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Proposicdo (canto, ancia: Estrutura externa: Canto, est.1-3 Estrutura interna: Proposicao 0 poste apresenta go Leitor o essunto cue vai tratar ao longo do poem. Par i580, 0 texto este escrito na primeira pessoa (quem fale ¢ 9 prdprio poeta): «Cantando espa- tharei[eu} por toca porte, /Se. tantome ajudars engenno.e arte. (est.2). O poote apresente amatéria do seu canto: le propde-se celebraresheréis portuguese: «+ pessoas de grande valor que navegaram para além dos mares conhecidos («Por mares nunca de antes navegadas®- et.) ~ venceram perigos e querras (vEm perigos eguerras esforcadoss - est. 1; ~ construiram um reine nove no Oriente (sé entre gente remota ecificaram /Novo Reino ~ est. 1; « oste'sque, nas terrasde homens nae erentes, de Asia ce Africa, expanelram oimperla ecifundinam arelicide crista foram dlatando / AF, oImpario>|est. 2) + os quese tarncram imortls pelos seus fetes, usa, ques libertaram da slelda Marto» lest 2)~cleLca morte mais ntoé do queo esquecimento ces que morrem. (Oheroi<'Os Lusiadasé, portanto, um herétealetive: o pove portugues, 0 »peitoilus- tre Lusitano® est. 3), Este nerd é constituido por homens reas, de carne € 0350, que sao, ‘assim, superiores aos heréis miticos de outras epopeias. 2eparte (est. 3) ‘camdes ofirma que « nova epopela a su) superaré as epapelas antigas quecantava + herais fantasiosos - Ulisses @ Enetas «Sabo Grego do Trolanos st. 3) + herdis reals culos feitos foram suplantados pelos dos portusueses: Alexandre Magno © Imperador Trajana est. 3). O valor dos portugueses suplanta todos 95 Feitos até agora cantaddos. O herSi d'OS Lusiadas destaca-se tambern ne querrs (venceu Marte) e no mar (uence Neptunol: eu. canta o pelto lustre Lusitano, /A quem Neptuno e Marte obedeceram (est 3) CO poeta epresente 0s feitas dos seus heres eame uma navideds, coma algo nunee al cancado por setas humans, o que ¢ destacado por expressoes come: emares nunea ¢2 antes navzoadose est. 1, ePassaram ainda além da Taprobuna (st. «Mais do que pro- rmetiac force humana: est 1; outro valor mais alte se aleventa» (et. 3), lange referidos na Proposigao (Plane da uiager | Referéncia as viagens maritimes (Pre anton ge prtga eterecn onigrs da stove ae Portugal Pe (Plano mitotosieo JWitindosrerimveessabrecrduses ‘itoria dos portagueses sobre os deuses [pina dsconsiteragies opt nour sumo ds es ds sads--auees opoea anion fst 3 sCantand spare st 2) Emprege des tempos modos verbalt +Pretérito perfete: morea asncoespassacasconciut ds = sPassarom»,edfica- tom, sublimaram (est, =Presente:conzrosta como volar do pretenito;o poeta ‘possa a refert-se aos ne ris do presente ou do fur ture sSe ud a0 let ca mort bertanco» (est 2, sGerundig: marca 9 sure {600 das a93es, pois apre tealizerem-seqreausimen te-dilatondos, «devas tencossiertantos eye toro est. 2 deci Figuras Sinedoque:-oeicentolraia Lsitanas (est. 1)-uso-sea porte ja preia) pelo tora (Portugal, Fe Cert Cee Teese ute CEE ree Estrutura externa: Canto |, est. 19 est. 20-41 ose Estrutura interna: Narracao Fiimase coro netoaen- | NREEREL SES ea Plano narrativo: Plano da viagem e plano mitolégico Inicio da viagem A esténcia 19 marca. abertura do plano da viagem. Seguinde 0 modelo cldssico, a ‘cambique, a melo da viagem mari primeira parte da viagem, desde. partida de \isb0a, serd relataca posteriormente yor Vasea de Gara, por meiode uma analepse relate deacontecimentas ocarides an- teriormente res, uma vez cue os neutas 9 encontrar jé no Canel de Mo: Consilio dos deuses ‘trparte: Convocacte do consilio (est. 20-21) Imediatamente aps inicio do plana da viagem, surge 0 plano mitelégica, dando ao leitor ideia de que estes cais planos funcionardo paralelamente ao longo de toda a obra constituindo a acéo central ¢'Os Lusiadas .é convocado por Jupiter, pai dos deuses, por in= termadio de Meredrio, Respondem a este chamada deuses de ‘todas 0$ tacos, como se aescreve na estancia 2’, Esta reunlao temicomo ebjetive decidir «Sobre as coususfuturas do Oriente» (est pportugueses, nomeadamente se estes chegarao India, ven: condo as mares enunea de antes navegadass. O consi 0), ow seo, ae causes tertio de decidir sabre o future dos 22 parte: Descricdo de Jupiter (est. 22-23) | reunico tem lugar no Olimpo, Os deuses sentam-se por order ee importancia, tendo Jupiter um ugar de destaque. O pai dos deuses ¢ epresentada, ctrauds de um processo de ceracteriaacde ditete, como un deus superior (o que é realoado pelos adjetivos ssoberana»e salto» ~est. 22, feruoita nume dures diving (ier divinge ~ est b poder que sacope Zu s@ associa ¢ esta figura ¢ também marcado pelo facto de ser Traascemd¥ oFene Goes, faquele que wuibre 9s foros ralne de Vuleanio (est. 22)@ pelasstmbolns queda eleseasco: clam:a coroa, cetroeo proprio wassento de estrelas cristelino® (est 2). 05 ceuses que se encontram na reuriao sentam-se abaluo de Jupiter. A organizegao do espaco correspond & hierarquia dos deuses: «(Precedem os antigos, maishonrados, / Mais abaixo os menores se assentavam|s (est. 23), 3¢ parte: Discurso de Jiipiter (est. 24-29) Jupiter faz um discurso de abertura do consilio. E importante verifiear que esta in~ teruencdo ¢ apresentada por meia de discurso direta, © que sinaliza « importancia do que vat ser alto, 0 discurso de Jupiter diuide-se em udrios mamentos, que se relacionam com o pas~ sad, o presente 0 futuro dos portugueses, ¢ tem como objetive central convencer os deuses de que a decisdo de ajudar os nautas ¢ ¢ tntea possivel ¢ a mals justa, Os mo- mentos do discurso de Jupiter sdo os seguintes: «timamento (est. 24F dirigindo-se aas deuses (apéstrofe| - «Eternos moradores do luzente, / Estetitero Polo e clara Assento» -, Jdpiter recorda-thes que os Fades (0 