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No final do século XIX o teatro europeu sofre uma grande crise artística. Já não ha
mais espaço para declamações vazias e interpretações afetadas de textos que foram
escolhidos somente visando o lucro dos espetáculos. Era preciso se renovar e buscar a
verdade, viver cenicamente as circunstancias, revolucionar a arte da interpretação.
A busca pela verdade neste período era feita pelos artistas da época por meio de
pesquisas experimentais. Assim como na ciência, o teatro, cientificamente se
aprimorava, buscando cada vez mais a realidade, a natureza.
Segundo Emile Zola em seu texto “ O Naturalismo no Teatro” o naturalismo é o
retorno a natureza e ao homem; para Zola havia duas formas de se fazer teatro: “a
formula naturalista, que faz do teatro o estudo e a pintura da vida; e a forma
convencional, que faz dele um puro divertimento de espirito.”
O método experimental não era somente um método artístico; era um método que
guiou todo o século a partir da valorização do método cientifico. Para Zola “ o
observador apresenta os fatos tal qual o observou [...]. Depois o experimentador surge
e institui a experiência, quer dizer, faz as personagens evoluírem numa historia
particular, para mostrar que a sucessão de fatos será tal qual a exige o determinismo
dos fenômenos estudados. [...] O romancista sai em busca de uma verdade.”
O ator seria primeiro uma espécie de observador, sem preceitos ou questões já
resolvidas, como uma criança a analisar a situação. Depois, deixa de ser observador e
passa a experienciar a situação, sentindo fisicamente as ações, que por sua vez não
são mais puros acontecimentos externos, mas ações internas dos personagens.
Portanto, o Método Experimental serviu como guia para as pesquisas no teatro,
com o objetivo de alcançar a realidade sem preconceitos, opiniões anteriormente
formadas, chegando cada vez mais perto do realismo histórico.