A pele da tinta,a identidade da cor , a alma do desenho e a realidade como iluso

Seguir a obra plstica deste autor inquestionavelmente seguir um autor,ou por outras palavras
seguir a o resultado de uma obra,cuja identidade est vincadamente demarcada em diversos
sentidos.
Como todos (ou quase todos) aqueles que escolhem aceitar(e perseguir) a condio de criadores
de obras plsticas e no lhes deveremos nunca chamar pinturas,termo que seria demasiado
unificador para o tema que aqui vai ser tratado.
Chamar pinturas ao trabalho deste especifico artista como arrumar um livro numa
estante,segundo um tema e depois segundo autor,titulo,gnero, ou seja qual for a arrumao
que se faa.
Assim, temos um autor de uma obra, obra chamaremos (com mais justia) procura e ao autor
deveremos antes chamar prestidigitador. Portanto temos um prestidigitador de procuras que
encontra a cada comeo uma nova motivao,que o , apenas por no ser uma realidade,mas
que se torna numa realidade,por ter presena, por se tratar de uma iluso real.
Antnio Justino procura desde a primeira hora criar uma verdade,procura e encontra sempre essa
e outras verdades que ele vai tecendo como uma aranha tece uma teia. um um criador de
iluses,que de iluses s deixa a pele,aquela parte importantssima da identidade da pintura.
Como se fosse um ilusionista com profundos conhecimentos de magia e alquimia,conta-nos a
histria umbilical daquilo que nos mostra,s que f-lo de uma forma que nenhum espetador se
apercebe.
H acima de tudo um slido e bem estruturado esqueleto(a que se costuma chamar desenho) a
dar quilo que vemos a pele uma identidade prpria, que nos altera a viso das coisas, mas que
no fundo mais no faz do que obrigar-nos a pensar e se conseguir-mos,obrigar-nos a questionar
as nossas certezas.
Uma dimenso humana irrequieta e preocupada,daquelas que dificilmente dormem,faz-nos
perguntar ,mais uma vez,se conseguir-mos:porqu este rosto assim?ou esta mo desta
maneira,esta perna assim e no doutra maneira?esta cor,assim,mas ...mas claro, isto exige-nos
uma capacidade de nos juntar-mos a Antnio Justino e fazer as perguntas certas,pois as
respostas,j todos sabemos,so sempre raciocnios encadeados e labirinticos.
Fernando Barata 2015