspenso antes do goz0 das férias vencidas no ano da suspensio, por motivo nao imputdvel a0 trabalhador e por esse motivo as néo puder 1 SERIE—N2 6—DE 11 DE FEVEREIRO DE 2000 gozar até ao termo do primeiro trimestre do ano seguinte, as férias vencidas e nfo gozadas sio substitufdas pelo pagamento da remuneracao correspondente. ARTIGO 1452 (Regime de fértas por cessacfo do contrato) 1, Sempre que o contrato de trabalho cesse, por qual quer motivo, o trabalhador tem direito a receber a remune- ragéo das férias vencidas no ano da cessagio, salvo se j& gozadas. 2. Sem prejuizo do disposto no némero anterior tem direito a receber a remuneragdo correspondente a um periodo de férias calculado a dois dias tteis de férias por cada més completo de servico decorrido desde 1 de Janeiro até a data da cessagio. 3. A cessagio do contrato de trabalho antes de vencido © primeiro perfodo de férias nfo se aplica 0 disposto nos iimeros anteriores, mas 0 trabalhador tem direito & remu- neracdo correspondente a um perfodo calculado na base de dois dias steis de férias por cada més completo de trabalho prestado desde & data da admissio até & data da cessagio do contrato. ARTIGO 146. (Remuneragho e gratifiasto de Feri) 1. A remuneragio do trabalhador durante © period be {érias € igual a0 saldtio e adicionais que receberia durante mesmo perfodo se continuasse a prestar trabalho 101 nas condigBes em que o vinha prestando. 2. A remuneragio de férias acresce-se a gratifi de férias a que se refere a alinea a) don 1 do artigo 1652 3. A redugio do perfodo de férias efectuada nos termos do artigo 138.%, bem como a substituigho do gozo das férias pela remuneracdo correspondente, no ocasiona a redugfo da gratificagio de férias. 4, A remuneragio e a gratificagio das férias sio pagas antes do in(cio do respectivo goz0. ARTIGO 147" (Volagho do direlto a tértas) 1. Sempre que © empregador impeca o gozo das férias nos termos estabelecidos nos artigos anteriores, o trabalha- dlor recebe como indemnizagéo 0 dobro da remuneragéo cortespondente ao perfodo de férias no gozadas ¢ deve ‘gozar o periado de férias em falta até ao termo do primeiro trimestre do ano seguinte, 2. Se 0 trabalhador violar a obrigagao que Ihe impée o n.¥ 3 do artigo 1362, pratica uma infracgao disciplinar, sujeita a0 regime dos artigos 48.° e seguintes ¢ 0 empre- gador fica com o direito de reaver a gratificagio de férias que tenha pago. 125 SECCAO IV LLicenga sem Remuneracto ARTIGO 148° (Liceniga sem remunerasio) 1. A pedido escrito do trabalhador, o empregador pode autorizar-Ihe licengas sem remuneragio cuja duragio deve cconstar expressamente da deci 2, © perfodo de licenga conta para efeitos de antigui- dade ¢ 0 trabalhador tem direito a retomar 0 posto de trabalho sempre que se apresente no termo da licenga. 3. Para efeito do direito a férias, a licenga sem remu- neragio considera-se tempo efectivo de trabalho, se for de duragao inferior ou igual a 30 dias de calendério, 4. Se a licenga for de duragdo superior a 30 dias, aplica-se 0 disposto no n° 3 do artigo 137. sobre a deter minagio do perfodo de férias no caso do contrato de trabalho ter ficado suspenso. ARTIGO 1499 (Licenga para formasio) 1, Mediante comunicagao escrita ao empregador, com antecedéneia ménima de 30 dias, 0 trabalhador tem direito a licenga sem remuneragio de duragdo igual ou superior & (00 dias para a frequéncia no Pais ou no estrangeiro de cursos de formagao técnica ow cultural ministrados sob responsabilidade duma instituigao de ensino ou de formagio profissional ou de cursos intensivos de especia- lizagéo ou semethantes. 2. O empregador pode recusar a licenga sempre que: 4) a0 trabathador tenha sido proporcionada formagéo profissional adequada ou licenga para o mesmo fim, no decurso dos dltimos 24 meses; +) 0 trabalhador tenha menos de trés anos de antigui- dade na empresa; ©) 0 trabalhador tenha sido objecto da aplicagio de medida disciplinar néo inferior & da alinea c) do n 1 do artigo 49.