destino) j@ deeidiram que os portugueses teriam éxito na sua missdo: «é dos Fados grandes certo intento / Que por ela s# esquecam os humianos / De Assirios, Persas, Gregos e Romanos». + 22mamenta (ast, 25-261 Jupiter avoca 9 passade glorioso dos portugueses, cue venceram os mouros @ castelhanos, 2, Tecuando até um passado mals longinguo, recorda as figuras de Viriato e Sertorio, que venceram os romianos, Neste momento do seu discurso,o pai des ceuses proud sobretudo que os portugueses seo.um povo de herdis desde as suas origens, + momenta lest. 27} centrando-se no presente, Jipitar refere-se d viagem que os ‘portugueses fazem no momento, rciterando a fragilidade de homem face aos ele- mentos ea natureza («cometenco / 0 duuideso mar num lenho leve). Porém, esta, fragilidade humane contrasta corn a coragem que caracteriza 0 pavo portugues, que ndo teme as aduersidaces dos uentos contrétios e «a mais statrever, dirisinda-se Para «0s bercos once nasce o dia», o que faz dele um nerol capaz do que nunca fol feito Figuras -Apostrofe: est.25), + 42momento lest 26): Jupiter apresenta a primeira profecia do poema, quando re- fere que 0 «Fado eterno» determinou que os portugueses tivessem o dominio do Oriente |«o governo / Do mar, que Ué do $01 c Toxa entrada»), Ora, como, segundo a crenca, os Fados sd0 mais poderosos do que os préprios deuses, portugueses chegariam é india, onde exerceriam 0 seu dominio era certo que os, + S2mamento lest. 26): atendendo a todos os aspetos gloriosos associados aos por- tugueses, Jipiter decide que os nautas deverdo ser «agasalhados / Nesta costa Africana como amigos», para, de seguida, concluirem a viagem até a india, 43 parte: Reagées ao discurso de Jupiter (est. 30) Apresenta-se uma introducdo as diversas reacdes dos deuses as palauras ce Jupiter. Estes vdo dividir-se em dois grandes grupos: aqucles que concordam com Jupiter e ‘aqueles que discordam da decisdo do pai dos deuses. 52 parte: Intervencdo de Baco (est. 30-32) © primeiro a reagir € Buco, deus do vinho, com grande ascendente nu india, mos- trando-se desfaverdvel & decisie tomeda. Baco, que dominava 9 Oriente, sabi que, s@ 05 portugueses ld chegassem, tomariam conta do seu territério, Para além disso, temia deixar de ser cantado pelos poetas, cue, face a gldria dos portugueses, esqueceriam 0 deus. No fundo, Baco receaua o esquecimento que o levaria a perder « sua condicao de deus: «Teme agora que seja sepultaco / Seu tao celebre nomeem negro vaso / D'aqua do escuecimento, se lé chegam / Os fortes Portugueses cue navegam.» (est. 32) Figures « Comparagto: Qui Austro ero, ou Boreas na espes: sira/Desueste crores paraded viléncia da natu est. 35)- 05 Sons lemcrescendlo,ev2cem tod ‘mula eagitagao pron dos pela alscusso0 que finhe agarna cmp + Hipérbole: »0 Cau treme. fe Apolo, de torvad, ) Urs fenftado> est. 37|~ permite sengrandecer e amplar © rid produzio pelo bas tudncinsdesteatitude-em Pertrase: sousm parece eparte:Intervencdo de Vénus (est. 33-34) Venus, por sua vez, colocu-se do lado de Jupiter, a favor dos portucueses. Sao trés ‘es a2bes que levam a deusa do amor a adotar esta posi¢da. + 0s portugueses tém qualidaces semethantes és to pous de Venus, osromanos, em particular no espirito guerrero: + alingua que falam ¢ semelhante ao latim, lingua dos romanos; +05 portugueses celebrarae a deusa por ande passarem, pals sao devotas do amor. ‘7#parte: Consequéncias das intervengdes de Baco e de Venus (est. 34-35) A svnosioao das icelas por parte ae Vénuse de Saco provera grande agitagae entre ‘os deuses, cue comecam a tomar partido. A violéncia da discussdo é apresentada por meio de uma tonga comparagto, que, recartendo a varias aliteragdes est 35), ev0ca 0 ‘tumutto que agitauc 0 Otimpa. ‘8: parte: Descrigdo de Marte (est. 36-37) Marte, deus de guerra, interrompe a ciscussdo que estave a ter lugar no Dlimpo, to- mando partido por Vénus, por raz6es que ndo fica totalmente esclarecidas: «Ou por ‘que 0 amarantigo o obrigava, / Ou porque a gente forte o merecta» (est. 36) Este figura é descrta fisieamente como um guerrero, pois traz consiga um elmo, um «forte escudo® est. 36) eum sbastdos (est, 37). Asua atitude impée respeite, pois odeus ‘opresenta-se smedonn e irador est, 36), «armado, forte e duro» (est. 37) O diseurso do deus ¢ antecedida ce uma spencada penetrante» jest 37), deca com 0 seubastdo,que termine bruscamente 0 tumulto que se viviane Oimpo,situacéo cue éex- pressiuamente trabathada por melo da hipérbote (0 Céu tremeu, € Apolo, de torvado, / Um poucs a luz perceu, com enfiado»— est 37, Toda. descricaa que é feita ce Marte apanta paraum deusassociada forca, co- ragem e @ determinagao. S:parte:Intervencao de Marte (est. 38-40) Marte ainige-2e a Jipiter, recorda- ne o ualor das portugueses e pede-Ihe que née, tonha em atencdo 9s argumentos wie quem parece que ésuspeito (est. 38) referindo-se a baco € bs suas raz0es eaoistas Reforeeinda que se Reco nae fosce interasseira,deveria protoger os portuguese, uma ‘ver que estes sdo descendentes de Luso, fundador mitolosico da Lusiténia e supasto compenheirocu filha do praprio face. Tedavia, aerescenta que Baca no pade proveger 05 portugueses porque «wem de estdmago danada- (st. 39), cholode inveja da gloriae das concuistas ¢o povs portuqus. Finalmente, Warte di a ipiter que este nde pade voltar atrés nedecista de ajuder 0s portueueses, «pois fraqueza / Desisti-se da cousa comeccda: est. 40) 102 parte: Decisdo final de Jipiter (est. 41) Jupiter encerra o consilio dos deuses. Aceitando os argumentos de Marte, mantém a sua decisdo de proteger os portugueses na costa africana. 