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A GESTÃO DE MATERIAIS EM ENFERMAGEM

Maria Terezinha Honório *


Gelson Luiz de Albuquerque **

RESUMO
O estudo teve por objetivo promover a reflexão acerca de um processo educativo desenvolvido junto aos
trabalhadores de enfermagem do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC)
sobre a Gestão de Recursos Materiais (GRM) em Serviços de Internação Médico-Cirúrgicos. A busca por um
espaço de reflexão-ação no ambiente de trabalho foi desenvolvida através de oficinas, sustentada na visão
pedagógica libertadora e na metodologia da problematização. O processo educativo permitiu que esses
trabalhadores refletissem acerca dos espaços já conquistados junto à GRM, a forma com que vêm atuando
nesses espaços, a importância da conscientização relativa à participação da Enfermagem e a influência desse
envolvimento na qualidade da assistência prestada aos usuários do Serviço de Saúde.
Palavras-chave: Administração de materiais no hospital. Educação em enfermagem. Organização e administração.

INTRODUÇÃO Os autores afirmam que os gastos com


materiais no ambiente hospitalar representam
Com a institucionalização da assistência, a aproximadamente 15% a 25% das despesas
saúde passa a ser o resultado de um trabalho correntes, e que com certa freqüência são
coletivo de vários profissionais. Enquanto uns adquiridos cerca de 3000 a 6000 itens de
exercem as atividades assistenciais de forma consumo. Ressaltam ainda que a complexidade
mais direta, outros atuam apoiando e provendo de um sistema não se restringe somente à
meios para que essa assistência aconteça. quantidade de itens ou a seu custo, mas
Nas instituições de saúde, especialmente também à complexidade de seu processo
nos hospitais, a Gestão de Recursos Materiais produtivo, que normalmente se mantém
(GRM) constitui-se em uma questão distanciado dos sistemas de apoio, dificultando
particularmente importante, considerando a essa administração.
diversidade de materiais utilizados, seu Viana (2002, p. 41) postula que materiais
elevado custo, especialmente daqueles ligados são “todas as coisas contabilizáveis que
à assistência das pessoas hospitalizadas. A entram como elementos constituídos ou
administração destes, normalmente, é realizada constituintes na linha de atividades de uma
pela área administrativa, sem o envolvimento empresa” e que a administração dos mesmos
devido das áreas técnicas. tem como meta primordial atingir o equilíbrio
Segundo Vecina Neto e Reinhardt Filho entre estoque e consumo. Para o autor, essa
(1998, p. 2), administração envolve e tem como objetivo
[...] o processo de produção do setor da
saúde é muito complexo e o hospital, planejamento, coordenação, direção e
constitui um centro de interação de várias controle de todas as atividades ligadas à
disciplinas e profissões, incorporando aquisição de materiais para a formação de
tecnologias, gerando um modelo estoques, desde o momento de sua
assistencial com uma variedade enorme concepção até seu consumo final.
de itens e graus de diversidade.

*
Enfermeira. Especialista em Administração de Serviços de Saúde e de Enfermagem. Hospital Universitário Prof. Polydoro
Ernani de São Thiago, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestranda no Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem/UFSC. E-mail: terehonorio@globo.com .
**
. Enfermeiro. Doutor em Filosofia de Enfermagem/UFSC. Docente do Departamento e Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem da UFSC. E-mail: gelsonalbuquerque@yahoo.com.br .