%, graduada em mais de 30 dias, por infracgfo praticada nos dltimos tres anos; 4) 0 trabalhador néo respeite 0 prazo de comuni- cago ao empregador; ¢) 0 trabalhador desempenhe cargo de direcgio, chefia, enquadramento ou fungées qualificadas nfo seja posstvel 0 preenchimento adequado do posto de trabalho durante 0 perfodo de licenga, ‘quer por trabalhadores da empresa, quer por recurso & contrataglo a termo; 126 0 trabalhador nfo possa ser substituido de forma adequada em empresas ou centros de trabalho com menos de 20 trabalhadores. 3. A licenga prevista neste artigo aplica-se 0 disposto no n23 do artigo 137.2 4, 0 disposto no n° 1 deste artigo néo prejudica a aplicacao da legislagao especial sobre trabalhadores-estu- dantes em tempo parcial, nem os acordos livremente estabelecidos entre trabalhador e empregador, nos termos do 0.3 do artigo 47.8 ‘SECCAO V Faltas 20 Trabatho ARTIGO 1508 (Tipo de falta) 1. As faltus podem ser justificadas ou injustificadas. 2. Sempre que a auséncia seja de duragéo inferior a0 perfodo normal de trabalho didrio a que o trabalhador est sujeito, os tempos de auséncia so adicionados para determinaglo dos dias de falta. 3. Se 0 hordrio for de duragio desigual nos diversos dias da semana, considera-se dia de faita 0 que corresponde a duragdo média do perfodo normal de trabalho didrio. 4, Sempre que as faltas tenhams como consequéncia a perda da remuneracdo, 0 empregador pode fazer o desconto do tempo de falta no salério do més em que esta tem lugar mesmo que inferior a um dia de falta, ARTIGO 1319 (Comunicagto e justifieagho) 1, O trabalhador deve comunicar ao empregador, com a antecedéncia m{nima de uma semana, a necessidade de se ausentar do servigo e respective motivo ¢ a duragko prevista para a auséncia exibindo nessa altura a notifi. cago, requisigéio ou convocatsria que eventualmente the tenha sido dirigid 2. Se o conhecimento da necessidade de se ausentar do servigo ocorrer dentro da semana anterior ao seu inicio, a comunicagio a que se refere o niimero anterior deve ser imediata com a exibigéo do documento referido se for 0.0850, 3. Se a auséncia for imprevista, a comunicagio ao empregador deve ser feita logo que possivel, mas sempre antes de retomar 0 trabalho, 4. trabathador é obrigado a fornecer a prova dos ‘motives invocados para justificagio da falta se essa prova estiver estabelecida no regulamento interno ou for exigida pelo empregador. DIARIO DA REPUBLICA 5, Sio faltas injustificadas as auséncias devidas a motivos nio previstos no artigo seguinte desde que néo autorizadas pelo empregador, bem como aquelas em relagdo As quais o trabalhador nfo cumpra as obrigagées ‘stabelecidas nos niimeros anteriores deste artigo. 6. Constitui infracgio disciplinar grave a prestacdo pelo trabalhador de falsas declaragées relativas & justificagio das faltas. ARTIGO 1528 ‘(Falta jestitcadas) 1. Sio motivos justificativos das faltas ao trabalho: a) 0 casamento do trabalhador desde que a auséncia tenha duragio néo superior & 10 dias seguidos de calendério; 'b) um dia por ocasido do nascimento de filho; ©) 0 falecimento de familiares directos, dentro dos limites definidos no artigo seguinte;, @ 0 cumprimento de obrigagdes legais ou militares que devam ser satisfeitas dentro do perfodo normal de trabalho, nas condigdes e limites referidos no artigo 154.2; e) a prestagio de provas a que estejam obrigados os « trabalhadores-estudantes, nos termos da legis- lagéo propria, dentro dos limites definidos no artigo 155: 2) participagdo em cursos de formagao, aperfeigoa- ‘mento, qualificagéo ou reconverséo profissional que tenham sido determinados pelo empre- gador; 8) impossibilidade de prestar trabalho, devido a facto que seja imputavel ao trabalhador, nomea- damente, acidente, doenga ou necessidade de prestagio de assisténcia inadidvel a membros do seu agregado familiar, em caso de doenga ou acidente, dentro dos limites fixados no artigo 15645 ‘h) a participagdo em actividades culturais ou des- portivas ou em representagio do pafs ou da ‘empresa ou em provas oficiais nos termos do artigo 157.8%; 2) a pritica de actos necessérios ¢ inadidveis, no exercicio de fungoes de dirigente em sindicatos na qualidade de delegado sindical ou de mem- bro do 6rgéo representativa dos trabalhadores, dentro dos limites estabelecidos no artigo 158.5; J) 2 autorizagio do empregador, face & invocagio, pelo trabaihador de motivos néo constantes das alineas anteriores, mas que aquele entenda dever considerar atendive' 1 SERIE— N.