0 episédio termina com a partida dos deuses «Para os determinados apousentos» lest. 41), In de Castro (Canto Ill, estancias 118: Estrutura externa: Canto ll, est, 118-135 Estrutura interna: Narracdo Narrador: Vasco da Gama Narratario: Rei de Melinde Plano narrativo: Plano da Histéria de Portugal Este episédio é narrade por Vasco da Gama ao rel de Melinde, opés o rel ter mani estado o deseja de conhecer «historia do pou portugues, Esterelato tem lugar apes oepisddio da tatalha do Salado, uma bataina onde se re- trata 0. Afonso IV corna um herd militar. A uisao positiua que a narradar aqui deixa do Tel ual contrastar com uma visto negative da mesma personagem no episécio de Inds de Castro, ‘eparte: Introdugdo (est. 118-119) « Apresentagdio da morte de Inés de Castro come um acoso triste, e dine da memériae (est. 18); introdur-se o episodio com uma nota negativa, + Apresentacdo da personage principal, Inés de Castro, como «misera e mescuinhas (est. 118) (mesquiaha =infeliz] ecquela que «despois de ser morte foi Rainia® lest. 18), assaciandoume nota tragica 4 apresentacae da figura Feminina. +Invocagdo de Amor come uma force superior aos hornens, que os conduz 4 fatalidade fe que se alimenta do sofrimenta humano; apresentacdo do Amor coma respanséuel poético pela morte de Inés de Castro (est. 19). 2eparte: Vida de Inés de Castro (est. 120-121) Descrigao de felieldade vivida por Inés, cpcnas manchada pels saudade, que, cu- ranted dia, he ocupava o pensamentoe, durante a noite, a fazia sonar. Esta descrigdo. introcu? uma nota tragiea, pois 0 narradar afirme «Que a Fartune néo deika aurar muito» (est. 120), 0 que significa que o destino nao deixa os homens serem fellzes por muito tempe. parte: Razdes que justificam a morte de Inés de Castro (est. 122-123) DO nerrador afirma que D. Sedrondo desejava casar-se com outras mulheres «De ou- tras belas senhoras e Princesas / Os desejadias tdlamos enjetta» - est. 122), pelo que 0 rei decidiu matar Inés porque julgou que, com esta morte, acabarla também coma pal- a9 40 Filho, Asparte: Os algozes trazem Inés junto do rei (ast. 124-125) Orel sente piedade ce Inés, maso pave néoo deixa mudara sua decisao de mander ‘matd-la, Inés é descrita num quadro de tristeza, banhacia em \dgrimas eatormentada. pelo recelo de delxar os flhos drfdos. Figures + Personificagdo: puro Amor (2 deste eausa a motesta rmarte suo (est. 8) pe sonificagde do. amor pet= mite opresenti-io. como lum forga superior aesno mens, cousa paetica da ree deines ce Castro, -Apéstrote: puro Amor» € sfero Amor (est 119) - 0 poetaciiige-secreramen- ‘eo amor personincade, sAntitese: «jut Amor» & sero Amor» (est. 19) - 0 famor e pura eatraiosne mens pore si, mas também 6 sfero», agindo com cruel ‘torte easpereza,oque pro ‘oee sofrimento nas cara {eeshumanos. ‘+ Aajetivagae: inca Inés» doce utes, vsauaoses ‘campos «fermosos olnor> (est. 120) ~ enriquece « escricaa que ¢ fetta de Inés ae Costto © da sue vida enquanta era feliz com 0, Pero, sAntitane: edo €c¢90 63% 120) -intronuz uma nots trdgtea na feulcicade ae Ines, polstratova-sede um sengano.ao alma», que ihe ‘raza feleicaae, mas cue fea tampem um engano, pos aepressacerminaria, santitese: «ao0e5 5090 ‘que mentiam» (est. 121) ‘sestaca-seconoacaaentre 4 fellcidace fwaoces 50 finoso) © a tragéaia emi nente (ementicm:), 0 que Temete para 0 acts de Inés ulver numa duseo poueo duradoura Eufemisme: Tirov nés.09 mundo determina» (est 123) opesentagan mois ‘suave aa dectsa0 co rei de mandar mator ines castro Figuras sAntttese: furor Mauro ( fraca dama delicaday (est 123) ~ contraste entr forea ewialéncis cos mow 105 ea delcadeza efragli- dade de Inés, refetindo-s queorel,comamesmaes pauda que era mouros, pretende matar ms, Esta oposigao marc a injustica da decisto to: ‘moda peto re + Comparagdo: Qual con linda moga P: 331-132) ~ compare brutalisade do assassini de inés ce Castro com Ucena, que tot saentticad por Pirra sobre o tml de Aquiles, pai deste at timo:compara-setamb a fraglidade de Poti Ines eom o wolencin de Apbstrofes Solve 08% poeta divige fre tomente pats exprinit a sao perante oassossiniode ines, que 05 elersentos da nom rete. ‘Comparagao: Assim como a pst donzela»(et.124. inés,morta,écemperada a uma fir que perde acore opertume por ter sito cor tedaantes detempo. -Antiterer cinaida ele, ‘Senao das maos \aclvas rmattrotada® est. 134) beleza da flor opde-se & violéncla das maos tra- as, que, insensiuels, a ‘condenanss-.@ murchar cena (.) ais contra Ines (.) (eS: cla da morte de Po~ Separte: 0 discurso de Inés (est. 126-129) Inés toma a palaure com o objetivo de tentar convencer ore}, xavd cruele est. 125), a Qo a matar. 0 seu discurso divide-se em quatro momentos: + Umamenta: Inés pede ao rei, cue é um ser humiano com sentimentos, que tenhia iedade dos seus flhos, salvando-a, pois até os animals seluagens, ticapazes de sentimentos humanos, foram eapazes de mostrar pledade com criancas:a toba sal~ ‘vou Romulo e Remo, fundadores de Roma, eas aves alimentaram Semiramis. + 2emaments: Inés apela co espirito de justica do rel, que soube dar a morte aos mou- os, porque a mereceram, pelo que deveria também: suber dar a vida a quem nao cometeu erros, - Bumomentg: Inés apresenta alternativas & morte - 0 desterro num territdriogélido (ou t6rrido ou mesmo entre animals selvagens, + A2momenia: Inés inuoca o amor de mae e de mulher @ a orfandade futura dos seus fithos, apetanco aos sentimentos do rel, 6: parte: Reagdo do rei ao discurso de Inés (est. 130) Aspalavras de Inés afetam o rel, que queria perdoar-the, mas os algozes (speites car- niceiross) &0 epertinaz poua» nao permite ao monatca que recue na decisdo tomada. Tsparte: Morte de Inés (est. 131-132) feita uma comparagde entre duas figuras que sofreram uma morte injusta: Policene, que foi morta por Pirro, eInés, que é assassinada pelos sbrutos matadores» (est. 732) 8: parte: Conclusao - interuen¢do