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‘ F. PEREIRA. DA COSTA ENCICLOPEDIA PRATICA DA CONSTRUCAO EDICAO DO AUTOR DEPOSITARIA PORTUGALIA EDITORA LISBOA 1955 CAD ERNOS “1 —Asnas do Madeica 2—Acnas de Madeira. . i 8—Becadas de Madeira... 4A—Escadus de Madeira... 5—Escadas de Madeira. . - | 6 —Escadas de Made} 7 —Pavimentos de Madeira 6 —Madeiramentos © ‘Telhados 9 —Madeiramentos © Telbados 11 —Madeiramentos @ Tolbados 12—Tectos Diversos. . 13—Obras de Alvonaria - 14-—Obras de Alvoparia . . 15— Arcos © Abébadas 2. - 10 —Madeiramentos © Tolbados . 29 see 27 Figuras 16— Obras do Vantaria. 22s Bo> 11—Obras do Cantaria. . . . = : Io» 18 —Pavimontos Diversos wee 2%» 19— Vios do Jans. mB > 20.—Vios do Janelas ss am 21-—Portas Exteriores mo 22 Portas Interiores . ss % 23 —Tnstalaghen Savitiries ©... QL > | 24 Jnstalagboe Sauitérias © - - . - 22» 25 — Instalaghen Sanitérias ©. > 26 —Interfores 6 Exteriores, ©. = Rs 27 —Chamingr é Aquecimento. - . + | 28 —Trabalbos de Fefro. . . +. 29 — Ventilacio e Actstica . . . 30 —Divereon Trabathos . . -¥. . 21 Figuras 2 >» % » Ao 2B» > 25 5» aT eo» >» 2» 2% > 2 > 2s {N DICE Caderso Pigina Caderao Paging bobadas - W 12 Chamings Tadustriais 2... OT Acabamonto das Escadss 6 4 Chuveiros. 6 gistion ee se 6 Colunas. ee TO Sistemas do Iaolamento . . . . 29 8 Galbamentos. . 2... wow “Wvonarias 2... bee B 3 Construgio doz Arco: . 1% 10 FrontaiseTabiques 2... 18 12, Materials © 22. BO Paredes 13 5 Construgio de Clarabdias . 2... 10 2 quecimento . 2... eee ee 13 Lanternins - =... ++ 10 3 Fogtes de Salas... ... 27 13 Construgio do Trapeiras . . . s 0 Convergencias (Arcos)... --- 16 7 sgamaseas se 3B 4 etic de Coxitha 2 1.30 3, Conpos Destacados (Cantarias) . - - 16 12 Aros de Ports. 6... fo. 1 Balaistres | = 0 wo 8 “ue do Fore lll. 3 OS Cotunas 6 Plares. = 6B 2 snag de Lantornim - . . 2. 2 7 Ouphais. 2 ses 1 10 Asnas do Mansarda. . =... 2 2 Blovagses. 1. uk 6 “snas do Tipo Fabril (Sheds)... 2 18 Paredes Exteriores. --- .. 14 6 snes Especiais ©... 2... 2 10 Paredes Interiores . . . . uM Asaas de Alpendro. - . . . 2 10 Portals ee won Asnas de Nivel... 2 ut » “Renae do Tosoura |. 2 q9 -Baeanamentos. 2... 8 1 ( Caixss do Limpeca. 2. 230 Ud © Asnas Valgeres od 8 | ssentamento do Asoas. . . . . 4x5 Envaramoutos SS * mavidragados Constrayio 1-16 Bscadas do Caracol. |... 8 2 tuditétios. | 29 «15 Bscadas do Compensagio . - - . 5 8 ntoclisws 0. 24 7 EBscadas de Ferro. 2. 2% 10 Balanceamento de Degraus - ... 4 12 — Escadas doLangos. .... 0. 8 44 Potio Armado. =. + 30 IL —-Eseadas do Langos Paralelos .. . 4 2 agadas 2 18 -1_——“seadas do Lancos Perpendiculares 3 6 j waitihos | 19 6 — Eseadas de Lego... 2. + 5 2 Construgio . ee 19 7 Escadas de Pedra ss... 6B Vaos do Janclas ..... =. 19 «© 16. sEstadas Mistas do Leque ..... 5 14 Vodalues 22. 19 -18.~—«Esseadas Simples. - . 2... a Vidrage 2... wee 19 16 Ferro (O). ee ee 2 2 fet - Fossas sss cote u | hixilhos Especiaiss 6... 20 5 pundagbess lll ll 2 Bascalantos . 2 2 es 20 5 Implastagio . Mu 2 Caixithos de Guilhotica - - . . 20 So tosias on Caixithos de Rede... : 7 ws : “atsihos de Rede * Grades do Foro. 2. 8B ou Oonalizagdes. 2. 2 Guardas das Escadas . os... 6 ou fanalizagio de Agua... .- . 24 2 Gusroecimentos de Madsira . . . . 22 3 Jasas do Banho 2... o.oo Allzres. 2-2... BB 3 Chamings do Cozinhes . 2... OT 4 ‘Aros do Adasla |). | 82 6 Cozinbas cede 10 Aros de Gola... 28 5 Proliminares de Alvenariss ©... 1382 Anders 1 7 { 8 3 Tarngagem . 1.1! 7 5 Guarnecimentos de Paredes. Bmbogo @ reboco. . « Estugues oo. Caderno fe 26 26 Guaroociwentos de Vaos (Cantaria) 16 Lagos, Fontes Pérgolas . . Ligagdes de Ferro. . 2... Loigas Sanitirias. . . Madeiramentos bee Algorozes Boirais Estrutaras Especiais Madeiramentos de Mansardas ‘Vios de Portas © Janolas Manilhas de Grés. 2... Moias-asnas . . - Molduras an Maros : Borocamontos - sss « ‘Pavimentos Hidraolieos . . . . Betonilha 2... Estruturas. 2... 2s Pavimontos Revestidos . . . Pavimeatos Simples . . . - Porsianas : Pilares . Pilastras Pinture Caingio. oo eee Composigio das tintes. . Pormenores das Coberturas Contraventamentos . . - ‘Tubos de Queda... . Pormenores de Alvenaria . Fronties 2... ss Portas de Postigo, .. . . . « Portas de Taipal . ss see Portas © Caixilhos de Ferro . Portas Bavidragadas . . . . . Vidrage os ee Portas Principais. . 2... Portdes do Ferro... . + Preliminares de Alvon Proliminares de Asnas . . . Calelos. 2. ee : Madeiras . 2. ss Samblagens .. . ss “Bip. Laie Marques, LA 21 Pagina 1 wEw awe © iv 16 u 10 10 13 12 1 16 16 10 10 4 12. 12 10 u4 12 Rowe Proliminares de Cantarias «+ + + Aparelhos . ss Lae Preliminares de Chaminés ss... Preliminares de Escadas . Preliminares de Tastalagdes Sanitérias Preliminares de Janelas. . . - . Preliminares de Pavimentos de Mé aeira en Preliminares de Pavimontos Diversos Betio. 2... ee : Formigi) 2. Massames Fee Proliminares de Portas Exteriores Preliminares de Portas Interfores. . Preliminares de Tectos a Preliminaros de Tolhados . . . . « Resorvatérios . ee ee Retretes. 6 ee Revestimentos . . . . . Rotolas (Reixas) . Sifoos. fee Soalhos. 6. ee ee ee ‘Tabiques @ Frontais . . . . . . ‘Tanques © Lavadouros ‘Pectos Acisticos. . . . . ‘Toctos de Madeira... ‘Tectos Estucados. . . . . ‘Telhados Espoc : ‘Tethados Piramidais ‘Telhados Espociai Cipulas. ‘Pinas de Bano... 2. ‘Torneiras Especiais. . . . . . . ‘Pragados dos Arcos... ss. Urindis 2... bees Vios Caracteristioos . 2.1... Caixilhos Cirealares Vos do Janes... ‘Vaos de Portas Intorioros. . . Vontilagio. . eee e Vigamentos 2. nee Assentamento de Vigas - . . « Madsires | Tarugagem . 2... : Vigas © Ligagtes dp Ferro... Bsticadores os. see Vigss. ee 7, Rua do Crovitixo, 19 — Caderno 16 16 27 3 23 n 7 18 18 18 18 21 22 12 8 25 2 26 20 23, 7 26 20 29 12 12 10 10 i i Pagina 2 BRRaoRewoa Sh Bowwwrn wwe wr wo we ENCICLOPEDIA PRATICA DA -CCONSTRUCAO CIVIL TEXTO Z DESENHOS Dz FE. PEREIRA DA costa ASNAS DE MADEIRA AS 803s do madeira formata, a dentro da Constructo Givil, om dos mais cariosos estndos, do entre aquoles que, aa dificit arte de construir, tem proomi- neato lugar. So é corto que na matoria das coborturas dos edificios nem sempre se emprogam asnas, certo é também quo todas as grandes ediffeagdes tém as suas cobertaras assentos om asnas de aprimorada carpintaria. Nos maiJeiramentos de sitaplos contextura as asnas sio evitadss com a aplicagia do pramos ¢ pontaletes, assentes, a maior patto das vezes, om paredes, que, vindo de baixo, chogam até quase ao telhado. Assim se diz, por costume, quo o telbado 6 de construgio valger © 0 seu madeiramento do estrutura ordinaria, enquanto 00 quando so utilizsm asnas se diz quo o madoiramento 6 constituido por asnatura ¢ do tethado so diz que 6 do boa técnica. Neste primeiro caderno da Encielopédia Pritica da Construgto Civit iniciamos os estudos dos Aska Soler 37ASm DE. TARrseNCit tragados de diferentes tipos de asnas, quo detalhads- mento deseavolveromos no segondo, com ama invalgar slareze de técnica. A construgio dos madeiramentos 4 dos telhados em todos 05 seus pormenores, seri assunto tratar, em qualquer altura, em outro caderno desta Eneiclopédia. Aqui fesrdo, pois, apresontados os mais aplicados tipos de asoas de madeira, em uso nas nossas constracies. ‘Ao iniciarmos estes estados do Constragio Civil, es- colbemos de proferéocia para 0 primairo lagar 0 sem- pre interessante trabalho gue sko os tragados das asoas do madeira. Comecaremos por mostrar os diferentes tipos das tipicas constragdos, trataremos desenvolvida- mente das ligagdes das diferentes pogas entre si, por mofo das perfeitas 0 praticas samblagons, até descrever- mos pormenorizadamente todos os tragados em quo a Poricis do carpinteiro civit é posta & prova. Fig, L~DIVERSOS TIPUS DE ASNAS ASNAS DE MADEIRA 10 ~ASNA-FABRLL TESUIRA DE ESCORAS, 12~ ASH FAARIC COMPOSTA 14> PEQUINA-ASHA, Fig. 2.