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fundamental definir quando e quanto comprar com atitudes centradas em seus microespaços,
para repor estoques. lançando mão de rotinas extremamente
De acordo com Anselmi e Nakao (1999), a controladoras, não valorizando o trabalho das áreas
partir da institucionalização da profissão interdependentes, o que dificulta o atendimento
dentro das estruturas de saúde, a enfermagem, das reais necessidades destas. As áreas
na figura do enfermeiro, vem incorporando em assistenciais convivem permanentemente com a
seu trabalho ações características do processo imprevisibilidade de demanda, exigindo certa
de gerenciamento. Os enfermeiros, em função flexibilidade administrativa no atendimento às
de ocuparem cargos gerenciais, têm se necessidades inerentes aos objetivos a que a
notabilizado em viabilizar, favorecer e criar as instituição se destina.
condições técnicas para que a assistência se Em conformidade com Pires (1998), as
desenvolva adequadamente. Entretanto, os atividades de apoio não são específicas do
mesmos pouco têm se envolvido nos processos trabalho de saúde, porém são fundamentais
relacionados à GRM. Da mesma forma, não para a concretização da assistência e
compartilham esse gerenciamento com a normalmente são desenvolvidas por um grupo
própria equipe. diversificado de trabalhadores.
A falta de envolvimento da equipe de Neste sentido, o trabalhador da
enfermagem com a GRM pode ter contribuído enfermagem presta serviços às pessoas
para que a equipe de enfermagem assuma uma hospitalizadas, e estas, por sua vez, precisam
postura passiva frente a esse aspecto. Por outro acreditar que estão recebendo o que há de
lado, a equipe alimenta a expectativa de que os melhor para a recuperação de sua saúde, visto
materiais adquiridos atendam às reais que se encontram em um momento de
necessidades da assistência, sem que se fragilidade e precisam receber uma assistência
percebam co-responsáveis pelo processo de integral as suas reais necessidades e, para
escolha sobre o que adquirir, formas de tanto, têm como aliados os trabalhadores da
armazenar, controle quantitativo e área da saúde, bem como os trabalhadores que
monitoração da eficácia dos produtos após a desenvolvem atividades de apoio.
aquisição. Esse quadro pode estar relacionado Para concretizar essa prática, a
à maneira como a enfermagem tem se enfermagem utiliza materiais tidos como
organizado ao longo dos anos e pelas alicerce para o desenvolvimento de uma
influências do modo capitalista de produção prática segura, que Leopardi (1999, p. 71)
em sua prática. conceitua como instrumentos de trabalho.
Pires (1998, p. 29) assevera que Esses instrumentos acabam por viabilizar
[...] a sociedade capitalista se organiza ações que requerem habilidades, funcionando
segundo a lógica central que é a harmonia como extensões do corpo humano.
de interesses, com indivíduos que se É certo que a qualidade desses
movem dentro de limitações estruturais.
instrumentos influenciam diretamente a
Na visão da autora, a enfermagem executa seu qualidade da assistência prestada e a segurança
trabalho dentro dos constrangimentos impostos do trabalhador de enfermagem ao realizar essa
pelas regras institucionais, e organiza-se assistência.
internamente sob a égide da divisão do trabalho. Capella (1998) se refere ao trabalhador de
A divisão parcelar não é característica enfermagem como “sujeito trabalhador” em
exclusiva da área. Ela se estende às demais sua capacidade de refletir sobre si e seu
áreas dentro das instituições de saúde. Na ambiente. Realiza um trabalho que é
maioria das vezes, as áreas que desenvolvem consumido no momento em que é produzido e,
atividades de apoio à assistência não estão para tanto, utiliza-se de recursos materiais que
sincronizadas com as demais, assim como não influenciam a qualidade do trabalho
estão suficientemente instrumentalizadas para produzido. Tem como produto de seu trabalho
administrar, isoladamente, os recursos materiais, o cuidado de enfermagem realizado por uma
de forma a atender às necessidades das áreas equipe de enfermagem em conjunto com os
finalísticas. Desenvolvem um trabalho solitário, demais trabalhadores da saúde.

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A Enfermagem do Hospital Universitário papéis principais impulsionar a equipe de