do poeta (est. 133-135) Neste episodio hé momentos em que pocta tomac palavra paracriticar asituacao, os algozes e defender a personage feminina ea sua inocéncia, Estes momentos per- ‘encem ao plano das consideragdes do poeta. © poeta mostra-se revoltade com o desfacho do caso natrado: sinusea a So) est 733), que, segunco ele, nao deveris ter brihada naquele dia tra ico, comparanda o execugao de Inés & tragiea histéria ce Tiestes, que comeu os propriosfilhos sem o saber: + invaca 9s océneavos vatess jest. 133), que prolongaram 0 eco dos gritos de Inés + compara.a morte de ings ao desfalecimentode uma flor wortada /Antes do tempo» lest. 1344; + refere « natureza, que chore a morte da sua confidente, Praia das Lagrimas (Canto lv, estancias 84-93) Estrutura externa: Canto iv, st. 84-93 gp sseuees., Estrutura interna: Narracdo necurss lui Narrador: vaseoda Gama Sieeapaoereniens reentes no sicursa Narratario: Reide Melinde da mie eda espos Plano narrativo: Plano da viagem Sew Fegunas Este episédla, também conhecido como "Despeddasem Seldm'fazpartedopleneda sa mar ex zante, lager e€narrado por veseo ea Game ao eid Melee, No episode, @uma analepse QW" 0 name vem on er, ‘que permite tomar conhecimento do sucedidona viagem dos marinheiros desdeapartida — Pe"aexemple,/DonseDeus feLisboa aco momento em cue chegam ao canalde Wagambique(Canto lest. re = come as, muna corde-seo conceito denarracdo in medias ‘onone Bau -apdetot:s6 Jarte: Os preparativos da viagem (est. 84-87) invocagdo do rei, que € vastod Gama lata cspepactvsparaaparida OpapeldeGamacononarraor Syma" SN cesta epedato tea oepltonautlzacto da pronom pessoal me\eperaeult-ma~ est 84) eno recutso4 primeira pessoa do singule eu) Cariica-t>~ et. 7). Oatelacu tore Vasco da Gara oreide Melinde, é também esinalado através do prenome pes- soa! fe eCertifeo-be~ est 87} edo vacative (eb Reis est. 87) Neste momento inicial, Vasco da Gama situa @ acdo «no porto da inclita Ulisseia» lest. 84) e, de seguide, sublinha acoragem dos marinheirose dos guerreiros que o acom- Panham na longa viagem («ndo refreia / Temor nenhum o juvenil despejo, / Porque a gente maritima ea de Marte / Estdo pera seguir-me a toda a parte» - est. 84) eq sua determinagao («E nao menos de esforco aparelhados / Pera buscar do inundo novas partes» - est. 85). Estando aptos fisica e psicologicamente pare a viagem, 05 marinheiros assistem a uma ceriménia religiosa, de modo a preparara valma pera a morte» (est. 66), ouvindo missa, comungando € pedindo a Deus protegdo («Implorémos favor que nos guiasse, / E que nossos comegos aspirasse» - est. 66). No final da descricao dos preparativos, Vasco da Gama relate a entrada nas em- bareagées, referindo-se ao espace fisico que os morinheiros abandonam por meio de uma perifrase, «Partimo-nos assim do santo templo / Que nas praias do mar estd as- sentado, / Queo nome tem da terre, pera exemplo, / Donde Deus foiem carne ao mundo dado» (est. 87), que faz alusdo ao topénimo Belém, A sua afirmacao final, «se contemplo / Como fui destas prcias apartado, / Cheio den- tro dediivida e receio, / Que apenas nos meus olhos ponho o freio» (est. 87), permite es- tabelecer um contraste entre a determinagao dos homens € 05 medos que os assaltam no memento da partida. Os sentimentos evidenciados acabem por contribuir para en- grandecer os herdis portugueses, pois, para além de todos os seus feitos, uenceram tam- bém os medos e as duvidas que poderiam té-los impedido de conquistar o mar ede chegar a india, Figuras sHiperbole: As mun ‘cum hora piadoso, / 05 homens com susniras cue anceuam® (est, 89) ~ vam a multiddo no Prola +Aliteragde:¢Nosso amor, lev ovento® est 91) -a repetigao do som -u- re corda 9 sem da venta cue levara os barcos paralon ge das muineres. + Personifieagao; Os mon ‘iam, / Quasi movitos de alta piedader est 92|-a permite ampliar a forca ‘Beparte: A despedida (est. 88-92) + Temomento = plano geral est. 88:89) 0 olhar do narrador centra-se nas pessoas que ficam na praia, assistinao & partica dos nautes, Comeca por Teferit-se a esta multica de forma generaliste como gente da cidades (est. 88), oferecendo um piano geral sobre aqueles que assistem a partida. Sao amigos ou familiares, embora id se encon= ‘tram também meros curiosos que foram «por ver somentes (est. 88). Neste momento, ‘todos partitham sentimentos de tristeza e de saudade, o que se fica a dever & crenea goneralizada de que quem embarcava encamintava-se passivelmente para a morte: Em téo longa eaminha e duuidoso / Por perdidesas gentes nos julgauame lest. 88).0 narrador centra, de forma mals pormenorizada,o seu aller nas mulheres que satrem ‘com um schora pladosoe (est 89) e nos namens que suspitam. Tocevie, a tenga co narrador ceter-se-d mals longamente nes «Maes, Esposas, mas» (est. 89) ligecas por lacos estreitos Gos nutes « uniccs pelos sentimientos de tristeza e de medo de ncotor nar a veros seus familiares. + 2umomenta = nlano denormenaramae lest $0): onarador centra-se, agora, em dois ‘randles planos de pormenor: vai atentar numa mae € numa espase, delwando-nos ouvir as suas palaures magoadas. Estas duas figuras, uma ve? gue represestem todas cs espesas e macs que ficom ne pra e Ler os seus entes quenos partir, cesignam-se personagens coletiuas 0 diseurse da mae é moreade poles interragacees retarices, que subtinnam ¢ sua incapacidade de compreender aatituce do flho, que era otinico semparo / Desta cansada jd velhices. A sua perplexicade e revolta fica fortemente rmarcadas na ultima questa: «Poraue de mi te uds, 0 lho care, A fazer o funereoen- ccorramento, Onde sejas de pexes mantimentot», onde sublivna a injustica da situacao {ue leva 0 fino « uma possivel morte, delxando.o amor de uma mie sem resposte + aemamante = plana