# 6—DE 11 DE FEVEREIRO DE 2000 2, Sio remuneradas dentro dos limites estabelecidos no” nimero anterior € nos artigos seguintes as faltas justifi cadas pelos motivos constantes das alineas a) ¢ f) don? 1 deste artigo. 3. As faltas autorizadas nos termos da alinea i) do n° 1 deste artigo sio remuneradas ou ndo, conforme seja estabe- lecido pelo empregador no acto de autorizagdo entendendo- se que so remuneradas se nada for determinado. 4. As faltas justificadas por motivos previstos nas alineas c), ), fh) € 2) do n.8 1 deste artigo quando se proton- guem por mais de 30 dias de calendario, déo lugar ‘A suspensio do contrat de trabalho com aplicagéo do respectivo regime. 5. As faltas jusfificadas contam sempre para efeitos de antiguidade do trabathador. ARTIGO 1534 (Faltas por faleclmento) 1. As faltas por motivo de falecimento de familiares directos tm os seguintes limit 4€) oito dias Gteis, tratando-se do falecimento do cOnjuge ou de pessoa que, comprovadamente, viva com 0 trabalhador em unio de facto ou do falecimento de pais e filhos; b) quatro dias dteis, tratando-se do falecimento de avds, sogros, irmfos, netos, genros ¢ noras; ©) dois dias teis tratando-se de tios ou de qualquer pessoa que, comprovadamente, viva em comu- nhio de mesa @ habitagio com o trabalhador. 2. Se o funeral tiver jugar em localidade distante do centro do trabalho, o trabalhador tem ainda direito a dispor do tempo indispensdvel para a deslocagéo sem remu- neragio. ARTIGO 154 ‘Faltas por cumprimento de obrigacbes) 1. No caso de faltas para cumprimento de obrigagdes legais ou militares 0 empregador € obrigado pagar 0 saldrio correspondente As faltas, até ao limite de dois dias por més, mas nao por mais de 15 dias por ano. 2. As auloridades judiciais, militares, policiais ou outras com idénticos poderes legais para determinar a compa- réncia do trabalhador ou perante as quais o trabalhador deva praticar os actos que, por constituirem obrigagao legal, justificam a falta, so obrigadas a fornecer a este, meios de prova idéneos e circunstanciados contendo, nomeadamente, 0 local, data e perfodo de comparéncia para serem apresentados ao empregador. 127 ARTIGO 155° (altas para provas escblares) 1. A auséncia para a prestagio de provas pelos estu- dantes tem os seguintes limites: in tratando-se de provas escolares ou de ava- \¢4o de conhecimentos realizadas no decurso do ano lectivo (frequéncia) que € repartido em dois perfodos de meio dia cada um, sendo um na tarde do dia imediatamente anterior se a prova for realizada na parte da manha, +) dois dias por cada disciplina e para cada uma das provas finais escrita e oral, sendo um dos di da prestagio da prova e 0 outro o imedi mente anterior, 2. No caso da alinea b) se as provas forem em dias con- secutivos, os dias anteriores totalizam-se e sdo em relagio a primeira das provas tantos quantos os exames seguidos, Teles Se incluindo os dias de descanso semanal, descanso complementar e feriados que ocorram nesse periodo. ARTIGO 1562 (Faltas por acidente, doenga ou assisténcta) 1. A impossibilidade de prestar trabalho pelos funda mentos a que se refere a primeira parte da alfnea f) don 1 do artigo 152° & paga dentro dos limites e nas condigées estabelecidas na legislagio especial sobre protecgfo na doenca € no acidente, salvo se o trabalhador tiver direito a subsidio da Seguranca Social ou de instituigéo seguradora, 2. A falta ao trabalho justificada pela necessidade de prestar assisténcia inadiavel aos membros do agregado familiar, a sua duragdo tem os seguintes limites: 4a) tr@s dias dteis por més, tratando-se de doenga ou acidente do cOnjuge, pais, avds, filhos maiores de 10 anos ¢ afins dos mesmos graus na linha recta, até ao limite méximo de 12 dias dteis por ‘ano; b) 24 dias tteis por ano, tratando-se de doenga ou acidente de filho, adoptado ou enteado menor de 10 anos. 3. Os limites estabelecidos no nimero anterior podem ser alargados, a pedido do trabalhador, no sendo remu- neradas as faltas resultantes do alargamento. 