(HU) da Universidade Federal de Santa enfermagem para o efetivo envolvimento na
Catarina (UFSC), desde sua inauguração, em GRM; para isso, busca sensibilizar esses
1980, convive com sérios problemas trabalhadores, mediante programas educativos,
relacionados à GRM, entre eles: falta de a participar do processo decisório e a
materiais; acúmulo nos serviços assistenciais; envolver-se politicamente com a instituição.
desperdícios em função do armazenamento Ficou estipulado que a GRM da DE tem como
inadequado e de requisições que vão além das finalidade:
necessidades de demanda; especificações A comissão tem por objetivo
incompletas, não refletindo a qualidade do que Garantir quali e quantitativamente os
se deseja adquirir; dificuldades dos materiais necessários para o
trabalhadores de enfermagem em realizar a desenvolvimento do processo de trabalho
análise para aquisição e emissão dos pareceres em Enfermagem, na perspectiva de uma
assistência científica, participativa e
técnicos; e falta de acompanhamento da humanizada, buscando integrar as
efetividade dos materiais adquiridos. potencialidades individuais e coletivas
A enfermagem busca, ao longo dos anos, daquele que presta o cuidado como
resolver os problemas por meio de iniciativas daquele que o recebe (UFSC, 2000, p. 1).
individuais, isoladas, planejadas na maioria Para Pires (1998), a introdução de
das vezes pelas chefias, porém sem um maior inovações tecnológicas e organizativas no
envolvimento dos demais trabalhadores da processo de produção não pode ser explicada
enfermagem. por um determinismo tecnológico, em que os
Na gestão 1996-2000, a Diretoria de indivíduos são reflexos de determinações
Enfermagem (DE) deu início a uma reflexão estruturais. As inovações precisam ser
acerca da necessidade de alterar a estrutura analisadas como resultantes de relações
organizacional da Enfermagem do HU. Frente sociais, do jogo político e da disputa de
à possibilidade de mudanças e a realidade aqui interesses entre os indivíduos e grupos sociais,
apresentada, a Enfermagem, representada pela de acordo com suas experiências de vida,
DE e pela Chefia de Divisão de Pacientes inserção de classe e características culturais.
Internos, vislumbra avanços na GRM. Desta A CPMA expressa, atualmente, a visão
forma, visa criar uma estrutura que dê inovadora da Enfermagem do HU/UFSC. É
sustentação à demanda de intervenções que responsável pela coordenação, juntamente com
despontam junto a essa gestão. a área de materiais, das atividades que dizem
Percebe-se, já naquele momento, que seria respeito à padronização, especificação,
impossível implementar qualquer melhoria aquisição, controle qualitativo e quantitativo
sem que houvesse o envolvimento de toda a dos materiais de consumo. Estes pertencem ao
equipe de enfermagem. Assim, inicia-se a grupo de materiais de assistência, que
reflexão conjunta sobre as formas de totalizam um montante de 400 itens. A CPMA
participação da enfermagem na GRM é constituída por um enfermeiro coordenador,
utilizadas na assistência, e a necessidade de com carga horária exclusiva para as atividades
implementar uma Política de Recursos na comissão; um representante de cada uma
Materiais (PRM), assim como definir das quatro divisões da estrutura orgânica da
objetivos que atendessem às reais necessidades DE; um escriturário e um professor
assistenciais, bem como à segurança e à representante do Departamento de
satisfação do trabalhador. Enfermagem da UFSC.
Sendo assim, no ano 2000 foi criada a A comissão sustenta e provém a demanda
Comissão Permanente de Materiais de de intervenções necessárias junto à GRM.
Assistência (CPMA) da DE do HU/UFSC, a Dentre estas, destacam-se: a reformulação das
qual tem por objetivo assessorar a DE no especificações dos materiais padronizados; a
desenvolvimento de uma PRM pautada nas padronização; o monitoramento da eficácia
crenças da Enfermagem do HU e nas dos produtos adquiridos; a busca de uma maior
necessidades assistenciais. Tem como um dos aproximação com representantes e fabricantes

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de materiais utilizados na assistência, visando enfermagem, sustentada teoricamente nos


