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TEORIA UNIFICADA foe etre Sen Reta Matec) Vv Alysson Cesar A.de Freitas Rachid | Marcela Midori Takabayashi Ce Ue Meee rary eee is) Pec Maria Carolina Moraes Fabio Vieira Figueiredo Dole rode ogo} Flavio Cardoso de Oliveira Ree) Re Rec aL ad Bee RSC CMa ah od ree ae Mima nee ir i i OAB/FGV Editoi Saraiva D. Tributério Direito Tributario ALYSSON CESAR AUGUSTO DE FREITAS RACHID Advogado, membro do Instituto Brasileiro de Direito Tributério ~ IBDT, pos-gradua- do em Direito Tributério com Diditica do Ensino Superior pela Universidade Presbiteria- ‘na Mackenzie, Professor na Faculdade de Direito Damésio de Jesus e no Complexo Juridi- co Damésio de Jesus, Assessor da Presicéncia da 6* Turma Disciplinar do TED/SP. Autor de obras juridicas ANA PAULA DE FREITAS RODRIGUES Advogada e consultora na érea tributiria, pés-graduada em Direito Tributario pela PUCSP-COGEAE. Professora em cursos juridicos, graduagio e pés-graduacio. Sumario 1. COMPETENCIA TRIBUTARI 35 1.1 Competincia tributiria capacidade teibutaria ativa 335 1.2Caractersticas principais da competénciatributaria 336 1.21 Indelegabilidade 336 1.22 Irrenunciabilidade. x6 1.23 Incaducabilidade. 337 1.2.4 Facultatividade. 337 1.3 Classificagdo das espécies de competéncia tributr x7 1.34 Competéncia privativa 337 132 Competéncia comum 338 1.33 Competéncia especial 338 134 Competéncia residual 238 135 Competéncia extraordinéria x9 1.36 Competincia cumulatva.. 39 2, LIMITAGOES AO PODER DE TRIBUTAR. = 3 ~ 39 2.1 Prineipios constitucionas teibutsrios, Mo 2.1.1 Principio da legalidade. 340 2.12 Principio da isonomia tributiia 40 2.13 Peineipio da irretroatividade aH 2.14 Principio da anterioridade- 3H 332 i Direito Tributdrio 2.15 Principio da vedagio a0 confisco. see aL 2.16 Principio da liberdade de trifego 3a 2.17 Principio da uniformidade geogrfica eda no diferenciagaotibutsia 3 2.1.8 Princfpio da no cumulati — 3a 22 Imunidades tributérias 3a 22.1 Imunidade reeiproca. ce 348 222 imunidade dos templos de qualquer culo 368 223 Imunidade dos partidos politicos © de suas fundacies, das entidades sindicais dos trabalhadores e da insituigdes de educagio e de assistncia socal, sem fins Iu- crativos. 3 22.4 Imunidade dos livros, jornais, priédicos e o papel destinado a sua impressio. a4 3. ESPECIES TRIBUTARIAS.... 344 3.1 Impostos. Ms 3.2 Taxas.. é 35 32:1 Tanas de poder de poli 36 3.2.2 Taxas de servigo publico. 346 33 Contrbuigdes de melhor 0 346 34 Empréstimos compulssrios a7 3.5 Contribuigbes especiat 37 35.1 Contribuigbes socais. 318, 35.2 Contribuigdes de intervengi0 no dominio econdmico (CIDE) oem 30, 35.3 ContribuigBes de interesse das categoria profissionais ou ecandmicas.. 9 354 Contrbuiglo cobrada dos servidores destinada a0 custeio, em benefcio destes, do regime previdenciario vane: $B $ Contribuigi para o cuscio de servigo de iluminagio pablica (COSIP).. a9 4 REPARTICAO DAS RECEITAS TRIBUTARIAS. 350 4.1 Casos de repartigio direta da receta da Unido. 7 350 4.1.1 Repartigio do JOR ~ art. 153, 5% da CF. 350 4.1.2 Demais easos art. 157 da CF. 350 4.1.3 Repartigio.com os Munieipios ~ art. 158 da CF. 350 4.2 Casos de repartisio dirta da receita dos Estados com o Municipio art. 158, ll, daCF....._ 351 43 Casos de repartigio indieta da receita da Unio ~ art. 159, |, da CF. 5. LEGISLAGAO TRIBUTARIA, VIGENCIA, INTERPRETAGAO E INTEGRAGAQ se 388 5,1 Vigtncia da legislagiotributiria no espago = . or 351 52 Vigtncia da legislagio tributria no tempo. 331 53 Interpretacho das leis tributirias, 352 54 lnterpretacio benigna.. 352 55 IntegraG80 een 353, 6. OBRIGAGAO TRIBUTARIA. 6.1 Sujeto tivo. {62 Sujeito passivo. 6.3 Obrigacio principal obrigacio acesséria 333, colegao OAB nacional 7. RESPONSABILIDADE TRIBUTARIA 355 74 Responsabilidade por transferéncia 355, 7.11 Responsabilidade solidva, 355, 7.1.2 Responsabilidade dos sucessores. 356 7.4.21 Sucessio enusa morts. 356 7.1.2.2 Sucessho inter vives. 356 7.13 Responsabilidade de terceit0s 357 72 Responsabilidade por substituigio. 358, 72.1 Substituiglo tibutsria para tras 358 172.2 Substituigaotributéria para frente 358 73 Responsabilidade por infeagbes. “ 358 73.1 Dentincia espontinea... = 39 8.cREDITO TRIBUTARIO. 81 Lancamento.. - - 8.2 Modalidades de lancamento. 83 Suspensio do crédito tributirio. 831 Moratéria 832 Depésito do montante integra. 8.43 Reclamagbes e recursos no proceso tributiio administrative. 834 Concessio de medida liminar em mandado de seguranga 835 Concessio de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras especies de agio judicial i 836 Parcelamento... 8.4 Extinglo do crédito tributéio.. BAL Pagamento.. 84.2 Compensacio, 843 Transagio. BAA Remissi0. oon 8.45 Decadénciae prescrigao.. 845.1 Decadencia. 8.45.2 Prescrigio. 846 Conversio de depésito em renda ‘547 Pagamento anteipado e homologacio do langamento ‘848 ConsignagSo em pagamento, 8.49 Decisio defintiva nas esferas adminisrativa ou judicial. 84.10 Dagao.em pagamento 0 - 85 Exclusio do crédito tributario. = 367 85.1 Tsengio sss ae — 852 Anistia = ve 367 86 Preferéncias do crédito tibutieio oo 368 302 SL EXECUGAO FISCAL 9.1 Objeto da execusio fiscal. 