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Sou o homem normal que rasgou as nuvens e fez chover estrelas. Entre elas, a lua
intocável sorri para mim sem ao menos pensar. Enquanto as partículas dos objetos
iluminados caem do céu e se chocam contra minha face, posso escutar o som da música
mais perfeita, tocada por outros astros que também querem se desprender do infinito.
Logo, minha admiração torna-se infindável e me hipnotizo com o brilho cortando o céu
em velocidade ininterrupta.
Quem me dera viver daquilo para sempre. Mas nem tudo é ilimitado quanto o meu
poder de sonhar. Daí então, isso tudo estará acabado e estarei distante das estrelas.
Viverei para poder tocá-las de novo, mesmo sabendo que talvez não consiga. E tudo o
que resta é meu desejo de querer ser enterrado debaixo delas.
Realidade. Banho de ácido que corrói a alma. Eu queria protegê-la, mas sofrer por ela é
algo difícil. É difícil sofrer por algo que escapa da ilusão e trucida tudo a sua volta com
a "perfeita" razão. Pertencente às esferas menos queridas, banho-me de indiferença e
dela vivo. Mentira. Posso ser indiferente aos fatos, mas não vivo disso. Vivo só e só
convivo comigo. E aí, rasgo nuvens...
Chovem estrelas e elas caem no chão onde piso. Tento alcançá-las e buscar o que jamais
por mim foi visto. Espelho quebrado e várias faces refletidas.
Reflito só e penso que as imagens são apenas meu eu refletido. Daí, apenas vivo.