maior oferta de produtos e melhoria da conceitos da pedagogia libertadora de Freire
qualidade dos mesmos e a redefinição das (1981) e na educação problematizadora
cotas de consumo junto às unidades de proposta por Bordenave e Pereira (2004).
internação. Além disso destaca-se a construção Considerando que os recursos materiais
de um instrumento de parecer técnico são instrumentais de trabalho imprescindíveis
específico para cada material padronizado, para o desenvolvimento das atividades de
atuando como elemento educativo e facilitador atendimento às pessoas hospitalizadas, a
da análise técnica dos materiais, sendo que participação da enfermagem, nessa
esses pareceres dão suporte à CPMA no administração, está diretamente relacionada à
momento de decidir sobre o que adquirir ante qualidade da assistência prestada. Assim, o
os processos de compras. envolvimento dos trabalhadores possibilitará o
O trabalho dessa comissão, conforme repensar da GRMA, tornando-os agentes
idealizado, sustenta-se nas informações ativos de transformação de seu processo de
encaminhadas pelos trabalhadores de trabalho.
enfermagem vinculados às áreas técnicas
específicas. O envolvimento dos trabalhadores
SUSTENTAÇÃO
nessa política é de vital importância à TEÓRICO/METODOLÓGICA
estruturação desse novo trabalho. A procura
pelo comprometimento da enfermagem com a
análise dos materiais, o controle, o uso Para desenvolver esta proposta, busca-se a
racional, o acompanhamento da eficácia dos sustentação teórico-metodológica nas tendências
produtos depois de adquiridos e a da pedagógica libertadora e na visão da
sensibilização desses profissionais para o educação problematizadora, em que a partir da
envolvimento nessa política passa a ser a mola realidade existente pode-se desenvolver um
propulsora para o alcance da qualidade pensamento crítico junto aos trabalhadores da
almejada. Todavia, percebe-se que os avanços enfermagem, favorecendo a transformação da
na GRM se efetivam ainda de forma realidade (FREIRE, 1981; BORDENAVE;
incipiente, fundamentando-se em iniciativas PEREIRA, 2004; REIBNITZ; HORR; SOUZA,
individuais, não caracterizando, ainda, uma 2000).
transformação coletiva. A educação enquanto processo de
Desta forma, torna-se imperativo conhecer reflexão e ação sobre a realidade, na
e compreender a realidade administrativa que perspectiva de sua transformação, e o
trabalho enquanto prática social, que
se vivencia, para então poder agir sobre ela. também busca a transformação, podem
Assim, é necessário prospectar com os sujeitos caminhar juntos no desvelar horizontes
que promovem, colaboram e utilizam os para que a prática de Enfermagem seja
materiais, a respeito dos conhecimentos que não só mais uma forma de trabalho, mas
um trabalho que se faz com prazer, com
têm da GRM. Esses dados poderão contribuir segurança e com vistas à qualidade da
para reorientar a prática da CPMA e, por saúde da população, incluindo nela os
conseguinte, daquela gestão. Assume-se, trabalhadores da saúde (AZAMBUJA;
então, como questão norteadora deste trabalho: KERBER; VAZ, 2001, p.76).
quais são as percepções dos trabalhadores de A reflexão relativa à participação dos
enfermagem em relação à GRM? Para trabalhadores da enfermagem na GRM vem ao
responder a essa indagação, toma-se como encontro da possibilidade de construção de
objetivo central do presente trabalho conhecimento e à adoção de uma nova postura
identificar a percepção dos trabalhadores de frente àquela gestão.
enfermagem no tocante aos aspectos da GRM Na concepção de Freire (1981, p. 10),
do HU/UFSC.
[...] a educação é essencialmente um ato
Para empreender tal trabalho, foi de conhecimento e de conscientização e
desenvolvido um processo educativo a partir que por si só, não leva uma sociedade a
da construção coletiva dos trabalhadores de se libertar da opressão.