de parmenot-o ssnosa fest 94) a mesma magoa esta expressa nas: palavras da mulher. Recorrendo, igualmente, ds Interrogaghes retéricas, a esposacen- sura 0 marido por ir pare 0 mar, levando una vida que nde ¢ dele mas dela. Esta ofir- macao tem como base o forte amor que os une, eque faz deles um 56 ser. Acusa-ocinda de colocar em risco de esquecimento o amor cue os une: «Nosso amor, nosso veo con- tentamento, / Querels que com as velas leve 0 vento?» Note-se, nesta frase final, a so~ noridade consecuida pela aliteracée do -v-, que recorda o som do vento que leva © marido e com ele a vida da prépria mulher. + 42mamentn = plenn gernl (est 92): apds este momento d= maior lirismo, 0 nerracor volta @ olhar multidao de uma forma mais geral e destaca, de novo, os sentimentos de «amor e de piadosa humanidade»,referindo-se agora aos velhose aos meninos que tombém ficam na praia. Todos estes sentimentos influenciam a prépria nature volvente, cue, personificada, entra em sintonia com o sofrimento que domina ¢ mul- tidao: «Os montes de mais perto respondiam, / Quési movides de alta piedade» e a «branea areia> chora com quem fiea na praia. ‘3: parte: A partida (est. 93) episodic termina centrado naqueles que partem. Vasco da Gama decide que aper- tida se Fard «Sem 0 despedimento costumado», como forma de impedir o sofrimento (or nos nao magoarmass) ou 6 alteraceo de decisco tamada (Kau mucarmas / Do pro- posito firme comecado»| O Adamastor (Canto \, estancias 3 Estrutura externa: Canto V, est. 37-60 Estrutura interna: Narracao Narrador: vasco da Gama Narratdrio: Rei de Melinde Plano narrativo: Plano da viagem Oepiséaio do gigante Adamastor é central n'Os Lusiadas, pois localiza-se no Canto ¥, marcando 0 meio do poema epico, Com este episodio encerra-se 9 primeira ciclo épico do poema, 2 figura do gigante surge como uma personificacao dos perigos e castigos do mar, dos monstros que se acreditava habitarem nas zonas desconhecidas. Trata-se, em suma, de uma personificagio gue condensa os medos que dominauar os homens de 6poca relativamente co desconhecivo +2 parte: Circunsténcias que precedem o aparecimento do gigante (est. 37-38) A vingem decorria calmamente, quando surge uma nuvem «que os ares escureces (est. 37), sta nuvem negra é umm presstigio de que algo terrivel se prepara para aconte~ cer. Tumbém o mar ficou agitado, o que estd expresso na repeti¢do do som -r- ( ~ est. 36). Fsta alteractia atmosferica deseneadeou. nos marinheiras um sentimento de terror (ops nos eoracdes ui grande medav - est 38) ¢ levou Vasco da Gama a inauirir Deus sobre a natureza daguela reside que atra~ ‘2eparte: Aparecimento e deseriedo do gigante (est. 39-40) ‘pds aalteracéo climaterieg, surge uma figura gigantesca, horrenda, que é descrite diretamente de forma negativa, por mela de uma adjetivacdo.expressiva. O seu tama~ inho é de tal forma espantoso que é comparato ao Colossa de Rocies, estdtua gigantesca de Apolo, considerada uma das sete maravilhas do mundo antigo. Atentando no resto do Acamastor, o narrador refere a sua barba desgrenhada, a5 olnos encovados, 05 ca- belos crespos # cheios de terra, « boca negra, os dentes cmarelos e 0 tom de vor shor Tendo e 4703508 (est, 40), ‘A eserica da gigante é desenvolvida cam base nas sensagoes visuals auditivas e culmina no efeito de terror que provoca nos marintsiros: «Arrepiari-se us carnes @ 0 ca~ aelo, /A mie. todos, 36 de ouvi-lo e vé-tol (est. 40). Do panto de vista psicolégice, € descrita sobretuda a ira do Adamaster, que s¢ justifica pela ousadia dos portugueses ‘do navegatem nos mares gue pertencem ao gigante, Oui o seu «rosto carregadox ea epostura / Medanha e més [est 39) 3? parte: Primeiro discurso do Adamastor (est. 41-48) 0 discurso ¢o Adamastor divice-se em dois mamentos: Recursos diversoe sAdjetivacdio expressive: sgraniissima estoturar, volhos oneavades», «pos tura /Medonha eman(est. 39) ~ 00 longo de todo © episédio, a adjetivacac € muito expressiva,em pa ticular na descricao coat ante. Figuras -Aliteragde: (est. 40) - cormparagae ao fda- restoraestitus de odes. ro que respetta @estatura desmesurada +1tmamente: 0 gigante, assumindo-se como dono dequeles mares, que nunce ti- ham sido navegados, etegia a ousadia dos portugueses («gente ousada» - est. 41), ‘a quem se refere como um pouo de grandes feitos, incansével, cisposto a quebrar 5 limites («pois os uedados términes quebrantas® ~ est. 41 Figuras estranho ou proprio le onjest At) sugereatto mentos de natures press arados ¢ também felauma metifora extrac 05 baroes no mar a tera por a falas agricola = Metéfora:vosclmas sol 18a / Da fermosa = misér 12 prisdov (est. 48) - 0 Como ¢ assocind o ume prisao da aima, pelo que @ caodaatma + Zimamenta’o gigante anuncia terrivels castigos, que serco infligicos aos portu ‘cueses como consequénela da sua ousadia (esobelo atrevimentos ~ est. 42),dando ‘uo? e mais ume das prafecias 4/0 Lusiadas 0s castigas eonsistem em tormenta rnaufragios, «perdicdes de toda sorte (est. 44). Comeca por referir os destinatarios, 0s castigos de forma generalista (squantas naus esta viagem / Que tu fazes fizeremo - est, 43) €, de seoulda, apanta casos concretos de figuras portuguesas que naquele local perderaa a vida: Bartolomeu Dias, que dobrou pela primeira ver 0 Cabo; D. Francisco de Almeida, truice-reida india; Manuel de Sousa Sepilvedae sua familia, O episddio trdcico da morte da familia Sepulveda ¢ relatado pelo Adamastor com ‘algum pormenor. O destaque dado a este acontecimenta justifica-se par ser uma. histéria trdgica de emor, realidade cue se aproxima da experiéncia pessoal do glgante, dado ter vivido, também ele, uma historia ce amor intelz -Aazparte: Interpelagdo de Vasco da Gama e 2!discurso do Adamastor (est. 49-59) Vasco da