Você está na página 1de 1

A base social da "flnerie" o jornalismo

A base social da flnerie o jornalismo. como flneur que o literato se dirige ao mercado
para se vender. No entanto, no se esgota com isso, de forma alguma, o aspecto social
da flnerie. Sabemos diz Marx que o valor de cada mercadoria o definido atravs do
quantum de trabalho materializado no seu valor de uso atravs do tempo de trabalho
socialmente necessrio para sua produo. (Marx, Das Kapital, ed. Korsch, Berlim, 1932, p.
188). O jornalista se comporta como flneur, como se tambm soubesse disso. O tempo de
trabalho socialmente necessrio para a produo de sua fora especfica de trabalho , de fato,
relativamente elevado. No que ele se empenha em fazer com que suas horas de ociosidade no
bulevar apaream como uma sua parcela, ele o multiplica, multiplicando assim o valor de seu
prprio trabalho. Aos seus olhos e tambm, muitas vezes, aos de seus patres, esse valor
adquire algo de fantstico. Contudo, isso no aconteceria se ele no estivesse na situao
privilegiada de tornar o tempo de trabalho necessrio produo de seu valor de uso acessvel
avaliao pblica e geral, na medida em que o despende e, por assim dizer, o exibe, no
bulevar. A imprensa gera uma torrente de informaes, cujo efeito estimulante tanto mais
forte quanto mais desprovidas estejam de qualquer aproveitamento. (Apenas a ubiqidade do
leitor tornaria possvel aproveit-las; e assim se produz tambm a sua iluso.) A relao real
dessas informaes com a existncia social est determinada pela dependncia dessa
atividade informativa face aos interesses pela dependncia dessa atividade informativa face
aos interessados da Bolsa e por sua repercusso sobre eles Com o desdobramento da
atividade informativa, o trabalho espiritual se assenta parasitariamente sobre todo trabalho
material, assim como o capital cada vez mais submete todo trabalho material. (BENJAMIN,
Walter. O Flneur.In: Obras escolhidas III Charles Baudelaire: um lrico no auge do
capitalismo. So Paulo: Brasiliense, 1989, p. 255).

http://comunhaodocao.blogspot.com.br/2007/04/flanerie-e-o-jornalismo.html

Você também pode gostar