4, As faltas a que se referem os n.% 2 ¢ 3 deste artigo no podem ser praticadas simultaneamente pelos dois cOnjuges € 6 podem ser praticadas por um deles no caso dos dois serem trabalhadores por conta de outrem. 128 ARTIGO 1578 ‘(Fattas para actividades culturals ou desportivas) As faltas para participagdo em a ides culturais ou desportivas, bem como nos respectivos actos preparat6rios, nos casos em que essa participacdo deva verificar-se dentro do perfodo normal de trabalho, ficam sujeitas as seguintes regras: @) cumprimento obrigatério do disposto no artigo 154.9; 5) remuneragio das faltas pelo empregador até a0 limite de 12 dias dteis em cada ano civil. ®2do ARTIGO 1585 (Paltas por actividade sindical ou representagho 0s trabathadores) 1. As faltas justificadas pela prética dos actos neces- sérios ¢ inadidveis a que se refere a alinea i) do n.* 1 do artigo 1522 so remuneradas dentro dos seguintes limites: 4a) quatro dias tteis por més por exercicio de fungdes de membro da direccdo ou 6rgéo executivo do sindicato; ») quatro ou cinco horas por més para cada delegado sindical ou para cada membro do érgéo repre- ‘sentativo dos trabalhadores, conforme no centro de trabalho existam até 200 ou mais trabalha- dores fillados no respective sindicato no primeiro caso ou existam até 200 ou mais trabathadores no segundo. 2. Em substituigéo do disposto nos n."" 1a 4 do artigo 151%, as faltas a que se refere a alinea a) do nimero anterior séo justificadas mediante comunicagio escrita da direcgéo do sindicato ao empregador, feita com um dia de antecedéncia minima ou, se tal for impossivel, nos dois dias seguintes ao inicio da auséncia, indicando as datas € Periodos de que o seu dirigente necessita para 0 exercicio das suas fungdes, sem mengao dos actos a praticar. 3. Os delegados sindicais ¢ os membros do érgio representativo dos trabalhadores, sempre que pretendam exercer o direito referido na alinea 6) do n.# 1 deste artigo, mesmo no interior das instalagdes do centro de trabalho, devem informar do facto ao empregador com a antece- déncia minima de um dia. 4: As faltas que excedam os limites fixados na alinea a) do n¥ 1 deste artigo sio justificadas desde que comu cadas ao empregador mas no séo remuneradas. ARTIGO 1598 (Faitas autorizadas) © empregador pode autorizar a falta ao trabalho pelo falecimento de pessoas que ndo estejam previstas nas alineas don 1 do artigo 153.8, sempre que a presenga do DIARIO DA REPUBLICA trabalhador nos actos do funeral esteja em conformidade com as tradigbes do seu povo, sendo aplicdvel o n.# 2 do mesmo artigo ¢ ficando o pagamento da remuneragio Sujeito a0 disposto no n° 3 do artigo 152° ARTIGO 160" (Efeltos das fatas injustificadas) As faltas injustificadas (8m os seguintes efeitos: 4@) perda de remuneraco; ') descontos na antiguidade do trabalhador; ©) infracgao disciplinar sempre que atinjam és dias em cada més ou 12 em cada ano ou sempre que, idependentemente do seu niimero, sejam causa de prejuizos ow riscos graves conhecidos pelo ‘trabalhador. ARTIGO 1618 (Cfeltos das fates na duragio das férias) Constituem efeitos das faltas na duragio do perfodo de 4a) desconto na duragio das férias, na proporgéo de um dia de férias por cada dia de falta, no podendo a duragdo das férias ser reduzida menos de 12 dias diteis, ou a menos de seis dias nas situag6es referidas nos n.* 2 e 3 do artigo 137.° quando se trate de faltas injusti- ficadas; +) desconto na duragéo das férias das faltas justfi- cadas que no conferem direito a remuneragio ‘a proporgdo de um dia de férias por cada trés dias de falta, nfo podendo a redugo do perfodo de férias exceder os limites fixados na parte finat do ndimero antecedente; ©) substituicio da aplicagio da alinea 6) pelo estabe- lecido no n.¥ 3 do artigo 137%, sempre que a contrato do trabalho fique suspenso nos termos don? 4 do artigo 152.° CAPITULO Vill Remuneragao do Trabalho e Outros Direltos Econémicos do Trabalhador SECGAO | Princfpios Gerais ARTIGO 1627 (Remunerucio) 1. A remuneragio compreende o salério de base e todas as demais prestagdes complementos pagos directa ou indirectamente em dinheiro ou em espécie, seja qual for sua denominagao e forma de cétculo. 