—DIVERSOS TIPOS DE ASNAS PRELIM 5 asnas sio uma espécie de vigas armadas para su- AS ‘Vortarea "as eabertures on edifeto; guna estes_nio tenbam paredes ou pileres que sirvam para esse fim. Geralmente o emprego das asnas tem 2 sua melhor fongio na cobertura de grandes edificios, armazéns, hangeres e mais edificagdes destinadas a depésitos, cais, etc. O sistema de construgio das suas é muito antigo, vindo provavelmente do Renascim: nto © madeiramento constituido por asnas é muito mais, ratico e oferece as melhores condicdes de resisténcia 2 uina eobortura. © tipo mais antigo ¢ mais pratico das asoas 6 0 eba- mado da aana vulgar on do Paladio (+), e que também vulgarmento so designa por asna simples. As asnas sko constitufdas por varias pogas © a sua forma 6 triangular. ‘A composigio de oma asna vulgar consta de uma Li- nha, duas Pernas, um Pendural © duas Escoras. As ve- zes, em telhados’ de pouca importincia, usam-se umas pequenas asnas desprovidas de escoras. Tm muitos casos, em que os edificios so destinados a roceber maquinismos de grande altura, e em que & linha possa ser motivo de estorvo, suprime-se mesmo a propria linha. ‘A variedade de asuas € assaz grande, mas como nem todas tem actudlmente grande uso, apenas estudamos os tipos mais correntes ¢ que sempre, através de todos os géneros de construgto, tm lugar capital. No entanto os tipos de asnas em uso e que vamos ‘ostuder ainda sio bastantes. ‘A posigio das pegas que formam o conjunto da asna 6 a soguinto: ‘A. linha fien sempre em posigio horizontal, as pernas assentam-se sobro a Tinka em posigio inclinada para a boa formagio das vertentes do telbado, 0 pendural fiea INARES apertado verticalmonte no vértice do tolhado pola pernas, © as escoras ficam inclinadas, ligando as pernas 0 pendural, Quando as asnas comportam maior composigio poslem também ter esccras a ligar as pernas & linha, como to- remos ocasiio de observar. Nas asnas do mansarda além das pegas comuns a to- dos os tipos de asnas, encontramos mais as pernas de forca, que apoiam a parte superior da construgio, ¢ a linha inferior onde elas assentam. Os prineipais tipos do asnas de madeira si: simples, vulgar ou de Palidio, do tesoura, de escoras, de Lanter” nim, de alpendre, de mansarda, falrit © de tecto cilin- drico, além das simples © praticas metas-asnas. Entro todos ostes tipos de asnas, alguns hé que com- portam variantes de certa impértancia, ©, assim, se- guindo essa norma da construgéo adequada a cade fim, também 0 construtor pods, se tiver nocossidado para a sua edificagio ou conveniéneia sobre a economia da obra, criar novas variantes deutro do tipo preforide. No entanto, a variedade de tipos do asnas que apre- sentamos, permite que cada constrator, nestes estudos, ‘encontre sempre a asna que protende. Para os estudiosos, os temas que apresentamos com clareza de exposisio, ‘permitom-Ihes a compreensto ne- cesssaria para a boa execucio dos tragados da obra a construir. Assim, expostos estos breves preliminares sobre o desenho'e a construgio de asnas de madeira, vamos entrar nas diferentes fases que formam todo 0 conjunto desta armagéo que suporta a cobertura dos edificios. (f), Palddio, famoso’arquitecto do Renasc em 1518'em Vicenza, onde morceu em 1580. ASNAS DE MADEIRA Fi. 8.— AS DIVERSAS SAMBLAGENS DAS 18N45 igasfo das Pernas ao Pendural; = hig J ESQUERDD 4 or q $ 1 ¢ { } ey fi 2A mmitagem aberta no Pendurat; 3-— rorat ao Pradural e do Peniterat & Tinka; ‘no Pondural pare dar lugar ing Esvaros BRACADEIRA BE DE GALINE ‘DOBRADD “oT oreo 4.—AS DIVERSAS FERRAGENS DAS 13X49 izrtta da Perna’ Linka; 4—Ligosto das ‘b— A sinblogem 90 Pendurel; 6 ~ Respiga do Pendarnt « evidade na Finka sia Excora A Perna; 8,96 10-~SanNuyens das Pernae; 11 ¢ f2— Sombluyas da Perna e €0 Linke; 18—Samblagens ESQUADRO sSNAS DE MADEIRA SAMBLAGENS ‘opAs_ as ligagdes das diferentes pegas das esnas si foitas por mefo de samblagens, que deverio som- oto ser chsolutamente perfoites. Xa linha © no pendural abrem-se umas mechas para receberem as respigas das pernas, 0, nestas € no pen- ural tamshém so abrem as mechas para as respigas das ‘seoras. Todas as pegas providas de respiga formam também com 0 sev topo vm dente, ve ontalba numa murtagem jue s@ abre na poca emmochada, como mostramos nos jesenbos. ‘A extremidade infesior do pendural 6 provida de unta respiga, que dé ordindrio nso mede mais do 0,03 de omprimesto, destinada a entrar numa mocha abérta na linka. Esta samblagem 66 faculta a montagem da asoa, por- gue 0 pendural nto devo descansar a Vinba. Quando tmnito @ respigs, depois da esne armada, fica Tove na mecha. Into evita que 0 pendural so torca ou saia fora da promada de Linke. Esta respica do pendural, geralmente feita « meio do evielo da madeirs, mede de espessura ceren de 0°,03 ‘ov 0°,04. As respigas das samblagens das outras pecas time quate sempre usior espessura, ¢ ficam também sempre a meio da madeira. Os dentes ges acompanham ax respigas nos topos das pecas de madeira, pio vio slém, na sua parte mais sa- iente, do 09,02. Nes construcdes com pocas de madei de pouca largors, Sce-se muitas ve7es « 07,01 ov O¥,015. As respigas tembém qusse sempre no vio além, ba #04 parte mais saliente, do 09,04 ou 0°03. As respigas scompanham os dentes na sua forma ‘triangular, nfo sendo, todavia, chanfradas como eles. ‘As murtagens deverio ser muito bem desemnpenadas, para que a jungio das pecas da asna se faga com per- feigio. Nisto reside de certa modo a resisténcis da es- trotura da construgio. ‘A. respeito de samblagens, devemos repetir que esto trabalho exigo sempre corte perfeigio, quer soja na execugio de astas, como na do qualquer outra obra de carpintaria efvil. Fig, &—ESTRIBOS B ESTICADORES DE FERRO 4 FERRAGENS TTrovas as ligagtes das diferentes pocas das asnas sio apertadas com forragons prOprias. Estas pepas de ferro, cujas desigoacdes so revestom de um certo pito- Tesco, tém a sua ospossara indicada polos cleulos do resistencia da asva em quo assentam. Porém, como o sei ‘uso 6 mbitissimo corrente, a sue preparacio 6 feita sem obodiéncia algums. A pritica do construtor sconselha umas dimansdes quo se tornam gerais. A largure des barras de ferro para a constragio das fertagens des asuas, oscila de 0,05 2 0°,06, podendo ir a mais so se tratar de asnes do grandes dimonsdes. A saa espessra 6 geralmente