9.2 Legitimidade para propor e para responder 93 Inscrigio em divida aiva ‘94 Foro competente. - 9.5 Prazo pata propositura : 370 Direito Tributario 9.5 Algumas peculiaidades do tito seve 310 9.6.1 Garantia do juizo. 370 9.62 Penhora on ine a — co 370 9.63 Prescrgio intercorrente 370 9:7 Defesas do executado. art 9.7.1 Embargos & execusao. : —- ees, a7 97.1.1 Prazo para propositura 2 23 9.7.1.2 Prazo para resposta a” 9.7.13 Concessio de efeito suspensive von a an 97.14 Quadro comparativo ~ Lei n. 6830/80 ¢ CPC... 371 9.7.2 Excegio de pré-executividade. ss ar} 1. COMPETENCIA TRIBUTARIA Entende-se por competéncia tributiria 0 poder que detém os entes federativos para criar tributos, Nesse contexto, importante fixar o papel da Constituigio Federal com relagdo a essa atribuigao recebida por eles. AConstituigdo Federal figura nao como diploma instituidor de tributos, mas sim como a Carta onde esto consolidadas as concessées e atribuigdes do poder de tributar & Unido, aos Estados, Distrito Federal e a0s Municipios, poder esse entendido como aquele que permite a todos os referidos entes legislarem instituindo os tributos que thes foram atribuidos. Note-se que, recebida a competéncia tributdria, para que o ente federativo a exerga é necessirio que tenha pocler legiferante. Isso significa que somente conseguiré exercer a com- peténcia tributéria recebida aquele que for detentor do poder de legislar, haja vista que preva~ lece em nosso sistema tributério a aplicagao do principio da legalidade estrita. Assim sendo, recebido o poder de tributar, que chamaremos aqui de competéncia tribu- téria, ou competéncia para instituir tributos, deve o ente federativo, para exercé-la, legislar. 1.1 Competéncia tributaria e capacidade tributaria ativa ‘Uma importante diferenciagSo que merece ser feta é a da competéncia tributéria com relasio a capacidade tributaria ava, i que ambas se aproximam, mas jamais se confundem. fato que o ent federativo que recebe competéncia sempre seré capaz de integrar a re lacio juridicatributsra, na qualidade de sujeito ativo, exigindo o cumprimento da prestacio por parte do suito passivo; todavia, podera despir-se dessa prerrogativa repassando-a a ‘utr entidade, caso assim dese (0 proprio at. I° do CTN dispae que “a competéncia tributiia ¢ indelegivel, salvo ate- buigdes das fungdes de arrecad alizartrbutos, ou de executar leis, servgos, atos 08 decisdes administrativas em matéra tributéria, conferida por uma pessoa juridica de direito pablico a outra (.)" ‘Assim, entenda-se por competéncia tributéria a possibilidade de um ente federativo (¢ somente os entes detém a competéncia)institur tibutos por forca de autorizagio consttucio- nal, e por capacidade tributaria ativa, a qualificagio que cetém 0 sujeto ative para exigie 0 cumprimento da obrigagio ‘O sueitoatvo, que recebe tal capackade por delegacio, pders ser um outro ene federativo, ‘uma pessoa uridca de dreto pico ou uma pessoa urea de dirito privado (parastatais) 335 colego OAB nacional 1.2 Caracteristicas pt 1.2.1 Indelegabilidade Ao receber a competéncia tributaria o ente federativo recebe tanto a possibilidade de le- ‘isla criando tributos como também as prerrogativas de caréter administrativo que permitem €fiscalizaglo e arrecadacio dos tributos criados. Fica claro que nao bastaria ao ente federativo receber da Constituicio Federal o poder de criartributos se nao recebesse também os poderes de fiscalizé-Ios e arrecadi-los, Seria 0 mes- mo que deter o poder sem a possibilidade de colocé-lo em praca. ‘Assim, considerando essas trés fungSes principais (legisla, fiscalizare arrecadar) que rece- be o ente quando da outorga da competéncia tributéria, surge o questionamento no sentido de verificar se ha possbilidade de tais fungies serem repassadas de um ente a outro, ou simples- _mente se hé possbilidade de o ente fedérativo simplesmente renunciar a direito concedido. Quando se esté analisando a fungio principal de legislar que encabeca a competéncia tributaria ndo se vislumbra a possibilidade de repasse dessa competéncia de um ente a outro. Trata-se 0 pocter de legislar de atribuigdo indclegavel, nao havendo possibilidade de a pessoa politica que o recebeu transfer-Io a outra, nem mesmo por forca de li ‘As pessoas politicas insttuem tributos em fungio de poder atribuido pela Constituigio Federale, se assim 6, somente 0 proprio texto constitucional, se alterado, poderia provocar a eventual alteragio das regras de competéncia. Note-se que a distribuigdo das competéncias ji € feita de modo a, igidamente, repartir o poder de tributar a cada um dos entes fecerativos. Por- tanto, sentido algum faria se os entes pucessem, por mera conveniéncia,alterara regra fixada Por outro lado, como mencionamos anteriormente, além da fungao de legislar no sentido de criar tributes, a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municipios recebem fungies administrativas de fiscalizar e arrecadar tais tributos. Estas, por sua vez, a0 contratio da fun- ‘cdo principal de