1 SERIE —N.* 6—DE 11 DE FEVEREIRO DE 2000 2, Nao constituem remuneragio: 42) a retribuicdo por prestaglo de trabalho extraordi- nério, salvo quando pela sua regularidade de atribuigéo ¢ valor deva ser qualificada como Temuneragio; ») as atribuigdes acess6rias do empregador ao traba- Thador, quando destinadas ao reembolso ou compensacio de despesas por este realizadas em relagdo com a prestagio de trabalho, tais como ajudas de custo, abonos de viagem e de instalagdo, despesas de transporte, subsfdio de transporte, fornecimento obrigatério de aloja- mento ¢ outras de idéntica natureza, salvo se, pela sua regularidade e desproporgio em relagdo as despesas que visam compenser, devam ser consideradas remuneracio apenas no que respeita a0 excesso; c) as gratificagdes acidentais e voluntérias nao relacionadas com a prestagio do trabalho ou que sirvam de prémiio ou reconhecimento pelos bons servigos, desde que de atribuigdo persona- lizada; 4d) 0 abono de familia e todas as demais prestagoes € subsidios da seguranga social ou seus comple- mentos quando pagos pelo empregador; ©) 08 valores pagos ao trabalhador, a titulo de indemnizag4o ou compensagio por transfe- réncia do centro de trabalho, por suspensio da relagao jurfdico-laboral ou por despedimento. ~— 3. Salvo prova em contrério, presume-se que fazem parte da remuneragio todas as prestagSes econémicas que © trabathador receba do empregador, com regularidade e periodicidade. 4. Compete ao tribunal resolver as diividas que se suscitem na qualificagao como remuneragao das prestagoes recebidas pelo trabalhador. ARTIOO 1632 (Modalidades de salério) 1. 0 salétio pode ser certo, variével ou misto. 2, O salétio € certo ou ao tempo quando remunera 0 trabalho realizado num determinado perfodo de tempo sem atender ao resultado obtido. 3. O salério € varidvel ou ao rendimento quando remu- neta 0 trabalho realizado em fungio dos resultados obtidos no perfodo de tempo a que respeita. 4. O salétio € misto quando canstituido por uma parte certa e outra varidvel, 129 5. 0 salério varidvel pode assumir, designadamente as modalidades de: 4) salério & peca e comisséo quando atende apenas a0 resultado do trabatho realizado pelo traba- Ihador no petfodo considerado sem atender 20 tempo de execucio; 5) salétio & tarefa quando atende a duragho de traba- Tho com a obrigagéo de assegurar uma determi nada produgao no perfodo de referencia. 6. Na medida em que 0 empregador tenha adoptado indicadores de rendimento do trabalho € outras bases de definigio de produtividade nos termos dos artigos 62.* € seguintes, pode adoptar sistemas de salério variavel ov isto no sentido de incemtivar a elevagio dos ntveis de pro- dutividade, ARTIGO 164 (Nho discriminagto e garantias do trebathador) 1, © empregador € obrigado a assegurar para um mesmo trabalho ou para um trabalho de vator igual, em fungio das condigdes de prestagio da qualificagio e do ren- dimento, @ igualdade de remuneragio entre os trabalhado- res sem qualquer discriminagio com respeito pelas disposigdes desta lei. 2. Os diferentes elementos constitutivos da remunera- ‘Gio devem ser estabelecidos segundo normas idénticas para ‘0s homens para as mulheres. 3. As categorias ¢ 0s critérios de classificagio & promo- sa prcfissional, assim com iodas as demais bases de célculo da remuneragéo, designadamente os critérios de avaliagéo dos postos de trabalho devem ser comuns 20s tra- balhadores dos doi sexos. 4. O salério nao pode ser inferior ao estabelecido na convengio colectiva de trabatho aplicével para o trabalho de que € contrapartida ou na sua falta ao salério minimo nacional garantido, salvo nos casos expressamente previstos por lei. 5. Quando o salério for varidvel, as respectivas bases de célculo devem ser estabelecidas de forma a garantir ao tra- balhador, trabalhando normalmente, um valor igual a0 do trabalhador de idémtica capacidade remunerado ao tempo, efectuando um trabalho anélogo. 