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1-As “Fichas de Avaliação” que constam dos anexos II, III, V, VI, VII, VIII, X, XI, XII, XIII e XIV, do
“despacho interno” de 7 de Abril do corrente ano, assinado pelo Secretário de Estado Adjunto e
da Educação (Jorge Pedreira) não podem ser consideradas letra de lei.
Este “despacho interno”, não pode impor alterações ao Sistema de Avaliação dos Professores.
Cá está UMA DAS SUAS ABERRAÇÕES (ponto 6 do seu Anexo XVI): “Para efeitos de
classificação, podem os agrupamentos de escolas e as escolas não agrupadas, por decisão do
presidente do conselho executivo, sob proposta dos conselho pedagógico, agregar, combinar ou
substituir os itens ou indicadores de avaliação, sem prejuízo da realização da avaliação da
função ou actividade a que se referem e do respeito pelas ponderações dos parâmetros
classificativos”.
Ora, de acordo com o E.C.D. sabemos que quem constrói e aprova os instrumentos de
avaliação dos docentes é o Conselho Pedagógico.
OUTRA ABERRAÇÃO deste “despacho interno” pretende ir além daquilo que é definido na lei.
Veja-se, a título de exemplo, a inclusão, no Anexo XIII, de itens de avaliação das
“compensações”, das “permutas” e da “preparação das substituições”.
As "compensações" extravasam aquilo que é a competência/dever do docente.
As “permutas” já são avaliadas na “assiduidade”.
A “preparação das substituições” nem sempre é viável, nomeadamente quando o docente não
prevê faltar.
Acresce ainda o facto destes novos itens de avaliação contrariarem o estipulado no artº 103º do
E.C.D., pois retiram-lhe efeito útil. A título de exemplo: um docente ao repor uma falta por greve,
anula o objectivo da mesma; além disso irá trabalhar sem receber.
Os parâmetros de classificação dos docentes estão definidos na lei. Os docentes, através dos
seus representantes no Conselho Pedagógico, participam na elaboração das suas fichas de
avaliação, como refere o artigo 6º, ponto 2 do Decreto Regulamentar nº 2/2008 de 10 de Janeiro:
“os instrumentos de registo (…) são elaborados e aprovados pelo Conselho Pedagógico
(…) tendo em conta as recomendações que forem formulados pelo Conselho Científico para
Avaliação de Professores”.
O Sr. Pedreira faz letra morta das recomendações dadas pela Presidente do Conselho
Científico para Avaliação de Professores (CCAP), a qual escreve: “(…) formulo, na qualidade
de Presidente do Conselho Científico para Avaliação de Professores algumas recomendações
gerais (…) destinadas a apoiar o processo de concepção e elaboração dos instrumentos de
registo previstos no nº 2 do artigo 6º do Decreto Regulamentar nº 2/2008 (…). Caberá a cada
agrupamento de escolas ou escola não agrupada no quadro da sua autonomia, interpretar
estas recomendações, tendo em conta a sua realidade concreta e os objectivos e metas que
se propõem atingir, bem como definir o número e a natureza dos instrumentos que melhor
se adeqúem ao seu caso específico”.
Assim, não cabe ao Sr. Pedreira criar regras rígidas, impor decisões sobre os instrumentos de
avaliação dos docentes, quando a lei e as orientações do CCAP permitem abertura,
elasticidade, e adaptação à realidade de cada escola/agrupamento.
Isto é, temos leis e orientações da tutela que permitem a construção dos instrumentos de
avaliação de forma participada, no entanto o Sr. Pedreira quer impor as “suas regras”, as quais
estão carregadas de incongruências.
Aqui vai MAIS UMA ABERRAÇÃO: As fichas de avaliação deste “despacho interno”, assim
como as da Presidente do CCAP, confundem “Nível de Assiduidade”, isto é, percentagem de
aulas dadas, com “Cumprimento do Serviço Distribuído”, isto é, grau ou nível de execução das
tarefas e funções atribuídas ao docente.
Assim, pretendem avaliar, em simultâneo, dois parâmetros que dizem respeito a aspectos
distintos.
O número 1, do artigo 18º do Decreto Regulamentar nº 2/2008 de 10 de Janeiro diferencia muito
bem estes parâmetros: “Na avaliação efectuada pelo Órgão de Direcção Executiva os
indicadores de classificação ponderam o seguinte:
a)- Nível de assiduidade - aprecia a diferença entre o número de aulas previstas e o número de
aulas ministradas;
b)- Serviço distribuído - aprecia o grau de cumprimento de serviço lectivo e não lectivo atribuído
ao docente, tendo por referência os prazos e objectivos fixados para a sua prossecução”.
Quem pretende dar orientações sobre a avaliação de docentes tem de estar imbuído de espírito
democrático, possuir conhecimento técnico, ouvir os professores, ouvir os especialistas na
área, amadurecer ideias, experimentar e avaliar os modelos.
Podemos dar crédito a um “despacho interno” que contraria e desautoriza a própria Ministra da
Educação nas entrevistas dadas à comunicação social sobre a simplificação de processos e
autonomia das escolas/professores na concepção dos instrumentos de avaliação.
Podemos dar crédito a um “despacho interno” que contraria o “entendimento” com a Plataforma
Sindical?
interno”.
- COMO?
- SIMPLESMENTE IGNORÁ-LO.