de 0,006. © diémetro dos parafusos de porca quo actuam nestas ferzagens pode ser de OF,006, 0,009 on 0%,012, con- soante a catogoria de resistencia da asna. As vulgares ferragens de asnas slo as soguintes: P¢ de galinda para Tigagio, das pernas so penfural; Te ara 2 ligacio das pernas as escoras; Pé de galinha do- para a ligacio do pendunal & linha, ea Brogrdeira 00 escora que aperta as pernas & linha. Os nés de galinha © 0s t# sho pocas simples © que por isso trabalham om séries de duas, uma de cada Jado da poca de madeira, ligadas pelos parafusos. O pé de galinia dobrado & wma poca snica que se enfia ‘por debaixo da linha # enjes harler sto depois aperta- das de um a outro lado, através da madeira, pelos pa- rafusos. A brogadeira 2 quo vulgarmente também se di 0 vome de escora, enfia pela extremidade da Jinha até apertar a perna para a linka, 6 fixa-se epenas A perna por um parafaso de rosca de madeira on mesmo por um prego. ‘As ferragens si0 essentes a meia larguta das pogas de madeira, nas suas duas faces e 0 angulo de abertura das snes hastes 60 mesmo da estrutura da asns. ‘As extromidades de todas as hastes so viradas em forma de uoba, para serem cravadas do faco oa ma- deira ondo assentam. Outras pecas especiais das ferragens, que ndo entram em todas as asvas, mas quo tam grande funcio no sea ¢250, 330 os esttibos para os tirantas do ferro, ¢ que assohtam sobre a parte superior de cada perna. Estes estribos sio constraldos de barra de ferro do 07,006 de ospessure, pouco mais ou menos, tem a lar- gura de cerca do 0",06, © so fxados por parafesos de Tosca de madeira. “As duas extromidades formam unha. ‘As Uulas sio fisadas 4s paredes ov 205 pilares onde as asnas apoiam, além do sen encastramento proprio, por jerraltes de chavets ou ancoras. ‘AAs asnas do pequent importincia sko muitas vezes dosprovidas de ferragens. Quando as sszas se destioam a construgdes em que © madeiramento fica & vista, ¢ de ondo so pretends vm oom aspecto, as ferragens ficam embebidas ua madeira, trabalho este maito mais valorizado. © estudo agui expresso refere-se, coro bem se de- preendon, 20 tipo elissico das ferragens para asnas, porque outros géaeros de forcagens so muitas vozes adoptados. ASNAS DE MADEIRA MA ODEIRAS AS melbores madeiras para asnas sio todas aquelas quo nio torgam ou empenem constantomente, Jas madeiras do nosso mereado sio muito recomendaveis a casquinha @ 0 pitehpine, que possuem um Sbrato homo- ‘g6ne0 © muito junto. Das madeiras nacionals 0 pinho 6 magnifico para estas construgies, de- vendo evitar-se, contudo, as grandes ver~ zadas, Todas as madeiras, quaisquer quo se PES DE CALINNA jam, dovem estar bem secas © desom- ponadas. “Todas as peas devem ser de quina PAR. 3 a © ° ‘a, galgadas © esquadriadas, para que as murtagens saiam_perfeitas. Quando as Avitha | | agoas tenbam de fiear & vista, 6 conve- jente aplainur a madeira, usando-se tam- bén neste caso chanfrar as arestas nos comprimentos gotre samblagens. A construgio de asnas 6 um impor- tanto trabalho de eurpintaria, devendo por isso @ para boa seguranga de um madeiramento, ficar completamente per- Fito. ‘A pintura das asnas com tinta de dleo & aconselhavel para a conservagio das PENDURAL. i PE DE GALDIA madeiras, tanto mais quo os madoiramon- tos sio muito atacados pelo calor solar © pelos insectos, A aplieagio de indutos preservatives LINHA, contra insectos nas madeiras do cobor- turas no deve ser deseurada, TRAGADO © ‘tracado das asnas, qualquer que seja o seu tipo, obedeco sempro'A planta. AS asnas sito planta as em tamanho natural. Para isso constr6i-so uina ban- cada ou estaleiro onde as dimonsdes da asna a construir se possam desenvolver. A baneada ou estaleiro como mais vulgarmente 6 cba- mada esta espécio de mesa, 6 assento no ebio @ dove fica bem nivelada, para qio as samblagens das pecas a asaa fiquom perfeitas. Construido o estaleiro, traga-se em tamanko natural © em todo 0 conjunto a asna. Segnidamente colocam-se em cima do tracado as difo- Fontes pecas da asna, una de cada vez, 6 claro, © por wei de esquadros elevam-se da planta para a madvira ‘8 eaqitadrias correspondentes a enda samblagoin. Assim So miaream todos os cortes a fazer nas pecas de maleir Geraimento este trabullio 6 execatado por dois earpin- teiros, que trabalham um por cada extremidade. Quando se procade ao tragado da madeira sobre o estaleiro, j& todas as pegas comportam as suas dimen- Fig. 6.— ASSENTAMENTO DE FERRAGENS sdos do largura © ospossura de acordo com os ealeulos. © tragado das asnas © a passagem das esquadrias para a madeira deve ser feito com muita precisio, para que dopois, na armagio, oo aparega 0 empeno, sompro do- testavel, nem as martagens abertas ou mal unidas. cALCULOS Coro 6 bem do ver a coustructio das asnas deve sor convenientomente ealculada, para qué a sua ro- sistOneia soja conforme com a carga de cobertura que terio do suportar. Porém, como este génoro do construgio 6 muito pri- tico, nio hi bem necossidade do fazer constantemente fleulos para cada asna quo, se constr A pio sor para casos muito especiais, existem vévias tabolas do caletlos para varios tipos de asnas do uso correute. Assint, aprosontamos duas tabelas de eaileulos, do uso. generalizado, uma para asnas simples de 5",00, 8,00 de vio @ outra para asnas de constragio mista de 9",00 a 12,00 do vito. 5 “3NAS DE MADEIRA Fig. .— ASNA SIMPLES Estas tabelas podem também ser aplicadas as asvas de mansarda © demais tipos semelhantes. As asnas de vios inferiores a 5°,00 nao ttm a abso- Juta necessidade do sorem caleuladas. Qualguer socsio do madeira a empregar na constra- sio das pequevas asnas deve, todavin, obedecer 208 elementares prinelpios de resisténcia, que priticamente se empregam na consttugo de madeiramentos. A dis- tincia regular entre asnas, de eixo a eixo, é de 3°,30. A abertura normal do Angulo, do cixo a eixo. entre a Tinka @ a perna de cada asa, € de 26° 84". Este 6 0 Angalo normal da inclinagdo dos nossos telhados. Nas regides norteohas, onde geralviente cai nevo, 0 angulo deve ter maior dimensio. para gue a humidade dos to- Thados se eseoe com mais facilidade, As tabelas de cilcvlo que aprecentamos esto do acordo com as madeiras do mercado, isto 6, si0 ahso- Jutamente priticas. NOTA.