6. Se o trabalhador néo puder prestar o seu trabalho na vigencia da relagko juridico-laboral por © empregador the io dat a executar por motivos estranhos ao trahalhador, este mantém 0 aquele possa compensar o trabalho nao prestado com outro: prestado noutra ocasiao. ireito ao salério na totalidade sem que 130, 7.0 trabalhador remunerado com salério varidvel tem direito 20 saldrio normal sempre que o rendimento do trabalho seja diminu(do por motivos imputdveis a0 empregador. 8. No caso a que se refere o ntimero anterior, bem como no caso das prestagdes que, nos termos do n.° 2 do artigo 262.8, devam considerar-se remuneracio, 6 salério normal para efeito de pagamento da remuneragéo de férias € cflculo de indemnizagdes e compensagées, a média mensal calculada em relagdo Aquelas prestagdes recebidas nos 12 meses anteriores de prestacéo de trabalho ou durante 0 perfodo de duragao do contrato, se inferior. 9. Ha compensagio, quando as prestagdes remunera- Arias efectivamente recebidas sejam no seu conjunto € em cOmputo anual mais favoraveis ao trabalhador que as prestagdes fixadas na lei ou na convengao colectiva aplicavel. 10, Para determinar o valor do salério-hordrio do trabalhador, utiliza-se a f6rmuta: Smx12 52s x Hs rio-horério, Sm o salério-base mensal,12 0 nimero de meses do ano, $25 0 niimero de semanas laborais do ano e Hs 0 hordrio normal semanal. €m que S/h significa 0 valor do salé- 11. A no observancia das dlsposigdes dos niimeros anteriores do presente artigo, dé lugar ao exercicio do procedimento disciplinar ou judicial previstos na presente ARTIGO 165 (Gratitcagées anuals) 1. Todos 0s trabalhadores tém diteito, por cada ano de servigo efectivo, as seguintes gratificagbes obrigatérias no m{fnimo: 42) 50% do salério-base correspondente ao salétio do perfodo de férias a titulo de gratificagio de férias; =. b) 50% do salério-base correspondente ao més de Dezembro a titulo de subs{dio de Natal. 2. Os valores estabelecidos no n.° 1 podem ser melho- rados por convengio colectiva de trabalho ou contrato individual de trabalho. 3.0 trabalhador que no momento do pagamento destas sgratificagbes no tenha prestado um ano de servigo efec- tivo, em virtude da data de admissio ao trabalho ou de suspenséo da relagdo jurfdico-taboral, tem dircito a receber as referidas gratificagées calculadas em valor proporcional aos meses completos trabalhados acrescidos de um més. DIARIO DA REPUBLICA ARTICO 1662 (atormacéo do salério) 1. Antes de um trabalhador ocupar um posto de traba- Iho, ¢ sempre que se produza alteragio no mesmo, o empre- gador deve informé-lo, de forma apropriada ¢ facilmente compreensfvel, das condigdes de salério que Ihe devem ser aplicadas, 2. Quando a alteragao do saldrio for aplicével a um con- junto de trabalhadores por ser resultante da revi de salé- tios garantidos por lei, convengio colectiva ou pritica do empregador, 2 informagdo € feita através da afixagao dos novos valores no local de pagamento e nos locais habitual- mente frequentados pelos trabalhadores. ARTIGO 167" (Redusho do salérioy 1, Salvo nos casos expressamente previstos na lei, em convengao colectiva ou cantrato de trabalho, o salétio rifo € Gevido em relagdo aos perfodos de auséncia do trabalhador a0 servico. 2, Para fazer 0 célculo do valor a deduzir, aplica-se a formula estabelecida no n.* 10 do artigo 164.%, nao podendo no entanto ser paga quantia inferior a correspondente 20 tempo de trabalho efectivamente prestado. 3. Com as excepgbes previstas na lei ou em convengio colectiva de trabalho, as prestagdes, complementos ¢ adi- cionais ao salério de base que constituam contrapartida das ccondigbes em que 0 trabalho é prestado, deixam de ser devidas logo que a prestagio do trabalho deixe de estar sujeita as mesmas condigées. SECCAO It Saldrlo Minimo Nacional ARTIGO 1689 (Flxagto do salérie minimo nacional) 1. 0 salério. m{nimo nacional é fixado periodicamente, por decreto do Conselho de Ministros sob proposta dos ‘Ministros de tutela do Trabalho e das Finangas, 2. A fixagio do salério mfnimo nacional & precedida de cconsultas dirigidas pelo Ministro de tutela do Trabalho aos Ministros das Finangas e das éreas econémicas ¢ de reuniéo de consultas com representantes das organizagées mais representativas de empregadores e de trabalhadores. 