Gama interrompe © primeira discurso do gigante, mostrando-se née ater- Torizado mas «marauilhado»jest.49),e pergunta-tne «quem és tu? (est. 49). Estaquestao feta profundamente 0 Acamastor, pois ual obrigd-loa identificar-se, adesvendara sua histéria pessoal, Dat a inesperaca mucanga que se procuz nele: abancona o tam de voz ‘ameagador para passar a falar com magoa e dor (svor pesacia e cmara» ~ est. 45), 0 Adamastor passe entUo « relatar « sua historia de amor triste e infeliz. Apaixo- nou-se por Tetis, que um dia tinha vista eSair nuc na praia» (est. 82) Faieste sextimenta ‘que lovou o gigante, que estava envoluide com os seus imaos numa luta contra Jupiter, ‘@ abandonar tudo, Como era muito feio (est. 53), decidiu conquistar a ninfa pela forga. (Determine por armas de tomd-lo» - est. 53). Porém, « ninfa nunca poderia amar um ser gigantesco e feio (est. $3), mas, ainda assim, marea com ele um encontro, Perdido de amor, julgando encontrar-se frente a Tétis, o Adamastor belja um peneda, Quando se apercebe que tina sido enganado. pois @ ninfa nde tinha comparecido ao encanto, Saigante reconhece a sua ilusdo, A dor que sente é to forte que acaba por se transfor~ mar num penede, que deu origem ao Cabo que ele é hoje. Todavia, 0 seusofrimento ndo estd ainda ceabado, uma vez que continua rodeado por Tetis: «por mais cobradas mé- gous, / Me anda Tétis cercando destas éguas» (est. 59), (0 momento de maior intensidude de sofrimento do Adamastor surge quando este se dirige & ninfa, dizendo «Jé que minha presenga ndo te agradc, / Que te custave ter-me este engano, / Ou fosse monte, nuvem, sonno, ou nada?» (est. 57). A gradagao final ~ monte, nuuem, sonha, nade ~ ¢ extremamente expressiva Stparte: 0 desaparecimento do gigante (est. 60) Apés ter relatado a sua infeliz histéria de amor, o gigante desaparece, soltando um profundo grito de sofrimento: «cus medonho choro, / Subite dante es olhos se apartou;/ Desfez-se a nuvem negra, e cum sonora / Bramida muita longe 9 mar soou» (est. 60). Vasco da Gama, de seguida, agradece a Deus € pede-lhe que retire os castigas que o Adamastor tinha anunciado. Roa mld (oct eM tes uote Ys2)) Estrutura externa: Canto Vi, est.70-91e est. 92-94 Estrutura interna: Narragao Narrador: poeta Plano narrativo: Plano da viagem e plano mitoldgico (9s marinneiros navegavem ealmamente, ocunande o seu tempo com histérias, ‘quando se desencateia ura violenta tempestade, Este constitiré oultime grande obs- téculoa vencer antes da chegada a India Atempestade “parte: A tempestade (est. 70-79) episddioinicia-se como conector mas «Mas, neste passo, ass prontos astandos ~ est. 7o}amorcaro contraste entre a calmiaria descrite anteriormente ea violénciada tempes- ‘ede que se eulzinna. Esta # anuelada paruma snuuem negra eue aparece. |est. 70). Lego de seculda, aagltagdo, a contusao.e uma certa desorientacdo instalam-se a bordo, 0 cue ‘expresso, entre outros recursos, pela epaticao dos verbos «Amana» (est. 71)e-«flja (est. 7). Esta presente também orealisma deseritivo associado assensacoes aucitivas ocpite, ( soltiados» ~ est. 72; «A nau grande, em que ual Paul de Gama, / Quebrado leva o masta pelo melo, / Quési toca clagaday- est.75).As sensacdes auditivas evocam sobretuco os barulhos do mare do vento dando nus naves, bem como os ruidos das proprias embar~ capdes e ca agitacto dos seus marinneires. Sao também multo expressivos 05 adjetivos (ograndee stbbita procelar - est, 71; «ventos indinadose - est. 71; «sUbito temor e desa~ ‘cordos - est, 72; spossante nau - est. 74; «gritos udos» - est. 75; «Neptuno furibundo» — est. 76], que gjudam a criar e adescrever todo oumbiente de agitacde, violencia, gritos eruidos de toda a espécie, nao esquecendo os sentimentos/ atitudes que vao invacinds (95 marinheiros. Avioléncia da tempestade estd expressa tambem: na descri¢do dos mavimentos violentos das naus no mar revolto («Agora sobre as uvens os subiam / As ondas de Neptuno furibuno: / Agora a ver parece que de~ clam / As intimas entranhas do Profunda> (est. 76), ‘sna forma hiperbolica como é descrita [sNunea tao vives Tales fabricau / Contra a fera soberua dos Gigantes / 0 grdo Ferreiro sérdido» est. 78); ‘sna sua influéncia sobte os animals marinhos que, tristes e aterrorizadios, fogem |sAs Aleidnias aves triste canto / Junto da costa brave levantaram, / Lembrando-sede seu passado pranto, / Que as furiosas aguas ihe causaram. 0s deifins namorados, entretanto, / Ld nas covas maritimas entraram, / Fugindo & tempestade e ventos lures, / Que nem no funda os deixa estar seguras.» - est. 77) nas suas consequénicias destruidoras de natureza envolvente («Quantos montes, entao, que deribaram / As ondas que batiam denodacas! / Quantasdrvares uelhas tarrancaram / Bo vento bravo as Farias ndinadas!»~ est. 79) sImperativa: sAlertan (est 70)= «amaina» (est. 71)- a Indioarometoquese gerou pelo aparecimento de in- icios detempestade “Adjetivos: petmiter des ‘esta esita proce est. 70, a ego dos ma imeiros (sibito temor & desacaron~ est. 72) 0 seu fesforgo nc lta esiguel (dros forgososs- et 73 sVerbos de agi fer (est 2, sComams fest 7} e0me rears est. 73} descri,Go da reagéo cos marinneiras tempestade 1 superlative absolute sinttico «fortissimo,.0i- fissimose (est 28}-amarcar sociado & tempestade Figuras Hipérbote:Osventoseram tals, que nao puceram / Mostrar mais forca aim peto cruel, / Se pera cerri- bor entaa vieram /& for tissima Tore de Babel (et 1) Anéfora: «Agora sare as fhuvens os subiam / AS on dose Nepeunofurtounco;/ ‘Agora aver parece que de. clam/ Asintimorentrannas ddoProfundon est. 76)~ des toca osclngaa violentn a ‘que etom submetios 0s nous, ora eleuacar até as snuyenss ora escenco 20 sProfundo>, Figuras + Enumeragie:shoto, Austra Boreas, Aquil lest. 