—As socgies das madeiras 30 ayrosentaas en centi= metros € 05 didtmotros dos fervos era milfmetros. TABELAS DE Fig, & —ASNA MISTA ! M A D R E S AS madres, que sio 28 vigas que suportam o vareilo ‘a meio das vertentes dos telhados, apotam-se s0- Ure as pernas das asnas. ‘A sua altura ov dimensio de cutolo obedece aos cil- calos das asnox onde tém Ingar. ‘Sio amparadas sobre a perna por calgos ov cunlos ge madeira pregados i mesma yerna. Estes calgos a5 sentam noma martsgem, para que nio haja escorrega- mento. A madre sofro ui pequeno entalhe designado dente de edo, geralmente de 0",01 de profendidade, para {gue vio saia da perna da asna ondo se deve couservar sempre, para boa resistencia do madeiramento. As madres correm do ssna a asna estabelecendo a igagio entre clas, em todo o madeiramento. ‘Convém por isso que o comprimento da viga que so apliea como madre eoincida com o lugar da asna, para 56 evitsrem os acrescentos nos vios, ficando por con- soguinte acrescentadas, s¢ isso for necossirio, sobre as pernas das asnas. cALCULO Tabola 1—ASNAS SIMPLES Paras | Ts | Paes 12><10 16 >< 10 16 >< 12 1010 1210 12 12 20> 12 | 12><12 10 >< 10 10><10 12 >< 12 12 >< 12, ‘Tabela IT ASNAS MISTAS IGX 1 | 22914 LOS |< | Ewes | } antes i A b © |» i i I I \ —_|— i 1 9.00 [1x32 t0><12) yeplaxn| asi) ie} 98 isxi0l 8x6 10.00 |G 14 16X44 IE |X| TSI) 124 | 9H 18310 11.00 |16X14 ISX 14 11 MTS] TUS<10] 8X 6 12.00 us<14] 158 | 126 .205<10] 8<6 x Filera Fig. 9. — PRECHAIS, CONTRA-FRECHAIS E FILEIRAS FRECHAIS, CONTRA-FRECHAIS E FILEIRAS OS trechais © os contra-ftochais sio priticamento una 9 mesma coisa, simplesmente a designagio de contrarfrechal & aplicada ao frechal quo s0 sobropie a outro, quer sefa assente sobre ele, quer seja asseate Sobre qualquer outra pega da construcio que se apoiow no frechal propriamente dito. A viga que 6 assonto sobro a8 linhas das asnas em todo o comprimento do madeiramento, para recebor as Pontas das tiaras, tom a desigaacio de srechal, 80 2 asva Bio 6 assente sobro outra viga ou se nio tem outra peca somelhante com idéntico fim 00 mesmo local. So se di 0 caso da asua ser assouto sobre um frechal, 2 viga quo assenta sobre as ostremidades das linhas Para topejamento das varas, toma o nome de contra- Aveehal. Como so observa no que dizemos © so pode ver 00 deseuhos das asnas, ox frechuis @ 08 contra-frechais con fonleurse. Estas expétios de vigns corrot too. 0 ma- ‘ictramenioy ligundo as asnas onto si, tal qual saceds evin as madres. A altura ow cutolo dos frochais assentes nas liahas depende da altura ou cutelo da madré assente ua perna da mesma asta, va mesina vertesto do tolhado. Une links paralela a porna da asna, passando pela parte supérior da madre, estabelece aulomilicamente a altura d0 frecbal. Os frechais sio pregados & linha da asna e para quo ako doslizem, eateam nola 0 ficam apertados por meio do um dente de clo, com 2 pouca profundidsde de 0° OL. ‘A fileira oa paw de fileira 6 wma viga ve iodo do ‘oma asna a outra, assenie sobre os topos dos pendurais, Forma 0 expigio do telkado. ‘A altura ou cutslo do pau de letra depende, como ‘2 do frocbal, da altura da madre. Ea sequéncia da pa- falela da petna da asna, como ji vimos 20 caso do feo- chal. A parte suporior da fileira 6 chanfrada nas duae hrestas laterais, terminadas superiormente em arosta ou cums, para manter a paralela com a pena e dar bom Toger do ascontamento Ay varas. Nos desoahos apre: tados (Fig. 9) mostramos, nos n** 1, 2,364, a manciza como % jileira assenta sobre 0 pendural, nos seus dois casos usuais: assonte em caika aberta 20 pendural @ assento 20 topo do peudural © ampurado por ahas fi- allay om aitbas as fase do raostio. (© assontatnonto dos frechuis © contrafrechais & apz0- cosradd claramante no 5, 10, HL 8 cm ue ce soa vata ombariada a0 frochal ¢ a liaha da asa ei- bebida nos dontes de cio dos frochais. Nos n°" 5, 6, 7 9 8 mostramos o asscntamento das madres com a seu ealco de apoio fixado nas pernas da asna. ASNAS DE MADEIRA ASNAS Pets designagio genérica de amas saigares onton- ‘dem-so todas agueles constragtes do forma trian- gular, constitudas por Linka, pernas, pendural @ escorar. Esto ‘tipo do asoas também 6 desitnado por sas de Palédiz, porque foi este eélobro arquitecto 0 sea criador. Nests asnas contam-se vérios tipos, sendo os mais intoressantes sob 0 poato de vista constrativo 2 cha- niada asna simples, perfeitamente triangular, e, a asna composta, assim eliamada porque, séado propria para ‘vos relativamente largos, 6 provida de mais escoras do que a priveeira comporta também tirantes de ferro. Este tipo do aspa pode atingir grandes proporeves e asus resistencia é optima. Sendo estes tipos de asnas, como 4 sua gonérica de- signagio indica, os mais correntes, sio também os que mais frequeatemonte nos apresontam 05 mais dofeituosos trabalbos do carpintaria civil A consirugo das asnas, niio & demais repoti-lo, exige dons conbosimeatos da arte de construir, no que diz respeito a trabalio do madeira. Aos tragados @ A construgao das asnay 6 mister dedi- car am bora estudo aliado a wma boa compreensio. © trabalho do samblagem, qre jé tivemos ocasiio de esclarecer, para ficar eonvenieatemente apresentade devo sor muito bem feito, exigindo-se do carpinteiro corta perfcia técnica. ASNAS SIMPLES I ICLA-SE 0 tragado desta construgio geralmente de- signada por asua simples ou vulgar, Ou ainda, como ja vimos, por asna de Paladio, desenhando horizontal- monte a linha do cio da Zinha, que como aéiente ve- Temos, sucede com o tracado de todas as asnas. Maresdos os pontos limites dosta linha 4-4’, que normalmente coincidem com 4; da espessura da parede VULGARES oude assenta a asna, marcam-se os Angulos de abertura do um © outro lado 6 tiram-se os eixos das pernas, que so interceytam em B. Do mofo do eixo da linka, em C, sobe uma perpendicalar que vai passer no ponto de intereopgio B dos cixos dos pernas, e quo é 0 oixo do pendural. Seguidamente divide-se 0 comprimento do oixo das pernas em duas partes iguais a-a, do eujos pontos Fe £', Dpartem as liahas de eixo das escoras, que vio jantar-s6 4 Tinha de eixo do pendural, quase na sua extremidade inferior. Obtido o tracado de constracio aplicawos as Jarguras Jas pecas das madeiras a empregar, em fangio das inhas do eixo, indicando também as suas samblagens. Sobre o penitural assenta a Gleira, que seado de igual expessira necessita de um amparo do cada lado, como ~anostramos no deseaho. ‘As madres tomam Jagar no sentido perpendicalar as peraas sobre 0 ponto médio. Calgos apoiados em pe- quenos éntalbes abertos nas préprias peraas, amparam as mates, cuja altara regula as alturas dos frocbais, € da filena. As forragens mantém 0 equilibrio da constragio. Regulndo 6 cutolo das madres, as alturas do frecbal e da Bisira, estabelecem estas, tendo em stengio que as varas fiquem paraleles com a porna da asna. Esta asua, que é sem dhivida a mais pratica, pela sim- plicidade de’ constragio, & também uma das que melhor equiltbrio dio As construgdes de duas aguas igoais. As varas a aplicar nos wnadeiramentos assentes sobre estas asnas, t¢m o seu céleulo proprio, como vimos nas tabelas de célculos apresentadas. Quando se faz 0 desenho da asna é sempre conve- niente desenhar tainbém a vara que toma lagar sobre a perma da asna. ‘A indicacdo desta pea do madeiramento sobre o de- senho da asna, tom a grande ntilidade de nos foraccer os elementos. da altura do frechal. 1g. 10.