3. Na fixag&o do salério minimo nacional deve considerar-se: a) a evolugio e tendéncia do {ndice nacional dos pregos no consumidor, nivel geral dos saldrios das prestagdes da seguranga social e 0 nivel de vida relativo de outros grupos sociais; LSERIE—N.* 6—DE 11 DE FEVEREIRO DE 2000 b) 08 factores econémicos condicionantes, incluindo as exigencias do desenvolvimento econémico, 08 niveis de produtividade ¢ a necessidade de atingir e manter um alto nivel de emprego. ARTIGO 169" (Modalidades do salérto mafnimo nacional) 1. O salério minfmo nacional pode adoptar uma das seguintes modalidades: 4) salério minimo nacional garantido Gnico; ) salério minimo nacional por grandes agrupa- ‘mentos econdmicos (industria, cométcio, trans- res, servicos e agricultura); ¢) salario minimo nacional por dreas geograficas. 2. As modalidades b) € c) do nimero anterior podem ser articuladas com a modalidade a), podendo ainda a ‘modalidade c) ser articulada com a modalidade b). 3. A medida que os trabalhadores de qualquer dos agru- pamentos econémicos referidos na modalidade 6) don. 1 vio sendo abrangidos por convengbes colectivas, a fixagio do salério minimo nacional deixa de adoptar a modali- dade c) do mesmo ntimero. ARTIGO 170" (Regularidade de fxacho) A periodicidade de fixaglo do salério mfnimo nacional € determinada tendo em atengdo a evolugio dos factores de ponderagio referidos no n.* 3 do artigo 168° ARTIGO 1718 (Destinatérios do salério minimo nacional) 1. Com as excepgdes estabelecidas por lei, 0 salério m{nimo nacional é aplicado a todos os trabalhadores em regime de tempo de trabalho completo, podendo o decreto que o fixe exceptuar os trabalhadores abrangidos por convengéo colectiva de trabalho celebrada hé menos de seis meses. 2, Para os trabalhadores em regime de trabatho em tempo parcial, a aplicagio do salério minimo nacional é feita com recurso férmui artigo 164° ARTIGO 1728 (Nulldade da Indexasto salariat) Sio nulas as disposighes das convengées colectivas que prevejam indexagio sobre os valores do salério minimo nacional expressa de forma directa ou indirecta. 131 SECGAO tI Liguidaglo e Pagamento do Salério ‘ARTIGO 1734 (orma de pagements) 1, O saldrio deve ser pago em dinheiro, podendo ser parcialmente em prestagdes de outra natureza, designada- mente géneros alimentares, alimentacéo, alojamento € vestudrio. 2. A parte néo pecuniéria do salério, quando exista, no pode exceder 50% do valor total, ARTIGO 1742 (Pagamento da parte pecuniéris) 1. A patte pecuniéria do salério € paga em moeda corrente ou, com acordo do trabalhador ou se previsto no regulamento interno ou convengao colectiva, por cheque bancério, vate postal, depésito ou transferéncia bancéria ‘A ordem do trabalhador. 2. Com as excepgdes previstas no némero anterior, € proibido 0 pagamento do salério em vales, fichas, cupSes, créditos em conta, declaragdes de dfvida ou qualquer outra forma substitutiva do pagamento em moeda corrente. 3. A parte pecuniria do salério é paga directamente ao trabalhador ou & pessoa que este indique por escrito, ficando o trabalhador a dispor livremente do salério sem que 0 empregador possa limitar essa liberdade de qualquer forma. . 4, 0 empregador néo pode por qualquer modo coagir 0 trabalhador a0 pagamento de dividas, nfo podendo o pagamento do salério ser feito na presenga de credores do trabathador. ARTIGO 1758 (Pagamento da parte nio pecuniéria) 1. A parte no pecuniéria do salério, quando exista, deve destinar-se & satisfagio de necessidades pessoais do trabalhador ou da sua familia ¢ nfo pode, para nenhum , Ser atribufdo valor-superior ao corrente na regis, 2. A pate nto pecuniéria do salério.¢.substtulde peto correspondente vaior desde empregador até 15 dias antes da data do pagamento de que pretende que o salério Ihe seja pago apenas em dinheito. 3. E proibido 0 pagamento do saldrio em bebidas alcodlicas, drogas ou substincias psicotr6picas prejudici 132 ARTIGO 1762 (Perfodos de vencimento de pagamento) 1. A. obrigacdo de pagar o saldrio vence por perfodos ‘certos € Iguals que, salvo 0 disposto nos numeros seguintes, slo o més, a quinzena ou a semana ¢ deve ser satisfeita, Pontualmente, até ao Gitimo dia sil do periodo a que se refere, durante as horas normais de trabalho. 