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Representação Sígnica Nas Artes - Flávia Junqueira - Publicação Cadernos de Semiótica Aplicada
Representação Sígnica Nas Artes - Flávia Junqueira - Publicação Cadernos de Semiótica Aplicada
2, dezembro de 2009
Mestranda em Comunicao Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), na linha de pesquisa
Esttica, Redes e Tecnocultura. Graduada em Comunicao Social pela mesma instituio. e-mail:
flavinha.junqueira@yahoo.com.br .
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Do sculo XVI, a obra A Escola de Atenas, (figura 02) pintada por Rafael
(1483-1520), tambm est repleta de smbolos. Plato e Aristteles, por exemplo, vm no
centro da tela, representados por Leonardo e Michelngelo, podendo ser identificados
principalmente pelos gestos, que remetem a suas teorias. Plato aponta a mo direita para o
cu, evocando a teoria das formas, o campo das idias, abstrato, intangvel, enquanto
Aristteles aponta tambm a mo direita para a terra, simbolizando a percepo pelos
sentidos, representando sua teoria do conhecimento.
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Utilizado pela primeira vez na Inglaterra, o termo Pop Art era associado, com
distanciamento crtico, ao fato de se valorizar a cultura clssica em uma sociedade
industrializada. Somente nos Estados Unidos, no incio dos anos 60, a Pop Art foi considerada
como um movimento artstico, com artistas que extraam suas referncias no cotidiano
urbano. Utilizando tcnicas da cultura visual de massa, histrias em quadrinhos ligeiramente
alteradas serviam de inspirao para Roy Lichtenstein (1923-). Laboriosamente, Lichtenstein
reproduzia atravs da pintura quadros retirados de tirinhas de quadrinhos (figura 04) e, desta
forma, ironizava a idia da arte como atividade expressiva das emoes (ARCHER, 2001,
p. 6).
04 Roy Lichtenstein,
Sei como voc deve
estar se sentindo,
Brad, 1963.
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Tambm expoente deste estilo, Andy Warhol (1928-1987) tinha como discurso
a repetio, advinda do efeito homogeneizador dos meios de comunicao, uma metfora para
a massificao. Warhol considerava a repetio uma caracterstica tpica da idia de Amrica;
quanto mais igual algo , mais americano (RODRGUEZ, 2007, p.49). Para ele, a
repetio levava banalizao e, conseqentemente, ao esquecimento. Tudo isto derivava da
cultura miditica, poca em ascenso. Com diversas obras emblemticas, Warhol utilizava
da tcnica de serigrafia para reproduzir caixas de sabo, garrafas de refrigerante e fotografias
de personalidades (figura 05).
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outro-de-si ao qual se referir ou do qual recebe sentido, mas se apresenta como uma nova
espcie de real, objetivo na sua essncia (COSTA, 1995, p.47).
A nova imagem destacada por Costa poderia ser o mesmo estmulo primrio
do signo que nos dado como nas performances do Fluxus e nas obras de Oiticica. Este
estmulo advindo dos meios tecnolgicos nos mantm na Primeiridade da trade Peirceana,
por meio da relao icnica com o signo. Com a construo digital da imagem por meio do
computador, a representao substituda pela virtualizao (LVY, 1999, p.150).
Atravs da simulao digital, so produzidas imagens que tm a aparncia de
uma fotografia qumica, mas que so construdas a partir de informaes
processadas no computador. Essas imagens no apresentam mais o referente
fotogrfico tradicional. So sistemas baseados em objetos que trabalham
usando o computador para definir a geometria de um objeto e, ento,
executar sua superfcie pela aplicao de algoritmos que simulam a
superfcie construda do objeto de acordo com informao sobre ponto de
vista, localizao, iluminao, reflexo etc. (SANTAELLA, 2003, p.141).
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com cobras vivas. Seu nome "ngela". Em seu corpo est acoplada
uma web cmera que fornece imagens do ambiente. Participantes
remotos, conectados via rede, transmitem ordens de movimentao que
so interpretadas por um sistema, resultando em trajetrias no
serpentrio. Sensores de presena capturam a ao do rob e liberam
quantidades de lquido e alimento para as necessidades bsicas das
serpentes. A vida do ambiente no est restrita a um nico participante.
De forma colaborativa, as conexes via rede asseguram a vida das
cobras, dando-lhes gua e um rato a cada quinze dias.
O site propicia uma ao colaborativa por rede permitindo a
telepresena e a telerrobtica. O rob um agente que habita e age no
mundo fsico. Conectar o endereo do website possibilita que a
cobra/rob seja comandada por participantes remotos, numa ampliao
do corpo em escala planetria e com decises que se do no
ciberespao, sem qualquer fronteira fsica ou geogrfica. O ambiente
usa a tecnologia em uma dimenso pragmtica e esttica. Possibilita o
surgimento de uma comunidade virtual que se volta a hbitos e atributos
fsicos do ambiente natural de um serpentrio. (ASCOTT,
DOMINGUES
e
PAULETTI,
2001,
http://artecno.ucs.br/indexport.html) (figuras 08, 09 e 10).
eletrnicos que nos levam a processos cognitivos e mentais em parceria com os sistemas
(DOMINGUES, 1997, p.26).
Levar o corpo a experimentar diferentemente as sensaes e percepes a
real inteno dos espaos virtuais construdos pela arte tecnolgica. A tendncia que o
artista-cientista queira, cada vez mais, ampliar nossos sentidos e at mesmo inventar novas
formas de percepo para o indivduo.
Reflexes finais
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