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Para o autor, não existiria educação se o uma prática articulada entre a experiência
homem fosse um ser acabado. Sabe-se profissional e o conhecimento teórico.
inacabado, portanto, se educa. Esse sujeito é Para Trentini e Dias (1999, p. 26-27),
sujeito de sua própria educação e não o objeto
dessa educação. Freire pondera que não existe A pesquisa de campo convergente
assistencial é aquela que mantém, durante
homem sem mundo, assim como não existe todo seu processo, uma estreita relação
mundo sem homem. A reflexão-ação só com a situação social, com
acontece na relação homem-realidade que intencionalidade de encontrar soluções
através dessas experiências desenvolve sua para problemas, realizar mudança e
ação-reflexão. introduzir inovações na situação social.
Portanto, esse tipo de pesquisa está
Freire (1981) adverte que a primeira comprometido com a melhoria direta do
condição para se assumir um ato contexto social pesquisado.
comprometido está na capacidade de agir e
refletir. O compromisso não pode ser um ato A pesquisa propiciou a reflexão sobre a
passivo, mas sim uma práxis, implicando um GRM junto aos trabalhadores de enfermagem.
conhecimento da realidade. E se por um lado A mesma foi desenvolvida nos serviços de
só é valido quando está envolto pelo Enfermagem Médico-Cirúrgicos do HU da
humanismo, por outro deve estar fundado UFSC, que foi inaugurado em 1980 como um
cientificamente. Para o autor, esse profissional hospital geral. Esse hospital desempenha
deve ampliar sua forma de ser no mundo e importante papel junto à comunidade
substituir a visão ingênua da realidade por uma catarinense, prestando atendimento exclusivo
visão crítica. ao Sistema Único de Saúde (SUS). Possui 260
Conforme Reibnitz, Horr e Souza (2000, p. 119), leitos, distribuídos em várias especialidades, e
conta com uma força de trabalho de 1410
[...] para Bordenave a educação
problematizadora propõe uma trajetória
trabalhadores, sendo que, destes, cerca de 600
pedagógica, não tendo uma metodologia trabalhadores estão lotados na DE.
única, nem técnicas fixas. Para a execução do presente trabalho,
Bordenave e Pereira (2004) referem que a solicitou-se a dois Serviços de Clínica Médica
educação problematizadora fundamenta-se nas e a dois Serviços de Clínica Cirúrgica que
idéias de que a pessoa, ao obter conhecimento escolhessem dois trabalhadores de
para transformar algo, acaba por transformar a enfermagem (um enfermeiro e um técnico de
si mesmo. Entende que a solução dos enfermagem) para representá-los, totalizando oito
problemas se dá por intermédio da trabalhadores de enfermagem (quatro enfermeiros
participação ativa e do diálogo. Segundo os e quatro técnicos de enfermagem), que
autores, a aprendizagem leva as pessoas, de passaram a ser os sujeitos desta pesquisa.
uma visão global do problema para uma visão Os trabalhos foram desenvolvidos dentro
analítica, e mediante a teorização chega-se a dos princípios de beneficência, não
uma síntese que equivale à compreensão, maleficência, justiça e autonomia, presentes na
surgindo as hipóteses de soluções. Resolução 196/96 do Conselho Nacional de
Saúde (BRASIL, 1996), tendo sido autorizado
Assim define-se a construção de espaços pelo Comitê de Ética com o nº 109/05 -
reflexivos em que através do diálogo os CEP/UFSC, DE, Chefias de Serviço de
trabalhadores da enfermagem poderão Enfermagem e Centro de Educação e Pesquisa
compartilhar suas experiências cotidianas e em Enfermagem (CEPEn).
buscar soluções coletivas para as dificuldades O estudo foi desenvolvido por meio de
enfrentadas junto à GRM. oficinas, considerando-se os pressupostos
teóricos da pedagogia libertadora e da
DESCREVENDO A TRAJETÓRIA metodologia da problematização, bem como os
METODOLÓGICA aspectos do modelo de estrutura de encontro
desenvolvido pelo Sistema de Aprendizagem
Este estudo foi realizado pelo método de Vivencial (SAV), que busca proporcionar
pesquisa convergente-assistencial, que propõe maior abertura à interação dialógica,

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dinamizando os processos presentes no grupo, e depois de realizados os esclarecimentos