— ASNA SIMPLES ASNAS DE MADRBIRA (etunt Souda cf ceeeeeeet cere oo'eh == ASNAS DE MADEIRA ASNAS COMPOSTAS vaxpo um vio a cobrir por meio de asnamento, mede mais de 9°,00, ji ‘a asna simples nio comporta a necessi Tosisténcia. Impde-so a construgio da asna composta, Este tipo de asna caracteriza-so por com- portar quatro on mais escoras travadas por meio de tirantes de ferro. © tragado deste tipo do asna 6 do ma- neira goral feito como o da asna simples, dividindo-so, porém, 0 comprimento das Viphas de eixo das ‘pernas ein trés partes iguais, pois quo cada Agua do telhado comportari duas inadres neste problema. Obtido 0 comprimento do vo a cobrir, traga-se o eixo de Linka do eujos pontos limites Ae B sacni as linbas de eixo das pernas, cujo Angulo de abertura 6 0 que melhores condigbes ‘oferecer, so se nio quiser aproveitar, por qualquer motivo ou pelo facto da cons~ trugio se ‘realizar om regio de clima diferente, a me- dida de 26° 34, Peita a intereepcio dos eixos dus pornas tira-so deste ponto alto uma perpendicular que, baixando até & livha, AG 0 meio de asna, onde se assenta o pendural, Divididas as pernas om trés partes iguais, tomos os pontos ae a de onde partem as escoras. De’ um ponto sai_o exo de escora A que liga a0 eixo do pendural quase na sua extremidade inferior, do outro ponto sai 0 eixo da escora B que iotercepta o eixo da linha na pramada do ponto das pornss. Desenhada completamente a estrutura da asna dese- nham-se seguidamente as pegas de madeira e os tiran- tes de forro. Sobro as pernas assentam-se as madres, apoiadas nos calgos © da sua altara dependem as alturas ou cutelo do frechal © do pau do fileira. No pormenor do conjanto da asna vé-se toda a sua grandeza © no pormonor do pendural véem-so as espes: suras da madeira. Esta esta desenbada de harmonia com os eéleulos apresentados nos Proliminares. ‘As dimensdes destas asnas oxigom, além én perfeigio das samblagens © das ferragens, as madeiras bem de- semponatas socas, para completa resistencia. Os desenbos desia asna, apresentados conveniente- mente em esealas, do aos leitores a maior elnreza para este estudo, que & primeira vista psrece complieado. PEQUENAS ASNAS ‘AKA coberturas de poxea importincia, com um vk de povquissima largura, mas quo por qualquer ra- zio $e nio possa coustruir um madeiramento vulgar, emprega-se um sistema de asna de reduzida estrutura, Apresentamos dois casos de poquenas asmas: um composto de linia @ duas pernax, @ outro de linha, pernas © pendural. No primeiro destes easoe as peroas sto ligadas & li- nha pelas sumblagens usuais © ax pernas ligam-so entre si, & falts de pendural, por uma sanblagem de res- iga. ‘Uni esquadro de ferro fortifica a ligagio. A filoira, que assenta num pequeno edtalhe aberto no Angulo formado no espigho, & amparada de cada lado por um ealgo on ebapur. fixado A respectiva perna. Sobre as extremidades das linbas assentam-se os fre- chais, como em todas as asnas. No sogando caso, divide-se a largura do vio em duas partes iguais para’o tragado do pendural quo aperta pole sua samblagem as pernas que, como so sabe, so elovam da linha. ‘As ligagdes das quatro pogas quo formam esta pe- quona asna sio apertadas com as forragens usuais, 0 Angulo de abertura das vertentes do telhado & 0 do costume para as coberturas no nosso pats 26° 34'. Nada do particular nos oferece a construgio destas asnas, senda as secgdos da madeira obtidas de acordo com as que se empregam priticamente nos madeira- mentos vulgares. Mp. (— ASNA PEQUENA COM PENDUIAL —10— | AR eee ee lena M E I-A §S Pans alpendres on pars qualquer outa construcio que fique encostada » gatro ediflcio ja existente, adop- te-sp com Srequéncia a mneia-asna. Esta obra, como a sua designacio indica, 6 metado da aspa. B ‘aro, metado da asna de tipo vulgar, por- gue dos gatos tpos de asuss & sua constrosio era ini @.. + inoxeqaivel. Para alpendres ou para corpos salientes de odificios a sua constracio 6 de grande atitidade. © angulo de sberinca|da porna, ou Saja o estate mento da vertente do telbado, obedece, em priocipio, 20 sistoma usual das asnas, road nom senipre esse pria cipio 6 admitido por razdes viri ‘Muitas vozes a abertura do Zngulo com a saa dimen- sin usual, eleva-nus o telhado do alpendra acima de qualquer éornija on outro motivo aryoitecténico do edie fieio a onde eacosta. Noutras oeasides 0 declive do telhado do alpeodro tom dy obedecer, para efeitos da ostética, 4 inclinacio do telhado do corpo priseipal to edificio, onde tem Ix gacido. E a sério de razBes que surgem na construgio de al- Peadres sin tantas @ tho variadas, que a abertara nor- mal do angalo do deelive do telhade 5 se poile exeeutat onde nio haja obrigatoriedade de espéeie alguma. ASNAS DE MADEIRA AS NAS ‘A construgio de meias-asnas conta alguus géacros diferentes do quo apresentamos alguns estudns. As secgbes das madeiras sio as mosmas que se atilizam as asnas. MEIAS-ASNAS SIMPLES ‘Trsgapa a linha de eixo da lioha 4-2, marea-se a ‘am terco de espessura da parede onde apoia, 0 ponto de onde parte a linha de eixo da perna, eujs aber- tora mede 26° 24! ¢ 6 prolongada até C. ‘Jeato & parede ondo oncastra desenda-sc wm prumo que faz a ligagio entre a linha (B) e a perna (C). guidamonto divide-se a porna em duas partes iguais, que nos dé 0 pooto D, de onde siramos uma licka de eixo para B, para a constracio da escora. ‘Aplicadas’ depois as espossuras das madeiras de acordo com 0s caleulos, témos concluida a constragio da meia-asna. Como vimos, a lioha e a peroa encastram na parede onde 0 alpendre enco: Do lado oxtatior a Iinlia apoia-sa sobro um clexiiaeato numa parede ou pilar. As Sguas pluviais tanto podem Perna fadve ts g bole Vara iC boca ZAR EF Ss I [tage ot apoie, Maceo LE | Z Peume | Y la keke : PORMENOR PARA Paré se BEIRAL < DSS Frechal, Se > Mgeron Z BE Lena eee Pace Ercora > S Linka. BE Esen Paes? Mesto Z ASNA SIVEIIS ue ASNAS DR MADEIRA ser recolhidas em algeroz, como podem eair por bet ra]. Ear pormenor mostramos 0 tosco apto a formar 0 varbste para beiral, que pode também sor constituido or telhas de mefa-cana sob tolhado de tipo marselbis. Para boa seguranca da meia-ama convém a aplicagio Ae forragens como nas asnas. Com a aplicagzo desta msia-asna, pode construir.se yualquer sistema de cobertura, tudo ‘Jependendo do as- Sentamonto do varedo ¢ do ripado, elementos que, como sabe, tm a sna fangio de acordo om o telhzio. Como o seu estudo 6 simplesmente metade da asna simples, no apresontamos o desenho desta meiaasna, porgue jalgamos nio ser necessitio. © desenliador © 0 construtor desenhario e tracario 20m facilidade osta obra, astando observar o estudo da Asna Simples. MEIAS-ASNAS COMPOSTAS Estas meias asnas, eoimo a sua designacio indica, nto sio maia do que propriamente uma motade de nsna composta, com as seas ferragens © com pendural. Desonhada a links do cixo da Lioha da Asna ¢ oste- rolecida a abertera angular desojada, traca-se 2 perna, eajo eixo ira encontrar o pendural, que recebera a mesma perna ¢ a fileira de cobertura'e gue por #xs ez node ficar ligada a qualquer outra construgio. As vezes, yordm, estas coberturas de uma 36 vorteate ou agua, fieam completamente desviadas do oatros edificios. ‘Se a largura do vio s cobrir for do doterminada dis nensio além do quo 6 corrente pestas construgtes, a mcivaspa tera de comportar duas ov mais madres; 0 nimero de escaras tera de igualar o das madres 6 entko torna-se interessentissimoa esta constracio. © problema quo agai ora tratamos 6 modesto: trata- so apenas do uma meéfs-asna para um va0 de 9°,00. © sen Sngulo do abertura ¢ apenas de 20° por