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Porque Aristteles considera na sua arte potica, dipo Rei a mais linda

das tragdias?
dipo Rei pode ser considerada talvez, a obra em que mais ha nveis de
significaes e a que mais toca no interior do ser humano, no profundo. Segundo
alguns tericos, impossvel constatar exatamente porque a obra to perene, porem
temos alguns aspectos que nos levam a entender sua complexidade e riqueza.
A inquietao do homem frente seu destino to comum ao publico e ao
mesmo tempo muito intimo e tocante para cada um, fazendo com que a paixo do
personagem pela sua me se enfrente a essa inquietao. O modo como construdo o
julgamento de dipo algo que da uma caracterstica nica a tragdia ,pois ele que
julga e que ao mesmo tempo julgado.
Para Aristteles no que a tragdia represente os homens, mas aes, e neste
caso, principalmente as de dipo. No o texto que precede a cena que conduz a
trama, mas sim o que acontece em cena. Nas palavras de Aristteles na Arte Potica:
o reconhecimento, como a palavra mesma indica, a mudana do desconhecimento
ao conhecimento, ou amizade, ou ao dio, das pessoas marcadas para a ventura ou
desdita. O mais belo reconhecimento o que se d ao mesmo tempo em que uma
peripcia, como acontece no dipo. As peripcias so constantes no texto e
funcionam como uma virada inesperada como quando dipo fura seus prprios olhos,
sendo ento, como foi dito acima, juiz de si mesmo, aplicando a punio que amplia o
trgico da peca.
Sfocles, com dipo Rei, conseguiu a aprovao de Aristteles em todos os
quesitos estipulados por ele mesmo que garante a qualidade de uma tragdia. A
verossimilhana no texto outro fator importante para Aristteles, que diz que o papel
do poeta no dizer exatamente o que aconteceu mas sim o que poderia ter
acontecido respeitando a verossimilhana e o contexto. Ha tambm, um ponto chave
no verossmil que o espao no do possvel, mas do plausvel, portanto, no contexto
da trama, as aes de dipo so bem amarradas a um heri mtico o que permite que a
trama ocorra sem estranhamento.
Finalmente, Aristteles atenta para o aspecto catrtico da obra que provoca ao
mesmo tempo horror e piedade diante da tragdia. Nas palavras do filosofo:
mister, com efeito, arranjar a fbula de maneira tal que, mesmo sem assistir, quem
ouvir contar as ocorrncias sinta arrepios e compaixo em consequncia dos fatos; o
que experimentaria quem ouvisse a histria do dipo.

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