facilitando assim a aprendizagem (LEITE; assinaram o mesmo, que se encontra arquivado
FERREIRA, 1999). A estrutura de encontro com os pesquisadores. Foram conformados
proposto pelo SAV segue as seguintes etapas: dois Grupos: o Grupo 1 (G1) e o Grupo 2
acolhimento (propiciando a inclusão no (G2). Os registros apontados foram fruto,
grupo); aquecimento (temático, corporal, então, do consenso entre os membros de cada
interativo); experimento (atividade nuclear); grupo.
processamento (comentário e reflexões sobre o Durante o desenvolvimento das oficinas,
experimento); fechamento ou avaliação com a autorização dos participantes, foram
(organização da experiência vivida e sua realizados os registros dos encontros através
transformação em aprendizagem). de gravações, fotografias e registro em diário
A operacionalização dos pressupostos da de campo.
problematização se deu pela contribuição do O método para tratar os dados foi a análise
esquema pedagógico proposto por Charles de conteúdo de característica temática. É um
Maguerez mediante o arco da método que consiste em descobrir os núcleos
problematização, para representar a trajetória de sentido, cuja freqüência de aparição pode
pedagógica na qual “o processo de ensino significar algo para o objetivo analítico da
começa com a exposição dos alunos a um pesquisa/objeto de pesquisa (BARDIN, 2000).
problema, parte da realidade física ou social”
(BORDENAVE; PEREIRA, 2004, p. 50). REFLEXÕES E OS RESULTADOS
As etapas da metodologia da IDENTIFICADOS
problematização, conforme Bordenave e
Pereira (2004), iniciam com a observação da Cabe registrar que este trabalho foi
realidade vivenciada pelo grupo e a importante à medida que as percepções dos
identificação dos problemas relacionados a trabalhadores foram desveladas e, a partir
essa realidade, segue com a definição dos destas, iniciou-se o processo de construção
pontos-chave desses problemas, isto é, as participativa da política de GRM. Assim, a
causas mais prováveis. Em seguida, vem o presente pesquisa, além de produzir resultados
momento de teorização sobre os pontos-chave na reflexão-ação dos trabalhadores envolvidos,
apontados, partindo para a elaboração de impingiu uma nova forma de olhar e fazer o
hipóteses de solução e formas de aplicação à processo de gerenciamento.
realidade a ser modificada. Ao iniciar as reflexões acerca da realidade
vivenciada em relação à GRM, o grupo
OS ENCONTROS VIVENCIAIS – AS considera a criação e a consolidação de uma
OFICINAS DE TRABALHO estrutura como a CPMA de extrema
relevância, dando suporte às necessidades de
O planejamento das oficinas considerou a avanços e impulso à participação dos
perspectiva de flexibilidade, permitindo a cada trabalhadores de enfermagem nessa gestão.
momento a inclusão e mudança de estratégia Reconhecem a CPMA como uma conquista da
de modo a atender às necessidades e enfermagem, o que reafirmam quando
expectativas dos sujeitos envolvidos. Foram expressam:
realizadas quatro oficinas, sendo que em cada Existe uma comissão que não é muito
uma delas foi desenvolvida uma das etapas do visível, fica por trás das cortinas e faz
arco de Charles Maguerez. Os trabalhos foram todo o trabalho com relação ao material
(G1).
realizados em quatro encontros de 3 horas e 30
minutos, dentro da própria instituição, Entendem a importância de poderem optar
permitindo concluir as atividades projetadas pela qualidade dos materiais que desejam usar
pelo pesquisador e indicadas pelos sujeitos da e discorrem que:
pesquisa.
Existe uma avaliação prévia do material e
Os participantes foram orientados sobre o um prazo para esta avaliação. O material
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, adquirido tem qualidade (G2).

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A importância dada à qualidade dos Somos responsáveis pelo teste, avaliação,