con vonitneia dé edificasko, o exe nso permite um grande Aesonvolvimento, como A primeira vista seria de desejar para 6 bom declive das Sguas plaviais. P venaina viove wx. Tk MEATS WHO DE 10 MEIAS-ASNAS DE ESCORAS Pn grandes vos usam-so goralmente as meias-asnas do oscoras, cuja resistinela € assaz aprocidvel. B conquanto 3 primeira viste paroca complicada a sua construcio, 0 seu tracado é bastante simples, como te- remos ocasiio de observar. Oferece 0 nosso problema o exemplo de uma grande meia-asna que tem de soportar uma cobertura d6 duss madres. Esta meia-aspa encastra de um lado noma paredo do grande altura ¢ apoia na outra extremidade Sobre uma parodo mais baixa, levando eaixilhos envidragados a5- sentes sobre 0 capéamanto da mesma e de encontro a0 Srochel, que corre sobre as linhas de todas 2s meias- casnas de edifeacio, Tniciase 0 tragado desta meia-asna como é corrente com as eonstrugbes deste tipo. Tracado horizontalmente © eixo da linha 4-B, estabelece-se aa protada de um terco da espessara da parode onde apoia, oa mesmo mais para o lado de dentro, 0 ponto de partide para o eixo da peroa, A, quo se inicla com um Angulo que convenbs, de harmonia com a edifieagio onde encosta o alpondre, até E. Se o vio fosse estreito dividiamos a perna apenas oat duas partes iguais, mas no nosso €aso, como 0 ¥a0 & largo, ossa divisio é fofta em trés partes, quo dio os pontos Ce D. Demareada 2 altora a dar as envidracados na frente 4a constragio, delimitamos, por consoguiote, a slturs da parede onde oles assentaro, que é certamente a fa- cada da obra que construimos. Sempre de harmonia com 0 capeamento a assentar sobre a parede deserita, assentamos também um ca- chorro de pedra ou do betio em cada promads onde apoiamos as meias-asnss. Fazemos do mestio modo igual trabalho na paredo Go fundo; isto é, assontamos também um eachorro om frente © bo mesino nivel do da frente, quo acima dos- crevemos. Fig. 15.— MEIA-ASNA COMPOSTA a2 t Kia. ASNAS DE MADEIRA Vara. FRENTE Lexithe Hb Pan eae Cacherre Fig, 18.~MBIS-ASNA DE BSCORAS &, pois, nostes cachorros quo vém apoisr numa me- cha as escoras quo tiramos, respectivamento de Ce D, como claramente vemos no desenbo. ‘A porpa @ as oscoras tem 2 mesma espessura de ma- deira, que 6 a usnal nestas dimensdes, 6 a Linha é cons- tituida por doas réguas, de 0*,05 do éspessura, quo por meio de parsfuses do porea apertam de encontro As es- coras @ 3 pern. ‘A ligacho das escoras as pernas 6 fixada com 0 au- xilio das ferragens do costume. “Algomas vezes as pernas entalbam na sua oxtremi- dade inferior (A) nama peca de madeira interealada en- tro as réguas da Linka, a fim de 58 obter maior resis. téncia. Neste caso 2 samblagem ¢ feita como so foss0 noma Licka de asna vulgar 6 0 topo da linha sobre 0 harbato apresonta-so como uma so poca. A frente da meia-asna apoia num prumo quo asséata sobro 0 capea- mento da paredo, Na parte posterior da meis-asna, isto 6, do Indo 2a consteagio principal as réguas da linha oa perna on- castram na paredo. Porém, 8 assitn so nio quisor pro- cedor, podemes aplicar um prumo quo, Iigando & Pera @ pastando por ontro as réguas da linha, vom apoiar-so PLAXTA ESQUEMATICA 1) MW TELMADO. sorvigas relatives & construgia do asnas, com descr. edet o dosenhos cuficicctes tere og leh eer ‘no cackorro junto da escora maior. Este prumo 6 fixado 4. pacede por bracadeiras ou por quaisquer outzas pesas do ferro. Uma ver concluido 0 tragado da meia-asna, aplica- moslhe 2s madres, os frechais © 0 varedo como so fosso uma asna qualqnor. Os envidracados quo so apli- cam, s0 se quiser vedar esso espaco entre xs asnas fe obter boa iluminzcio, sio uns rulgares eaixilhos do maileira com vidros. ‘Em pormenor mostramos uma variante da ligacko da pera com 9 pramo, que 6 diforoate do estado apro- sentado. Nesta voriante as réguas da linha apertam a pera € 0 prumo e sobre o prumo antatha o frechal, que corre as moias-asnas em todo 0 comprimento da cobortura. ‘A perna entalba pela sarhlagem de dente no promo. Qualquer dos sistemas de ligagzo quo apresentamos so muito praticos, tauto para o estudo como para a consteugio. AA construcio desta meia-asna § bastante pritica apesar da sua robustis, aparenta ligoiroza e uma corta facilidade do execucio. Para mnvitas edificagdes aste tipo 6 dos mais tteis © recome=dévei Be Vapeuuane Vyas vineunuie Wate ve SNAS DE MADEIRA 1 FILEIRA PENDURAL buy. i7.— PENDUNAL. DE ASNA COM DISPOSICAO VARA MEIA-ASNA BE MBIAS-ASNAS DE. KINCAO MEIAS-ASNAS DE RINCAO AS melas asaas de rineto sto construfdas como todas at meias-asnas, diferindo delas apenas num caso & modo geral, que sho os chanfros que 6 mister fazer has quinas superiores da peroa, ambos a 40°. Estes chanfros stv necessérios, para o assentamento nivelado di madres. Muitas vezes estes chanfros s6 sio feitos pi cisamente ‘aos locais onde assentam as madres, f- cando o restaute protangawento do canto superior da porna de quina viva, No entanto 6 costume corrento fi yr os elianfros em todo © comprimento da peraa. fos ensos onde so niio faz 0 emprego do madras 6 assente. goralmente uma peca de maleira em toilo 0 inrulo do telbado, chamada riueto, que comporta os, ¢l_nfros nos seus’ eautos superiores, sobre eles Vor consezuinte aio ¢ preciso fazer 0 estudo especial Ale ta meia-asna, no se4 caso simplicissimo. Porém, num e& junto do um telhado do completa asnatura, em que as meias-asnas se liga As aspas (Fg. 15) 0 pendural dostas 6 coum ds moias-asnas (Fg. 17). Assim, como MELARAiWA * [OO aa” wanees yay FRE CIVAIN MBIA AHA DE RMICHO ig. IS.— PLANTA ESQUEMATICA PB UY TEIADO DM ASNAS, MEIAS-ASNAS, RINCOES BE MADIES Me vomos no desenho, 0 pondural da asna 6 de seccio mais espessa, propria para recebr as trés meias asnas que compiem a eobertura de vm edificio na sua extremidade. No dosenho de cobertura, que apresentamos, ama planta do tolbado, ve-se claramonte a fungio do pendu- ral da asna om relagio com as trés moins-asna PEQUENAS MEIAS-ASNAS Gio variadissimos os tipos de pequonas moias-asnas, © de um modo geral pode dizer-se, quo estas meias- -asnas sio construldas conforme o sistema econdmico da construgio que dolas necessits. Nada hi estudado sobre estas simplificadas armaduras de madeira, porque por via de regra nas poquenas odificagdes que delas ne- cessitam obedece-se quase sempre ao sistema de ponta- letes ¢ pouco mais, A poqnena mela-asna em goral ni0 6 mais do que a résultante da armagto proveniente do conjunto da constragio, de acordo em principio com a inclinagéo e ligagio das proprias asnas. Em goral, 0 construtor pratico no se preocupa com © tragado destes tipos de meiss-asnas, porque apenas So eonsttudos pole lah © pola porns 2, 60 as vezoe, também comportam uma escora. Unia meia-aena destas, como se conclue, é apenas questio de duas ou tres samblagens. ANOTAGOES InESFYFADOS 0 ostudos de asnas yulgares e de eins-rsous, nos tipos mais usuuis das nossas eoustrugdes © antes de entrarmios oas eomposigoes dos outros sistemas du asnas, que relegamos para 0 ealorno seguinte, vamos elucidur os leitores sobre os assenta- mentos destas obras de madeira, nos sous lugares pré- prios, sobre as paredes on cachorros, nas edificagdes. Nos Preliminares esgotimos toda a matéria sobre & preparagio dos tragados das asnas © da preparagio dos seus materiais: a madeira 6 0 ferro. Aprescntimos toda a sorte de samblagons, que entram nestas construgdes, 0 dissertimos sobre todos os casos increntes a este ramo de earpintaria civil. No capitulo seguinto trataremos dos assentamentos das asnas em to- dos os casos que sfo de ter em conta quando se constroi. No caderno sobre Coberturas, em que pormenoriza- danente escroveremos sobre todos os sistemas de ma- doiramentos o telhados, tero os leitores oportuuidade ao oncontrar as razies do completo estado de aspas que agora estamos a apresentar, © nogies complemen- tares sobre tio importantes trabalhos como sio os das coberturas de edificios. 