76) permite engrandecer a no gfio de fila vilenta do tempestade, que reine 10 4s. as grandes uentos. -Antitese: 1 noite negra € Fein se alumia / Coe rains, em queo Pélo toao crata:» (est 76|- destaca @ opost gfe entre @ negrume do noite eo brie intenso dos que tinhom o eapactdade de iluminor 9 escurs, Hineroole::teunea co unos ralostarncou Contra tera soberba dos Gigantes / 0 aréo ferrira ears (est. 2, + Apdstrofe::Oivina Guar, angalica, celeste: fest 81) destaca o destinatario do dliscurso ae Gams, +Comparagtsr vos ventos, quelutavam /Comotouros incdémitose est. 84) ~com pare a Fores dos ventas die touras indmarios = Miperoote: »For0s trovoes, que uém representando / Cairo Ceu doseb0sscbrea “era, Consiga os Elemen: tasterem guerra est. 84) est. 89 - o dis: curso da ninfs assent em oposigdes entre o bran- aura € a funla € entre o amct eo mado, de mado a mostrar a Boreas que @ violencia @ incompativet como amor © a leu6-10\0 optar pelo acaimia, 28pari : Saplica de Vasco da Gama (est, 80-83) Vasco ds Gama, temendo um fim trigico parac sua viager, crise uma prece a Deus («Divina guard» - est. 81), Este seu discurso apresenta varios arguments, que a0 or- ‘ganizados como intuito de sensibilizar Deus para a causa portuguese, levando-O a in- terceder junto dos marinneites em difieuldades: + Pargumento: evoca o grande poder de Deus, que jd livertara homens de grandes dificuldacies e perigos em momentos passados; + 2eargumento: refere que Deus abanconou os marinhelros, que iam em missto rell- giosa (eMas antes teu servico 36 pretende?* ~ est. 62) + 3targumento: louva aqueles que tivaram ¢ sorte de morrer lutando pela Fé eristd [wOncitosos aquetes que puderam / Entre as agucies lancas Afticanas / Morrer, on- {quanto fortes sustiveram / santa Fé nas terras Mauritanase - est. 3}. ‘3¢parte: Descrigdo da tempestade (est. 84) ‘Apesarc siplica de Gama, a tempestade aumentaa sua violencia: os uentosoriteva coms “tourosindomites” est. 84] 205 «Relémpacios medonhos» (est. 84) no parcuam, 4zparte: Intervencdo de Vénus (est. 85-91) Neste momento, surge o plana mitolégicoem paralelo come planoda viagem, Venus aparece e afirma que Baco éresponsavel pela tempestade, mas que ndo odeixaré levar ‘avante os seus intentos. Para tal, reine as «Ninfas amorosas» (est, 85), ue se embele- 2am. com 6 Intulto de cominarem os ventos, A ninfa Oritia dirige-se ao venta Boreas © diz-the quenao paderd vaitar a amé-lo se este mantiver a feracidade, pais 0 amor nao écompativel cam emedo. Galatela utiliza os mesmosargumentos junto do vento Noto, Os ventos amansam, submissos &s beles ninfas, e@ tormenta aealma, Por isso, Venus, feliz,afirma que os proteserd. Achegada 4 india est. 92-94) Na manna seguinte,jé num ambiente calmo, os marinheiros avistam Caleeut, Gama ‘agradece a Deus por ter llurado os portuaueses dos perigos da tempestade. ade 2, 5 POE Ho (Sim A preparacao da Ilha dos Amores (Canto Ix, estancias 18 Estrutura externa: Canto Ix, est. 18-29 Becunsos | Estrutura interna: Narracao rigures Narrador: poeta + Antitese:»Oar-thenosmares Plano narrativo: Plano mitolégico peese em releve 0 ct ‘vaste entre a dureza eso ‘rimenzo da vida no mares As estincias relatiuas @ preparagdo da llha dos Amores tém comonarraderopoeta _prémio que Venuspretende e fazem parte do plano mitolbgico. Este momento d'Os Lusiadaspade organizar-seem a dos marinhetros como vérias partes. recompensa pelas difcul dadespassadas, santitese: 0s Deuses for ‘tEparte: A decisdo de Vénus (est. 18-20) ddecer ao ul terreno / E08 ‘venus pretende dar aos portugueses um prémio pelas vitérias alcancadas e pelos "Amancs Sub a8 cea se danos sofridos. Decide, entdo, pedir ajuda ao seu filho, Cupido, poder de Cupido, aiado a orga do amor, que € cap (est. 21-22) de vencer todas es barre 2sparte:O prét dos marinheiros, Nessa ilha, encontrar-se-do vaquaiticas donzelas» (est. 22), que sero tiga vaoda morte as eve escolhidas entre as mais belas eas mais devotas do amor. Estasninfas terdio como mis- quiascelebrando»(est.24) saoaquarcar pelos masinneiroserecebe-loscom canticosedances,para despertarem em usa de cress neles wsecretas afeicdess (est. 22) criedo apenta pare o Facto dese attrmar que oscisnes canta mas suauemente quando esto préximos da Cupido ¢o ajudante eal, pois dtinha colaborado com Vénus numasituacdo similar: — morte tinna levado Dido a apaixonar-se por Eneias, Venus vai, entao, procurar Cupido no seu carro puxado por cisnes (ras aves quena vida / Wao da morte as exéquias celebrandow - est. 24) erodeado de pombas que sebeljam. 4:parte: A misséo de Cupido (est. 25-29) 3¢parte: A ajuda de Cupido (est. 23-24) Cupido encontrava-se em Iddlia, cidade da ilha de Chipre, famosa pelo culto de venus, procurando reunir um exército de cupidos para realizar uma expedigao com 0 fim de emendar os erros dos humanos, pois «esto, / Amando caisas que nos foram dadas, / Nao pera ser amadas, mas usadas» (est, 25] Sao apresentados varios exemplos de situacées em que se ama mal: + ocagador Actéon, que nao soube amar a xbela forma humana» (est.26) - representa 95 que nao sabem amar; + 0s homens que se amam a si préprios (est. 27) +05 aduladores (est. 27) saqueles que amam as riquezas e delxam de lado a «justice e integridades (est. 28]; + 05 tiranos (est. 28); +as leis feitas a favor do rei e contra 0 povo (est. 28). Afirma-se, emsintese, que a expedicao de Cupido tinha lugar porque «ninguém ama que deve» (est. 29), Por estas razbes, Cupido juntou os «Seus ministros» pora ajudar a «mal regida gente» (est. 29) a evoluir no campo do amor, A aventura de Leonardo (Canto !: cursos diversoe sAdjetivagae expressiva: ssoldado bem disposto, / Manhoso, cavaleiro ena morado»(est. 75) tipla ‘adjetivagao permite des: tacar os tracos principals de