legislar, poderdo ser transferidas a outro ente federativo, a ima pessoa juri- ica de direito puiblico ou a uma pessoa juridica de direito privado (paraestatais). ‘Como jf referido, a essa qualificaco do sujeito que Ihe permite fiscalizar e arrecadar os tributos dé-se 0 nome de capacidade tributaria ativa, ou seja, possibilidade cle o sujeto inte- gar a relacio juridica tributéria na qualidade de sueito ativo e exercer seu direito subjetivo de exigir o cumprimento da prestacao. Muito importante lembrar que ha indelegabilidade da competéncia tributaria, ao passo tem que se permite a delegacio das fungdes de fiscalizar e arrecadar, que juntas perfazem © que se denomina capacidade tributaria ativa \cipais da competéncia tributaria 1.22 Irrenunciabilidade De acordo com 0 contexto do t6pico antecedente, temos fixado que a compe ibu- taria, por representar poder de criagdo de tributos atribuido aos entes federativos, ndo é pas- sivel de delegacio. Da mesma forma, ¢ seguindo a mesma linha de raciocinio, por serem rigidas as regras constitucionais de atribuigao de competéncia, ndo haveria possibilidade de se cogitar da re- nunciabilidade do poder recebido pelo ent. Podleria, no entanto, e se vers mais adiante, deixar o ente federativo de exercer a faculda- 336 ———————— Direito Tributario de de criagao dos tributos que the foi atribuida, mas ndo poderia renunciar ao direito consti- tucionalmente garantido de fazé-lo. 1.2.3 Incaducabilidade Pode-se afirmar que o exercicio da competéncia tributiria recebida ¢ incaducével, ou seja, no ha prazo determinado para que sea ela exercida, ‘Tem-se, portanto, que o néo exercicio da competéncia tributiria, ainda que por prolonga- do tempo, ndo tem a propriedade de impedir que a pessoa politica venha ao final criar 0 tri buto que the foi constitucionalmente atribuido. Exemplo marcante que se pode citar nesse caso é o imposto sobre grandes fortunas (IGF), afetado a competéncia da Unio por meio do art, 153, VII, da CF. Tal imposto, até a presente data, no foi instituido pela Unido, mas nem por isso esta deixou de ter © direito de fazé-lo. Embora jé existam varios projetos visando a instituigio do referido imposto, nao poderia ‘a Constituicdo compelir a Uniao a crié-l, visto tratar-se a competéncia tributéria de faculda- de concedida. Assim, ndo ha razio para que se estabeleca prazo para 0 seu exercicio. 1.2.4 Facultatividade Como jf visto em outres oportunidades, a Unio, os Estados, o Distrito Federal 05 Mur {cipios sto livres para exercitar sua competéncia tbutéra, podendo assim ciar ou no os trbutos que a Constituigto thes outorgou E certo que, por ser facultative oexerccio da competincia,o seu nfo execicio no tem 0 condio de trnsfer-a a outra ou outras pessoas poitias. Iso porque, ligada 8 caractristica da facultatividade da competincia tributiria tems a sua indelegabiidade. ‘Assim, ofato dea pessoa politica néo exercer sua competeniatrbutaria no permite que coutra pessoa politica possaexerct-la Conclu-se, portant, que €carateristica que inquestionavelmente, marca a competén- cia tributiia a facullatividade. Uma pequena observacio que merece ser trazia € wo focan- te a0 imposto sobre circulagSo de mercadorias ICMS), que, de acordo com varios autores renomatlos, nfo obedece a tal sistemstics Entende-se que 0 ICMS tem carster nacional e, por isso, devers obrigatoriamente ser instituido por todos os Estados-membros, sob pena de se comprometero sistema 1.3 Classificagao das espécies de competéncia tributaria 1.3.1 Competéncia privativa Denomina-se por compet instituigio de impostos. De acordo com o art. 153 da CE, pertencem a competéncia da Unido: imposto sobre im- pportacio (Il), imposto sobre exportacio (IE), imposto sobre produtos industrializados (IPI), privativa aquela reservada aos entes federativos para a 337 colegSo OAB nacional imposto sobre operagées financeiras (IOP), imposto de renda (IR), imposto territorial rural (TTR), imposto sobre grandes fortunas (IGP), senco que ainda hé previsio nos arts. 154, 1 Il, 1€ 195, § 4%, da Carta para eriagao de novos impostos e novas contribuigoes (residuais) ¢ 0 im- posto extraordindrio de guerra, na iminéncia ou no caso de guerra externa, ‘Anda podemos citar a competéncia privativa da Unido para criagio de outros tributos, como empréstimos compuls6rios (art. 148 da CF), contribuigdes sociais, contribuigdes de in- tervengies no dominio econémico (CIDE) e corporativas (art. 149, caput, da CF), Com relagio a competéncia privativa dos Estados e Distrito Federal, teriamos no art 155 da CF a previsio do imposto sobre circulagdo de mercadorias (ICMS), imposto sobre a propriedade de veiculos automotores (IPVA), ¢ imposto sobre a transmissio causa mortis e ‘doagées (ITCMD). Por fim, no art. 156 da CF consta a atribuicio de competéncia privativa aos Munici- pios e Distrito Federal, que poderdo instituir 0 imposto sobre a propriedade territorial turbana (IPTU), 0 imposto sobre servigos (ISS) e o imposto sobre a transmissio de bens iméveis (ITBI) 1.3.2 Competéncia comum Denomina-se comum a competéncia para instituigio de taxas e contribuiges de me- Ihoria, cuja instituigiio qualquer dos entes federativos pode concretizar. Ser competente para instituigio dos referidos tributos quem prestar servigo piiblico, cexercer regularmente o poder de policia ou realizar obra puiblica da qual decorra valorizagao do imével do particular. 