0 servigo desempenhado pelas asnas na cobertura do um edificio 6 de certa responsabilidade, devido & ‘earge que t&im de suportar, como 6 a de um madeira. mento ¢ de um telbado. Mas, emfim, explanimos convenientomente todos os servigos relativos & construcio de asnas, com doseri- ghes © dosenhos suficiontes para os leitores ficarem bem documentados sobre estes trabslhos. | MADEIRA ASNAS DE ASSENTAMENTO DE ASNAS Fig, 19.— ASSENTAMENTO DE ASNA PARA FBLRADO DE BEILAL © assentumento das ascas que 6 sompro feito de acordo com as espessaras das parades, tom 0 sou melhor apoio quando a intercepgio das linbas de cixo da perna e da linka da asna cai sobre um terco da espessura da parede (Fig. /9). As letras a, @, @ si0 os torgos da espessura da parede onde a tata da asoa ap. Poréa, nem sompre, priti¢amente, se pode fazer 0 assentamento das asnas nesses condigdes, por motivo de coroijas © platibandas com balances ou espossuras, que 0 nao permitem as vezes. ‘Em alguns casos, quando a intorseecio das Viahas do eixo das pegas da asna cai fora da parede, 6 usado com muita vantagem 0 asseatament de um eachorro de peda, para apoio da linha da asna (Fig. 20). Nesto ‘easo pode muito bem o frochal fear na pru- ada do paramento interior ds parode, permitiodo, assim, : \ ete 050 Pig, 20.~ ASSENTAMENTO DE ASNA PARA TELHADO DE ALGEROZ i VISTA Fly. 24, —ASSENTAMENTO DE ASA PARA TELHA0O DE ALgenoz 4 Vista, SOBRE PAREDE DE TIJOLO a largura convenioate ao algeroz © a olevacio da plati- banda. Nas paredes do tjolo a meia vez, ou mesmo a uma You, em que as asaas assentam sobre’ pllares do mesmo malorial das paredes, 6 da maior conveniéneis formar © leito para a asna com uma laje. ‘A interseegio das linhas dos eixos das pegas da asna Pode coincidir com a face interior do pilar (Fy. 20), © do mesmo modo o frechal que, como no casd da gura 19, oncostz & samblagem da perna, sobro a linba, a assim lugar a platibanda de meia vex do tijolo, que mais nio 6 do que a clevacio aumentada, so a eepes- stra desta for também de meia vez. © exemplo apresentado sobre uma voz de. tiole (Fig 20) 6 aplicado a construgdes do fins industciais ow similares, como so v6 pela ligoiroza das parodos. Fig, 2.— ASSENTAMENTO DE ASNA DESCAREBGANDO 4 UM TERGO DA ESPESSULA DA PAREDE Pig, 23-—~ ASSENTAME! DE ASNA PARA TRLUADO DE ALGEROZ E PLATIBAXDA Ply. 24. ASSENTAMENTO DE ASNA PABA TELUADO DE ALGEROZ, Sonne ‘A PAREDE —bA ASNAS DE MADEIRA Pig. 25.—ASSENTAMENTO DA ASNA COM OS EINOS AUN TERGO DA ESPESSUIA DA PAREDE, ‘PARA O INTERIOR © algeroz, sem maior inconvoniente, assonta numa calba ow aguieiro de madeira on de outro material, que vai de asna a asa, 6m todo 0 comprimento ou percurso do telbado, Nos casos aprosentados os algerozes tanto podem sor ae zinco, como de grés on do fibrocimento, desde que assentem totalmente sobre a alvenaria. © encastramanio dos topos das linbas das asnas pas parodes, deve ter de 0°,20 on 0,25 2 0°,30 do en- trega, quando assim puder set, visto haver muitos ca- sos qve hos obrigam a procedet de outro modo. Pode- mos afoitamente dizer que cada constracio tem 0 seu caso particalar. Convém, todavia, notar que quando as linhas das as- nas tonbam de encastrar om patedes que se contingam a clevar, as samblagens das porpas tém de ficar com- pletamente dentro do vao (Figs. 21, 23, 24, 26 0 27). ‘As ligagdes das asnas ontre si numa cobertura coni- pleta, si0 feitas pelos frecbais, contra-frochais, madres 9 fileiras. S6 nas asnas de tipo fabril ¢ nos lapteraias das asnas que os possuam so constréi, para a ligacio total do asnamento, o sistema de contraventemento. Pordm, as vozes, em grandes construcies faz-so in- teriormente, deniro do sétio, sscoramontos entre as asnas, dos pendurais 20 vigamento, cCONSTRUGAO Cox toda a deserigio que fzemas dos tracados e cons- trugio das diferentes fases das aspas, doixamos 6s leitores aptos a compreender este ramo dg teabalhos do carpintaria civil, ondo é exigida a mafor competéncia profissional Defsémos também jé estndados os tragados das asnas simples, aqoelas que mais utilizaglo tém nas nosses edi- ficagdes, € 05 que dizom respeito as meias-asnas, do uso correntio. 16 Fig, 26.-— ASSENTAMENTO DA ASNA COM OS EIXOS FORA DA LINUA PO PARAMENTO DA PARE! Fig. 27.— ASSENTAMENTO DA ASN COM OS EIXOS NA PRUMADA DO PARAMENTO DA PABEDE Os teacados das asnas para a cua constragio 6 a cépia om tanianko natural do desenho, que em menor escala foi.ofectaado com o projecto da edificacio. Para_a realizaglo de todo o tracado ¢ consoguinto mareagio das difereates pegas de madeira a ublliar, constréi-se priviemente um estaleiro, na oficina ou a0 ar livre, onde esse trabalho tem de efectuar-se. © estaleiro para 0 tragado das ashas e marcagio da madeira 6 uma espécio de mesa, com a altura prépria pata os carpioteiros trabalbarem em stia volta & vontade. E nessa espécie de mesa, cujo tabuleiro tom aproximada- mente a forma da asna, que se deseuba a constracio, fe, onda depois se colocam em cima 6 de face as pegs do madeira dovidamente desempozadas © esquadriadas. Com 0 esquadro elevam-se do desenbo da planta da asna, inserito na mesa do estaleiro, as linbas a lapis, ara’ os cantos das pecas de madeira, onde so abririo, ops, as eamblagens. foctaando-s6 toda a marcagio das samblagons nos cantos das pocas de madeira, com a procisio necessa- ria, © fazendo-s0 os dontes 6 as escarvas com perfeicio © bom uso das ferramentas, a construgio das asnas 6 forgosamonte perfeita e 2 sta solidez plena de gerantia. A aplicagio das ferragens, feita sé depois de asna costar erguida @ assonte no seu lugar, completa todo 0 travamento necessirio 20 conjunto. Por via de regra as asnas io armadas no seu logar, porque a nio ser as do pequenas dimensdes, qe podem transportar-se completss ¢ com facilidade, at de gran- dos dimensbes sio, como se eompreende, do muito di- Sicil condugio do estaleiro para a obra. ‘Assia, depois da asna ser armada sobre 0 estaleiro. precisamente em cima do sen desonbo, é desarmada @ as suas pecas Conduaidas para o madeiramonto, ondo 6 eatdo sio armadas Gefinitivamonte @ no seu luger proprio. ‘A construgio das asnas 6 ume obra que a pretexto algom éntram 0s pregos em Sungio. Os clegimentos deixados nas parodes para 0 assonta- mento das asnas deverao ficer muito bem nivelados entre -si, © om relacio mo s6 com os que Ihes ficam simétri- cos, como com todos os demais do mesmo conjanto. (ee ee ee a ee 12 ENCICLOPEDIA PRATICA DA. CONSTRUCAO CIVIL TEZTO B DESENHOS DE ASNAS DE 'sPasiA no 1.