materiais adquiridos para o desenvolvimento etc... dos materiais (G1).
da assistência tem uma relação direta com a A união faz a força. A união do grupo faz
qualidade da assistência prestada aos que com que a qualidade seja melhor (G2).
procuram a assistência de saúde.
De acordo com os dados do Serviço Acreditam que a participação é a maneira
Nacional de Aprendizagem Comercial (2001, mais adequada para se alcançar as mudanças
p. 12), que satisfaçam as necessidades do ser humano,
[...] a qualidade de um produto ou de um seja na área pessoal, profissional seja na área
serviço é medida pelo conjunto de institucional. Em conformidade com Matos
características capazes de atender às (2002, p. 39), a participação é condição
necessidades implícitas e explícitas do
fundamental para que se estabeleçam as
cliente.
relações de trabalho, sendo que estas são fruto
Aqui as necessidades implícitas referem-se ao de uma discussão entre o pensar e o fazer.
que o cliente espera ou deseja. Está ligada ao Deste modo, ficou sedimentado, com este
modo de ser de cada cliente, ao senso de trabalho, o interesse do grupo em procurar
observação e crítico e a sua realidade. Por sua novas formas de atuação assim como a
vez, as necessidades explícitas estão importância da reflexão coletiva para que as
relacionadas a aspectos objetivos expressos mudanças se concretizem.
formalmente em contratos, especificações de Os participantes repensaram suas
projetos, manuais de operações de responsabilidades profissionais na realização
equipamentos, entre outros. Por conseguinte, de uma assistência segura, livre de riscos.
revelam o compromisso que o fornecedor Destacaram o papel social que a enfermagem
assume junto ao cliente. desempenha. Concebem como natural que as
Os sujeitos do estudo assumem suas co- pessoas que procuram a assistência em uma
responsabilidades com a GRM e sentem-se instituição de saúde esperem ser tratadas com
capazes de modificar a realidade existente. o que tem de melhor e mais seguro para a
Visualizam um grande caminho percorrido, recuperação de sua saúde e coloquem nas
porém entendem que a participação junto a mãos dos profissionais de saúde o que tem de
essa administração ainda é muito frágil e mais valioso, a vida.
precisa avançar. Percebem a necessidade de As pessoas são nosso maior patrimônio;
sensibilização dos trabalhadores de todos querem uma maior garantia da
enfermagem em relação à importância de seu qualidade da assistência (G1).
envolvimento com essa administração como
ponto de partida para avanços nessa área. Torres (2003) discorre acerca da
Entendem que a GRM, dentro das instâncias expectativa que os pacientes criam em relação
que lhe são devidas, deve ser vista como uma ao atendimento que receberão, da frustração
atividade inerente à enfermagem e incorporada quando essas expectativas não são alcançadas
como uma atribuição profissional. e das repercussões dessas experiências em uma
Afirmam-se como agentes de mudanças, necessidade futura.
em busca de uma nova postura frente aos Fica evidenciada, neste estudo, a
espaços já conquistados, indo além na busca satisfação dos enfermeiros em relação à
de novos espaços quando assinalam: qualidade dos materiais adquiridos pela
Podemos ir além com o envolvimento das
Enfermagem do HU/UFSC. Percebem ações
pessoas, estamos onde estamos com concretas que acabam por assegurar, de certa
relação a materiais graças à enfermagem forma, essa qualidade. No entanto, cônscios de
do HU e a CPMA ‘por trás das cortinas’ suas responsabilidades, registram que existem
(G2).
dificuldades que precisam ser superadas.
Solução ideal para os problemas: porque
Os enfermeiros constataram ainda que,
não eu! Se cada um começasse a institucionalmente, existe uma preocupação
colaborar!... Nosso papel é ser parceiro. com a qualidade e provimento de materiais

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utilizados na assistência. Isto é feito quando O grupo, em unanimidade, sugere que


comparam a GRM realizada no HU/UFSC momentos de reflexão como os
com a de outras instituições onde trabalham. proporcionados por este trabalho possam
Desta forma, reconhecem que esse diferencial alcançar todos os trabalhadores da enfermagem,
se dá pelo modo como a enfermagem tem se instrumentalizando-os e motivando-os a se
envolvido com a GRM, através da envolverem cada vez mais na GRM. Isto fica
representação da CPMA e pela ocupação de evidente quando mencionam:
cargos administrativos de destaque junto à
Precisamos de mais momentos como este,
Direção Geral. e esperamos que os demais trabalhadores
Conforme destaca Matos (2002) em da enfermagem possam fazer parte dele
estudo realizado nessa mesma instituição, a (G1 e G2).
Enfermagem do HU/UFSC ocupa uma posição Essa afirmação, reiterada pelos dois grupos de
diferenciada no organograma institucional, trabalho, indica que o desenvolvimento
sendo esta o resultado de postura de teórico-metodológico foi adequado. O
trabalhadores que reconhecem a interesse de que este trabalho seja reaplicado
responsabilidade social de sua profissão, e para os demais trabalhadores reforça a
que, por meio de sua organização e luta, convicção de que a participação em processos
buscam seus direitos e o devido de gestão é possível e viável, em especial
reconhecimento, conquistando espaços dentro quando os sujeitos devem ser ativos e
da estrutura organizacional da instituição HU. participativos no encaminhamento das grandes
Esses trabalhadores são cientes da políticas institucionais. No caso da GRM, isto
importância de opinar sobre as necessidades e ficou patente na participação, envolvimento e
prioridades administrativas, posicionando-se e compromisso demonstrados em todos os
sensibilizando os dirigentes institucionais momentos deste estudo.
acerca da importância da GRM. Além disto, Isto posto, fica evidente, nas reflexões
identificam a questão custo versus efetividade realizadas pelo grupo, que é significativa e
versus satisfação e não apenas os custos. Os relevante a participação da enfermagem na
participantes demonstram uma grande Gestão de Materiais.
satisfação e expressam esse sentimento nas
seguintes afirmações:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No HU sempre tem material disponível,
dificilmente falta (G1). Por meio da metodologia utilizada os
trabalhadores reafirmaram a importância da
Há uma busca pela qualidade, tentando
sempre crescer (G2). postura da enfermagem frente à preocupação
com a qualidade dos materiais utilizados e
Há uma satisfação dos servidores em explicitaram que existe uma determinação
relação aos materiais. É respeitado à profissional sobre sua responsabilidade que se
opinião da enfermagem no momento da refere à manutenção da qualidade dos produtos
aquisição dos materiais (G2).
para a assistência, acreditando que esses
Frente à relevância dessas conquistas para produtos influenciam diretamente na qualidade
a concretização de avanços na enfermagem, da assistência prestada.
vem à tona a importância de se ocupar, É certo que, frente a esse grupo, a CPMA,
efetivamente, esses espaços, garantindo assim conforme está estruturada, é um órgão
os já conquistados, avançando em busca de imprescindível para a continuidade dos
novos espaços pelo envolvimento efetivo avanços frente à GRM. Os enfermeiros
desses trabalhadores nos diversos fóruns de reconhecem e consolidam a CPMA como parte
participação. Preservar a autonomia que a da enfermagem, concebendo-a como
ocupação de cargos administrativos responsável pelo diferencial alcançado dentro
proporciona é de vital importância para o do HU/UFSC nessa área. Consideram que essa
crescimento da enfermagem na busca da comissão adquiriu respeito institucional na
qualidade desejada. GRM, e fazem com que os serviços de apoio