1.3.3 Competéncia especial Hi quem classifique a competéncia para insttuigio de empréstimos compulsérios ¢con- tribuigGes especiais como competéncia especial. De acordo com o art. 148 da CE, 0s emprésti- 1mos compuls6rios pertencem & competéncia da Unido e as contribuigBes especiis, nos ter ‘mos do art. 149 da CF: a) contribuigGes sociais, CIDE e contribuicées corporativas pertencem a competéncia da Unio; b) contribuigio previdencisria para cobranga dos proprios servido- res pertenece & competéncia comum dos entes federativos;e c) contribuigdo para o custeio de servigo de iluminagio piblica (COSIP), pertence & competéncia dos Munieipios e do DE 1.3.4 Competéncia residual Por competéncia residual entende-se aquela prevista no art. 154, I, da CE, outorgada 4 Unido, por meio da qual esta poder, mediante lei complementar, criar impostos novos, que nio tenham sido previstos pelo texto constitucional. Todavia, para que possam ser considerados realmente residuais, é indispensivel que sejam respeitados os seguintes itens: possuam base de cilculo e fato gerador distintos dos impostos jé existentes; eja respeitado o principio constitucional tributério da nao cumulativi- dade, além do que sua criagao s6 podera car-se mediante lei complementar. A competéncia denominada residual, por forga do art. 195, § 42, da CF, também poder ser utilizada pela Unido para instituigao de novas fontes destinadas a garantir a manutengdo 338 ‘e expansio da seguridade social. Assim, a competéncia residual ndo somente abarca a criagio de novos impostos como também a de novas contribuigbes. Da mesma forma, com relacio a criagio das contribuigies novas, énecessirio que posst- am base de céleuloe fato gerador diferentes das demais contribuigoes existentes. 1.3.5 Competéncia extraordinaria E considerada extraordinéria a competéncia da Unido, prevista pela CF no art. 154, 1, para acriagdo de impostos extraordinérios em caso de guerra externa ou sua iminéncia Referidos impostos, em razio de sua peculiaridade, poderio repetirfato gerador, p. ex, de outro tributo jf existente, e, de acordo com o texto constitucional, tas impostos poderao ou rio estar compreendidos na competéncia tributéria da Unido. Isso significa que poderia a Uniso, para criagio desses impostos extraordinarios,utilizarse da estrutura de tribute per- tencente aos demais entes da Federacio. ‘Ainda que nesse caso se vislumbre a possibilidade de bitributagio ou bis in idem, 0 que é vvedado em nossa ordem vigente, importante esclarecer que, nessas situagées extraordinarias, tais fendmenos acabam sencdo admitidos, de acordo com interpretacio que deflui da propria leitura do artigo mencionado, 1.3.6 Competéncia cumulativa O préprio nome atribuido a essa espécie de competéncia jf nos traz.a ideia central que a cla carrega. Quando se fala em competéncia cumulativa de um ente quer-se fazer referéncia a0 actimulo de competéncias em um tinico ente em razio de determinado contexto previsto constitucionalmente. ‘Analisando o art. 147 da CF verifica-se qu foi estabelecido pelo constitute que compe- tird & Unido, nos Territérios, a instituigdo dos impostos federais, estaduais e municipais, caso esse Terrtério nao sejadividido em Municipio. Isso porque os Terrtérios no tém a qualidade de ente federativo, no havendo atribui- «fo em seu favor, portanto, de competéncia tributiria. Assim, por nio terem os tertt6rios competéncia para legislar insituindo tributos, a algum ente federativo ficaria reservada tal Jncumbéncia, dai o porqué da disciplina prevista no artigo citado. ‘Anda faz parte da competéncia classificada como cumulativa a situagio do Distrito Fe- deral. Com relagio a esse ente federativo a competéncia é cumuilativa porque ele reine a competéncia para instituiglo dos impostos estaduais € municipais (arts. 155 e 156 da CP), Jembrando que ao Distrito Federal é vedada a sua divisio em Municipios, de acordo com © art. 32 da CF 2. LIMITAGOES AO PODER DE TRIBUTAR Accompeténcia tributdria ¢ atribuida pela Constituigio Federal aos entes federativos para que possam criar, majorar e extinguir tributes. No entanto, a propria Constituigo enumera, principalmente em seu art. 150, restrigSes que limitam poder de tributar, assim entenclidas incipios constitucionais tributirios eas imunidades, que serio analisadas a seguir. 