2. O trabalhador remunerado com salétio-horério ou difrio contratado para uma tarefa de curta duraglo, € pago ‘em cada dia apés 0 termo do trabalho. 3. Tratando-se de trabalho remunerado A pega ou por tarefa, © pagamento & feito depois de concluida cada pega ou tarefa, excepto se a respectiva execucdo durar mais de quatro semanas, caso em que o trabalhador deve receber ‘em cada semana um adiantamento nio inferior @ 90% do salério m{nimo nacional garantido, sendo integralmente pago da diferenca apurada na semana seguinte & conclusdo dda pega ou tarefa, 4. As comissdes adquiridas no decurso dum trimestre devem ser pagas durante o més seguinte ao termo dese ttimestre. 5. As participagdes nos lucros realizados durante um exercicio devem ser pagas no decurso do trimesire subse~ {quente a0 apuramento dos resultados. 6, Em caso de cessagBo do contrato de trabalho, 0 salério, indemnizagdes e demais valores devidos a0 trabalhador seja a que titulo for, s80 pagos dentro dos tres dias subsequentes & cessagio. 7. Em caso de litigio sobre a determinagdo dos valores devidos, pode o juiz, mediante requerimento apresentado pelo empregador nos trés dias seguintes ao da verificacdo do litigio, autorizar a retengio proviséria dos valores que excedam os confessados pelo empregador ou, tratando-se de salério de base, da parte que exceda 0 valor calculado desde 0 Sltimo perfodo comprovadamente pago, com a base de cfleulo que serviu para a determinacéo desse. 8. Excepto 0 disposto nos n." 1 € 6 deste artigo, os twabalhadores ausentes no dia de pagamento do salério podem Jevantar os valores que thes sejam devidos, ‘em qualquer dia posterior, dentro das horas normais de expediente. ARTIGO 1772 (Local de pagamento) 1. © pagamento do salério deve ser feito no local onde © trabalhador presta 0 seu trabalho ou nos servicos de paga- mento do empregador se estiverem situados na vizinhanca do local de trabalho, salvo se outra forma estiver acordada. DIARIO_DA REPUBLICA 2. Tendo sido acordado local diverso para o pagamento, do salétio, considera-se tempo de sérvigo efectivo o tempo gasto pelo trabalhador para se deslocar a esse local. 3. O pagamento do salério no pode ser feito em esta- belecimento de venda de bebidas alcodlicas, casas de jogos ou centros de diversi, salvo a trabalhadores dos referidos: estabelecimentos. ARTIGO 178! (Documento de pagamento} 1. O pagamento do salério & comprovado por recibe assinado pelo trabalhador ou, s¢ for analfabeto, por dusts testemunhas por si escolhidas, impressio digital ou se 0. empregador utilizar fothas colectivas de pagamento de salérios, pela assinatura do trabalhador ou das tester na parte que Ihe corresponda. 2. 0 recibo ou a folha colectiva de pagamento de sala- rios deve ider icar 0 empregador, 0 nome completo do trabalhador, niimero de beneficidrio da seguranca social, perfodo a que tespeita o pagamento, discriminagio das importancias pagas. ndas as descontos € dedugées feitas, bbem como o valor liquido total pago. 2. No acto do pasumento ou antes deste, quando feito segundo unt cas modalidades permitidas no n2 1 do arti- {go 1742, ao trabathador & entregue uma c6pia do recibo ou, ‘Se © pagamento for feito segundo uma daquelas modali- dades ou com utilizagio de folha colectiva de pagamento de salérios, um boletim de pagamento contendo todas as referéncias exigidas no nimero anterior. 4, Se o trabalhador, antes de decorrido o prazo de pres- crigo, reclamar contra o empregador por falta de paga- mento de salérios, presume-se 0 nio pagamento, de forma ludivel, se 0 empregador, salvo o caso de forga maior, nido apresentar o recibo ou folha colectiva respeit valor reclamado. te no 5. Na falta de imputago das importincias pagas a outras prestagées ou complementos, presume-se que tais valores respeitam ao salério de base do trabalhador. SECGAO IV _Compensastio ¢ Descontos Sobre 0 Salério ARTIGO 1792 (escontos ictos) 1. E proibido ao empregador proceder & compensagao de créditos que tenha sobre o-trabathador no salério devido a este ou efectuar quaisquer descontos ou dedugées, salvo © disposto nos niimeros ¢ artigos seguintes.

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