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respeitem a opinião daqueles que utilizam os adoção de novas posturas e tem trazido
materiais assistenciais para a concretização de significativas mudanças e avanços
seu processo de trabalho. Acreditam ainda profissionais. Por conseguinte, a metodologia
que, através dos impulsos dados pela CPMA, utilizada para impulsionar as reflexões tem
vislumbrarão novas e importantes transformações influência significativa na produção do grupo
na enfermagem. durante estas reflexões, assim como facilita a
Finalizando, conclui-se que a reflexão busca por caminhos que levem a mudanças na
coletiva tem proporcionado à enfermagem a realidade estudada.

MANAGEMENT OF MATERIAL RESOURCES IN NURSING


ABSTRACT
This article reflects about the educational process developed together with the nursing workers at the
University Hospital at the Federal University of Santa Catarina (HU/UFSC), concerning the Management of
Material Resources (MRM) in the medical-surgical In-Patient Services. The search for space to reflect-act in
the workplace was developed through workshops, sustained in the liberation pedagogical vision and in the
methodology of problematics. The educational process permitted that these workers reflected upon the
space already conquered within the MRM, the ways in which they have performed within these spaces, the
importance of the conscientiousness of Nursing´s participation and the influence of such involvement, and
the quality of the care provided to the users of the Health Care Services.
Key words: Materials management. Hospital. Education. Nursing. Organization and administration.

LA GESTIÓN DE MATERIALES EN ENFERMERÍA


RESUMEN
Este estudio se refiere a un trabajo desarrollado junto a los trabajadores de enfermería del Hospital
Universitario de la Universidad Federal de Santa Catarina (HU-UFSC), con respeto a la Gestión de los
Recursos Materiales (GRM), en los Servicios de Internamiento Médico-Quirúrgico. La búsqueda por un
espacio de reflexión acción en el ambiente de trabajo fue desarrollada a través de la técnica de talleres, con
base en la perspectiva pedagógica libertadora y la metodología de la problematización. El proceso educativo
permitió que estos trabajadores reflexionasen sobre los espacios ya conquistados junto a la GRM, la manera
con que viene actuándose en estos espacios, la importancia de la concientización acerca de la participación
de la Enfermería y la influencia de éste envolvimiento, en la calidad de la asistencia ofrecida, a los usuarios
del Servicio de la Salud.
Palabras Clave: Administración de materiales de hospital. Educación en enfermería. Organización y Administración.

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Endereço para correspondência: Maria Terezinha Honório. Servidão: Cristiano Wanderley Faria, 60, Apto. 301,
Bairro Trindade. CEP: 88.040-405. Florianópolis - Santa Catarina. E-mail: terehonorio@globo.com .

Recebido em: 21/07/2005


Aprovado em: 21/11/2005

Ciência, Cuidado e Saúde Maringá, v. 4, n. 3, p. 259-268, set./dez. 2005

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