339 2.1 Principios constitucionais tributarios 2.1.1 Principio da legalidade principio da legalidade determina que a criagio, a extingio, a majoragio, bem como a cexigencia de qualquer tributo somente pode operar-se mediante lei (arts. 150, I, da CF e 97, 1 el doCTN) Observe-se que, com excesio dos empréstimos compulsérios (art. 148 da CF), dos im- postos sobre grandes fortunas (art. 153, VIL, da CF) e dos tributos residuais da Unido (art. 154, 1, da CF), que por determinagao constitucional necessitam de lei complementar para serem instituidos, para as demais hipsteses a funcio pode ser desempenhada por meio de lei ordinsria. ‘So excegdes ao principio da legalidade: + IL IE, IPL, ]OF:o art. 153, § 1, da CF possbilita que as aliquotas desses impostos, obser- vvadas as condigdes e os limites legais, sejam alteradas por ato do Poder Executivo. Tal possi- bilidade ests fundamentada na finalidade extrafiscal que esses impostos possuem; + CIDE - combustivel:o art. 177, § 4 I, 6, da CF possibilita que a aliquota da contribuigio s¢ja reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, sem a necessidade de se observar 0 principio da anterioridade (art. 150, IL b, da CP). + ICMS ~ monofisico ~ combustivel: 0 art. 155, § 4 1V,c, possibilita que a aliquota do imposto poderd ser fixada, reduzida e restabelecida por deliberacio dos Estados e Distrito Federal (Convénios), sem a necessidade de observancia do principio da anterioridade (art. 150, IL b, da CP. ‘Note-se que as excegdes dizem respeito somente as aliquotas, e nao a base de célculo, «que quando alteradas, de forma a onerar o tributo, equipara-se a sua majoracio. Porém, si- ‘tagao diversa ocorre na simples atualizagao do valor monetario da base de calcul (art. 97, §2, do CTN) 2.1.2 Principio da isonomia tributaria gundo o principio da isonomia ou igualdade tributaria, € vedado que a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municipios instituam tratamento desigual entre contribuintes ‘que se encontrem em situagao equivalente, sendo proibida a distingdo em razdo de ocupacao profissional ou funcio por eles exercida, independentemente da denominacdo juridica dos rendimentos, titulos ou direitos (art. 150, 1, da CF), Assim, 0 principio da isonomia confere interpretacio objetiva diante da ocorréncia do fato _gerador, independentemente da ocupacio ou fungio desempenhada pelo contribuinte ot da denominago do rendimento titulo ou direito. 340 Direito Tributdrio As contribuigoes especiais (arts. 149 e 149-A da CF), por conferirem tratamento diferen- ciado aos contribuintes, sio excegSes ao principio da isonomia. 2.1.3 Principio da irretroatividade O principio da irretroatividade veda a aplicagao retroativa de leFque institua ou majore tributo. Nesse sentido esté o art. 150, IIL a, da CF ao proibira cobranga do tributo em relacéo 4 fatos geradores ocorridos antes do inicio da vigéncia da lei que os houver instituido ou aumentado. - A legislacao tributéria ¢ aplicada aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim con- siderados aqueles cuja ocorréncia teve inicio, mas ndo ests completa (art. 105 do CTN). Observe-se que a retroatividadle ¢ admitida nas hipéteses elencadas no art. 106 do CTN. PPor fim, mesmo apés a ocorréncia do fato gerador, 6 admitida a aplicacio ao lancamento da legislacao posterior que tenha instituido novos critérios de apuracao ou processos de fisca- lizagio (art. 144, § 12, do CTN). 2.1.4 Principio da anterioridade principio da anterioridade preserva a seguranga juridica em relagio 3 tributagao, a0 vedar a cobranga de tributos: ‘+ no mesmo exercicio financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou (art. 150, IL b, da CF); ‘antes de decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou (art. 150, IL, da CF). ‘A primeira hipotese pode ser denominada anterioridade anual e a segunda, anteriorida- de nonagesimal. Convém destacar que, a titulo de regra geral, para que seja instituido ou ‘majorado determinado tributo devem ser observadas, de forma cumulativa, tanto a anteriori- dade anual como a nonagesimal. No entanto, existem excecdes previstas no § 1° do art. 150 da CF que devem ser destacadas: ‘So excecdes & anterioridade anual: IL, IE, IPI, IOF, impostos extraordinrios, na iminén- cia ou diante de guerra externa, empréstimos compulsérios em casos de guerra externa ou sua iminéncia, ou ainda em casos de calamidade piblica,e as contribuigdes para a seguridade social (art. 196, § 6% da CF) Sio excegdes & anterioridade nonagesimal: I, IE, IR, IOF, impostos extraordinarios, na iminéncia ou diante de guerra externa, empréstimos compuls6rios em casos cle guerra exter- ‘na ou sua iminéncia, ou ainda em casos de calamidade publica, ea fixacao da base de célculo do IPVA e do IPTU. Especial atencio deve ser dada ao principio da anteri majoragio de impostos idade em relagao a instituigdo ow través de medida proviséria (art. 62, §2%, da CP), 2.1.5 Principio da vedago ao confisco 0 principio da vedagio ao contfisco, previsto no inciso IV do art. 150 da CE, deve ser in- terpretado de forma a proibir a criacao de tributos que sejam excessivamente onerasos a0 contribuinte. Nesse caso, cada hiptese deve ser analisada individualmente, uma vez que a ‘mesma porcentagem de uma aliquota pode em certos tributos caracterizar 0 confisco, en- quanto em outros nao. 341 coleg0 OAB nacional {A vedacio ao confisco pretende que a cobranga do tributo nao sea tdo onerosa a ponto de prejudicar 0 desenvolvimento da atividade econdmica do contribuinte ou de retirar seus bens, devendo para tanto estar de acordo com uma razoabilidade. 