° Caderno toda a teoris preliminar da constrecio do asuas, pela qual os mesos versados fam carpiateria civil poderio adguirir 05 necessérios conkovimentos, vamos iniciar os estudos da constragio dos diversos tipos dessas obras. ‘Tratimos da construgio das Asnas Vulgares, auele pratica tipo idealizado por Paldio, que tio bem so harmoniza com a inclinacio dos nessos telhados @ com as atilissimas meias-asnas, de que expusemos desenvol- vidos exemplos. Torminamos aguele Cadorno com a desericdo do assoatamento das asnas nos varios eas0s © nas suas diferentes formas. FP. DEREIRA DA CosTA MADEIRA. Agora, neste 2.° Caderno, propomo-nos apresontar fodos os sistomas do asnas aplicados na nossa cons: tructo. . - Falamos das belissimas Asnas do Mansards, de to pritico tragado @ execncio, até as utillssimas Sheds, passando pela pormenorizagio dos lanternins e de outros sistemas usuais. Algans estudos de sistemas especiais de esnas serio desenvolridos, como os destinados a tectos eilfadricos 6 os das constragdes do tesoura, do nivel o de alpendre, eujos tracados sio de apreciavel engoako. Bates dois caderaos deste Enciclopddia formam om Util conjonto da coustragio de Asnas de Madoira. Piers 850 veer eee Pig. — ASNA DE MANSARDA VULGAR ASNAS DE MADEIRA ASNAS DE Esras asnas especiais para telbados dobrados, eriados pelo espirito francés da época brilbante das gran- des construgses de Luis XIV, devem 0 seu nome ao famoso arquitecto frane®s Francisco Mansard (8), Os telhados deste sistema, goralmento conhecidos pelo nome de mansordas, constituidos por «iguas dobradas, tm a onormo vantagem do poderem comportar dentra da sua propria armacio um pavimento. Sob 0 ponto de vista exterior o sou ofeito, deutro de determinados estilos, é perfeito © atraento. Em Portugal 6 no estilo de D. Jodo V quo a man- sarda tere 0 seu maior desenvolvimento, tendo depois pasado com manifesta utilidade & Arte Pombalina. Actualmento ainda a mansarda tem um papel impor- tante, constraindo-se nas cidades em grande nimero. As asnas de maosarda comportam praticamen’e no soa parto superior a asna de tipo vulgar, enguanto que inforiormente a sua base de apoio sobre as paredes da construgio forma um todo diferente. Assim, acima da Lina temos também as Pernas, as Escoras @ 0 Pendural, © abaixo da Linka temos as Pernas de Forga. Goralmento as Prrnas de Forga, que sustentam a asoa prdpriamente dita, spoiam-so no vigamento do pavimonto ondo so erguem, outras vezes encastram nas paredes da edificacio. Porém, om boas construgdes, estas nas fixam-se numa segunda livha que fica interea- lada entro o vigamento, mas onde 0 solho nao assenta. Nas condigdes dercritas @ asna fics completamente indopondento do pavimento. . Para a captagio das Aguas pluviais em gualquer das vertentes do telado, constroem-so alzerozes de chapas de zinco ou de qualquer outro material. Isto, 6 claro, se 0 projecto da obra assim o esigir, porque tanto na quebra do telbado como na sua base, poderemos aplicar beirais como nas coberturas vulgares. Nas odificagdes do estilo de D. Joto V, nas da arte pombalina © nas chomadas & portugues Yeem-se com- Dlicados beirais, eujo espago a eonstrugio das asuas, admite sobejumente. Nas duss yertentes superiores do telbado podem: aplicar todos os tipos de telhas e nas verteotes inferio- es ou abas, aplica-se win revestimento ou forro de chapas do zinco, de telhas, de ardésias ou de placas de qual- ‘quer material resistente as intempéries. Conquanto neste Caderno os estudos aprosentados sejam §6 relativos & construgio de asnas, diremos to: davia quo as coberturas amansardadas podem também ser construfdas por estrutura simples, de promos, ponta- lotes, escoras e nivois, como todos os restantes tethados. Eni eaderno proprio estudaremos todos os sistemas do estruturas do teltados, desde os mais simples ¢ vul- gares aos do mansarda e de torreio. (i) Bute fame arqutecto deiou un dissipala eu ebrato- snap Sates Haroun blasardy quo tances 16406 orn ob HOS Ue teeta eg dole Sl con eeu prince argce tuo ito en Pave Wesalbes outa: ald da Broa ie nas He argutbtare MANSARDA ASNAS VULGARES tipo do asna vulgar, que nto obedece a regras espe+ ais para a sua construgio, a nfo ser aos roquisitos quo todos estes trabalhos de earpintaria civil exigem, 6 @ mais proprio para qualquer cobertura do mausarda, B adaptivel a qualquer Jargura de vio e a qualquer altura do pe diretto, sendo por isso absolutamente cons- trutivel. Dontro de um eritério prético 6 deste tipo quo ftratamos em primeiro lugar. No nosso problema damos 0 andar a construir na mansar la 0 pé direifo do 2",95, mas poderiamos também dar maior altura, so 0 quizéssemos. ‘Assim, acima do vigamento que cobre o andar de baixo, medimos 0s 2°,95 de pé direito © mais a espessura do solbo © a do técto, que em conjuto dio aprosimada- mente 0°,05, 0 que n0 total perfaz os 3°,00 que vemos, no desenho. O vio mede 8",bU de largura. Desoubamos a divha tragando-he a linha de eixo, para efeito do tragado eral, que assim iniciamos. Soba nha desenhamos as pernas te fora com a inclinaedo que mais eouvier, do aeordo com 0 projecto da obra. A linba da face interior da perna de forsa prolonga-se para cima até intercoptar © elxo da Linke, estabelocendo, respectivamento os pon- ts Ae B. B destes pontos que tiramos os eixos das pernas, eujo tragado agora segue como nos tragados das utras axnas. Constroe-se 0 pendural © as escoras como 6 corrontoy fixando-se-Iho as ferragens de igual modo. A asna est armada. Entro a linka © © vigamonto, na parto interior das pernas de forga, apliea-se wm prumo para fixagho do fahiquo ou’ qualquer outro tapume a fazer parode. Dividida a perna om duas partos iguais para a escora, assentarmos sobre os pontos Ce D as matres, qua estat bolecem por consequéncia a altura do frechal, Sobre 0 cowprimento da linha assonta-so 0 algoror para receber as éguas das vertentes superiores do telhado & sobre as pernas de force aplica so um rovestimento, exterior, que pode ser do telhas, chapas de zinco, ardé= sias, ete, constraindo-se para esso fim um toseo apro- priado. Bera aparar 9s Sguas das vertoates inferiores, Assentase um algeroz sobre a coraija, mais ou menos altura do pavimento do andar amansardado, As auas destes dois algerozes so eonduzidas para fora por tubos de queda, como sucede com outros algerozes. A ligagio das asaas entro si faz-so por meio de um contraventamento, com travessauhios @ longarinas, 0 vigamento do tecto, asseate entre as Iinhas das asuas, apoia-se nas extremidades sobre frechais assentes nos _prumos @ nas pernas dle forca, comprecndendo-se porter famente que essa esteira no podo assontar nas linbas das asnas. So a largura do vio inedir mais de 9,09, a construgio acima da Uinta 6 feita como na asna vulgar composta, com 4 escoras, pata o madeiramento comportar 2 mares,

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