Leonardo, Imperative: «E=perc» oot 76, 78) - permite dar aco- nhecer 0 desejo de Leo: nnarde @ 0 objetivo do seu dlscurs. sincereigdes: «Oh, no na ‘relas, porque au, quando a ‘ra, i uezescadahorame rmentias(est. 77 .Oh!Naome fujasi (est. 79) ~ maream & sentimento forte de Leo rardo, que expressa, com ‘convicedo, o deseo de tevar ‘ninfa adebxarde ugh. Interrogacdes retéricas: ‘sTusé de mis foges aes pessura? / Quem te disse que eu era o que te sige (est. 77, «P0es-te da parte dda desdita minha?s, «Ou, clespois de presa,/ Lhe mu daste a ventura @ menos ‘pesa?e (est. 80)~ apresen- tam os argamentos com os uats Leonardo tenta con: vencer a ninfa + Frases exclamativas: ‘Oh, ‘que famintos bellos na flo~ resta,/ Equemimoso chore ‘que soava /Que afagos tao ssuaves! Que ira honesta, / Que em risinnos alegres se tornava fest. 63) ~refor= camaemoracassociadad Unido entree ninta e Leo nnardo, que lembra 6 cima vuiuide em teca a tha Figuras sApéstrofe: «0 formesure Indina de aspereza» (est 76) ~ situada no inicto do discurso de Leonardo, per mite kentificer 0 interle~ ‘cutor do mariaheiro ecinda ccaracterizar a ninfa come luma muther beta, que sus lta sentimentosdecarinhe, Estrutura externa: canto Ix, est. 75-84 Estrutura interna: Narracdo Narrador: poeta Plano narrativo: Plano mitolégico ‘Apés o desembarque das matinhelros portugueses na Ilha das Amores, aatencéo do narrador centra-se em Leonardo, Este marinneiro persegue uma ninfa que parece ser mais dificil de apanhar do que as restantes. ‘1#parte: Caracterizacdio de Leonardo (est. 75 - v.5 da est. 76) Leonardo ¢ caracterizado, do ponto de vista psicolégico, como «bem disposto / Ma- ‘nhoso, cavaleiro enamorado» (est. 751.0 narrador dé uma atencao especial aos amores do marinheiro, referindo que este nunca tivera sorte neste campo. ‘2tparte: Discurso de Leonardo (v. 6 da est. 76 ~ est. 81), Enquanto persegue Efire, Leonardo procura conuencé-la.a parar, usando diferentas ‘argumentos: + ainda que Efire esperasse por ele, o azar do nauta impedi-lo-ia de a alcangar; ele gostaria de saber o que faria a sorte para o impedir de apanhar aninfa; «se ela abrandasse, é estaria @ alterar a mé sorte de Leonardo; ela estave a colocar-se do lado da ma sorte do marinheiro, quando se deveria co- locar do tado do mais fraco: ela levava, com ela, a alma de Leonardo, que até ao momento tinha sido livre; ele continuava a persegui-la apenas porque tinha esperanca de que ela mudasse o destino dele, apaconando-se. arte: Descricdo de Efire (est. 82) A ninfa jé ndo corria para fugir de Leonardo, mas apenas para ouuir as suas belas palauras, Por fim, parou e entregou-se ao marinheiro, ‘Azparte: A uniéo amorosa (est. 83) 0 narrador descreve o enlace amoroso ¢ termina, afirmando, relativamente ao que fol descrito, «Milnor ¢ experimenté-lo que julgd-lo; / Mas julgue-o quem nao pode ex- perimenté-lo». Separte: 0 casamento (est. 84) Osmarinheiros sdo coroados como herdis, recebendo louro eouro, Por fim, celebra-se uma ceriménia de casamento com as ninfas Consideracées do poeta (Canto x, estancias 14! Estrutura externa: Canto X, est. 145-146, 154-156 Plano narrativo: Plano das consideragdes do poeta Recursos diversos + Adjetivagdo: «gente surda Aseestancias finais d’Os Lusfadassao momentos em que o poeta reflete sobre o pais que Ihe era contempordneo e dirige conselhos ao rei D. Sebastido. Est. 145 © posta, que, por diversas vezes, a0 longo do poema, conuocou as ninfas para que estaso inspirassem, vam agora afirmar que nao precisa mais da sua inspiracdo. Tem a lira «Destemperada» e a «voz enrouguecida», ou seja, nfo consegue mais continuar 0 seu canto, 0 seu poema, Este cansago deve-se ndo ao longo poema construido, mas & consciéncia de que estd a cantar para uma «gente surda e endurecida», eondurecidan(es. 145) chu rmilde, baxo e Tudo (est. 154) permitecaracterzar fe destacar os tragos que o poeta pretende associar a pessoa descrta Imperative: »Othalo (est 146) - marca a evortacao feita pelo poeta ao rei 0. Sebastio. Figuras Constata, assim, tristemente, que @ patria nao o protegerd, porque vesté metida /NO . Repetigdo:»Nv6 mals, Musa, gosto da cobiga e na rudeza / Dita austera, apagada e vil tristeza», Os portugueses do tempo de Camdes sao, assim, apresentados como totalmente diferentes daqueles que © poeta louvou ao longo do poema, pois vivem dominados pela cobiga e pela tristeza, Est.146 0 poeta mostra nao compreender por que razao a patria (os portugueses do seu tempo} nda encara, com alegria e uontade de trabalhar, as desafios que vdo surgindo, Dirige-se a D. Sebastiao, apelando a que este se radele de «yassalos excelentes», ou seja, de portugueses que ainda sejam capazes de grandes sacrificios e que nao estejam dominados pela tristeza, pela preguiga e pela cobica. Est. 154-156 Dirigindo-se a 0. Sebastiao, 0 poeta autocaracteriza-se de forma humilde, mos- trande a sua pouca importéncia: «humilde, baxo e rude, / De vés nao conhecido nem sonhadov, Nao obstante, oferece os seus servicos ao rei, mostrando as suas mais-valias co honesto estudo, a experiéncia eo engenho, «Cousas que juntas se acham raramentev, como conclui Caméas. Deste modo, o poeta deciara-se pronto para servir D. Sebastido tanto na guerra como enquante poeta, cantor dos grandes feitos a serem praticados, Se D. Sebastido o aceitar, o poeta cantara de forma gloriosa todas as grandes viterias que terdo lugar, numa nova epopeia. némais(es.145)-opoeta reltera @ desconvocacce 4a musa, 0 que expressa 0 seu desdnime. sMetéforazel iia tenho/Des- temperada ea voz enrou ‘quecidas (est. 145) ~ asso clande a lira, instrumento ‘musical, var que canta, © poeta pretende reterir a produgao poética, eita de ore musicalidade, -Apéstrofe:

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