2.1.6 Principio da liberdade de trafego © principio da iberdade de trfego veda & Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Mu- nicipiosinsttuirer, por meio de trbutos interestaduais ou intermunicipas, imitages ao trifego de pessoas ou bens. O art. 150, V, da CF esté compativel com o direito de ir e vir amparado no in- Cis0 XV do art. 5'da CE No entanto, a propria Consttuiio traz como resalva ao final do dispo- Sitivo,acobranga de pedigio ela utlizago de vias conservadas pelo Poder Palio, 2.1.7 Principios da uniformidade geogréfica e da nao diferenciagdo tributaria 0 insttuirtributo que nao seja uniforme em todo nacional ou que implique distingao ou preferéncia em relagéo a Estado, a0 Distrito Federal ou a Municipio, em detrimento de outro. Dessa forma, 0s tributos devem ser unifor- mes, sem que ocorra distingio tributaria para Estados diversos. O proprio dispositive consti- tucional, no entanto, admite a concessio de incentivos fiscais destinados a promover o equi brio do desenvolvimento socioeconémico entre as diferentes regides do Pais. A diferenca tributéria entre bens e servigos também nio pode ser estabelecidla pelos Esta- dos, Distrito Federal e Municipios, considerada a sua procedéncia ou destino (art. 152 da CF). 2.1.8 Principio da nao cumulatividade 3s tributos que possuem incidéncia plurifisica, por incidirem em mais de uma fase na cadeia produtiva, sio cumulativos, quando o valor jé pago nio for descontado na fase atual; ou nao cumulatives, quando existir a compensacio dos valores ‘Anao cumulatividade ¢ aplicada ao: + IPI (art. 153, §34 Il, da CF); + ICMS (art. 155, §25 Ida CF); + Impostos resduais da Unido (art. 1541, da CF); + Coniribuigoes residuais destinadas a garantir a manutengio ou expansio da segurida- de social (at. 195, § 4, da CF). E de observar que os setores de atividade econdmica nos quais as contribuigoes sociais destinadas & seguridade social, incidentes sobre a receita, faturamento e importacao, serio ‘no cumulativas, devem ser definicos em le (art. 195, § 12, da CF) lades tributarias A imunidade tributdria pode ser entendida como uma proibigdo constitucional, impos- ta aos entes politicos, ao exercicio do poder de tributar em determinadas situacdes enume- radas pela propria Constituigao. Sao situagdes em que a norma tributéria ¢ afastada por uma norma constitucional, 2.2 Imui 3a ito Tributario ‘A Constituigdo Fecleral prevé hipéteses de imunidade ao IPI (art. 153, § I), a0 ITR (art. 153, § 4, I), a0 ICMS (art. 155, § 2, x) e ao ITB (art. 156, § 2° 1. Dada a importancia da matéria, merecem destaque as imunidades, em relagdo aos im- ppostos, enumeradas no art. 150, VI da CE. 2.2.1 Imunidade reciproca A imunidade prevista no art. 150, VI, a, da CF preserva a harmonia entre os entes federa- tivos a0 vedar aos entes politicos instituir impostos uns dos outros sobre o patriménio, a renda ou servigos. Note-se que, além da Unido, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- cipios, as autarquias e as fundagées instituidas e mantidas pelo Poder Pablico também estio amparadas pela imunidade reciproca quanto a seu patriménio, renda e servigos, desde que vvinculados a suas finalidades essenciais ou as delas decorrentes (art. 150, § 2, da CF), ‘A imunidade reciproca nao € aplicada ao patrimOnio, a renda e a0s servigos (art. 150, § 35, da CF) + relacionados a exploragio de atividades econdmicas regidas pelas normas apliciveis a tempreendimentos privados; + em que haja contraprestacao ou pagamento de precos ou tarifas pelo ususrio; + que exonere promitente comprador da obrigagio «le pagar imposto relative a0 bem imovel. 2.2.2 Imunidade dos templos de qualquer culto A imunidade prevista no art. 150, VI, b, da CF, ao impor vedacio aos entes politicos para a instituigdo de impostos sobre templos de qualquer culto, tem por finalidade assegurar, con- forme determina o inciso VI do art. 5° da CF, a liberdade de crenga e o livre-exercicio dos cultos religiosos. Importante lembrar que somente o patriménio, a renda e os servigos relacionados com as fi- nalidades essenciais da entidade esto amparados pela imunidade (art. 150, § 4, da CF). Dessa forma, a titulo de exemplo, a renda proveniente da locagio de um im6vel de propriedade da igre- ja somente seri imune dos impostos se for destinada para as finalidades essenciais da entidade. 2.2.3 Imunidade dos partidos politicos e de suas fundacdes, das entidades sindicais dos trabalhadores e das instituicoes de educago e de assisténcia social, sem fins lucrativos O art. 150, VI, c, da CF confere imunidade aos partidos politicos e suas fundagies, as centidades sindicais dos trabalhadores eas instituigdes de educagao e de assisténcia social, sem. fins lucrativos, desde que sejam atendidos os requisitos legais. Conforme jé estudado, as limi- tagées constitucionais ao poder de tributar sio reguladas por lei complementar (art. 146,11, da CF). Nese caso a lei a ser observada ¢ CTN, que, em seu art, 14, enumera os requisites a serem cumpridos pela entidade para que seja beneficiada pela imunidade. Da mesma forma que ocorre com os templos de qualquer natureza, somente 0 patri- ménio, a renda e os servicos relacionados as finalidades essenciais da entidade esto am parados pela imunidade (art. 150, § 4°, da CF), e o descumprimento de algum dos requisi tos previstos no art. 14 do CTN possibilita a suspensao do beneticio fiscal pela autoridade 343 plementar nas hip6teses enumeradas nos incios le I do art. 148 da CF. (Os empréstimos compulsérios instuidos para atender a despesas extraondinarias em casos de guerra externa ou sua iminéncia, ow ainda em casos de calamidade publica, si0 ex- cegSes a anterioridade anual e&anterioridade nonagesimal (art. 150,§ 1%, da CF), podendo ser exigidos de imediato, Por sua ver os empréstimos compalsérios, estinados a0 investimento prblico de cariter urgente ede relevanteinterese nacional, devem observar a anterioridade anual (art. 150, Ill, b, da CF). de suma importincia ressaltar que os empréstimos compulsérios somente podem ser instituidos nas hipoteses previstas na Constituigio Federal, e que esta no prevé a sua insti- tug para absorcio temporéria de poder aquistivo. Dessa forma o inci Il do art. 15 do CIN, a0 trazer essa possibilidade, nso fi recepcionado pela Constituigao atual ‘Aexigéncia de lei complementar para.ainsitucdo dos empréstimos compulsérios, pre vista na propria Consttuigéo Feleral (art. 148, copa), veda, mesmo em caso de relevancia lurgencia, a utilizagio de medidas proviscrias para essa finalidade (art. 62, § 1, Il, da CF): Os emprestimos compulsrios si tributos de arecadagio Vinculada, visto que o parg- arafotnico do art. 148 da CF determina que os recursos provenientes da sua arrecadagio se- jam vinculados as despesas que fundamentaram sua insituigo. Porém, dependendo do fato geradorescolhido pelo legislador,otributo poder’ ter caractristicas similares a impostos ou taxas Por fim, o prazo do empréstimo e as condigSes de seu resgate devem ser fixados pela lei que instituir o empréstimo compulsério (art. 15, pardgrafotnico, do CTN). 3.5 Contribuicdes especiais As contribuigdes especiais, salvo algumas excegées, sio tributos de competéncia exclu= siva da Unido que possuem como principal caracteristica a finalidade para a qual sto criadas. Ao analisar os arts. 149 e 149-A da CF verificamos que: 347 colegdo OAB nacional COMPETE Ea meron ad may ono nee OS Case Pca (ART. 149, § 1, DA CF) (art. 149-A da CF) Eos ontbuigbessociis ContrbugSo cobrada de seus ConribugSo pare ocusteo de Contibigbesdeintervenssono | servidoresdestnada a0 custlo,em | servo de lumina pica ‘omni econdmico (CIDE) Dene deste, doregine (cost) Contribugbes de nteresse das revidenciio ‘categoria profssiona ob ‘conti 3.5. Contribuigées sociais Finulidade: 0 estudarmos as ciribuictes especiais, devemos sempre lembrar que pos- suem como principal earacterstcaafinalidade para a qual si criadas. A finalidade das con tribuigdes socials 6 financiamento de atvidades relacionadas &ordem social que tem como objetivo o bemestar ea justiga socal art 198 da CP Ad valorem: percentual sobre o faturamento, a receita bruta, 0 valor da operagio ou 0 valor aduaneito, no caso de importagio Poderio ter aliquotas: j (art. 149, §25 III,a, da CF), Especifica: determinado valor tendo por base a unidade de me- { dida adotada (art. 149, § 2% III, 6, da CF). As contribuigbes sociais nio incidirio sobre as receitas de exportacio, mas incidirao sobre a importagdo de produtos estrangeiros ou servigos (art. 149, § 2%, Ie ll, da CF). Por sua vez, a pessoa natural destinatéria das operagdes de importacio poder equiparada a pessoa juridica, Note-se que as hipéteses em que incidirio uma tinica vez devem ser definidas em lei Podemos dividir as contribuigSes sociais em: na forma da lei; ser apn 2 Eaiceet tua pelle sprays aera Eso nytt estar eee (art. 195 da CF) Frade: francamert de atvidadesreaconadas 8 | Faldede:francamento da seguidade sociale, de ‘rdemsoda, que tem cone objetivo obemestaea | scordo como at. 9g dF, conpreende um conto usta soc (are 193 CF excet atlas 8 | Inepado ge abies dstadosansepurar os dros | sepurade sod referertes sade, 3 previdnc 3 ast sok Princo datecode: oat 49copt, aC | Principe deantertidadeo at 95 5660 CF exca |, detemina que opine da trond, enumerado| apiayso da anterosdae sus prem 9 anterodae oar 10 aC, deve ser observada Ness set, | onagesnal deve ser cmp {ants anteondad nua como asteroid” | Oar. 19 aC estabeee, de fra tna, 5 bases nomagesimal devem ser cumprids ‘econémicas ds ncdéncia da contribu ede quer poder’ ser cobrada Por fim, com a finalidade de assegurar a manutengio ou expansio da seguridade social, 348 Direito Tributario a Unido podera instituir, mediante lei complementar, contribuicdes residuais para a seguri- dade social, desde que nao sejam cumulativas (art. 195, § 4°, c/c o art. 154, |, ambos da CF). 35.2 ContribuiSes de intervengao no dominio econémico (CIDE) Finalidade: tributo de competéncia exclusiva da Unido, as contribuigSes de intervengio ‘no dominio econdmico (CIDE) possuem como finalidade, via intervengio no dominio econd- ico, incentivar determinado setor da economia com a destinagao do produto de sua arreca- dagio. Nesse sentido podemos citar a CIDE-combustiveis, prevista na propria Constituigio Federal (art. 177, $4). ‘Aliquotas: da mesma forma que ocorre com as contribuigSes sociais, as contribuigdes de intervengio no dominio econdmico poderio ter aliquota ad valorem, assim entendidas como um percentual sobre o faturamento, sobre a receita bruta, sobre o valor da operacao ou sobre o valor aduaneiro, no caso de importagio (art. 149, § 2 lil, a, da CF); ou ainda aliquota espe- cifica, ou seja, como um determinado valor com base na unidade de medida adotada (art. 149, § 2 Ill, 6, da CF). Ni incidirao sobre as receitas de exportagio, mas incidirdo sobre a importagao de pro- dutos estrangeiros ou servigos (art. 149, § 2 eI, da CF). A pessoa natural destinatéria das ‘operagdes de importacao poders, na forma da le, ser equiparada a pessoa juridica, eas hips- teses em que incidirio uma tinica vez devem ser definidas em lei 3.5.3 Contribuig6es de interesse das categorias profissionais ou econémicas Finalidade: tributo de competéncia exclusiva da Unido, as contribuigbes de interesse das categorias profissionais ou econémicas possui como finalidade ofinanciamento de atividades de interesse de instituigdes representativas ou fiscalizatérias das categorias profissionais ou econdmicas. Pode-se citar a titulo de exemplo, a contribuigio sindical, fixada em lei, cobrada dos participantes de determinada categoria econdmica ou profissiona. 3.5.4 Contribuicao cobrada dos servidores destinada ao custeio, em beneficio destes, do regime previdenciario Finalidade: tributo de competéncia comum da Unio, dos Estados, do Distrito Federale dos Municipios (art 149, § 1, da CF) que possui como finalidade custear a previdéncia dos servidores publics, tratada no art. 40 da CE. ‘Aliquota:a aliquota nfo ser inferior ada contribuicio dos servidoresttulares de cargos efetivos da Uniao (art. 149, § 1, da CF). 3.5.5 Contribuicao para o custeio de servico de iluminacao puiblica (COSIP) Finalidade: tributo de competéncia dos Municipios e do Distrito Federal, acrescido pel EC n. 39, de 19-12-2002, a COSIP possui como finalidade custear 0 servigo de iluminagao p\ 349 colegao OAB nacional blica (art. 19-A da CF), que, por nao contar com os requisitos de especificidade e divisibilida- de, nao podem ser financiados por meio de taxa. proprio dispositivo estabelece a obrigatoriedade quanto & observacio dos principios da legalidade, irretroatividade e anterioridade. 4, REPARTICAO DAS RECEITAS TRIBUTARIAS A razio maior da realizagio da repartigio de receitas tentar equilibrar, ou a0 menos reduzir, a desigualdade na arrecadacao tributaria, de modo que quem arrecada mais tranfere parte dessa arrecadagio a quem arredada menos, ou seja, cabe A Unido o repasse aos Estados © a0 Distrito Federal, e aos Estados, 0 repasse aos Municipios. Nao teri o produto da arreca- ‘dagao repartido: IPTU, ISS, ITBI; os impostos estaduais se arrecadados pelo Distrito Federal, ITCMD, I IF, IGE, IEG. Para a anslise do tema repartigo de receitastributdrias daremos atencio, basicamente, 20s arts. 157 a 162.da CF. 4.1 Casos de reparticao direta da receita da Unido 4.1.1 Repartico do |OF - art. 153, §5°, da CF ‘Oouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente a incidéncia do IOF, devido na operagio de origem (...) assegurada a transfe- réncia do montante da arrecadago nos seguintes termos: 30% para 0 Estado, 0 Distrito Fede- ral ou o Territério, conforme a origem; 70% para © Municipio de origem. 4.1.2 Demais casos ~ art. 157 da CF Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal 100% do produto da arrecadagio do IRRF, sobre rendimentos pagos, a qualquer titulo, por eles, suas autarquias e pelas fundagées que instituirem e mantiverem. ‘Aos Estados-membros e ao Distrito Federal prtencem 20% do produto da arrecadagio do imposto que a Unido insttuir no exercicio da competéncia residual prevista no art. 154, da CE 4.1.3 Reparticao com os Municipios ~ art. 158 da CF Pertencem aos Muniefpios 100% do produto da arrecadagio do IRRF sobre rendimentos agos, a qualquer titulo, por eles, suas autarquias e pelas fundagdes que instituirem e manti- vererit, conforme previsto no art. 158, I, da CE Também caberio aos Municipios ¢ ao Distrito Federal 50% do produto da arrecadlagio do TTR, relativamente aos imSveis neles situados — art. 158, Il, da CF; porém, caso optem, na forma prevista na Lei n. 11.250/2008, por fiscalizar e cobrar o TTR, caber-Ihes-io 100% da arrecadacao. 350 os” Direito Tributario 4.2 Casos de repartic¢ao direta da receita dos Estados com — art. 158, Ill, da CF Os Estados devem entregar a cada Municipio 50% do produto da arrecadagio do IPVA. licenciados em seus respectivos territrios. ‘Ainda, caberdo aos Municipjos 25% do produto da arrecadagio do ICMS, conforme pre- visto no inciso IV do art. 158 da CF, 4.3 Casos de reparticao indireta da receita da Unido - art. 159, |, da CF ‘Tem-se que 48% da arrecadagio total nacional do IPI sio destinados aos fundos constitu-

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